My Destiny Is You escrita por Nyh_Cah


Capítulo 1
Capítulo 1




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A minha vida mudou radicalmente nos últimos quatro anos. Mudou mesmo muito! Nunca pensei que isto viria a acontecer-me.

Estou sentada na minha cama a pensar na reviravolta que a minha vida deu.

Há quatro anos, vivia com os meus pais em Portland. O meu pai era banqueiro, tinha 45 anos. Era alto, 1,85m, tinha cabelos castanhos do mesmo tom do meu, era consideravelmente forte. Possuía os olhos castanhos-claros e uma covinha no queixo.

A minha mãe era secretária numa empresa importante aqui, em Portland e tinha 43 anos. Tinha uma estatura média para uma mulher, 1,68m, tinha longos cabelos castanhos-claros quase loiros. Desfrutava de uns olhos azuis como os da minha irmã Cynthia.

Ela era a filha perfeita, tinhas os cabelos castanhos-claros como os da minha mãe e os olhos azuis. Tinha excelentes notas, era bonita pois todas as outras raparigas a invejavam e todos os rapazes a cobiçavam. Todas as pessoas que a conheciam gostavam dela. Os meus pais simplesmente adoravam-na mas a mim não… Eu era a ovelha negra da família. Eu era baixinha e magra. Tirava boas notas mas não tão boas como as da Cynthia. E o grande motivo para eles não gostarem de mim foi porque eu sou o motivo por eles terem sido obrigados a casar e a viver neste casamento que nenhum deles quer. Lembro-me perfeitamente do dia em que descobri isso.

Estava a descer as escadas para ir sair com os meus amigos, quando ouvi os meus pais a discutirem na sala. A Chyntia tinha ido dormir a casa de uma amiga.

- Estou farta de ti! – Gritou a minha mãe

- Podes ter a certeza que não mais do que eu de ti! Estou farta de ti e de este casamento da treta.

- A culpa não é só minha. Não tenho culpa de me teres engravidado! – Quando ouvi isto, tudo passou a fazer sentido na minha cabeça. Até a esse dia eu não percebia porque é que eles tratavam bem e gostavam tanto da minha irmã Cyntia e não sentiam isso por mim. Percebi que eu fui a causa do casamento indesejado e que a Cyntia representava um novo começo para eles. Por isso é que eles gostavam tanto dela.

Nesse dia, saí de casa e passei a noite toda a chorar no parque de Portland, um sítio que eu adorava e que me acalmava imenso. Eu já sabia que eles não gostavam de mim mas descobrir que eu fui a causa da infelicidade deles, pôs-me mesmo em baixo.

Nestas situações só uma pessoa é que me conseguia ajudar. Era o meu namorado, o Jasper. Ele era a pessoa mais importante para mim. Ele protegia-me de tudo e eu sabia que ele me amava verdadeiramente. Era com ele que eu recebia o amor que os meus pais não me davam.

Sempre que eu estava mal ele tentava fazer-me sorrir. Eu amava-o mesmo e ainda o amo… Mas ele já não me ama. A única pessoa da minha vida que me dava amor e que me fazia sentir amada deixou-me por outra mas isso não era de admirar. Desde o primeiro dia em que começámos a namorar, eu perguntava-me o que é que ele via em mim. Eu era magra, pequena. Tinha o cabelo castanho a cair pelos ombros e olhos castanhos-claros. Era uma simples rapariga e havia muitas outras mais giras do que eu. Passava a vida a perguntar o que ele via em mim mas eu não o queria perder, eu morreria se o perdesse e foi o que me aconteceu depois de namorarmos um ano.

Lembro-me perfeitamente do dia em que o meu mundo ruiu. Foi no dia que eu soube que estava grávida.

Já alguns dias que me sentia enjoada e com tonturas. Decidi fazer um teste de gravidez, daqueles da farmácia. Deu positivo mas eu não confiava muito naquilo então, decidi marcar uma consulta no médico para ter certezas.

Nesse dia de manhã, fui ao médico. Estive lá a manhã toda. O médico só confirmou as minhas suspeitas. Eu estava definitivamente grávida.

Tinha de contar ao Jasper mas estava com um certo receio. Não conseguia imaginar como é que ele iria reagir. Fui almoçar num restaurante que existia à frente do hospital. Estava demasiado confusa. Eu ainda era um pouco nova para ter um filho, não sei se conseguiria lidar com isso. Eu precisava de ajuda. Comi e depois fui directa a casa do Jasper. Quando cheguei ao pé dele reparei que ele estava um pouco estranho. Estava apreensivo e nervoso. Nunca o tinha visto tão nervoso. Cheguei-me ao pé dele e beijei-o.

- Olá! – Disse.

- Oi… - Disse ele vagamente.

- O que se passa? – Perguntei já preocupada.

- Tenho uma coisa para te dizer… - Disse ele quase num sussurro.

- Eu também, mas podes falar primeiro. – Disse. 

- Alice, as coisas entre nós já não estão a dar certo… quero acabar tudo entre nós. – Disse ele. Eu nem queria acreditar no que ele me estava a dizer. O que é que eu tinha feito? Nada. Precisamente isso, ele apenas percebeu o que eu era e que não era rapariga para ele. Ele apenas viu isso, ele viu que eu não servia para ele. Eu estava destinada a ficar sozinha.

- Mas porquê? – Perguntei mesmo sabendo a resposta. – Fiz alguma coisa? – Perguntei com a voz a indicar que estava prestes a chorar.

- Não fizeste nada Alice. – Disse ele limpando uma lágrima que me escorria pelo rosto.

- Então porquê? – Continuava a insistir. Apenas queria ouvir a razão pela boca dele.

- Porque me apaixonei por outra pessoa, Alice. – Respondeu ele.

- Quem? – Perguntei num sussurro. As lágrimas, agora, escorriam fluentemente pelo meu rosto.

- Alice…

- Quem? – Disse eu um pouco mais alto e com a raiva na voz.

- A Maria… - Respondeu ele. Já andava a desconfiar mas pensei que eles apenas eram bons amigos. Mas não o julgava, a Maria era uma diva. Tem os cabelos da cor do ouro, os olhos castanhos, corpo de top model e era popular na escola. Não o podia julgar por me trocar por algo melhor que eu. Ele merecia algo melhor que eu. Virei-lhe as costas para me ir embora.

- Alice! – Chamou ele. Virei-me. – O que tinhas para me dizer? – Perguntou ele. Agora lembrei-me do que vinha cá fazer. Vinha dizer-lhe estava à espera de um filho seu e ele acabou de me dizer que me ia deixar. Eu não lhe podia dizer agora que estava grávida dele. Ia estragar a sua vida.

- Nada. – Respondi, mentindo. Não lhe ia dizer.

- Tens a certeza? – Perguntou ele desconfiado. Ele tinha percebido que eu lhe tinha algo importante para lhe dizer, mas eu não ia dizer nada.

- Tenho. – Disse. Virei as costas e fui-me embora. A partir desse dia nunca mais o vi e ele nunca mais me viu. Porque foi no dia seguinte que eu saí de Portland. Os meus pais expulsaram-me de casa quando souberam que eu estava grávida. É das piores lembranças que tenho dos meus pais.

Eu cheguei a casa, depois do Jasper ter acabado tudo comigo e fui para o meu quarto. Chorei durante algum tempo. Quando chegou à hora do jantar, fui para baixo. Tinha de contar aos meus pais que estava grávida, tinha a esperança que eles me ajudassem.

Estávamos todos a comer quando eu ganhei coragem para lhe dizer.

- Mãe, pai, estou grávida… - Disse tudo de uma vez. Podia perder a coragem. O meu pai engasgou-se com a comida e a minha mãe ficou a olhar para mim com uma cara de ódio.

- Tu, o quê? – Perguntou o meu pai quando se conseguiu recompor.

- Estou grávida.

- E o pai do bebé? – Perguntou logo a minha mãe.

- Não existe! – Disse eu. Não lhes ia contar que era o Jasper, se bem conhecia os meus pais, eles iam logo contar-lhe.

- Não existe? – Gritou o meu pai. – Mas eu agora tenho uma filha que é uma puta? – Disse ele. Nunca ninguém me tinha ofendido tanto na minha vida. Eu não era puta nenhuma, eu não dormia com todos os rapazes que me apareciam à frente! – Tens até ao meio-dia de amanhã para fazeres as mala e saíres de minha casa, se isso não acontecer, eu expulso-te e não levas nada contigo.

Subi as escadas a chorar e comecei a arrumar as minhas coisas. Pus pouca coisa na mala. Quando acabei, atirei-me para a cama e adormeci. No dia seguinte, mal acordei saí de casa. Apanhei um táxi e fui para Seattle. Ia à procura de um apartamento barato para alugar e de algum sítio para trabalhar.

Passado umas horas, encontrei um apartamento barato. Não era nada de especial mas servia. Era muito pequenino. Tinha apenas um quarto. Mas para agora dava. Não consegui encontrar emprego nesse dia. Estava mesmo cansada. Deitei-me no sofá a ver televisão, acabando por adormecer.

No dia seguinte, consegui arranjar um emprego num café perto do apartamento. O salário era razoável. Trabalhei aí os nove meses todos. Não podia parar, precisava de dinheiro para a minha bebé, era uma menina. Já tinha escolhido o nome para ela, ela ia chamar-se Amber Rose. Rose, porque a pessoa que eu considero melhor amiga chama-se Rose. Nunca mais a vi desde que saí de Portland. Ela era irmã do Jasper. Estava cheia de saudades dela. Eu sei que ela deve estar chateada comigo por eu ter deixado Portland e não ter dito nada. Mas ela continuava a ser a minha melhor amiga, pelo menos da minha parte.

Também sentia imensas saudades da Esme e do Carlisle. Eles eram o mais próximo de pais que eu tinha. Eles conheciam os meus pais e sabiam como eles eram comigo. Eles sempre tentaram oferecer o que os meus pais não me davam, como amor e carinho.

Depois havia o Edward que era como um irmão para mim, a Bella e o Emmet, meus amigos também.

Sempre que pensava neles a saudade era tanta que doía cá dentro. Nesses dias sentia-me imensamente sozinha. Sem apoio, sem amigos, sem família…

Quando a minha princesinha nasceu, o sentimento de solidão diminuiu. Sempre a tinha a ela. Ela era tudo para mim. Eu morreria por ela, se fosse preciso. Ela faz muito lembrar o Jasper e isso deixou-me extremamente feliz. Ela tinha os olhos verdes, do mesmo tom dos olhos dele, tinha os seus caracóis e a cor dos seus cabelos. Um loiro acastanhado. Depois as expressões eram iguais às minhas. Era uma perfeita mistura entre mim e o Jasper.

Ela nunca deu muito trabalho. Sempre foi muito sossegadinha. Não lhe podia dar muita coisa porque não tinha muito dinheiro. Não podia voltar ainda para o trabalho por causa dela. Estava apenas a receber subsídio de desemprego porque o café precisa de empregados e como eu saí eles puseram outra pessoa no meu lugar. Pelo menos dava-lhe tudo aquilo que ela mais necessitava. Tinha sempre comida. Isso nunca faltou mas não ia mentir que chegava ao fim do mês quase sem dinheiro. Eu queria dar uma vida melhor à minha filha mas não tinha meios para isso. Eu não tinha ninguém a quem recorrer. Eu tinha de tomar conta dela sozinha.

Hoje, ela tem quatro anos e é o que me persiste a continuar a viver. Se não fosse ela, provavelmente, eu já não estaria aqui. Desde que deixei o Jasper, tenho sofrido muito. Eu ainda o amo, mesmo passado estes anos todos e ele me ter deixado. Ele continuava a representar uma grande parte de mim e eu sentia a falta dele. Mas eu não ia ter com ele. Eu não lhe ia estragar a boa vida que ele deve ter. Eu não podia fazer isso. Eu amava-o demais para lhe fazer isso.


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Notas finais do capítulo

Espero que gostem e que comentem! :P
Bjs
S2