Acordei por volta das onze. Fiz algo para comer e depois fui tomar um banho.

As duas semanas seguintes passaram-se muito bem. Eu e o Jasper voltámo-nos a aproximar. Ele vinha muitas vezes ver a Amber e ver como eu estava. Da última vez que ele veio cá, convidou-me para jantar. Eu fiquei hesitante quanto a isso. Eu queria mas eu tinha medo de me magoar outra vez. Eu não queria sair magoada outra vez. Tinha tanto medo mas era o que eu mais queria, estar sozinha com o Jasper. Não sabia o que fazer. Pedi-lhe para me dar um tempo para pensar na resposta.

- Rose, podes-me dar um conselho? – Pedi-lhe. Estávamos a trabalhar na loja. Cada vez tinha mais clientes. A Rose estava a pensar em abrir outra.

- Claro, Alice.

- O Jasper, no outro dia, pediu-me para ir jantar com ele. Eu quero muito ir mas tenho medo de sair magoada outra vez. O que faço?

- Acho que devias dar-lhe uma oportunidade. – Disse ela. Ela era a pessoa que mais queria que nós ficássemos juntos.

- Mas se ele me voltar a magoar? Eu não sei se aguentaria.

- Tens de confiar nele! Dá-lhe uma oportunidade e vê como corre. – Disse a Rose.

- Ok, eu vou aceitar, vamos ver como correm as coisas.

Continuámos a trabalhar e ao fim da tarde, fui buscar a Amber e fomos para casa. Depois do jantar liguei ao Jasper a dizer que aceitava ir jantar com ele. Combinámos em encontrarmo-nos em casa da Esme, pois a Amber ficaria lá a dormir. Durante a semana comprei um vestido para ir jantar com o Jasper, já que ia, tinha de ir bonita. Foi difícil encontrar um que eu gostasse realmente e que ao mesmo tempo me coubesse. Eu estava enorme.

Sexta à noite, tomei banho e vesti o vestido que comprei, depois pus maquilhagem e penteie o meu cabelo. Estava nervosa. Deixei a Amber em casa da Esme e depois o Jasper veio-me buscar. Chegámos ao restaurante em dez minutos. Fomos para um canto reservado. Estávamos sós nessa sala.

- Estás linda, Alice. – Disse o Jasper puxando a cadeira para eu me sentar.

- Não é preciso seres simpático, eu sei que estou enorme. – Disse.

- Não estás nada. Eu acho que estás linda, mesmo com a barriga.

- Obrigada. – Disse corada.

- Como a Liv está? – Perguntou.

- Bem, deve estar a dormir pois está sossegadinha, se estivesse acordada não parava quieta. – Disse sorrindo. Era verdade, a Liv nunca parava quieta, eu passava o dia a senti-la. Era óptimo.

- Faz-me lembrar alguém. – Disse o Jasper. Rimos os dois. – O que vais querer comer? – Perguntou.

- O que aconselhas?

- Aconselho este prato, é óptimo. – Disse apontado com o dedo para o menu.

- Ok, como isso. – Disse sorrindo. – Então, no outro dia não chegaste a dizer se gostaste da tua viajem. – Disse para meter conversa.

- Sim, gostei. Estive em sítios muito interessantes mas não foi das melhores viagens que fiz. – Disse ele com o semblante triste. Fui estúpida ao puxar este assunto. Ele só foi viajar porque apanhou a Katherine com outro homem na cama. Deve ter sido horrível.

- Desculpa. – Disse envergonhada por ter puxado o assunto.

- Desculpa? Pelo quê?

- Por ter puxado o assunto… não devia…

- Alice, não faz mal, ok?

- Ok. – Disse sentindo-me menos culpada. – Aii! – Disse levando a mão à barriga. A Liv tinha chutado com força.

- Alice, o que foi? – Perguntou o Jasper preocupado.

- Foi a Liv, ela chutou com força.

Ele levantou-se e ajoelhou-se ao meu lado para ficar com a face à altura da minha barriga.

- Então Liv, não deves aleijar a mamã. – Disse ele acariciando no sítio onde ela chutou. Como se a Liv estivesse a ouvir o Jasper, acalmou e agora só a sentia mexer de vez em quando. – Já está mais calminha. – Disse ele levantando-se e voltando para a sua cadeira.

- Sim, já está mais calma. Ela nunca tinha chutado com tanta força! – Admirei. O Jasper sorriu com o meu comentário. Continuámos a falar sobre assuntos comuns. O jantar estava a ser muito agradável.

- Alice, queres café? – Perguntou o Jasper. Já tínhamos acabado de comer a sobremesa.

- Não, não posso beber. – Respondi.

- Porquê?

- Por causa da anemia, a médica aconselhou a não beber e eu não bebo. – Disse com um pequeno sorriso.

- Ok, vou pedir um para mim, ok?

- Ok. – Disse. Ele pediu o café e logo a conta. Quando pagámos saímos do restaurante.

- Queres ir dar uma volta, ali ao parque? – Perguntou o Jasper.

- Sim, pode ser. – Respondi feliz. Estava a adorar a noite. Ele tem estado a ser tão simpático e carinhoso comigo. Continuámos a andar e depois fomo-nos sentar na relva. Descalcei os sapatos que já me estavam a aleijar os pés.

- Durante aquela viajem, pensei muito, Alice. E cheguei a uma conclusão. – Disse ele. Não fazia a mínima ideia do que ele estava a falar mas queria saber no que ele tinha andado a pensar.

- Qual? – Perguntei curiosa.

- Cheguei à conclusão que a única mulher que amei e que ainda hoje amo és tu. – Disse. Os meus olhos brilharão com o que ele disse. Estava a sentir as lágrimas a vir. – Cometi um erro enorme ao deixar-te. Eu amei-te estes anos todos e não sabia. Eu pensava que amava a Maria mas não, era tudo apenas uma atracção física e depois pensei que amava mesmo a Katherine, acho que cheguei a gostar dela mas não como gosto de ti. Tu és a razão por eu ser feliz. Deste-me uma filha linda e perfeita e agora vais-me dar outra. Tu és a razão pela qual eu vivo e pela qual eu nasci. Eu nasci para te amar, apenas para te amar. – As lágrimas já tinham saltado dos meus olhos e agora delineavam perfeitamente as minhas bochechas. Ele levantou o braço e com a mão limpou as minhas lágrimas, de seguida uniu os nossos lábios. Os nossos lábios moviam-se numa dança bem sincronizada. Entreabri a minha boca para lhe dar passagem para a língua. Separámo-nos ao fim de uns minutos devido à falta de ar. Estávamos ambos ofegantes. Ele deitou-se na relva e levou-me com ele. Descansei a minha cabeça no ombro dele. – Amo-te. – Disse ele com sentimento. Ele estava a ser verdadeiro. Eu sabia disso.

- Também te amo! – Disse o que lhe queria dizer há muito tempo. Tive a certeza que naquele momento ele estava a sorrir. Inclinei a cabeça para cima para ver a cara dele. Ele estava a sorrir. – Sempre te amei, mesmo passando estes anos todos sem ti, nunca deixei de te amar. Nunca consegui amar mais ninguém. – Ele beijou-me com paixão. Foi um beijo calmo, carinhoso. Ficámos ali mais um bocado. Estávamos em silêncio. Eu continuava com a cabeça no ombro dele e ele acariciava-me a barriga. Estava a adormecer, o que ele fazia era tão relaxante. Ele reparou que eu estava a fechar os olhos inconscientemente.

- Ali, não adormeças! É melhor irmos para casa. – Disse ele carinhosamente.

- Sim, é melhor… - Disse sonolenta. Ele levantou-se e depois ajudou-me a levantar, visto que eu tinha sérias dificuldades devido à barriga. Fomos para o carro e depois ele dirigiu para o seu apartamento.

- Não te importas de dormir aqui? – Perguntou ele meio hesitante.

- Claro que não. – Disse sorrindo. Eu queria dormir com ele ao lado. Sentia-me tão bem ao lado dele. Há muito que não me sentia assim. Ele estacionou o carro na garagem do apartamento dele e depois ajudou-me a subir no carro. Entrámos no elevador e subimos, ele morava num quarto andar. Ele levou-me para o quarto. No quarto, ele ajudou-me a tirar o vestido e deu-me uma camisola dele para eu vestir.

- Sabes, quando eu quase sofri o aborto, depois passei uma semana em casa da tua mãe e puseram-me a dormir no teu quarto. Eu vestia todos os dias uma camisola tua para dormir, só para sentir o teu cheiro. – Confidenciei-lhe. Ele riu.

- Estás cansada? – Perguntou ele abraçando-me por trás.

- Estou. – Disse fechando os olhos.

- Anda para a cama. – Disse ele ternamente. Ele pegou-me ao colo e transportou-me para a cama. Depositou-me lá e depois deitou-se ao meu lado. Encostei a minha testa ao peito dele e ele abraçou-me. Depois começou a fazer carinho na minha barriga, eu adorava isso. Era tão relaxante.

- Eu adoro, quando fazes isso. – Disse baixinho. Ele beijou-me a testa e continuou a fazer carinho na minha barriga. Esta bebé ia sair tão mimada. Acabei por adormeceu aconchegada a ele.

Na manhã seguinte, acordei com o toque do Jasper.

- Bom dia! – Disse ele ternamente dando-me um beijo na bochecha e depois baixou-se e deu-me outro na barriga. Sorri com o seu gesto.

- Bom dia. – Disse ainda ensonada.

- Dormiste bem? – Perguntou ele.

- Dormi. – Disse sorrindo.

- Vamos tomar o pequeno-almoço.

Levantámo-nos os dois da cama e fomos para a cozinha do apartamento dele. O apartamento dele era bem grande e bonito. Sentei-me na cadeira da cozinha e ele começou a fazer o pequeno-almoço. Quando acabou, comemos os dois satisfatoriamente. Depois de comermos, fomos para o sofá. Eu estava aconchegada nele e ele acariciava a minha barriga.

- Quando é a próxima consulta? – Perguntou ele.

- Daqui a quatro semanas. Queres vir comigo? – Perguntei.

- Claro que quero! – Disse ele visivelmente feliz. – Já compraste alguma coisa para a Liv? – Perguntou ele. Eu não tinha comprado nada. Ia utilizar tudo da Amber, não tinha dinheiro para comprar tudo novo. Neguei com a cabeça um pouco envergonhada. Ele ficou à espera de uma explicação.

- Vou utilizar o que era da Amber, não tenho dinheiro para comprar tudo novo. – Disse a olhar para as minhas mãos.

- Alice, não é preciso teres vergonha. Sabes que agora eu vou ajudar, não sabes? – Afirmei com a cabeça. – Ela é minha filha também. Alice, queres vir viver aqui para casa? Eu quero cuidar de vocês todas, quero-as todas ao pé de mim. E agora tu precisas mais da minha ajuda.

- Claro que quero! – Disse feliz! Levantei-me do sofá e abracei-o. Ele também me abraçou.

Pedi ao Jasper para passar pelo meu apartamento para mudar de roupa. Ele levou-me lá e vesti uma roupa mais confortável. Depois fomos para casa da Esme para ir buscar a Amber. Ainda ninguém sabia que estávamos juntos. Quando lá chegámos, ele ajudou-me a sair do carro e depois fomos de mãos dadas até à porta principal. A Esme atendeu e quando viu as nossas mãos sorriu.

- Voltaram? – Perguntou. Eu e o Jasper afirmámos com a cabeça ao mesmo tempo. Conseguia perceber a felicidade da Esme através do seu olhar. – Fico contente por vocês. Já não era sem tempo. – Disse ela e depois abraçou-nos. – A Amber acabou de acordar, está na cozinha a tomar o pequeno-almoço. – Informou a Esme. Fomos com a Esme para a cozinha. Notava-se mesmo que a Amber tinha acabado de acordar, tinha um ar ensonado. Quando ela nos viu abriu um enorme sorriso. Eu sorri para ela e fui beijar-lhe a bochecha.

- Bom dia, princesinha.

- Bom dia, mamã. Bom dia papá. – Disse ela alegre.

- Dormiste bem? – Perguntei. Ela afirmou com a cabeça e continuou a comer. Eu e o Jasper fomos para a sala, esperar por ela. Aconcheguei-me no Jasper e ele acariciava-me a barriga.

- Jasper, não queres que eu adormeça, pois não? – Disse divertida.

- Não, não quero. – Disse ele sorrindo.

- Ao acariciares-me a barriga vais fazer com que eu fique mole e adormeça. Isso relaxa-me.

- Ok. Eu vou parar.

- Não é que eu não goste, porque eu adoro, apenas não quero adormecer agora. – Disse.

- Eu percebo. – Disse o Jasper e de seguida beijou-me.

- Mamã! Papá! Estão juntos? – Perguntou a Amber com os olhinhos a brilhar.

- Sim, querida. A mamã e o papá estão juntos.

- EHEHEHE! – Começou a gritar e aos saltinhos. Estava tão feliz. O Jasper foi pegar nela e levou-a para cima para se ir vestir. Ela só se ria. Passado uns minutos, o Jasper veio com a Amber e a mochila dela. Fomos para o meu apartamento. No meu apartamento, eu e o Jasper estivemos a arrumar umas coisas e a por no carro para levar para o apartamento dele, como as minhas roupas e as da Amber, os brinquedos da Amber, as coisas necessárias para quando a Liv nascer. Depois noutro dia vínhamos trazer as outras coisas que eram nossas, tinha até ao fim do mês. A casa era alugada, por isso, era só dizer ao senhorio que me ia embora. Dissemos à Amber que agora íamos morar todos juntos, no apartamento do Jasper e ela adorou a ideia! Só conseguimos ir para o apartamento do Jasper, ao fim do dia. Estava cansadíssima, doía-me as costas e os pés. Só me apetecia, deitar-me. Quando lá chegámos, ainda tive que ir arrumar as roupas nos respectivos armários. Já não me aguentava em pé mas queria arrumar tudo. Não sei se hoje íamos lá jantar a casa da Esme mas eu não conseguia. Eu estava cansadíssima. Deixei alguma da minha roupa para arrumar e fui deitar-me na cama. O Jasper estava no quarto da Amber com ela. Doía-me imenso as costas e os pés estavam inchados.

Passado para aí uma hora o Jasper veio à minha procura no quarto.

- Alice? – Perguntou ele ao entrar no quarto.

- Sim? – Disse já meio a dormir.

- Vinha-te chamar para irmos para casa da minha mãe mas estás bem? – Perguntou ele preocupado.

- Dói-me as costas e tenho os pés inchados. Estou cansada. – Disse.

- Queres ficar em casa? – Perguntou ele preocupado. Afirmei com a cabeça.

- Podemos ir lá amanhã, ok?

- Ok. Vou ligar para a minha mãe para a avisar.

Ele saiu do quarto e eu acabei por adormecer.