My Destiny Is You escrita por Nyh_Cah


Capítulo 54
Capítulo 54




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Os três dias seguintes passaram-se muito lentamente. Parecia que as horas não passavam. Já estava farta de estar num hospital mas anda tinha que estar mais alguns dias. E o Will também. Ainda não o tinham desentubado. Ele ainda não conseguia respirar sozinho. Todos os dias ia ter com ele, mas custava-me tanto vê-lo assim. Era tão difícil ver um filho mal e não poder aconchegá-lo ao nosso peito para ele se sentir seguro. Sentia-me impotente em relação aos meus filhos. A Amber também estava a sofrer com isto. Ela estava aterrorizada pelo que tem estado a acontecer e eu não estou ao lado dela para a ajudar. Não tenho estado com ela como uma mãe deveria. Nem com ela, nem com a Liv. Mas a Liv é mais pequena, esquece mais depressa. Pelo que a Rose me diz, ela anda normal. Já brinca, já come bem e não chora de noite. A Amber é o oposto. Raramente brinca com a irmã e os primos, dorme mal, não fala com ninguém. Estou tão preocupada e não consigo fazer nada por ela.
Estava à espera do Jasper para poder ir ver o Will. Eu ainda não me podia mexer muito por causa da sutura e ainda tinha algumas dores a fazer movimentos. Ele tinha ido à casa de banho. Desde que dei entrada no hospital, ele não tem ido a casa. Tem ficado no hospital todos os dias. Come aqui, dorme aqui, lava-se aqui. Percebia-se que ele andava cansado e preocupado. Ele devia dormir mal de noite, tinha apenas uma poltrona para dormir. Já o tinha tentado convencer a ir para casa uns dias mas ele não quis. Disse que tinha que ficar comigo e com o Will.
- Vamos? – Perguntou o Jasper interrompendo o meu pensamento.
- Sim. – Respondi um pouco mais sorridente. Nestes dias tem sido raro sorrir. Era difícil com os meus filhos a passar por isto e a sofrer. O Jasper ajudou-me a sentar na cadeira de rodas e fomos até ao berçário, onde o Will estava. O Jasper pôs a cadeira em frente à incubadora para o poder ver. Ele ainda era muito pequenino e pelo que a médica dele dizia, ainda não tinha os pulmões totalmente desenvolvidos, mas que estavam a desenvolver bem e que daqui a uns dias ele conseguiria respirar sozinho. Estiquei o meu braço para lhe poder tocar. Era o máximo de contacto que tinha com ele. Ele abriu os olhos. Estava acordado. Sorri para ele e deixei a minha mão na sua barriga para ele me sentir. Eu queria que ele soubesse quem eu era e que estava ali para o ajudar.
- Alice. – Chamou alguém. Virei a cabeça e deparei-me com a Alyson vestida de enfermeira no berçário. Eu lembrava-me dela. Ela esteve comigo o tempo todo até a ambulância vir. Se não fosse ele provavelmente teria morrido e o Will também.
- Alyson! – Exclamei surpresa. – Trabalha aqui? – Perguntei um pouco curiosa.
- Eu sou enfermeira mas trabalhava noutro hospital, mas fui transferida para este há dois dias. Agora trabalho aqui. – Explicou ela sorrindo. – Como estás? – Perguntou-me ela.
- Bem, dentro dos possíveis. – Respondi sorrindo fraco. – O Will ainda está entubado, não respira sozinho.
- Alice, isso não é raro em bebés que nascem com sete meses. Com sete meses eles ainda não estão o suficiente, desenvolvidos para nascer. Passado uns dias de estarem entubados eles começam a respirar sozinhos. Tens de lhe dar tempo. Ele vai conseguir respirar sozinho, ele está a lutar neste momento para isso.
- Eu sei. – Respondi baixinho. - Mas eu queria tanto pegar-lhe. Eles não me deixam. – Disse triste. A Alyson ficou um pouco pensativa mas depois abriu um sorriso.
- Posso dar uma ajuda nisso mas tem que ser muito pouco tempo. Também estás fraca Alice. – Disse ela indo em direcção à incubadora. Ela tirou-o cuidadosamente de lá e passou-mo para os braços. Eu peguei nele com um cuidado exagerado, ele parecia frágil e quebradiço. Aconcheguei-o ao meu peito e peguei na sua mãozinha. Ele fechou os olhinhos preparado para adormecer no meu colo. Estive o tempo todo a olhar para ele, os meus olhos não desviaram o foco, nem sequer pisquei com medo de perder alguma coisa daquele momento.
- O pai também quer pegar nele? – Perguntou a Alyson para o Jasper. O Jasper estava com um sorriso enorme no rosto e com os olhos brilhantes, como se estivesse quase a chorar. Ele afirmou com a cabeça para responder à pergunta. Passei o Will cuidadosamente para os braços do Jasper. O Will já estava a dormir mas vi que o Jasper estava tão feliz como eu por poder pegar-lhe ao colo, por poder aconchegá-lo ao seu peito. – Eu sei que vocês querem continuar com ele ao colo, mas ele tem que ir para a incubadora. – Informou a Alyson ao fim de um bocado. Eu e o Jasper concordámos com ela e a Alyson meteu o Will na incubadora.
- Obrigada. – Agradeci-lhe. Eu não sabia o que dizer mais. Ela tinha feito tanto por mim. Eu nem sabia como lhe agradecer. Ela sorriu.
- Agora vou ter que ir trabalhar. Havemos de nos encontrar outra vez.
- Claro. – Respondi. Ela saiu do berçário e foi trabalhar. Eu e o Jasper ficámos lá mais um pouco. Vimos o Will a dormir durante um bocado e depois o Jasper convenceu-me a ir para o quarto descansar. Como sempre eu não queria deixar o Will sozinho. Seria tudo mais fácil se ele estivesse comigo no quarto.
- Como te sentes? – Perguntou o Jasper a seguir de me ter deitado na cama. Ele agora estava sempre tão preocupado comigo. Queria sempre saber como eu me sentia e se estava com dores.
- Estou bem. – Respondi sinceramente. Ele sorriu um pouco para mim e acariciou-me a bochecha. – Estás tão cansado, Jasper. Precisas de ir descansar e não é aqui no hospital.
- Eu não vou conseguir descansar se for para casa. Vou estar sempre com medo que aconteça alguma coisa. – Explicou ele.
- Tens de tentar pelo menos. Vais acabar doente se continuares assim. A Maria já está presa e aqui no hospital eu estou segura. As enfermeiras não deixam ninguém entrar sem ser da família e elas já sabem quem é da família. Eu também já estou bem. Agora é só a sutura cicatrizar e tirar os pontos e o Will está bem entregue às enfermeiras. Elas têm sido óptimas com ele.
- Eu sei. – Disse ele baixo.
- Promete que amanhã vais para casa descansar e estar um pouco com a Amber e a Liv. Elas também precisam de nós. – Disse-lhe. – Ficas aqui esta noite e amanhã de manhã depois do pequeno-almoço vais ter com elas. Passas o dia com eles e depois dormes em casa. Prometes?
- Está bem. – Concordou um pouco reticente. – Mas se acontecer alguma coisa, ligas-me imediatamente.
- Está bem, eu ligo mas não vai acontecer nada.
- Também espero que não.
O resto da tarda passou-se bem. Para o fim da tarde a Esme e o Carlisle passaram por aqui para me verem e verem o Will. Mas estiveram pouco tempo. Depois do jantar acabei por adormecer aconchegada no Jasper. Ele deitou-se ao meu lado na cama. Dormíamos um pouco apertados porque a cama não era muito grande mas era sempre bom dormir aconchegada no Jasper.

Narrado na Terceira Pessoa

Evolet tinha acabado de sair de casa para ir ao centro comercial. Desde a sexta-feira passada que ela não ia lá. O trabalho não lhe tinha permitido ir durante a semana. Ao fim de semana não valia a pena ir, quem ela queria ver, não trabalhava ao fim-de-semana. Trabalhava apenas durante a semana. Normalmente, desde há dois anos, que ela ia todos os dias ao centro comercial e sentava-se num banco para vê-la a trabalhar na loja. Era a única maneira de a ver, era o máximo que ela tinha de contacto. Nunca tentou aproximar-se. Tinha medo da reacção, tinha medo de ser rejeitada. Evolet sabia que não tinha sido boa, nunca a tinha tratado bem mas arrependeu-se. Arrependeu-se muito. Seria tarde demais? Evolet esperava que não. Evolet queria resolver as coisas. Queria que a sua vida se ajeitasse, pois tinha desmoronado há dois anos. Há dois anos a sua vida foi como peças de dominó a caírem umas contra as outras. Há dois anos percebeu o quanto era infeliz e acabou por se separar do seu marido. Não sofreu com isso. Sempre soube que nunca o amou, estava com ele apenas por conveniência. Mas ela não aguentava mais isso. Ela queria ter uma vida feliz. Queria ser feliz antes de morrer. Saiu da casa onde viveu os seus últimos vinte e três anos, arranjou um emprego novo e comprou uma casa mais pequena. A sua filha ficou do lado do pai. Nunca mais quis saber de Evolet. A sua vida ainda estava em construção. As peças do dominó ainda estavam a ser levantadas.
Estacionou o carro no parque subterrâneo e subiu pelas escadas rolantes até ao piso onde se encontrava a loja. Quando lá chegou, viu a loja fechada. Evolet sabia que não estava fechada por causa da hora de almoço. Vinha todos os dias a esta hora e nunca a encontrou fechada. Aproximou-se mais da loja e reparou que tinha um aviso na porta. “Loja fechada durante duas semanas por motivo de um acidente com uma das funcionárias.” É o que dizia o anúncio. Evolet entrou em pânico. Ela não sabia qual das empregadas tinha sofrido o acidente mas desconfiava e ela não queria acreditar. Ela tinha tanto medo de não se conseguir desculpar, de não conseguir livrar-se da culpa que carregava sobre os ombros. Ela pegou no telemóvel e telefonou para casa de quem se queria desculpar. Tinha de ter a certeza que não era ela que tinha sofrido o acidente. Evolet tinha arranjado este número na lista telefónica. Sabia que não devia, mas a curiosidade foi mais forte. Ela queria ligar mais cedo e não numa situação destas, mas não teve coragem. Ninguém atendia, a chamada acabou por ir parar ao voice-mail. Evolet ficou ainda mais desesperada. Ela não tinha outra alternativa. Tinha que ir falar com a Esme.
Evolet foi até ao carro o mais rápido que conseguiu e conduziu até casa da Esme o mais rápido que pode. Ela tinha que saber. Ela precisava. Nunca se tinha sentido assim durante toda a sua vida. Nunca tinha sentido tanto medo e tanto desespero. Estacionou em frente da grande mansão e saiu do carro. Tocou à campainha e ficou à espera que a Esme atendesse a porta. Há muitos anos, ela e a Esme tinham sido grandes amigas. Mas com o passar dos anos, foram-se distanciando até que a Esme a passou a odiar por tudo o que ela fazia. A Esme bem falou com Evolet para lhe abrir os olhos, mas Evolet estava cega de ódio. Evolet não conseguia entender o que Esme lhe dizia, não lhe dava ouvidos.
- O que é que estás aqui a fazer? – Perguntou a Esme fria. Por natureza, Esme não era uma pessoa fria. Quem a conhecia sabia disso. E custava-lhe muito ser fria com uma pessoa quem tanto gostara. Mas Esme nunca perdoara o que Evolet tinha feito. Nunca percebeu porque Evolet agia daquela maneira.
- Esme, preciso de saber! – Exclamou Evolet. – Passou-se alguma coisa com ela? – Perguntou Evolet desesperada. Esme ficou em silêncio e pensativa. O coração dela dizia que Evolet estava arrependida mas o cérebro dizia que não. Que Evolet queria apenas fazer mais mal. – Por favor, Esme. Se eu não estivesse arrependida, eu não viria aqui. Por favor. – Suplicou Evolet chorando. Sim, Evolet estava verdadeiramente arrependida e estava desesperada como uma mãe nesta situação deveria estar. Esme também percebeu isso. Esme conhecia demasiado bem Evolet para saber se ela estava a mentir ou não.
- Aconteceu, Evolet. – Respondeu a Esme menos fria e com um tom mais preocupado.
- Foi grave? – Perguntou a medo.
- Sim, Evolet, foi grave. Muito grave. – Respondeu a Esme apertando a mão da sua velha amiga.


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Notas finais do capítulo

Gente peço imensas desculpas! Eu sei que disse no ultimo capitulo que postaria domingo ou segunda mas não deu mesmo. As férias foram um pouco maiores do que eu tinha previsto e só vi ontem à noite para casa. Mas estou aqui com um capitulo fresquinho para vocês. Espero que compreendam.
Como perceberam entrou uma personagem neste capitulo! A Evolet. Já desconfiam de quem ela é? Acho que sim :p Espero que tenham gostado do capitulo.
Mais uma vez, muito obrigada Mamita! (: (:
Beijinhos
S2



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