-Me erra Anabela, você que é a irritante aqui, se enxerga! –Eu falei brava, aumentando meu tom de voz. Eu definitivamente não ia agüentar-la.

-Olhe para tudo isso Sophia, você é sem graça demais realmente essa vida não encaixa nada com você. Você poderia usufrui muito mais de tudo isso se não fosse tão idiota, e sei lá medrosa. –Ela falou metida, se achando a MELHOR do pedaço. E quem ela pensa que é pra me chamar de SEM GRAÇA, IDIOTA, e MEDROSA.

-Medrosa é? –Repeti me segurando pra não voar no pescoço dela.

-É m-e-d-r-o-s-a. –Ela ainda soletrou. Ela não sabe com quem está brincando. Porque se liga eu sou bem melhor que ela, em todos os sentidos.

-Quer saber, eu não sou medrosa... –Comecei a falar tremendo de raiva. Tentando me acalmar, e com o pensamento fixo: Não bata nela, não bata nela!  Bater nela seria um prato cheio pra mídia. –Eu simplesmente não gosto disso, e se liga é direito meu. E se enxerga você não é ninguém para falar de mim.

-Ah não é medrosa. –Ela falou rindo sinicamente. –Se não fosse, não tinha deixado o Matias passar, porque não lutou para ficar com ele? Você não o amava? –Ela jogou na cara, e abriu uma ferida enorme. Respire e não chore Sophia, não de esse gostinho a ela.

-Eu não sou igual você que rasteja, pra quem não merece! –Falei, com um sorriso sínico no canto da boca. Uhuul mandou bem Sophia, agora a ofenda mais.

Ela ficou boquiaberta e respirou fundo.

-Mas, o Matias não é o nosso assunto de agora, ele é passado. –Falei indiferente, realmente dei a volta por cima.

-Você não merece e nunca mereceu o que tem! –Ela falou, com cara de choro.

-Minha querida prima, Deus não dá asa a cobra, e inveja mata ta bom? –Ironizei. –Agora dê meia volta, vá caçar quem te queira, não perca tempo comigo!

-E se eu não for, vai me bater é? –Provocou.

-Você está na MINHA casa lembre-se disso, e, além disso, eu sou uma dama não é meu costume ser mal educada. –Falei elegante e calma, até me assustei com essa minha calma toda.

Ela fechou um bico, e eu dei uma risada sínica!

Agradeci a Deus pelos fotógrafos contratados e até mesmo os INTROMETIDOS não terem percebido. Eles estavam ocupados em tirar fotos da casa, dos políticos, dos meus pais, e eles já tinham ido onde eu estava um tanto de vezes então já não tinham mais motivos de me procurar.

Já que é pra arrasar, está é a hora! De uma hora para outra senti vontade de animar a festa sem graça.

Fui ao meu pai e disse que eu queria discursar um pouquinho, há uns dois anos atrás eu fazia isso com freqüência depois parei pelo motivo de começar a detestar tudo aquilo. Aproveitar que tem bastantes fotógrafos aqui. Com certeza amanha meu discurso será comentado em praticamente todas as revistas tanto nas da alta sociedade ou não. Além disso, meu paizinho ia ficar feliz ia pensar que eu estava voltando a MENINA que era antes, a FILHINHA PERFEITA DO PRESIDENTE, era esse um dos escritos das capas de revista, eu era a LINDINHA de todos e confesso amava esse mimo. Ainda gosto, mais o trocaria pela minha liberdade.

-Posso mesmo discursar papai? –Falei manhosa, Ok estou lembrando os velhos tempos.

-Claro isso me alegraria muito Sophy. –Ele disse com um sorriso enorme. Ele até me chamou de Sophy, o apelido carinhoso, que ele só usava quando eu era boazinha.

Na mesma hora ele mandou que parasse a musica. Que alivio, chega de musica clássica por hoje. E eu fui para o centro do lado dele. Os flashes não paravam e eu confesso era um máximo ser fotografada tanto assim (quando a situação é boa é claro). Olhei rapidinho para o lado Anabela me olhava atenta e com cara fechada. Realmente inveja é um dos piores sentimentos do mundo.

Meu pai falou algumas coisinhas, primeiro, e eu assentia sorrindo sem nem prestar atenção no que ele falava, só percebi uma frase de todo o discurso dele: “Bem vindos ao nosso lar” depois ele chamou minha mãe e ela ficou ao lado dele sorrindo, e finalmente chegou minha vez. Dei uma olhadinha para onde a Anabela estava e sorri sínica, depois olhei as pessoas respirei fundo e comecei meu discurso:

-Boa noite a todos.  Como meu pai disse sejam bem vindos ao nosso lar, é uma honra ter-los. Estou feliz pela noite de hoje. –Dei uma pausa, esquecendo o motivo da noite. –Eu queria agradecer o carinho que tem conosco desde essa caminhada, afinal são sete anos, sete anos que vocês nos valorizaram, e honram tudo o que meu pai vem fazendo ao país. Eu tenho orgulho dele. Bem, eu estou com dezessete anos, hora de tomar posição, ou talvez tenha até passado da hora. Rsrsrs. Eu quero poder ajudar a melhorar nosso país, estarei estudando estratégicas para isso. A FILHINHA do papai cresceu! –Falei lembrando-me da reportagem que Kelvin me mostrou. Legal a mídia ia ter que corrigir o que tinha dito. –Comunico oficialmente a minha viagem ao Brasil, o país do clima tropical! –Falei sorrindo. –Enfim, obrigado.

Nossa! Parabéns Sophia! Viu nem doeu. Falei mentalmente. Meus pais me abraçaram e eu sorri, e comecei a conversar com as pessoas da festa. Os fotógrafos agora me perseguiam, e legal a dona da festa agora sou eu. A matéria de amanha será legal, pedirei Lucy para comprar as revistas e jornais, amanha. Falando em Lucy onde anda ela?

-Lucy? Lucy? –Eu comecei a chamar entrando na cozinha, lá estava ela, triste.

-O que há Lucy? –Perguntei preocupada.

-Nada minha querida. –Ela disse com o semblante caído. –Vi seu discurso, parabéns! Foi lindo e nem doeu né mocinha? –Ela desconversou.

-Obrigada! –Falei sorrindo. –Mas olha agora é A festa! Melhore seu rostinho e arrase comigo! –Falei balançando as mãos dela.

-Oh! Como está animada! –Ela falou surpresa.

-Sim, sim. E não aceito não como resposta, depois me conte o motivo da sua tristeza! –Falei.

Puxei Lucy, ela melhorou o rosto e eu chamei os fotógrafos.

-Quero fotos com minha amiga e segunda mãe Lucy, muitas fotos. –Pedi.

E no exato momento chegaram uns vinte fotógrafos, eu sorria e mudava minhas poses Lucy mesmo sem graça tentava me acompanhar.

Depois chamei Kelvin e a sessão continuou. É a revista terá mesmo muito que publicar.

(...)

-Lucy por que não me acordou? –Eu falei. Enquanto entrava na cozinha.

-Você dormiu muito tarde ontem não quis lhe perturbar. –Ela falou, sorrindo.

-Ah legal, no dia que quero acordar tarde, você me chama cedo, e no dia que quero acordar cedo me chama tarde, ou melhor, nem me chama né! –Retruquei.

-Desculpe. –Ela disse meiga. E poxa ela estava triste. Ao menos hoje eu a pouparia das minhas reclamações.

-Nossa será que consigo as revistas e jornais de hoje ainda? –Enruguei a testa. –Poxa já são duas da tarde. OMG.

-Seu pai está com todos os jornais e revistas no escritório, Ele mesmo foi à banca comprar, pelo visto está mesmo orgulhoso de você!

-Ótimo. Obrigada pelas informações! –Eu a beijei na bochecha. –E depois teremos uma conversinha Lucy. –Falei saindo.

Ganhou pontinhos com o papai em Sophy, e até aquela conversinha de ontem pode ser esquecida! Que máximo.

-Pai? –Chamei, batendo na porta.

-Entre Sophy! –Ele disse feliz. Com certeza deve ter matérias ótimas, ele está muito agradável, um doce de pai.

-Boa tarde! –Falei baixinho.

-Querida sente-se e aprecie! –Ele disse. Humm pelo visto melhor que o esperado. Eu dei uma risadinha e avaliei o bloco de revistas.

-Que tanto de jornal pai.

-E olha que não comprei todos, só esses dez, e essas cinco revistas. –Ele disse indiferente. –Pelo visto o jornal teve que trabalhar muito de madrugada, e olha só essas duas revistas foram feitas só com assuntos da noite de ontem. –Ele me mostrou as duas. E eu abri a boca em um O perfeito quando vi eu na capa das duas.

-OMG! Pai que ótimo. Vou discursar mais vezes. Admita eu melhorei a festa. –Falei convencidamente.

-Sim querida, você sempre melhora tudo... –Ele parou e sorriu. –Quando quer.

-Então vou querer mais vezes.          

Abri a revista, e meu Deus! Era ótimo, tinha um monte de fotos minhas, e acredite tinha uma pagina com meu discurso da mesma maneira que eu disse e o comentário dele. Fotos dos meus pais, da Lucy e eles ainda falaram e muito dela, comentaram da maneira que ela era comigo e ainda mencionaram o que eu disse antes de tirar:

Quero fotos com minha amiga e segunda mãe Lucy, muitas fotos.  Chamaram-me de meiga inúmeras vezes, e ainda disseram que eu agora era considerada uma MULHER de atitude. Na outra revista foi quase da mesma maneira, mas elas falavam muito dos outros convidados também. Num jornal falava a MELHOR FAMILIA, outro A PERFEITA que no caso era eu. E ainda tinha uma revista teen que acreditem tinha testes para ver se a pessoa que fizesse se parecia comigo em que aspecto: altitude, carisma, ou elegância a revista falava da festa e falava de um assunto não muito legal também meu namoro, ou melhor, meu ex namoro com Matias.