A semana passou a correr. Sábado de manhã tinha consulta na obstrecta. Ia ser a mesma médica que acompanhou a gravidez da Liv. A Amber e a Liv iam para casa da Rose e do Emmet porque não dava muito jeito levá-las para o hospital. Elas iam ficar impacientes para vir embora.

Cheguei a casa na sexta-feira à tarde. O Jasper ainda não tinha chegado, ele estava no tribunal e devia demorar ainda mais um bocado. Decidi tomar um banho e depois ia fazer o jantar. Dirigi-me para a casa de banho, despi-me e pus-me debaixo do chuveiro. Tinha sido uma semana cansativa e estava extremamente cansada. A água a escorrer-me pelas costas, relaxava-me.

Depois de uns bons trinta minutos debaixo do chuveiro, saio enxugo-me, visto o meu pijama e um casaco por cima e vou para a cozinha fazer o jantar. Ia fazer uma coisa simples. Comecei a preparar o jantar e quando o acabo, o Jasper chega a casa. Ele entre na cozinha com o rosto cansado. Ele tinha passado a semana toda metido em tribunais.

- Olá, meu amor. – Disse indo abraça-lo.

- Olá. – Disse ele sorrindo um pouco. – Como estão? – Perguntou acariciando a minha barriga.

- Bem. – Respondi sorrindo. – Acabei de fazer o jantar. Vamos comer?

- Vamos, estou esfomeado.

Sentámo-nos os dois à mesa e comemos. Depois de termos jantado, arrumámos a cozinha e fomos para a sala. Ele sentou-se no sofá e eu aconcheguei-me nele. Ele passou a noite a acariciar a minha barriga.

- É uma pena não podermos saber já o sexo. – Disse ele. – Estou curioso para saber.

- Eu desta vez quero que seja um menino! – Disse sorrindo.

- Eu não me importava que fosse mais uma menina. – Disse o Jasper com os olhos a brilhar. Via-se perfeitamente que ele queria mais uma menininha para mimar. Eu estava a adorar que ele acompanhasse a gravidez desde inicio. Tanto com a Amber como com a Liv, ele não acompanhou a gravidez, pelo menos desde inicio. Com a Amber, não acompanhou de todo e com a Liv, acompanhou apenas os dois últimos meses. Com este filho, ele ia acompanhar a gravidez inteira!

- Então, se viesse uma menina que nome lhe darias? – Perguntei curiosa.

- Anne. – Respondeu prontamente.

- Porquê? – Perguntei curiosa.

- Porque a minha mãe é Esme Anne e eu queria homenageá-la. – Disse ele sorrindo. Ele amava a mãe, sempre soube disso.

- Está bem, se for uma menina, vai-se chamar Anne. E se for um menino? – Perguntou ele.

- Não sei. Escolhe tu. Eu já escolhi o delas. – Disse sinceramente.

- Eu tenho uma ideia para isso. Sabes como a Rose se sente por não poder ter mais filhos. Ela não o mostra muito aos outros, mas eu sou irmão dela. Sei perfeitamente o quanto ela sofre por isso, por isso eu queria que fosse ela a escolher o nome se fosse um rapaz. O que achas?

- Acho uma óptima ideia! Ela vai ficar tão feliz – Disse. – Eu lembro-me do quanto ela ficou triste ao me ver grávida da Liv e ela não poder engravidar. Eu sei que ela está feliz por nós mas também sei que lá no fundo ela está triste por me ver a engravidar a terceira vez e ela só poder ter engravidado uma. – Disse triste pela Rose. Ele sorriu tristemente para mim.

- Ela deve-se sentir impotente quanto a isso, afinal de contas ela não teve culpa de nada. Foi a outra mulher que por ver uns sapatos que gostava em saldos, empurrou a Rose. – Disse ele com um pouco de raiva. – A mulher empurrou-a com tanta brutidão que a Rose nem teve tempo de meter as mãos à frente para amparar a queda, caiu assim de frente. Além de ter ficado com a barriga negra, também abriu a cabeça e ficou com a parte direita da cara um pouco negra e inchada. O que mais me irritou é que a mulher não deu por nada, continuou o seu caminho. Depois as empregadas da loja acudiram-na e como ela começou com dores chamaram a ambulância. Foi horrível. Ela ficou completamente desesperada, foi de urgência para o bloco operatória para fazerem uma cesariana para o bebé não sofrer mais do que aquilo que sofreu. Quando a operação acabou a médica veio-nos contar que houve complicações e tiveram que laquear as trompas. Ninguém sabia como contar isso à Rose. A médica foi muito prestável e sugeriu ser ela a contar. Achamos que era o melhor. Quando lhe contarem, ela não teve qualquer reacção. Ela ficou apática a olhar para a médica e não disse nada, nem nesse dia nem o resto da semana, emprenhava-se em tomar conta do Ray. Ela fazia de tudo para tomar conta dele, foi como um escape. O Ray ajudava-a a esquecer o que tinha acontecido. Ela não demonstrou o quanto magoada ela estava, ninguém soube o que ela sentiu nessa altura. Ela fechava-se em si mesma, ficou muito reservada e ninguém conseguia fazer nada. Com o passar do tempo ela começou a melhorar e depois quando tu chegaste, via-se que ela estava feliz. Há algum tempo que ela não estava tão feliz.

- Não sabia disso. Sabia que ela tinha caído mas não sabia que tinha sido assim. – Falei quase a chorar. Estava com tanta pena da Rose. Estúpida da mulher!

- Ela não gosta de falar sobre a queda, nem sobre essa altura. Quando a conversa começa a direccionar-se para isso, ela muda logo de assunto.

- Compreendo. Acho que me sentiria como ela se isso me acontecesse. É horrível o que aconteceu com ela.

- Pois é. Mas o que passou, passou. Não vamos falar mais sobre isto, também não gosto muito.

- Está bem. – Disse aconchegando-me mais nele e pondo o meu braço protectoramente na minha barriga.

Continuámos aconchegados um no outro a ver televisão e a falar de banalidades. Quando o relógio marcou onze e meia, decidimos ir para a cama. Amanhã, tínhamos consulta às nove da manhã.

Acordei na manhã seguinte, com o Jasper. Ainda tinha sono e ainda queria dormir mais um pouco.

- Jasper, deixa-me dormir mais um bocadinho. – Pedi.

- Alice, não dá, já estamos um pouco atrasados. Tens de levantar-te.

- Está bem. – Respondi a contragosto. Abri os olhos e levantei-me da cama. O Jasper olhava-me divertido. – O que é que tem piada? – Perguntei.

- Esse teu biquinho. – Respondeu ele abraçando-me por trás. – Dormes um pouco à tarde, as nossas princesinhas não estão cá, aproveitas para descansar.

- Está bem. – Disse indo buscar uma roupa confortável para vestir. Vesti-me o mais rápido que pude e depois fui tomar o pequeno-almoço. Quando nos despachámos, fomos para o hospital. O Jasper estava ansiosíssimo pela consulta. Quando entrámos no hospital fomos dar o meu nome e ficámos um pouco à espera. Ainda estava com sono, queria dormir mais um bocadinho, devia ter-me deitado mais cedo. Encostei a minha cabeça ao Jasper e pus a mão na minha barriga. Queria muito que fosse um rapaz para dar a alegria de a Rose escolher o nome. Sei que o Jasper desejava uma menininha mas eu queria tanto dar essa alegria à Rose. Ela merecia. Não me devia estar já a preocupar com isto, ainda não poderíamos ver o sexo do bebé. Ainda era um pouco cedo mas acho que para a próxima consulta já dá.

- Alice Brandon. – Chamou uma enfermeira interrompendo os meus pensamentos. Levantou-me lentamente da cadeira e vou com o Jasper ter com a enfermeira. Ela dirigiu-nos a uma sala. Entrámos e estava lá a médica.

- Bom dia, Alice. – Disse a médica educadamente.

- Bom dia, doutora. Como vai?

- Vou bem e a Alice?

- Mais que bem.

- Estou a ver. Mais um a caminho, não é?

- Sim. – Disse um pouco tímida.

- É a primeira consulta desta gestação?

- Sim, é.

- Então vamos fazer um exame geral, pesar, medir a barriga… só depois a ecografia. Ok?

- Ok. – Disse sorrindo um pouco. A primeira parte da consulta durou um quarto de hora. Depois de ela me examinar toda, mandou-me ir para a maca e levantar um pouco a camisola. Levantei, ela pôs gel na minha barriga e depois começou a examinar o bebé. Ficava sempre fascinada a olhar para o ecrã mesmo sem perceber muito do que estava lá.

- Querem que eu ligue o som? – Perguntou a médica sorrindo.

- Sim. – Respondi um pouco baixo. Ela ligou o som e começou a ouvir-se o coraçãozinho do meu bebé a bater. Era realmente bonito e como sempre acontecia, comecei a chorar. Ouvir o bater do coração dos meus filhos era sempre algo que me comovia, já com a Liv e a Amber foi a mesma coisa. Levei as mãos à cara para limpar as lágrimas. O Jasper apertou-me a mão e sorriu para mim. Depois a médica, desligou a máquina e deu-me um papel para eu limpar a barriga. Limpei a minha barriga com o papel que ela me deu e depois levantei-me.

- Está tudo bem com o bebé. Voltem daqui a um mês. Para a próxima consulta já se deve conseguir ver o sexo do bebé. – Disse a médica sorrindo.

- Obrigada por tudo. – Disse para a médica

- De nada. – Disse ela sorrindo.

Saímos do consultório e fomos dar uma volta ao parque de Portland. Estava bom tempo e há muito tempo que não íamos passear no parque. Tinha saudades. Depois de termos andado durante algum tempo, sentámo-nos num banco a apanhar sol. Ficámos no parque a manhã toda. Quando chegou à hora do almoço, fomos comer a um restaurante perto do parque e depois fomos ao centro comercial. O Jasper deu a ideia de irmos comprar algumas roupinhas de cores neutras para o bebé. Eu adorei a ideia. Mal entrámos no centro comercial, fomos logo para uma loja de bebés. Primeiro vimos algumas roupinhas e depois eu fiquei apaixonada por um berço. Era lindo. Eu não conseguia tirar os olhos de cima dele. O Jasper percebeu o quanto eu gostei daquele berço.

- Queres comprar? – Perguntou ele abraçando-me por trás. Olhei para ele.

- Gostas? – Perguntei.

- Gosto. – Respondeu sorrindo. E tu?

- Amo. – Respondi.

- Já percebi. – Disse ele rindo um pouco. – Vamos levar?

- Não achas que é um pouco cedo demais? Ainda só estou de três meses.

- Não. Podemos comprar e só mandar vir depois. Vamos levar. – Disse ele. Comprámos o berço e algumas roupas. Depois fomos dar mais uma volta ao centro comercial e fomos a uma loja de roupa para crianças e eu comprei algumas para a Amber e a Liv. Elas estavam a precisar de roupa nova. Acabámos por passar o resto da tarde no centro comercial e eu acabei por não descansar. Quando saímos do centro comercial, fomos logo para casa da Esme. Já estava quase na hora do jantar. Quando entrei dentro de casa da Esme, só vi as minhas duas princesinhas a correrem para mim. Também estava cheia de saudades delas. Elas abraçaram-me e eu abracei-as com força. Senti falta das minhas princesinhas.

- Como estão, princesinhas? – Perguntei dando um beijo na testa de cada uma.

- Bem. – Disseram as duas em coro.

- Mamã! O bebé? – Perguntou a Liv fazendo uma festa na minha barriga.

- Está bom. – Disse sorrindo. Ela também sorriu. Peguei nela e dei-lhe um beijo na sua bochecha rechonchuda. – Como foi a noite em casa da Tia Rose e do Tio Emmet?

- Foi divertida. – Respondeu a Amber.

- Gostaram? – Perguntei.

- Sim. – Voltaram a responder em coro.

- Ainda bem! – Pus a Liv no chão e elas voltaram para o quarto onde brincavam. Fui-me sentar no sofá ao lado do Jasper. Já lá estavam todos. A Bella estava cada vez maior. Ela estava quase a ter o Anthony. Eu estava cansada. Não tinha dormido muito de noite e à tarde não descansei. Estava a ficar com sono. Eles estavam a falar de qualquer coisa mas eu não prestei atenção. Tentei aguentar para ir jantar. Passados uns minutos a Esme disse que a comida já estava na mesa e fomos todos comer. Depois de jantar, voltámos para o sofá da sala e continuaram a conversa, devia estar a ser interessante. Aconcheguei-me no Jasper e fiquei a tentar prestar atenção à conversa, mas não consegui. Estava demasiado cansada. Acabei por adormecer, aconchegada ao Jasper.