“Tiago... Tiago, querido... Tiago, tira a cabeça daí e me escuta!” pediu Lily, puxando a cabeça do marido para fora da Penseira.

“Sim Lily... O que aconteceu?” acrescentou ele ao ver a expressão da mulher, preocupado.

Ela deu um enorme sorriso verdadeiro e pegou a mão da aliança dele e ficou girando o anel, encarando os olhos castanhos e ansiosos de Tiago.

Lily se aproximou do ouvido do marido e sussurrou alguma coisa, depois voltou a encará-lo.

Tiago estava perplexo. Encarava o nada com o queixo no peito. Depois de um tempo, eles voltaram a se encarar.

“Isso é ótimo!” ele apertou a mulher em um abraço. “É maravilhoso, Lily!” os dois abriram imensos sorrisos e se beijaram.

“Há quanto tempo?” perguntou ele, sentando no sofá.

“Tem quase dois meses. Estava com medo da sua reação, mas não podia mais adiar, então...” ela deu de ombros, sentando também.

“Mas então...” ele suspirou “Vamos cumprir o trato?” perguntou ele, ansioso.

“Sobre isso...” o sorriso dela sumiu “Tiago, eu acho que não vai dar certo. Depois de um mês, a casa ia acabar em chamas!”

“Mas essa é a graça!” ele exclamou “O.K., se a casa acabar em chamas, pode bater nele, eu deixo.” Completou ele, severamente.

“Não sei não...” vacilou ela.

“Lily, fizemos um acordo. Você sabia que era pura irresponsabilidade e concordou com isso, lembra?” ele evitava sorrir.

Ela suspirou.

“Então tá. Vá escrever uma carta pra ele. Peça para vir agora.” Pediu Lily, recostando no sofá.

Logo em seguida, Tiago já despachava uma coruja com um pedaço de pergaminho na pata, completamente animado.

Lily estava muito satisfeita com a reação do marido. Esperava desespero, choro, coisas quebrando e palavras como “Mas eu não estou pronto!” ou “Como pudemos deixar isso passar?”

Ela estava pronta. Desde sempre.

A campainha tocou. Lily não se mexeu. Tiago foi abrir a porta, freneticamente, e um vulto moreno o abraçou.

“Pontas, meu amigo!” exclamou Almofadinhas, saindo do abraço e se dirigindo para o sofá.

“Como vai, Lily?” ele beijou o topo da cabeça da amiga.

Ela suspirou, sorrindo. Tiago sentou-se ao seu lado e passou o braço por sua cintura. Eles se entreolharam e sorriram imensamente. Sirius sentou-se preocupado na poltrona da frente.

“Almofadinhas, temos um pedido para lhe fazer.” Disse Tiago, sem conseguir conter a felicidade.

Sirius se calou. Abriu a boca para falar, mas logo em seguida fechou. Também não sorria. Estava apenas muito preocupado.

“Er... queremos que você seja o padrinho do bebê que Lily está esperando.” O casal encarou o futuro padrinho, que teve o rosto iluminado por um imenso sorriso.

“Vocês estão brincando?!” ele saltou a mesinha de centro e agarrou os dois amigos pelo pescoço para um abraço.

“Não. É sério.” Ela não pôde deixar de sorrir tamanha a felicidade naquele cômodo aconchegante de Godric’s Hollow.

“Concordou com isso, Lily?” perguntou Sirius, abismado, encarando os olhos verdes da amiga.

“Desde que não ensine meu filho a pôr fogo na casa, sim.” Disse ela, severamente.

“Se é só isso, tudo bem!” concordou ele. Tiago gargalhou.

“Não transforme meu filho num delinqüente juvenil, Sirius Black.” Ela franziu o cenho.

“Acha que ele vai manter a palavra?” perguntou Tiago para a mulher, visivelmente se divertindo.

“Não.” Disse ela com uma expressão tão vazia que fez os homens gargalharem.

“Se for mulher, qual vai ser o nome?” perguntou Sirius, se sentando na mesinha de centro, ao lado da Penseira.

“Alyson Lilian Potter.” Disse Tiago, orgulhoso.

“E se for homem, Harry Tiago Potter. Havíamos combinado os nomes em Hogwarts, lembra?” ela sorriu para o marido, que sorriu de volta.

“Bons nomes.” Sirius também sorriu.

Depois daquela notícia, nada podia estragar o ânimo do futuro padrinho e da família Potter. Sete meses depois, veio finalmente. O menino.

Harry Tiago Potter.