Os quatro meses seguintes passaram-se calmos. Nunca tive uma vida tão descansada como estes quatro meses. Estávamos todos felizes e eu sentia-me a transbordar felicidade. Ainda não estava a trabalhar. A Rose sim, ia apenas de tarde trabalhar. Ela tinha contratado uma nova rapariga para me substituir enquanto eu não voltava a trabalhar. Mas eu ficava com pena da rapariga quando pensava que ela tinha que ser despedida para eu voltar a trabalhar na loja. Era verdade que ela sabia que era apenas temporário, mas mesmo assim não gostava dessa ideia, para não falar que estava com outras ideias na cabeça. Já tinha contado à minha mãe e à Rose e ambas concordaram com isso. Tinha que contar ao Jasper para ver o que ele achava. Se ele achasse que não poderia ser, eu compreendia, mas eu estava mesmo muito entusiasmada com a ideia. Tinha pedido para falar com ele, hoje. Íamos jantar os dois fora. Apenas os dois. Há muito tempo que isso não acontecia, mas eu estava preocupada com o Will. Ele tem dormido mal de noite e chora muito. Eu calculo que sejam os dentinhos a nascer, mas não tenho a certeza. Estava com ele, agora na sala de espera para a pediatra o ver. Custava-me vê-lo assim e muito menos deixá-lo assim, sem mim ao pé, mas a minha mãe disse que cuidava dele. Eu confio nela, mas era difícil deixar o meu bebé assim e eu ir jantar fora com o Jasper.
- Pronto, amor, isso já vai passar. – Tentei acalmá-lo quando o ouvi choramingar. Ele mal tinha dormido esta noite, devido às dores. Como consequência, eu tinha dormido muito pouco. Estive a noite toda com ele a tentar acalmá-lo, mas não consegui. Não lhe podia dar medicamento nenhum, porque não sabia o que dar. Como já tinha chegado ao ponto de ele não conseguir dormir com dores, decidi vir ao médico.
- William Cullen. – Chamou uma enfermeira. Levantei-me com ele, peguei na mala que continha algumas coisas necessárias para o Will e entrei dentro da sala da médica. A médica já me conhecia, era a pediatra da Liv e da Amber e eu quis que ela também fosse do Will. Quando entrei dentro da sala, a médica estava a escrever numa ficha de um paciente. Sentei-me em frente a ela e aconcheguei o Will ao meu colo que ainda choramingava um pouco.
- Bom dia, Alice. – Cumprimentou a médica.
- Bom dia, doutora. – Cumprimentei-a também.
- O que o pequenino tem? – Perguntou ela carinhosamente.
- Eu acho que são os dentes que querem começar a nascer, mas não tenho a certeza. Ele esta noite não dormiu quase nada por causa das dores. – Expliquei à médica.
- Está assim há muito tempo? – Perguntou ela levantando-se da sua cadeira.
- Começou a chorar há quatro dias, mas nada de preocupante. Depois começou a acordar de noite a chorar. Eu desconfio que seja os dentes. Os da Liv também começaram a nascer por esta altura.
- É provável que seja. Mas mesmo assim vou confirmar. – Disse ele chegando-se ao pé de mim. – Pequeno Will, tens de abrir a boca para eu conseguir ver o que tens. – Falou ela carinhosamente com o Will. Ela conseguiu abrir-lhe a boca. Primeiro observou e depois apalpou as gengivas e o Will começou a chorar como protesto.
- Shh, bebé! Está tudo bem. – Acalentei-o mas ele continuou a chorar.
- Sim, são os dentes que estão a nascer. – Confirmou a médica. – Agora, vou lhe passar uma pomada na gengiva para acalmar as dores, visto que ele está com muitas, mas eu prefiro que a Alice compre um daqueles mordedores que vão ao frigorífico para ele os morder. Vão acabar por servir como um anestésico natural. Se ele estiver muito mal, esfregue a pomada que eu lhe vou receitar na gengiva. Mas apenas em último caso.
- Está bem, doutora. – Respondi. Ela esfregou-lhe um pouco de pomada na gengiva e depois passou-me a receita da pomada e despediu-se de nós. Fui comprar a pomada à farmácia que se encontrava perto do hospital e aproveitei e comprei o mordedor que a médica falou. Depois fui até casa da Esme, onde estava a Liv. A Amber ainda estava na escola. O Will foi acalmando aos poucos e acabou por adormecer durante a viagem de carro até casa da Esme. Quando lá cheguei, estacionei o carro e sai com o Will adormecido no meu colo. Toquei à campainha e a Esme atendeu de seguida.
- Então, Alice? O que se passa com o Will? – Perguntou a Esme preocupada.
- Os dentes estão a nascer-lhe, o que lhe provoca as dores. – Disse-lhe.
- Coitadinho. – Comentou a Esme acariciando a bochecha do Will.
- Como é que a Liv se portou? – Perguntei. Aquela menina estava cada vez mais irrequieta e traquina. Completamente o oposto da Amber. Então quando estava com a Amy, era só disparates.
- Portou-se bem. Esteve a ajudar-me a fazer um bolo de chocolate e agora está a ver televisão ali na sala. – Nós estávamos no hall de entrada ainda. – Ela é apenas traquina, Alice. Tu também eras um pouco assim. Então quando te juntavas com a Rose, era o caos. Vocês as duas faziam tanto mal ao Jasper e ao Edward. A Liv com a Amy fazem-me lembrar muito de ti e da Rose naquela idade. – Comentou ela rindo-se. Ri-me também com ela. – Vai deitar o Will lá em cima e fica para o almoço. – Pediu a Esme.
- Não vou incomodar? – Perguntei.
- Claro que não. – Respondeu a Esme sorrindo. – A Rose também deve estar aí a vir com a Amy, o Ray e o Peter. Teve uma emergência na loja e tem de ir agora para lá em vez de ir só depois de almoço.
- Está bem, então eu fico. Subi para o segundo andar e deitei o Will no berço destinado para ele. Depois desci e fui ter com a minha princesinha que se encontrava esparramada no sofá a ver televisão. – Olá princesinha! – Falei assim que me sentei ao seu lado.
- Olá mamã! – Disse ela sorrindo. – O Will já está melhor? – Perguntou ela desprendendo os olhos da televisão e olhando para mim.
- Sim, já está melhor. – Respondi-lhe.
- Ainda bem. Queres ficar a ver desenhos animados comigo? – Perguntou ela. – Estes são muito giros!
- Está bem, a mãe fica. – Disse pondo a sua cabecinha nas minhas pernas para lhe acariciar os cabelinhos. Ficámos assim até a Rose chegar. Ela mal ficou lá em casa, entrou a correr para deixar os filhos e saiu a correr para a loja. Assim que a Amy chegou, a Liv levantou-se do sofá e foi ter com ela para irem brincar. A Esme foi o Peter lá em cima que também se encontrava a dormir e o Ray veio para a sala onde eu estava.  
- Olá, tia Alice! – Disse ele sentando-se ao meu lado e mudando o canal da televisão para outro canal de desenhos animados.
- Olá, Ray. Tudo bem? – Perguntei-lhe.
- Sim. – Respondeu ele sorrindo. – A Amber vai demorar muito a chegar? – Perguntou ele um pouco envergonhado.
- Só chega depois de almoço, Ray. – Disse-lhe. – Ela está na escola.
- Eu sei. Também quero ir para a escola para saber ler e escrever como a Amber. – Disse ele com uma carinha muito fofa.
- Eu sei, amor. Está quase. – Disse-lhe sorrindo. Ele também sorriu para mim.
- Venham comer! – Chamou a Esme.
- Vamos lavar as mãos, Ray. – Chamei-o. Fui com ele lavar as mãos e depois fui chamar a Amy e a Liv que ainda não tinham ouvido a avó a chamar para irem almoçar. De seguida fomos todos para a meda e almoçamos todos juntos. Depois de almoçar, fui até lá acima para dar de mamar ao Will. Eu estava a desabituá-lo da mama. Só o deixava mamar a esta hora. De resto, era sempre biberão. Quando comecei a fazer isto, era um pouco difícil porque ele fazia birra, mas agora, ele já estava habituado. Quando ele não quis mamar mais, levei-o para baixo para ele poder brincar um pouco. O Peter continuou a dormir, pelo que a Esme disse, ele tinha adormecido há pouco tempo. Por volta das três da tarde, fui buscar a Amber à escola e trouxe-a para casa da Esme, visto que a Liv queria continuar lá para brincar com os primos. A Amber fez os seus trabalhos de casa num instante, quando chegou a casa da Esme, e depois foi brincar também com a irmã e com os primos. Quando o relógio marcou cinco e meia da tarde, decidi ir embora. Ainda tinha que me arranjar para o jantar, onde ia contar a minha ideia ao Jasper. Eu estava um pouco nervosa quanto a isso. Eu tinha falado com ele hoje de manhã sobre isso e ele propôs jantarmos enquanto eu lhe queria contar o que quer que fosse. Eu aceitei, tanto por causa do nervosismo como porque ele já estava atrasado para o trabalho.
Assim que cheguei a casa, fui deitar o Will no berço que tinha adormecido no carro. Ele não tinha dormido sesta, porque dormir de manhã e a Amber e a Liv foram brincar para um dos quartos. Eu aproveitei para tomar um banho rápido e arranjar-me para o jantar. Fui para o duche e estive lá mais tempo do que desejava, assim que saí enxuguei-me e vesti a minha roupa interior. De seguida, vesti um vestido soltinho em tons de creme e calcei uns sapatos de salto. Coloquei uns brincos do mesmo tom do vestido e maquilhei-me, depois de me pentear e apanhar o meu cabelo num rabo-de-cavalo. Quando acabei já eram sete horas. O Jasper e a minha mãe já deviam estar a chegar. Fui acordar o Will para lhe dar de comer e fui ver o que a Amber e a Liv estavam a fazer. Quando acabei de dar o biberão ao Will, a campainha tocou. Fui em direcção à porta de entrada e abri. Era a minha mãe. Ela cumprimentou-me e pegou no Will de seguida.
- Ele acabou de comer, deve dormir daqui a pouco. – Disse-lhe. A minha mãe foi com ele para a sala e eu fui ajudar a Liv a tomar banho num instante. A Amber tomou banho de seguida e depois o Jasper chegou e também tomou um duche rápido, visto que já estávamos atrasados. Quando ele se despachou fomos embora mas não antes de eu dar todos os avisos à minha mãe. Mal chegámos ao restaurante, levaram-nos para uma mesa. O Jasper deve ter marcado. A seguir a sentarmo-nos, o empregado trouxe-nos o menu e nós escolhemos rapidamente o que iríamos comer.
- Então, Alice, o que me querias dizer? – Perguntou ele sorrindo ternamente para mim. Eu estava mesmo muito nervosa e não sabia por onde começar.