POV Gabriela

Ai que saco, tenho que ficar aqui na minha vó, meu avô não sabe fazer mais nada do que ficar falando da educação que minha mãe me dá quando eu to por perto, me dá vontade de madá-lo calar a boca, mas óbvio que não faço isso, afinal é meu avô.

E ainda tem aquele mala do meu ‘tio’, como isso gente? Meu tio tem praticamente minha idade. A historia da minha família é estranha e divertida ao mesmo tempo.

Minha vó é linda, além de ser carismática, eu converso com ela sobre tudo, e muitas das vezes, ela fica do meu lado quando minha mãe ta brigando comigo, mas nem resolve muito, a maioria das vezes minha mãe que dá a 

última palavra.

Meu avô me deu um beijo na testa e foi pra sala, acho que ver o jornal, sempre faz isso depois do almoço, não que o que ele vê de tão interessante naquele jornal, só passa tragédia!!

- Aqui, quer beber o que? - falou minha vó, colocando a comida no prato e me entragando, tava faminta.

- Coca. Tem?

- Tem. - pegou a coca e me entregou.

Acabei com a comida em dois tempos, depois da ed.física sempre fico com fome, o que não adianta muito ter feito exercício, engordo tudo que possivelmente emagreci.

- Cadê o peste do meu tio?

- Já deve ta chegando.

- Ahn

Minha vó tava com 48 anos, mas juro, que parece que tem 30 e poucos, ainda sai pra dançar e muitas vezes, ela que esquenta a relação com meu avô. Sei disso por que o palhaço do Enzo me falou, que as vezes ouve gemidos do quarto deles, serio eu bati nele por ter me falado isso, qual é, eu lá vou querer saber a intimidade dos meus avós?! Eu não, to mais preocupada com a minha.

Sabe, eu to ficando há pouco tempo com uma carinha lá da escola e nem sei o que fazer quanto a isso. Minha mãe nos viu hoje, coisa que eu não queria que ela soubesse, não agora, ta cedo demais. Vai que ele não olha mais na minha cara depois do episodio mico de hoje? Não vou perdoar minha mãe, não mesmo.

O nome dele é Rafael, ele tem 17 anos, 2 anos mais velho que eu, o que é bom, tem mais experiência em ficadas. Eu to gostando dele sabe? Ele é bem legal e carinhoso, nunca tentou nada comigo. É bem paciente, sabe que sou virgem, até por que eu nunca iria sair por ai transando com quem eu .. 1º- não namoro 2º- só to ficando.

- Sua mãe me disse que te viu beijando um rapaz hoje? - Perguntou minha vó, sentando-se a mesa comigo.

- Falou é? - Não acredito nisso, aaah mãe sua fofoqueira.

- Falou, você tava?

- Tava. - Pra que mentir, minha mãe já falou mesmo.

- E foi bom?

- Foi, foi sim - Sorri, por essa eu não esperava. Na verdade, esperava um ataque como minha mãe fez.

- Você gosta dele?

- Gosto, ele é bem legal.

- Quantos anos ele tem Gabi? - Ih, já vi que vai ter interrogatório

- Tem 17 vó, mas olha relaxa, ele é bem legal, e é do meu colégio. Não é galinha e gosta de mim, tenho certeza. - Falei, me levantando da mesa e colocando o prato na pia.

- Mas mesmo assim tome cuidado, garotos mais velhos só querem uma coisa.

- Vó, se você ta falando sobre sexo, relaxa que eu não pretendo perder minha virgindade tão cedo. - falei, saindo da cozinha e indo pro quintal.

Fui até o balanço que ainda tinha lá e me sentei nele, me balançando.

POV Juliana

Ai cara, que saco, eu escrevo, escrevo, e nada de bom sai. Preciso espairecer, sair daqui, ver algo bom pra poder escrever.

Minha editora quer que eu escreva uma crônica sobre ‘A vida após a primeira transa’. Pombas, eu não lembro muito bem da minha primeira transa, como eu me senti e coisa e tal, sei lá, foi bom, só lembro disso. Foi totalmente e exclusivamente estranho, ainda mais com o Dylan que não era virgem, eu parei, fiquei em choque no momento, mas como eu o amava, deixei e foi normal.

Mas agora, pó, não é mais a primeira transa, não lembro bem para descrever como ela quer, do jeito romântico, a minha não foi romaaaaaantica! Foi, parcialmente bizarra.

Sai um pouco e fui dar uma volta, caminhei pelas ruas da cidade, observando tudo ao meu redor ( que coisa mais clichê, isso não é um filme Juliana, para de babaquice), ta eu fui andar afinal... Parei em frente a uma floricultura, vi que uma rosa estava desabrochando, como uma menina prestes a...

Nossa, mas eu sou um gênio, dei até um beijo na rosa como agradecimento!

Voltei pra editora e me pus a escrever:

‘Primeira transa: não é algo que posso lhes dizer que não é esquisito, pelo contrario é extremamente bizarro. É um momento em que a menina nunca esquecerá, por ser com a pessoa amada, ou com a pessoa que confia. Muitas vezes o amor e a confiança andam juntas, mas muitas vezes não.

Você pode ter sua primeira vez com um cara que confia plenamente e é claro, você pode amá-lo, mas pense, você confia na pessoa que ama?

Vejamos, você confia no seu professor, por exemplo, você o ama? Você perderá sua virgindade com ele? Creio eu que não, ne?

Há controvérsias, isso é de cada um na verdade, você pode amar seu professor a vontade.

Bom, em nossa primeira transa, esperamos que seja especial, com luz de velas iluminando o ambiente, uma música calma e sonolenta tocando ao fundo, o cara que você ama E confia ali com você, é tudo muito bonito, é tudo muito mágico. Porém, tudo pode vir por água a baixo, ao se esquecer da camisinha. Pausa pro sermão: vocês meninas que querem perder sua virgindade, que acham que estão prontas, preparadas para se tornar mulher, não se esqueçam da camisinha, não é simplesmente um plástico que o garoto colocará no pênis (objeção a essa palavra leia-se: pinto!), é seu salvador, seu herói para que você mais tarde não apareça grávida em casa, ou com alguma doença. Sejam responsáveis, sejam cautelosas, transar é bom? Pombas, muito bom! Mas com responsabilidade e juízo!

Voltando a primeira transa, não se preocupe, vai ser estranho, você se sentirá desconfortável, com seu corpo, com o que o menino estará pensando, mas veja bem: se ele ta ali com você, se fez aquilo tudo, as luzes, a musica broxante, é por que ele realmente gosta de você e se preocupa, então relaxa e vai com tudo.

Boa sorte e beijinhos no coração de vocês, até semana que vem’

Pronto a crônica está pronta, agora será revisada pela Diretoria e depois, tcharaaaam.. revista ou algo mais!