Midnight escrita por lucas esteves
Notas iniciais do capítulo
Lendário
— Certo, qual é, exatamente, o propósito de toda essa bagunça? Karol perguntou, sentando-se no sofá, tentando evitar o olhar de Tom.
Lucas e Juliana estavam sentado no chão, no centro da sala, aonde havia uma grande montanha de livros. Os dois procuravam um daqueles livros com ansiedade.
- Certo, qual é, exatamente, o propósito de toda essa bagunça? – Karol perguntou, sentando-se no sofá, tentando evitar o olhar de Tom.
Lucas e Juliana estavam sentado no chão, no centro da sala, aonde havia uma grande montanha de livros. Os dois procuravam um daqueles livros com ansiedade.
- Lembra quando a gente vinha aqui e tia lia histórias pra gente, Ka? – o irmão lhe perguntou.
- Lembro... – ela disse, ainda confusa.
Júlia veio da cozinha, com um copo de café na mão, e sentou-se no colo de Dougie, observando os dois amigos.
- Vocês estão procurando um livro infantil? – ele perguntou, franzindo o cenho.
- Não exatamente infantil...
- Um livro de contos e lendas... Tipo, coisa pra assustar criança mesmo. – Juliana completou. Ela só sabia qual livro procurava porque Lucas havia lhe contado e, em todo caso, o importante era que a menina concordava e havia se impressionado com uma história um tanto quanto interessante que o amigo lhe contara, horas atrás.
- Você, por acaso, querem sair por aí assustando criancinhas? – Dougie perguntou.
Lucas soltou uma risada, sem tirar os olhos do livro, enquanto Juliana rolava os olhos.
- Claro que não, Douglas! – ela exclamou. – São livros de lendas dessa cidade.
Tom finalmente tirou os olhos de Karol, vendo que ela não iria lhe retribuir qualquer olhar, e sentou-se no chão, entre Lucas e Juliana.
- Pra que vocês querem ler sobre as lendas daqui? – ele perguntou.
- Se nós acharmos a lenda que queremos, vocês vão descobrir.
O loiro pôs a mão no queixo, pensativo.
- Eu acho, agora que vocês falaram disso, que nunca li nenhuma lenda daqui... Digo, não nenhuma natural daqui. – ele disse.
Karol soltou um risinho, quando imagens dela, no carpete da sala da tia dela, junto a Lucas e Danny, lhe surgiram a cabeça. Os três eram muitos pequenos naquela época.
- Eu lembro de várias lendas que a tia nos contava, e mesmo assim não consigo pensar em um motivo pra você querer ler alguma delas de novo.
Lucas levantou a cabeça, sorrindo com um tom de mistério para a irmã.
- Essa é a questão, a lenda que eu estou procurando pé uma que ninguém nunca quis nos contar, é por isso que é tão importante.
Júlia crispou a boca, olhando para os amigos com olhar de dúvida.
- Gente, são lendas, entendem? Coisas que não são reais... Que interesse vocês podem ter nisso?
Lucas abaixou a cabeça. A imagem de Harry caindo desacordado no chão esquentou seu corpo por dentro. Sua mão tremeu de leve enquanto o ar pareceu faltar aos seus pulmões e o coração acelerou de leve.
Lembrar da horrível cena que presenciara era, definitivamente, horrível.
- Hey! Lucas! – ele ouviu a voz de Dougie chamá-lo.
- Há! – o rapaz exclamou, saindo dos devaneios. – Então... Eu sei que parecem somente lendas, mas descobrir se são só isso ou não é o que eu pretendo fazer.
- Mas ein? – Tom não entendeu.
Lucas abriu a boca para responder, mas antes disso Juliana exclamou feliz alguma coisa, enquanto puxava um livro do monte, fazendo os de cima escorregarem para baixo.
- Achei! – ela disse, e entregou o livro a Lucas.
A medida que o menino abriu o livro, todos se sentaram no chão, em volta dele, curiosos.
- Meia Noite... – o menino começou a ler o livro.
- O quem tem meia noite?
- É o título da lenda. – Juliana respondeu.
Lucas olhou irritado para os amigos, pedindo silêncio. Os outros obedeceram prontamente.
- A lenda que conta a história desse vilarejo chama-se Meia Noite. – ele leu. – Segundo as mais antigas histórias contadas pelo povo do vilarejo, a primeira pessoa a morar aqui foi um velho. Um velho rabugento e irritado que se mudou para cá, na época região deserta da Inglaterra, para praticar magia negra.
- Credo. – Karol disse.
- Esse livro é tão...
- Infantil? – Dougie sugeriu a Tom, que concordou.
- Não interessa a linguagem que ele usa, e sim a história. – disse Júlia. – Vai, continua Lu, eu to curiosa.
O menino riu, balançando a cabeça.
- Certo... Vamos lá. – ele voltou ao livro. – Especula-se que, na tentativa de estudar o clima da região, oito estudantes mudaram-se para cá e começaram a fazer várias pesquisas sobre a forma como o meio ambiente estava se modificando naquela região.
“Eles acharam um antigo totem soterrado e começaram a pesquisa-lo.”
“O velho homem, que ali praticava suas magias negras, mandou que os estudantes saíssem dali. Aqueles jovens, obviamente não obedeceram, e acabaram por despertar a fúria do velho homem.”
“O homem rabugento acabou por amaldiçoar cada um daqueles adolescentes, condenando-os à morte. Dois deles, que eram namorados, acabaram enfrentando o homem, ameaçando mandarem retirar o toem para conservação e estudo.”
“Não feliz com tais ameaças, o homem prometeu destruir o totem antes que isso acontecessem e, depois de passar muita raiva, acabou condenando os dois namorados a verem a morte um do outro.”
“Esse adolescentes, acabaram por descobrir um poder indígena mitológico, conservado pelo totem, que poderia salvá-los, mas seis meses depois de voltarem para a sua cidade natal, todos morreram misteriosamente.”
Ao terminar de ler as ultimas linhas do texto, Lucas fechou o livro e ficou em silêncio como o resto dos amigos.
- Isso... – Karol começou.
Juliana respirou fundo, pondo a mão no peito.
- Gente, nós estávamos em oito. – ela disse, com um tom de nervosismo na voz.
Tom franziu o cenho, parecendo incerto.
- Vocês realmente acham que...
- Sim. – todos os outros responderam ao mesmo tempo.
Ele balançou a cabeça, conformado.
- Então... Er... O que vamos fazer? – Dougie perguntou.
Juliana levantou-se com um ar decidido.
- Procurar o homem que escreveu esse livro.
- Mas são onze horas ainda... – Karol reclamou.
- Sinceramente... – Júlia começou. – Eu acho que se isso for o que nós estamos pensando que é, não temos tempo a perder.
Dougie também se levantou.
- Eu também acho. – ele disse.
Karol suspirou alto.
- Está bem, vamos procurar esse cara... Mas eu quero voltar antes do almoço.
Juliana riu, irônica.
- Espero viver para almoçar...
Os outros riram e se dirigiram para a porta.
- Ei! – Luccas chamou. – Obrigado mesmo por me esquecerem aqui! Será que vocês se esqueceram que andar não tem sido a coisa mais fácil pra mim?
Júlia riu, e voltou para ajudar o amigo.
- É tão legal te ver debilitado, indefeso. – ela riu.
Luccas rolou os olhos, andando até os outros com a ajuda dela.
- Amiga da onça!
Eles tentavam se mostrar displicentes e calmos, mas aquela história havia definitivamente mexido com cada um deles. Havia um tremor estranho no interior daqueles jovens...
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