Não Pare a Chuva escrita por sheisbia


Capítulo 11
Capítulo 11 - Desculpas erradas




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    Já fazia alguns minutos que estávamos sentados naquela calçada, encostados na parede, ninguém passava por aquela rua, era até engraçado tanto silêncio. Eu sorria pouco e fraco, sem vontade, aquilo já estava deixando Tom preocupado. De repente uma música bem conhecida começou a tocar, logo percebia-se que se tratava do meu celular. Eu o retirei o bolso e encarou seriamente a tela do aparelho, sem expressão.

    — Oi Bill — eu disse com o telefone no ouvido.

    Nikky, o Tom tá com você?
    — Por que estaria? — eu sorri, mesmo ele não podendo ver.
    É sério! — eu queria rir mas me mantive séria.
    — Sim, eu vou passar pra ele.

    Eu entreguei o celular na mão do Tom, ainda com um sorriso nos lábios e fiquei observando-o. Eles falaram rápido e eu não entendi muita coisa, mas logo ele me devolveu o celular e se levantou.

    — Onde você vai? — perguntei.
    — Eu vou... — ele deu uma pausa me encarando como se estivesse analisando algo. — Ou melhor, nós vamos.
    — O quê?! — Ele puxou-me pelo braço com cuidado para não machucar, me levantando. Eu, no entanto, recusei e forcei meu corpo para baixo. — Onde?

    Ele não me respondeu e bufou, sem muita paciência. Eu tinha em mente que não me levantaria enquanto ele não explicasse as coisas, mas ele não se importou muito e me puxou novamente, dessa vez pela cintura, me obrigando a levantar. Eu o odiei por isso e ele continuou calado. Sem muita opção eu o segui.

    Logo chegamos na casa dos Kaulitz, Bill esperava na frente junto com ele. Ele mesmo. Matt. Ambos com um sorriso no rosto.

    — Ela vai? — Matt perguntou.
    — Claro que não — Bill respondeu rápido.
    — Deixa ela, não tem ninguém lá — Tom sorriu.
    — Do que vocês estão falando? — eu estava ficando nervosa com isso.
    — Relaxa, a gente vai buscar uma coisa que o Matt esqueceu em um lugar aí — Tom sorriu novamente, seguro.

    A curiosidade acabou fazendo com que eu acompanhasse eles, embora eu não gostasse nada dessa ideia de não saber para onde estava indo. Andamos pelas ruas durante um bom tempo, eu conhecia o caminho até a metade, logo depois entramos num lugar que eu jamais havia visitado. Umas ruas bem calmas e largas, devo dizer que o pôr-do-sol também dava um toque especial àquele lugar.
    Depois de muito, muito tempo nós chegamos em uma casa velha e abandonada. No entanto era bem grande e distante de outras casas, era cercada por grama que, aparentemente, ninguém fazia questão de cortar. Havia também uma cerca pequena ao redor da casa, os garotos a pularam e eu fiquei apenas encarando-a, com um pouco de receio.

    — Quem mora aí? — perguntei.
    — Ninguém — Matt respondeu com um sorriso falso.

    — Vocês vão entrar?
    — Não, vamos ficar olhando pra ver se brota alguma coisa aí — Tom disse.
    — Pára de ser idiota! Eu acho melhor a gente ir embora, tá tarde — eu me afastei, andando para fora do lugar.
    — Você não sabe o caminho — Bill disse, suspirando. — Fica aqui então, não vai demorar.
    — Certo.

    Eu me apoiei na cerca e fiquei observando-os entrar na casa sem muita dificuldade. A rua estava totalmente deserta e aquilo me deixou apavorada. Sim, eu admito, eu sou bem medrosa pra certas coisas, mas que tipo de pessoa gostaria de esperar naquele lugar? Eu não pensei muito mais e corri para onde os garotos estavam, eu encontrei eles ainda entrando.

    — Hum, decidiu entrar, né? — Matt ria. — Você é bem covarde.
    — Vai se ferrar, Matt. Eu só fiquei curiosa.

    Bill abriu a porta, que por sinal estava bem enferrujada. Entramos todos e não havia luz, era um lugar bem escuro, sujo e meio bagunçado. Eu nem percebi no inicio, mas eu acabei grudando no braço do Bill com medo do que poderia achar lá. Certo, eu parecia uma criança assustada, porém nem me importei.

    — O que exatamente é aqui? — perguntei.
    — É uma casa abandonada — sério?! — As pessoas vêm aqui pra dar um tempo ou se drogar, fazer sexo, fugir de alguém... — disse Matt.
    — Que nojo. E por que a gente veio aqui? — me dirigi ao Matt, curiosa. — Não me digam que vocês são vão...

    Tom estava na minha frente e parou de andar no mesmo instante, virando-se pra mim. Ele cruzou os braços e ficou me encarando, eu comecei a gargalhar, fazendo os outros rirem também. Tom se aproximou de mim.

    — Isso é uma das coisas que não vai acontecer, tenha certeza — ele estava com um olhar que eu nunca tinha visto antes, desafiador e provocante, porém o sorriso era o mesmo.
    — Oh, você é mesmo tão seguro sobre sua masculinidade, senhor Kaulitz?
    — Por quê? Você ainda tem dúvidas? — ele se aproximou mais e eu não pude responder àquela pergunta tão sugestiva.
    — Ô casal — Matt nos chamou. — Não saiam de perto.

    Eu sorri e passei na frente do Tom, seguindo em direção ao Matt. Entramos em um quarto vazio, ou melhor, quase vazio. Eu fiquei pensando um pouco nesse "casal" que ele havia dito, ele parecia não se importar nem um pouco comigo. Eu não o queria de volta, mas pelo menos queria que Matt sentisse tudo que eu senti por ele, principalmente ciúmes.

    — O que você está procurando? — perguntei para o Matt enquanto andávamos pela casa.
    — Eu esqueci um relógio aqui e ele é bem importante.
    — Entendi — eu olhei em volta. — Esse aqui? — eu peguei o relógio que estava debaixo de algumas roupas no chão e lhe mostrei.
    — Esse! — eu entreguei à ele.
    — Ótimo, vamos!

    Nós voltamos a caminhar pela casa.

    — Vem cá, se as pessoas frequentam esse lugar pra... fazer besteiras, por que não tem ninguém além da gente aqui? — perguntei.
    — Ah, é porque a polícia pegou os últimos caras que vieram e o pessoal ficou com medo de vir de novo — Bill explicou.
    — O quê?! E o que a gente tá fazendo aqui? Não é perigoso?
    — Calma Nikky, você é pior que o Bill — disse Tom. — Já estamos indo.
    — Calma? Você me fez invadir uma casa se aproveitando da minha inocência! — é, eu exagerei um pouco.
    — Sua inocência? — ele riu. — Você veio porque quis.
    — Idiota — eu o empurrei.

    Primeiro erro do dia: confiar no Tom; Segundo erro: empurrá-lo na porta de vidro da entrada, ou melhor, vidros quebrados. Sem querer eu acabei o machucando, já que um dos vidros cortou sua camiseta e seu corpo, acima da cintura.

    — Porra — ele se afastou da porta e mirou os olhos no machucado. — Porra Nikky!
    — Desculpa, desculpa, não era pra te machucar — eu me aproximei e a minha consciência lembrou-me de não ser muito meiga com ele. — Tá doendo?
    — Não foi nada.

    Ao virar-me eu encontrei Bill e Matt aos risos. Isso deixou Tom mais bravo ainda, mas ele não disse nada. Eu não queria machucá-lo e até acho que não foi um grande ferimento, mesmo assim me senti culpada. Isso acabou me lembrando daquela festa.


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Notas finais do capítulo

Desculpem a demora pra postar, eu tava com uns probleminhas. Enfim, espero que gostem, deixem reviews por favor, tá? O próximo capítulo vai ser bem... interessante HAHAH Bjs ♥