Life Ways escrita por Vic Teani


Capítulo 12
Inimigas Mortais




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  Os passos no corredor podiam ser ouvidos claramente da pequena sala que se encontrava no final daquele ambiente mal iluminado.
  A maçaneta girou e a porta foi aberta, e um homem de cabelos negros entrou, fechando-a sem barulho. O homem que estava sentado atrás da mesa levantou, a expressão calma e fria.
  - Imagino que tenha descoberto algo, Yamato – disse Danzou.
  - Não viria aqui por outro motivo – disse o recém-chegado.
  Danzou fez uma expressão próxima a um sorriso, e se sentou, gesticulando com o braço para que o outro fizesse o mesmo.
  - Então... – ele disse.
  - Orochimaru foi visto na cidade – disse Yamato – Ele aparentemente não faz nenhuma questão de esconder que está aqui. Porém, ainda permanece em segredo o local onde se esconde. Como só nós dois sabemos disso, no momento, não pude investigá-lo apropriadamente.
  Danzou ouviu em silêncio, e após um curto período de reflexão, falou:
  - Então vocês sugere que divulguemos o caso ao público?
  - Não, senhor – disse Yamato – Mas acho que temos que informar pelo menos os esquadrões mais altos da polícia, para que tenhamos mais recursos de mantê-lo sob vigia.
  Danzou olhou fixamente para Yamato, como fazia sempre que analisava uma proposta. Seus dedos batiam ritmicamente na mesa a sua frente, e esse era o único som ouvido na sala.
  Então, esse barulho cessou, e Yamato soube que o homem havia chegado a uma decisão.
  - Eu achava que ainda era cedo para isso – disse Danzou – Mas acho que eu mesmo já estou ficando um pouco velho para isso, por que se tratando de Orochimaru, não deveríamos esperar ele tomar uma ação – ele então sorveu um gole da xícara de café que estava em cima de sua mesa – Muito bem, Yamato, faça como desejar.
  Yamato se levantou e fez uma rápida reverencia, agradecendo, e saiu da sala.

  A menina de cabelos rosados caminhava ansiosa pelas ruas ensolaradas. Praticamente saltitava de felicidade, e cantarolava alegremente acompanhando as músicas que ouvia em seu mp3 já antigo, objeto que recebeu de sua professora, Kurenai, ao ser aceita como bolsista no colégio para o qual de dirigia naquele momento.
  Então avistou, os grandiosos muros brancos e a fachada igualmente alva, o terreno arborizado antes do prédio da propriedade, o letreiro negro em alto contraste com o conjunto claro, e os enormes portões de ferro abertos na entrada.
  Respirou fundo quando se viu de frente para o portão e entrou.
  De dentro, o colégio ainda parecia maior do que visto por fora. O jardim que havia entre o portão e o prédio principal era realmente grande, bancos bem pintados espalhados por vários cantos, dispostos abaixo de árvores.
  Havia poucos alunos por ali, havia, de fato, chegado bem mais cedo do que deveria. Decidiu, então, explorar o novo ambiente, e seguiu por uma das laterais do muro, em um caminho de pedras polidas que levava a um pequeno, porém igualmente bem cuidado jardim nos fundos.
  Ali, havia uma enorme varanda no térreo, e em alguns trechos a construção recuava, e ali estavam mais alguns bancos iguais o que havia visto na frente.
  Sentou-se em um dos bancos e colocou os cadernos que carregava no banco, e tirando a mochila vermelha das costas, pegou um pequeno caderno com a capa rosa.
  Folheou as páginas de seu diário até o dia em que havia sido aceita oficialmente no colégio, quando recebera e anotara ali o horário de suas aulas.
  Ficou ali por um bom tempo, escrevendo nas páginas seguintes de seu diário com uma esferográfica azul, fazendo observações importantes com uma caneta igual, porém vermelha, e comentário inúteis em preto.
  Então, sem que ela se desse conta, já estava quase na hora da aula. Ela colocou o caderno rosa na mochila e a colocou nas costas, se levantando e pegando os outros caderno que estavam em cima do banco.
  Tirou os fones e os guardou no bolso junto do mp3 e foi em direção à sala.
  A essa altura, o jardim principal estava lotado, e ao constatar isso, ela deu meia volta e entrou pela varanda dos fundos, dando de cara com corredores praticamente vazios.
  Começou a seguir os números das placas na porta, em ordem decrescente, e a medida que se aproximava de sua sala, mais gente aparecia nos corredores.
  Chegou, por fim, na sala que estava anotada em seu diário ao lado do horários das aulas, e por sorte, sem ser notada, pois no meio da multidão, ela era apenas mais uma. A sala ainda vazia, ela procurou um lugar na frente para se sentar, como era de seu costume, para acompanhar melhor as aulas.
  Na sala só estava um garoto de cabelos negros presos de um modo exótico, sentado na última fila, que parecia dormir na cadeira; dormindo ou não, não esboçou reação à chegada da garota, fato pelo qual ficou muito grata.
   Outro garoto também estava, sentado no meio da sala, mas este também pareceu não se importar com a chegada da garota, visto que estava preocupado demais devorando as diversas guloseimas que estavam em cima de sua mesa.
  Ela se sentou então, e colocou os cadernos em cima da mesa. Abriu um deles, na primeira divisória, e escreveu “Artes”, que seria sua primeira matéria.
  A porta da sala foi aberta novamente uma garota loira entrou. Seu cabelo era preso em um rabo de cavalo, mas boa parte dele caia para a frente em uma comprida franja.
  Seus olhos eram de um azul vivo, e ela caminhava com um ar de elegância.
  Não demorou para que seus olhos notassem a garota nova sentada na frente da classe, e ela se aproximou da novata, colocando os livros em cima da mesa dela.
  - Você é nova por aqui, não é? – perguntou ela, com um sorriso amigável no rosto.
  - Sim – disse Sakura, retribuindo o sorriso.
  - Muito bem-vinda – disse Ino – Tenho certeza que irá adorar o colégio. Se for esperta, vai andar comigo. Mesmo em um colégio de elite, deve-se saber com quem andar.
  - Agradeço a gentileza, mas acho que vou dispensá-la – disse Sakura, não gostando da atitude que a garota demonstrava.
  Ino a olhou com um ar de superioridade, como se a estudasse.
  - Você pode estar perdendo uma ótima oportunidade de ser alguém aqui dentro – ela disse, esperando a resposta da rosada.
  - E você é alguém aqui dentro? – perguntou a novata.
  A Yamanaka deu um passo para trás, soltando um gemido de surpresa.
  - Petulante – ela disse – Eu sou a estudante mais popular dessa colégio. E saiba que eu posso muito bem acabar com a reputação de quem eu bem quiser aqui dentro, se assim eu desejar.
  - Sério? – disse Sakura, colocando as mãos na mesa e se levantando – Gostaria de ver você tentar.
  A essa altura, o garoto gorducho já havia se levantado de sua mesa e correu até o garoto adormecido, lhe acordando e murmurando:
  - Vai ter briga!
 Ino deu um passo para frente, fazendo Sakura ficar colada em sua carteira.
  - Pois saiba, minha querida, que acabou de arranjar uma inimiga. A pior inimiga que poderia arranjar aqui dentro.
  - Que bom – disse Sakura – Me sinto mais calma agora que vejo que não corro o risco de ser sua amiga.
  A loira mordeu o lábio inferior de raiva, recuando um passo, ao tempo em que Sakura avançava.
  - E agora, querida – disse a Haruno, pegando os livros que a loira havia colocado em sua mesa – Tire seu material daqui, pois não quero que alguém veja todas as respostas erradas que provavelmente estão ai e pense que são minhas.
  Ela empurrou os livros em direção ao peito da loira, que os segurou bem antes que caíssem.
  - E se puder fazer o favor de sair – disse Sakura – Eu quero estudar. Coisa que, imagino, você não conheça. E só para constar, apesar dessa mascara de maquiagem no seu rosto, eu estou vendo essa espinha.
  A multidão que já se formava na porta soltou uma exclamação.
  Ino deixou todos os seus livros caírem no chão.
  - Isso vai ser problemático – disse Shikamaru.
  - Olha – disse Sakura – Eu percebi que pensar não é o seu forte, mas você realmente não espera que os livros se levantem sozinhos, não é?
  A loira estava prestes a entrar em colapso quando um homem alto surgiu na porta da sala, abrindo caminho entre os alunos que se amontoavam.
  Seus cabelos ruivos se destacaram na multidão.
 - Muito bem – ele disse – Acho que está na hora de começarmos a aula, não é?
  Ele então se dirigiu para as duas garotas que estavam a ponto de iniciar a terceira guerra mundial.
  - Sugiro que paremos tudo o que estivermos fazendo que não tenha relação com a aula, concordam?
  Ele foi até Ino e se abaixou para pegar os livros que estavam no chão.
  - Se me permiti – ele disse, pegando o material e entregando para a garota, quando seus olhos repousaram sobre a menina de cabelos rosados.
  - Ah, você deve ser a nova bolsista. A diretora me falou de você.
  Nesse instante, o controle voltou ao rosto de Ino. Ela se permitiu dar um sorriso e soltar uma risada sarcástica.
  - Bolsista – ela disse, se demorando em cada sílaba, saboreando a palavra – Bolsista – ela repetiu, e soltou um risinho um tanto histérico, e se dirigiu para sua mesa, sem falar mais nada.
  Sasori então se virou para os alunos parados na porta da sala.
  - Vocês ai, creio que devem se sentar, não é?
  Não foi preciso mais do que isso para que todos os alunos corressem para seus lugares e obedecessem a ordem do professor.
  Ele foi para trás de sua mesa e esperou todos estarem devidamente acomodados.
  - Olá, sou Sasori, seu novo professor de artes, como a maioria já deve saber. Começarei explicando a vocês o meu conceito de arte, bem diferente da mentalidade pré-histórica de seu antigo professor.

  O homem loiro discava furiosamente os números no celular.
  Colocou o aparelho próximo ao ouvido e esperou, impaciente, alguém anteder.
  - Alô? – disse uma voz feminina do outro lado da linha.
  - Konan! – disse Deidara – Pensei que Pain que iria antender.
  - Ele está ocupado agora – disse a mulher – O que você quer?
  - Saber por que raios eu fui chutado de meu emprego, e o Sasori tomou o meu lugar!
  - Você falou da organização para um estranho, e agora ele quer se juntar a nós. A partir desse momento, ele é responsabilidade sua. Pain decidiu que, te afastando de seu cargo, você terá mais tempo para se dedicar ao treino de seu novo aluno.
  - Aquele desgraçado... – murmurou o loiro.
  - Olhe como fala! – disse Konan – Se isso chegar aos ouvidos dele...
  - Certo, certo – disse o homem – Me desculpe.
  - Se não tem mais nada a dizer, irei desligar.
  E assim ambos desligaram os telefones, Deidara completamente enfurecido com tudo o que fora feito pelas suas costas.

  Danzou estranhou imediatamente os passos que eram ouvidos no corredor, e rapidamente se levantou de sua mesa e abriu a primeira gaveta de sua escrivaninha, pegando um revólver que estava guardado ali. Em uma velocidade anormal em pessoas da sua idade, ele se postou ao lado da porta.
  Quando esta foi aberta, ele apontou o revólver para a cabeça de quem estava entrando.
  Para a sua surpresa, reconheceu o visitante inesperado, e baixou a arma.
  - Você me assustou, Danzou – disse o homem.
  - Digo o mesmo – o mais velho voltou a se sentar em sua cadeira, guardando a arma – O que o trás aqui? Até onde sei, só Yamato tem permissão para vir até mim sem aviso prévio.
  - Peço sinceras desculpas, senhor – disse o Nara – Mas tenho notícias importantes.
  - Diga – disse Danzou, sem rodeios.
  - Eu tenho um filho que estuda em um colégio não muito longe daqui – ele disse – E hoje, passando pelo colégio, vi ninguém mais, ninguém menos, que o Areia Vermelha  - ele falou, usando os codinomes dados aos procurados mais perigosos.
  Danzou se levantou de imediato de seu cadeira.
  - E que raios ele estava fazendo lá?!
  - Quando garanti que ele não me veria, entrei no colégio, e como sou pai de aluno, fui recepcionado sem problemas pela diretora. Perguntei sobre o homem ruivo que entrou no colégio, e ela disse ser o novo professor, substituto de ninguém além de Deidara...
  - O que esses miseráveis pensam que estão fazendo se infiltrando em um colégio em nossa cidade?!
  - Se posso opinar, senhor, acho que foi a presença de Orochimaru que os trouxe até aqui.
  - Você sabe sobre Orochimaru? – perguntou Danzou, surpreso.
  - Não foi culpa de Yamato – disse prontamente o Nara – Eu deduzi a partir dos fatos atuais.
  Danzou ponderou um instante.
  - Você daria um ótimo ANBU, se essa seção não estivesse desativada. Muito bem, o que sugere que façamos?
  O Nara então olhou seriamente para Danzou.
 - Estou pensando em combater fogo com fogo – ele disse.
  - Especifique – disse o outro.
  - Minha proposta é chamarmos um antigo ANBU de volta à ativa.
  Danzou arregalou os olhos.
  - Quem seria esse ANBU em questão, tendo em vista que grande parte morreu ou sumiu completamente após o encerramento do esquadrão.
  - Hatake Kakashi.


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