Os dias até ao dia da formatura passaram a correr. Eu estava cada vez mais ansiosa para esse dia, queria tanto formar-me e começar a trabalhar num projeto meu. Já tinha pensado em algumas coisas mas não tinha nada muito definitivo.
Eles queriam todos ir ver a minha formatura e não fui eu que disse que não, sabia que não valia a pena contestá-los, era uma perda de tempo. Depois da cerimónia, decidimos vir todos para minha casa para um almoço de comemoração que foi ideia da Esme. Ia ser um dia em família, e era disso que eu gostava.
- Alice. – Ouvi o Jasper a chamar. Eu estava num sono profundo. Tinha-me deitado tarde na noite anterior visto que tinha estado a adiantar algumas coisas para o almoço de hoje. Não me queria levantar, queria dormir mais um pouco. – Temos de nos levantar, Alice. – Disse o Jasper num tom divertido quando me virei para o outro lado.
- Mais um pouquinho, Jasper. Tenho tanto sono. – Resmunguei.
- Eu disse-te para vires dormir mais cedo. Hoje, tínhamos preparado tudo. – Respondeu ele. Apenas soltei um resmungo incompreensível, fazendo o Jasper voltar a rir. – Vou tomar banho e quando voltar, volto a acordar-te, está bem? – Perguntou pondo algumas mechas do meu cabelo atrás da orelha.
- Está bem, demora! – Respondi enquanto voltava para o meu sono. A última coisa que voltei a ouvir, antes de ele me voltar a acordar, foi a sua risada. Quando ele me voltou a acordar, parecia que tinha acabado de adormecer e não tinha descansado nada.
- Agora, tens mesmo de te levantar, Alice. Ainda temos que acordar as princesinhas e o Will. – Disse ele.
- Está bem. – Respondi abrindo os olhos e levantando-me da cama. Ele estava em pé perto do meu lado da cama, ainda de toalha e com uns pingos de água a escorrer pelo seu corpo. Olhei para o corpo dele descaradamente. Às vezes, ele fazia-me parecer uma adolescente, outra vez.
- Vendo algo que gostas? – Comentou ele com um sorriso no rosto.
- Não! – Respondi, mentindo para ele.
- Não? – Perguntou ele num tom divertido.
- Não, não estou. Porquê? – Perguntei, para o provocar. Ele começou a aproximar-se de mim com um sorriso divertido no rosto o que queria dizer que não vinha coisa boa dali. Mal chegou-se ao pé de mim, começou-me a fazer cócegas o que fez com que eu voltasse a cair na cama, mas desta vez ele estava em cima de mim fazendo cócegas até eu dizer que tinha visto algo que tinha gostado.
- Jasper, para! – Pedi entre risadas.
- Então volta a responder à minha pergunta. Viste algo que gostaste? – Perguntou ele enquanto continua a fazer-me cócegas.
- Vi! – Disse no meio de uma risada, fazendo com que ele parasse as cócegas. Suspirei de alívio. - Vi. – Voltei a repetir. – E tu sabes muito bem o quê! – Comentei sorrindo.
- Claro que sei. – Disse ele, beijando-me de seguida. – Estás nervosa para a cerimónia? – Perguntou ele acariciando a minha bochecha.
- Mais ansiosa do que nervosa. Estou à espera deste dia há tanto tempo! – Comentei.
- Eu sei que sim! E não poderia estar mais orgulhoso de ti, Alice. És uma mulher tão corajosa e como uma força interior tão grande. Sou um sortudo por te ter como minha mulher. – Sorri para ele e beijei-o de volta. Eu amava tanto o Jasper que por mais que os anos continuassem a passar, o meu amor por ele só aumentaria e nunca começaria a desvanecer-se. Ficámos na nossa bolha mais um pouco até darmos conta que o tempo estava a passar e que eu ainda tinha que ir tomar banho. Fui até à casa de banho num instante e tomei um banho rápido. Depois de me ter enxugado vesti o meu vestido preto que ia até aos joelhos e calcei uns sapatos de salto. Coloquei um colar e depois sequei o meu cabelo, deixando-o solto. Queria ir simples. Assim que acabei de me vestir, saí do quarto e fui acordar as minhas princesinhas e o Will. O Jasper estava no piso de baixo a fazer o pequeno-almoço. A Amber e a Liv já se vestiam sozinhas, por isso foi só deixar a roupa delas em cima da cama para elas se vestirem, mas tive que ir vestir o Will que estava rabugento por ter sido acordado. Assim que lhe consegui vestir uma camisa num azul claro, umas calças escuras, calçar-lhe os sapatos e tentar pentear os seus caracóis sem sucesso nenhum, levei-o para baixo para ele ir começando a tomar o pequeno-almoço.
- Papá! – Chamou ele ainda rabugento assim que entrou na cozinha. – Papá, a mamã acordou-me e obrigou-me a vestir isto! – Disse ele puxando a camisa, amachucando-a um pouco.
- É para ficares bonito que nem o papá, Will! – Disse o Jasper colocando-o na cadeira.
- Mas eu já sou bonito como tu papá, não preciso disto! – Disse ele voltando a puxar a camisa. Eu e o Jasper caímos na gargalhada. Ele era uma autêntica cópia do Jasper e não havia mais nada a dizer. Tive que voltar para cima para ver das minhas princesinhas. Primeiro, fui ter com a Amber. Como previ, ela já estava vestida e só faltava calçar-se. Fui buscar umas sandálias para ela a condizer com o vestido e depois prendi um pouco do seu cabelo com um gancho. O cabelo dela era lindo e por isso, eu adorava vê-lo solto. Assim que ela se despachou, pedi para que ela fosse para baixo tomar o pequeno-almoço. Fui, de seguida, para o quarto da Liv que ainda estava a dormir na cama.
- Dorminhoca, tens de levantar! – Disse rindo, indo abrir os cortinados outra vez, já que ela os tinha fechado desde a outra vez que os abri. Ela tapou a cabeça com o lençol, o que me obrigou a ir lá e destapar-lhe.
- Mamã! – Resmungou ela.
- Tens de levantar, princesinha! – Disse. – Assim vamos chegar atrasados.
- Está bem. – Disse ela levantando-se da cama e indo em direção à casa de banho. Assim que ela voltou, ajudei-a a colocar o vestido e a calçar as sandálias e depois fiz-lhe uma trança de cada lado.
- Estás linda, princesinha! – Admirei.
- Obrigada, mamã! – Agradeceu ela sorrindo.
Fomos as duas para baixo tomar o pequeno-almoço. Os outros ainda não tinham acabado, por isso ficámos os cinco à mesa até todos acabarem de comer. Depois, a Amber, a Liv e o Will foram brincar para a sala enquanto eu e o Jasper arrumávamos a cozinha e púnhamos a loiça suja na máquina de lavar loiça. Não demorou muito para que a Esme e o Carlisle chegassem. Eram os únicos que vinham cá a casa antes da cerimónia. A Esme vinha trazer uns doces que tinha feito.
- Bom dia, Esme! Bom dia, Carlisle! – Cumprimentei-os assim que abri-lhes a porta.
- Bom dia, Alice! – Disseram os dois. Fui com a Esme até à cozinha e depois voltámos para a sala para ela ver os netos.
- ‘Vó! – Gritou o Will assim que viu a Esme e foi a correr até ela. Ela pegou-lhe ao colo para lhe beijar a bochecha. – ‘Vó diz a mamã que eu sou lindo sem camisa, é que ela faz comichão! – Explicou ele na sua voz infantil, o que me fez rir. A Esme também se riu e beijou a bochecha dele.
- Mas a avó acha que com a camisa ficas “lindão”! – Disse ela sorrindo para ele.
- Sério, ‘vó? – Perguntou ele olhando para a camisa.
- Sério! – Disse ela sério para ele.
- Ah, então eu vou ficar com a camisa. – Respondeu ele o que fez com que explodíssemos em gargalhadas. Só mesmo o Will para fazer isto.
- Tal pai, tal filho. – Comentou a Esme assim que colocou o Will no chão.
- O que queres dizer com isso, mãe? – Perguntou o Jasper fingindo-se de indignado.
- Nada, meu filho. – Respondeu ela sorrindo.
Depois de a Esme ter acabado de convencer o Will a deixar a camisa vestida, preparámo-nos todos para sair de casa. Já estávamos um pouco ainda cima da hora e ainda tínhamos que encontrar os outros, antes de a cerimónia começar. Fomos até aos carros e dirigimos até à universidade. Quando chegámos, os outros já estavam à nossa espera. Cumprimentei-os apressadamente pois tinha que ir ter com os outros estudantes que se iam formar. Não demorou muito para que a cerimónia começasse. O diretor da universidade fez um discurso e depois passou tudo muito rápido até que chamassem o meu nome para receber o meu diploma. Assim que ouvi chamarem o meu nome, o nervosismo apareceu mas eu tratei de não transparecer nervosa e fui buscar o meu diploma. Ainda demorou um pouco para chamarem os nomes todos, mas quando a entrega de diplomas acabou, levantámo-nos todos felizes. Abracei algumas pessoas que tinha conhecido e tirei algumas fotos. Quando me vi livre fui ter com a minha família que estava à minha espera. A minha mãe foi a primeira que me abraçou.
- Estou tão orgulhosa, Alice! – Disse ela fazendo com que eu chorasse um pouco. Nunca na minha vida, a minha mãe tinha dito que estava orgulhosa e eu não poderia estar mais feliz de ouvir isso, hoje. Não demorou para eu passar para os braços da Esme, quem eu considerava a minha segunda mãe. Acabei por passar pelos braços de todos e depois decidimos voltar para casa, pois já passava um pouco da hora do almoço. Assim que chegámos, a mulheres foram para a cozinha preparar o almoço e os homens ficaram com as crianças no jardim, a brincar com elas. Já estávamos a levar tudo para a mesa quando a campainha tocou. Achei estranho, porque não estava à espera de mais ninguém.
- Eu atendo. – Disse a Esme dirigindo-se à porta de entrada. Do sítio onde eu estava não conseguia ver quem era mas conseguia ouvir um choro contido.
- O que estás aqui a fazer, querida? – Ouvi a minha mãe a perguntou. Comecei a ficar curiosa com quem quer que seja que tenha tocado à campainha. Pousei a travessa que trazia na mesa e dirigi-me à porta de entrada, mas não estava à espera de ver a cena que vi. A Cynthia estava nos braços da minha mãe a chorar, as vozes que estavam no hall deixaram de existir. Senti o olhar preocupado da Esme em mim e depois a minha mãe disse-me algo que não percebi. De seguida, ela pegou na sua mala e foi embora com a Cynthia, tornando o momento ainda mais inesperado.