Um Amor Inesquecível escrita por juliacalasans


Capítulo 5
4-O Anjo


Notas iniciais do capítulo

Bom, que demora pra postar! Sinto muito por ter feito vocês esperarem tanto tempo, mas como já devem saber (e se não saber ainda) meu computador pegou um vírus, e eu perdi meus arquivos.
Ou seja, tive que reescrever o capítulo todo de novo!
Mas espero que gostem.



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Foram cinco meses duros de ensaio. Duros mesmo, porque eu não conseguia pegar o jeito da coisa. É claro que eu havia melhorado significativamente, mas ainda era um verdadeiro fiasco.

A verdade é que eu, na maioria das cenas, atuava direitinho. Mas havia uma cena (uma!) que eu não conseguia fazer soar convincente. Era a hora em que o anjo aparece pela primeira vez, com seus longos cabelos cor-de-mogno.  Eu deveria dizer as palavras “Que Coisa Mais Linda!” como se elas saíssem do fundo do meu coração. Mas  eu não conseguia fazê-las saírem convincentes.

 Naquele momento estávamos fazendo o ultimo ensaio, pois o Natal já estava próximo. Os preparativos da peça me custavam muito tempo (ainda bem, diga-se de passagem) então eu não tinha como conversar com Emmett, e naquele momento, eu agradecia por isso.

Eu não conseguia passar mais perto dele sem sequer escutar um risinho ou uma zoação. E aquilo já estava me cansando. No dia seguinte eu finalmente me apresentaria e ficaria livre daquele carma, ou não.

_Cullen, você pode me levar em casa?_ Isabella me perguntou. Eu assenti, como fiz em todos os dias nos últimos cinco meses. A verdade é que Isabella não mora muito longe da escola, mas eu me sentia obrigado a acompanhá-la todo santo dia até em casa. Na maioria dos dias o caminho ocorria em silencio, mas naquele dia ela resolveu puxar assunto.

_Como se sente, Cullen?_ Ela me perguntou. Quando não obteve resposta, tentou de novo.

_Como você está, Cullen?_

_Olha aqui: Eu estou fazendo uma droga de peça de teatro, tendo que escutar tanto santo dia meus amigos me zoando por causa disso. Tenho que levar você em casa porque você simplesmente não consegue andar um quilometro sozinha até a sua casa. Quer saber como eu estou? Eu estou FULO!_ Eu disse, na maior grosseria. Chegamos então na frente de sua casa, e ela entrou. Não me despedi, nem parei para olhá-la entrar. Só continuei andando de cabeça baixa, irritado.

_Cullen!_ Ela chamou, da porta de sua casa._Obrigado por me trazer em casa!_ Ela disse.

Paralisei. Depois de todas as grosserias que eu disse, ela ainda tinha coragem de me agradecer.  Ela era um E.T.

Eu fiquei pensando nisso a noite inteira. E no dia seguinte também. Tanto que fiquei muito encabulado quando vi Bella atrás da cortina, sentada, esperando pacientemente a hora da maquiagem. Sentei-me ao seu lado.

_Me desculpe por ontem, Bella. Eu não estava no meu melhor momento._ Eu tentei me desculpar. Ela me olhou, seu olhar novamente transbordando compaixão, e respondeu:

_Tudo bem, Cullen. Eu entendo. Às vezes não estamos no nosso melhor humor. Acontece comigo também._

_Mas eu aposto que você não faz grosseria com os outros... Tem alguma coisa que eu possa fazer pra me redimir? Qualquer coisa..._ Murmurei. Ela pensou por mim minuto, e depois respondeu:

_Bom, você poderia recolher umas caixinhas de doações que eu espalhei pelos estabelecimentos da cidade? O dinheiro recolhido será usado pra comprar os presentes pras crianças do orfanato._ Ela disse.

Eu me lembrava dessas caixinhas. Eu e Emmett gostávamos de jogar clipes, pois faziam barulho de moeda ao caírem. Ficávamos rindo da cara de Bella quando ela abria as caixas esperando boa coisa por causa do peso e via que não passavam de clipes. A lembrança me fez tremer. Ela percebeu isso.

_Se não quiser..._

_Não_ eu a interrompi _Deixe comigo._ 

E fui para o camarim, me trocar para interpretar Tom quando escuto a voz dela, ao longe.

_Obrigado Cullen. E boa sorte._

 

Então a peça começou. Uma garota chamada Jessica, por ser pequena, interpretou o papel da filha. Terminamos a primeira parte bem, sem termos errado nenhuma fala, mas não éramos lá uma explosão de talento.

Não vi Bella enquanto arrumávamos os cenários para o segundo ato.  Também não me interessava. Eu estava nervoso, pois era naquele ato que eu teria que pronunciar as tão temidas palavras “Que coisa mais linda”.

Então as cortinas se abriram, e eu me vi de novo no universo de Tom e sua filha. Naquela hora, eu passeava pela cidade procurando o presente que a minha filha queria.  Quando eu estava olhando a vitrine,  percebi o “Ah” de espanto de todos aqueles que nos assistiam. Vi, pelo canto do olho, os olhos de Charlie se encherem de lágrimas.

Me preparei para dar meia-volta, e, quando o fiz, entendi o motivo do silencio.

Pela primeira vez que a vi, Bella usava os cabelos cor-de-mogno soltos, na altura da cintura. Com o reflexo dos cabelos às luzes do palco, era quase possível ver a aureola em cima da cabeça de Bella. Usava um vestido branco, feito sob medida pra ela.  Usava um pouco de maquiagem, apenas pra destacar os traços.

Era um anjo mesmo.

Fiquei ali, olhando pra ela, certo de que o assombro era visível a um quilometro de distancia na minha expressão. Até que me lembrei que tinha uma fala a pronunciar. Respirei fundo, e as palavras fluíram junto com a minha respiração:

_Que coisa mais linda!_

Desde as velhinhas de cabelo branco e pele flácida na primeira fila até os meus amigos sentados lá atrás perceberam:

Eu tinha acertado aquela fala na mosca pela primeira vez.

 

 


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. E se gostaram, espero reviews, ok? Beijos!



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