Epilogo – Passados três anos

Se há dez anos me tivessem dito que a minha vida iria acabar assim, eu não acreditaria. Há dez anos atrás, eu estava completamente destruída, completamente acabada, a única razão que me fazia viver era saber que tinha um pequeno ser que precisava de mim e que me amava incondicionalmente. A Amber naquela altura foi a minha salvação e se eu não me tivesse descoberto grávida há dez anos atrás, não sei o que seria de mim, depois do Jasper acabar comigo. Talvez não teria saído da cidade, não teria sido expulsa de casa, é verdade, mas será que a vida teria dado reviravoltas para eu voltar a ficar com o Jasper como neste momento me encontro? Quero acreditar que sim, acreditar que estávamos destinados a encontrarmo-nos e a ficarmos juntos até a morte não nos deixar mais, gostava de pensar isso. Jasper é o homem da minha vida e amo-o incondicionalmente, tal como amo os meus três filhos. A Amber estava tão crescida que quando olho para ela nem acredito que era aquela pequena bebé que eu segurei a medo no hospital, aquela pequena bebé que me fez resistir a tudo só para poder cuidar dela. Já está uma pré-adolescente e qualquer dia já está a ir para a universidade. Quando somos crianças e ouvimos os adultos a dizer que as crianças crescem rápido não acreditamos, mas quando temos os nossos filhos vemos isso. Além de não querer que os meus filhos cresçam e que sejam os meus bebés para sempre, sinto-me orgulhosa das pessoas que se tornaram e de quem eles são, não poderia pedir filhos melhores. E claro que não poderia ter uma família melhor que esta. Eram todas pessoas extraordinárias e só as queria ver felizes como neste momento todos nos encontrávamos.

A Rose e o Emmet conseguiram ultrapassar o grande obstáculo da vida deles, que foi a Rose não poder ter mais filhos e ultrapassaram isso de uma maneira tão nobre que me fazia orgulhar tanto deles. Adotaram duas crianças que amam incondicionalmente como se fossem realmente filhos biológicos deles. Recentemente, adotaram outra pequena para a família. A pequena Marie tinha quatro anos e se não soubesse que era adotada diria que era filha biológica deles. Tem cabelos loiros compridos com grandes cachos nas pontas como a Rose tinha quando era pequena e uma covinha em cada bochecha como o Emmet tem. Era uma menina muito carinhosa e adorável e já pertencia à família, tal como a Amy e o Peter passaram a pertencer quando eles os adotaram. A Bella e o Edward continuavam as mesmas pessoas de sempre, calmos e sempre prontos para a ajudar os outros. Ficaram-se pelo segundo filho, tendo dois pequenos, o pequeno Anthony e o pequeno Carl que ao contrário do Anthony era um traquina do pior e um irrequieto. O Carlisle e a Esme continuavam os mesmos apaixonados de sempre! Finalmente o Carlisle tinha-se reformado, alegando que estava na altura de dar atenção a tempo inteiro à sua mulher que mais do que todos merecia a atenção dele. A Cynthia ainda só tinha uma filha, a pequena Grace que era uma fofura! Ela entretanto tinha casado e estava mais do que feliz com a sua pequena família. Já a minha mãe também não poderia estar mais feliz com as duas filhas dela por perto e os seus quatro netos. Já com o meu pai, as coisas não melhoraram e acabei por perceber que não valia a pena pensar mais nisso, tinha uma família linda que me ama e infelizmente, percebi que a presença dele na minha vida não me fazia assim tanta falta. Ele não me fazia assim tanta falta, talvez por nunca ter pertencido realmente à minha vida, mas a verdade era essa. A Cynthia tinha pena que eu não me desse com o nosso pai e tive que explicar-lhe que ele nunca foi um pai para mim como foi para ela, que ele não significava para mim o que significava para ela, e aí ela parou de falar dele. Não valia a pena, ele simplesmente não significava nada para mim.

A nível profissional também me sentia completamente realizada. Tinha aberto a minha loja há três anos e não poderia estar a correr melhor. Ao princípio abri apenas uma pequena loja, e o começo foi difícil. É difícil as pessoas começarem a ir a uma loja de que nunca ouviram a marca mas com o tempo a clientela começou a aparecer. As pessoas começaram a gostar da roupa que eu desenhava e ajudava a costurar e a loja começou a ser um sucesso. Tive que aumentar um pouco a loja e contratar novos funcionários para me ajudar. Estava orgulhosa de mim mesma por ter conseguido aquilo que sempre sonhei, por ter tido sucesso. Uma coisa é sonhares, outra completamente diferente é conseguires concretizar aquilo que sonhaste. E é uma sensação tão boa quando o consegues!

Por isso, sim, não acreditaria, há dez anos, que a minha vida acabaria assim. Olhando bem, acaba por ser “um feliz para sempre” mesmo que eu não saiba o que o futuro me reserve, mas já passei por tanto, já sofri tanto que acho que mais nada me vai derrubar. Eu não vou deixar, depois de experimentar a felicidade não há volta a dar, vamos fazer de tudo para que ela não desapareça, para que ela se mantenha nas nossas vidas, custe o que custar. Porque ser feliz custa, dá trabalho, sofremos para isso, mas no fim sabe tão bem que quando olhámos para trás já nada interessa, apenas vemos que os piores momentos da nossa vida foram belos dias em que lutamos para nos erguer, em que lutamos para ter a nossa felicidade de volta, e uma vida sem luta, não é uma vida. Se não lutaste por nada do que tens neste momento, de certeza que não és feliz, porque aquilo que amamos, aquilo que consideramos a nossa felicidade é sempre algo porque lutamos, algo que nos esforçámos por ter. Por isso, só digo uma coisa, por mais difícil que os dias parecem, por mais escuros que sejam, nunca te esqueças de lutar, de seguir em frente com a cabeça erguida, porque nada dura para sempre, nem mesmo esses dias e eventualmente, algo de bom há-de aparecer e tu vais apenas pensar: “sim, valeu a pena lutar!”