Do You Love Me? escrita por Caroline White


Capítulo 1
Único




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Ritsuka se encontrava jogado sobre a cama. Sua cabeça doía de tanto pensar. Era tudo tão confuso, sua vida, que já era confusa por si só, tinha sido revirada mais uma vez. A história de combatente, de mestre, as pessoas a sua volta e principalmente Soubi. O jeito como agia, as coisas que fazia, os sentimentos que dizia ter. Era só isso que ele era, confuso. Uma incógnita, uma gigante incógnita.

Se sentou na cama, suspirando e olhando para a varanda. Quantas vezes aquele homem não tinha aparecido ali e depois entrado em seu quarto? Sacudiu a cabeça, afastando aqueles pensamentos. Resolveu olhar um pouco o céu estrelado de onde estava. Acabou se levantando e indo para a varanda, abrindo-a e ficando a se apoiar na grade de metal. Juntava constelações no céu enquanto tentava limpar seus pensamentos. Mas não era fácil.

Ficou mais difícil ainda quando uma borboleta pousou em sua mão e automaticamente o rosto do loiro veio a sua mente. Bufou irritado e sacudiu a mão. Olhou um pouco para a rua, procurando outra distração e acabou vendo ao longe aquele homem alto, andando na direção de sua casa. Ficou mais irritado ainda. Ele estava vindo confundir mais ainda sua cabeça e seus pensamentos.

Saiu da varanda, fechou e trancou-a, ainda juntou as cortinas. Jogou-se na cama mais uma vez, e pediu apenas um pouco de paz, queria que sua cabeça parasse, queria ter uma preocupação comum, notas de escola, o que comer no dia seguinte no maldito intervalo. Mas não. Estava tomado por dúvidas e coisas que tentava entender a qualquer custo.

As batidas na varando o tiraram do transe. Se levantou e foi até ela, afastando a cortina e vendo Soube com um sorriso agradável, falando algo que Ritsuka não podia ouvir já que o som externo não passava pelo vidro da varanda. Mas podia entender muito bem que ele pedia para entrar. Pensou um pouco se faria aquilo ou não, mas acabou por abri-la, deixando-o entrar e em seguida fechando novamente.

— O que quer? — Perguntou um tanto ríspido.

A expressão de surpresa ficou clara na face do mais velho, não tinha entendido tamanho tratamento.

— Não posso mais visitar a pessoa que mais gosto? — Respondeu com uma pergunta.

— Duvido muito que eu seja essa pessoa... — Reclamou cabisbaixo. — Deve ser só uma ordem idiota de Seimei...

O homem logo notou que algo atormentava o garoto, que isso era sua culpa de certa forma.

— Ritsuka, por que fala assim? — Se aproximou dele, mas o garoto se afastou. — Olhe para mim. — Pediu.

O moreno encarou o loiro como se o desaprovasse, mas o fitou como havia sido pedido.

— Seimei pode ter me dado a ordem, sim, é verdade. Mas no começo eu achei que ele estava louco. Ele mandou eu te amar. Eu achei que isso não ia acontecer, mas ordem é ordem, eu apenas segui e no final... Eu acabei realmente te amando. — Se aproximou de novo.

— Se me ama, prove. — Falou irritado, se afastando mais.

Claro que o jovem não tinha muita ideia do que tinha exigido, sendo tomado pelo susto quando Soubi o agarrou com força e o beijou sem mais nem menos. Invadindo a boca dele com a língua e o devorando. Podia notar claramente como o outro estava confuso, mas agradeceu por ele não se debater. Separou-se só quando o ar começou a fazer falta e o encarou com um sorriso malicioso no rosto, levou os lábios até as orelhinhas dele e sussurrou:

— Ritsuka, não me provoque. Eu te amo, amo muito, mas eu tenho que me controlar, você ainda é só uma criança. Seja bonzinho comigo. — Pediu e em seguida desceu o rosto para o dele, colocando a testa na dele. — E esqueça essas dúvidas idiotas. — Roubou-lhe um selinho.

A face vermelha do moreno era gritante, vergonha era pouco para descrever o que sentia. Pensou em afastar Soubi, apenas para poder tentar se acalmar. Seu coração batia forte, como se fosse explodir. Ele podia ter ganho a certeza que Soubi o ama, mas agora tinha que aguentar também a certeza que o amava.

Entretanto, uma dúvida ainda ficaria em sua cabeça. Beloved é aquele que é amado, tem sentido amar Soubi. Mas e ele? Ele era Loveless, aquele sem amor. Como alguém podia amá-lo? Como Soubi passava por cima disso? Talvez aquele não fosse seu nome, talvez fosse. O que importa é que ele sabe que existe uma exceção a aquilo. E essa exceção é Soubi.

Fim


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Notas finais do capítulo

Se sinta a vontade, espero que tenham gostado~