Ela não acreditava que ele a havia convencido a ir até sua casa, ela jamais o perdoaria, mesmo que para muitos possa parecer pouco, para ela havia sido terrível, ele não tinha motivo algum para fazer aquilo, tinha que confiar nela e não ser tão ciumento e possessivo! Ela nem se quer havia feito nada de mal, somente estava conversando com um dos outros alunos da escola, o que era normal vendo o fato dela ser presidente do conselho... O elevador parou e ela saiu dando de cara com a porta do apartamento dele. Respirou fundo e tocou a campainha. Esperou por alguns segundo até que ele abriu a porta, a sala estava a meia luz, pois somente era iluminada pelas velas no chão, a mesa de centro estava posta inclusive com uma bela rosa no meio, o cômodo estava com um aroma delicioso, provavelmente pelas velas serem aromáticas e na frente dela estava Usui com um sorriso melancólico de quem havia cometido um erro.

         - Oi... – Ela disse séria olhando nos olhos dele.

         - Entra... – Ele parecia desconfortável, porém não por ter ela em sua porta, pois isso havia se tornado normal nos últimos seis meses, mas por ela não lhe ter beijado e ter esperado ser convidada para entrar.

         De dentro o perfume das velas parecia ainda mais delicioso, porém ela não estava ligando muito para a decoração anormal da sala.

         - Por que me convidou? – Ela perguntou agora parada no meio da sala, já sem sandálias, com um olhar de quem tentava não cair em prantos e se faz de forte.

         - Pedir desculpas... – Ele parecia muito sério, mais do que muitas vezes que ela vira, chegava a ser agonizante.

         - Não adianta. – Ela disse agora com a voz falhando um pouco pela vontade das lágrimas de descerem.

         - Por favor... Eu errei. – Ela nunca o havia visto daquela maneira.

         - De que adianta eu te perdoar agora e você continuar não confiando em mim? – Ela agora já deixara uma lágrima descer por seu rosto.

         - Eu confio em você... Mas não consigo te ver do jeito que estava com ele... – A voz dele tremulava, realmente era difícil para ele vê-la daquele jeito por causa dele.

         - Agente só estava conversando... – Ela agora já chorava de verdade, porém em momento nenhum deixava-se abater.

         - Ele estava de comendo com os olhos...

         - Mas você sabe muito bem que eu gosto é de você... Devia saber que mesmo que ele me agarrasse eu não faria nada... No máximo chamaria por você... – Ela lentamente se ajoelhou no chão, estava muito triste e desapontada, já não mais conseguia se segurar, caiu em prantos. – Confie em mim... – Ela falou com pesar. – Ou está tudo realmente acabado.

         Ele ao ouvir as palavras dela teve uma das piores sensações de sua vida, tudo que conseguiu fazer foi deixar uma lágrima descer por sua face e se ajoelhar na frente dela, não acreditava que depois de tudo o que passaram uma burrada que fizera poderia fazer aquele sonho acabar. Ele a amava mais do que tudo no mundo e não suportaria mais viver sem ela. Ele olhou nos olhos dela com tanta profundidade que ela conseguia ver cada detalhe daquele universo verde.

         - Eu te amo Ayuzawa, por favor me perdoa. – Ele nunca a havia olhado daquela maneira, sempre parecia ter um certo divertimento em sua voz, mas dessa vez ele estava completamente desolado e triste, o que a fez se sentir até um pouco culpada.

         - E-eu... – Ela chorava, sem saber o que responder, estava triste, queria estar bem com ele, mas era teimosa demais para admitir isso. Porém seu coração falou mais alto e ela o abraçou com todas as suas forças, não agüentaria ficar muito tempo longe daqueles reconfortantes braços. As lágrimas da menina molharam totalmente a blusa do garoto, que agora estava  bem mais calmo, porém não sabia se isso era ou não um perdão. – T-te perdôo.. – Porém mesmo antes de perguntar diretamente a ela, a respostas saiu pelos lindos e macios lábios que tanto gostava de sentir junto aos seus.

         Ele apertou ainda mais o abraço e então colocou o rosto da menina de frente para o seu e lhe disse com amor e confiança.

         - Prometo nunca mais não confiar em você. – E então a beijou, um beijo romântico, apaixonado, calmo e desejoso ao mesmo tempo, um beijo que significava todo o amor que ambos compartilhavam, era como se uma tempestade tivesse acabado de se encerrar e assim tenha levado as nuvens negras para bem longe.

         Eles se separaram e ficaram se encarando com expressões cheias de amor, arrependimento e alegria, realmente era o fim de algo ruim. Mesmo que ambos soubessem que isso poderia acontecer muitas outras vezes, sabiam também que no fim sempre estariam juntos.

         Usui pegou a menina no colo, a fazendo dar uma gargalhada, ele se sentou no sofá com a menina nos braços e se pôs a beijá-la. E foi naquela noite que ambos chegaram a conclusão que a melhor parte da briga, é fazer as pazes...

Fim