“Você vai ter uma irmãzinha?” Exclamou Lina.

“Ou irmãozinho...” Murmurou Mellody.

“Ah, você vai adorar isso Mellody!” Lina pegou os ombros da amiga e começou a pular feito uma doida.

“Vou?” Perguntou Mellody. “Dizem que bebês dão muito trabalho... Acho que tudo vai acabar sobrando para mim...” Ela se abaixou e pegou Night, seu gato preto de estimação.

“Ah, você vai gostar sim!” Lina sorriu. “Sim, bebês dão trabalho, mas não é assim a coisa mais horrível.” Ela riu passando a mão na cabeça de Night. “O meu irmãozinho, Duke, por exemplo, é bem fofo e quietinho.”

“Duke?” Perguntou Mellody colocando o gato com cuidado no chão. “Você não me disse que tinha um irmãozinho mais novo.”

Lina riu desajeitada coçando a parte de trás da cabeça.

“É, nunca contei...” Ela sorriu. “Mas não é só um irmão, são dois. O Duke de apenas 2 aninhos e o John que é um ano mais velho que eu.”

“Ah, eu gostaria de conhecê-los.” Disse Mellody com um sorriso unindo suas mãos.

“Bem, John não esta em casa... Ele foi para a casa da minha avó.” Disse Lina. “Mas minha mãe esta em casa cuidando do Duke, vamos lá em casa.”

“Vamos!” Mellody riu e pegou a mão da amiga.

A casa de Lina era pequena e lembrava um pouco a casa de Mellody a não ser é claro que não tinha nenhum outro andar só o térreo. A primeira sala era a sala de estar, ela era bem espaçosa e tinha uma pequena lareira preta com detalhes em cinza, e dois sofás, um pequeno e o outro grande.

“Mãe.” Chamou Lina. “Eu trouxe uma visita a Mellody.”

“Ah, pequena Mellody.” A mãe de Lina, Mary Ann, apareceu no canto da sala. “Que bom vê-la aqui.”

Mary Ann era muito bonita e alta, alguns centímetros a mais que a mãe de Mellody, Sally, sua pele era amarelada como a de sua filha Lina, seus olhos eram negros, mas não tanto quanto os de Sally, e seus cabelos eram laranja igual aos cabelos da filha.

“É prazer revê-la Senhora Mary Ann.” Mellody sorriu.

“Mãe, onde está Duke?” Perguntou Lina. “Mellody quer conhecer ele!”

“Ah, ele esta aqui na cozinha.” Disse Mary Ann. “Venham.”

Mellody e Lina a seguiram até chegar à cozinha. Era uma cozinha pequena, mas bem iluminada. E bem num banquinho, à mesa, estava sentado um bebezinho todo lambuzado de sopa. As três riram.

Duke era idêntico a mãe, apesar de cabelo ser roxo e que ele apenas possuía botões no lugar dos olhos.

“Oi Duke.” Disse Lina. “Quer vir com a irmã?”

“Imã! Imã!” Balbuciou Duke sorrindo e esticando os braços para a irmã que o pegou no colo.

“Mellody, este é o meu irmãozinho, Duke. Duke, essa é a minha melhor amiga, Mellody” Lina riu.

“Oi Duke.” Disse Mellody com um sorriso pegando uma mãozinha do Duke.

“Duk...” Balbuciou o bebê e Lina e Mellody riram.

“Ele gosta de falar o próprio nome.” Disse senhora Mary Ann que agora estava mexendo no grande caldeirão da cozinha.

Duke de repente se interessou no pulso da nova amiga ruiva, ele colocou os dedinhos miúdos lá e com um sorriso: Puxou!

“Ah!” Murmurou Mellody e a ultima coisa que viu foi sua mão caindo no chão junto com algumas folhas.

“Ah, me desculpe por isso Mellody.” Disse Mary Ann surpresa pegando a mão de Mellody do chão e estendendo para ela. Depois se virou para Lina e Duke. “Me dê ele aqui.”

“Não esta tudo bem...” Murmurou Mellody se sentando em uma das cadeiras da cozinha.

Lina foi até a amiga que já estava pegando linha de dentro de um dos bolsos de sua saia e uma agulha do meio dos cabelos.

“Quer ajuda?” Perguntou Lina.

“Bem sim, pode segurar minha mão aqui, por favor?” Perguntou Mellody. Lina assentiu e segurou a mão de sua amiga perto do pulso dela. “Obrigada. É tem razão... Bebês dão trabalho.”

As duas riram até que ouviram uma voz.

“Mãe? Lina? Pai? Duke?” Perguntou a voz chegando cada vez mais perto.

“John, já aqui?” Perguntou Lina olhando por cima do ombro de Mellody.

Mellody se virou e arregalou suas orbitas (se é possível ela fazer isso).

Na sua frente estava um garoto alto e magro com a pele amarelada, com costuras aparecendo em seus pulsos e em seus calcanhares. Seu cabelo era dividido em camadas de cor laranja e cor roxa. Mas o que mais surpreendia era o rosto, ele não tinha dois olhos normais ou dois botões, ele tinha um de cada.

John Dollin.