Paraíso escrita por natthy


Capítulo 3
Primeiro emprego




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CAPÍTULO 03. Primeiro emprego

 

 

Bella POV

13 de Maio, 12:50.


Algumas horas já haviam se passado desde que Alice me ajudara, e desde então não nos desgrudamos mais.

Por mais incrível que possa parecer, além do intervalo, ainda tivemos mais duas outras aulas juntas. O que por um lado era ótimo, já que ela era fofíssima; mas nem tanto, por outro, pois como os professores se preocupavam que os alunos não tivessem muitas aulas juntos, isso significava que ao decorrer da semana provavelmente eu ficaria sozinha, na maior parte do tempo.

E esse pensamento me fez perceber uma outra coisa – muito estranha, por sinal.

Alice, apesar de ser toda alegre e tagarela ao meu lado, não falava com praticamente ninguém.

Fiquei meio sem graça de perguntar o motivo e magoá-la, então só perguntei se ela era aluna nova, assim como eu. E ela disse que não.

Mesmo achando estranho, deixei isso pra lá e resolvi mudar de assunto.

Continuamos a jogar conversa fora, só falando besteiras, e aí começamos a descobrir livros e filmes em comum. O que nos levou a muitos outros assuntos.

E mesmo estando "distraída", não pude deixar de perceber, enquanto íamos para o refeitório, que mesmo que todas as outras meninas fizessem questão de ignorar Alice, todas elas a olhavam com uma espécie de inveja nos olhos.

O que, claro, era motivo óbvio pela beleza dela. Porém, nem um pouco justificável, levando em consideração a forma como a tratavam.

Se deixassem de ser um pouquinho menos orgulhosos e viessem conversar com ela, veriam a menina super fofa que Alice é, e então não haveria motivo para inveja. Afinal, amigos não invejam amigos, certo?

— É tão estranha a forma como essas garotas olham pra você... — falei, enquanto saíamos da escola.

— Pois é. Mas eu já me acostumei. — Ela deu de ombros. — Quer uma carona? — perguntou, antes mesmo que eu pudesse perguntar se ela sabia o porque dos olhares.

— Ahn, não, obrigada. Eu vou andando mesmo.

— Tem certeza?

— Tenho sim. — Sorri.

— Bom, então a gente se vê amanhã! — ela falou, me dando em seguida um abraço e um beijo na bochecha.

 

Edward POV

 

Assim que terminou minha última aula, segui em direção ao meu carro, no estacionamento.

Como meu professor liberara a turma antes do horário, ainda tive que esperar por alguns minutos o fim da aula de Alice.

Esperando por ela, liguei o aquecedor assim que entrei no carro e comecei a procurar por algum CD, para passar o tempo. Pouco tempo depois ouvi umas batidinhas no vidro do carona.

— Me dá uma carona aí, cara — Jacob pediu entrando. — Estou sem carro.

— Sem problema — falei, ainda procurando. — Você viu a Alice por aí?

— Não, mas ela já deve estar vindo. A maioria das turmas já foram liberadas, e... Meu Deus! — Jacob murmurou meio abobalhado, e então caiu na gargalhada. — Que mundo pequeno!

Olhei pra ele sem entender e, como ele não disse nada, resolvi dar também uma olhada pelo retrovisor, seguindo o seu olhar.

E lá estava ela! Ou melhor, lá estavam elas.

Alice estava de costas para o carro, e, sorrindo pra ela – bem na minha direção, devo ressaltar – estava ela, a menina do corredor.

Meu queixo quase despencou.

— Como... Desde quando... Quem... — comecei, sem conseguir terminar nenhuma frase compreensível.

Jacob continuou rindo, se contorcendo no banco.

— Daria tudo para ter uma câmera agora. Você devia ver a sua cara! — zombou.

O ignorei e continuei a observá-las. Alice falou alguma coisa e então abraçou e beijou a bochecha da garota, sendo correspondida logo depois.

Fiquei meio perdido em minha própria linha de pensamentos.

Afinal, desde quando Alice tinha amigas?

Que eu soubesse, ela não tinha uma desde a 6ª série.

— Para a sua informação, eu tenho muitas amigas sim senhor! — Alice falou alto, meio irritada, enquanto batia a porta do carro com força.

Foi só então que percebi que tinha "pensado" um pouco alto demais.

Ignorei o que ela disse e já fui fazendo outra pergunta.

— De onde vocês se conhecem?

Alice, que estava sentada no banco de trás, cruzou os braços na frente do corpo e fechou a cara.

— Por que eu responderia?

— Porque eu sou seu irmão mais velho e por isso você tem que me respeitar e fazer tudo o que eu mandar.

— Há, há. — Ela forçou a risada. — Muito engraçado, Edward, mas eu estou com fome e quero ir embora. Poderia deixar as piadas para depois e ligar o carro, por favor?

— É sério, Allie, por favor. Estou pedindo! — pedi mais carinhosamente.

— Por que eu responderia? — ela repetiu.

— Porque eu te amo? — chutei.

Ela revirou os olhos e passou a encarar suas unhas.

— Porque eu vou fazer tudo o que você quiser — blefei.

Vendo que eu não receberia nenhuma resposta de Alice, Jake resolveu ajudar.

— E porque ele está apaixonado pela morena! — Jacob falou baixinho em tom de conspiração, rindo alto logo depois.

Os olhos de Alice quase saltaram.

— Eu não estou apaixonado! — Rebati rápido, carrancudo. — Só a achei bonitinha. Até mesmo porque, ah, fala sério, é a primeira vez que eu a vejo. Não tem como se apaixonar assim! — Me defendi.

— "Bonitinha"? — Alice murmurou fazendo uma careta estranha, ignorando todo o resto que eu havia dito. — Já entendi porque você não arruma uma namorada.

Gargalhando alto, Jacob bateu com seu pulso no de Alice.

— Eu amo essa família!

 

Bella POV

13 de Maio, 14:00.

 

Após sair da escola, fui para o meu novo apartamento voando, engoli a comida, tomei um banho super rápido e segui para o meu novo – e primeiro – emprego.

Não era nada extraordinário. Eu seria garçonete por uma semana e aí, se eles gostassem de mim, eu poderia ficar por mais tempo.

Antes de sair da casa de meu pai, da mesma maneira que me preocupei em arrumar, mesmo à distância, um apartamento, eu também tratei de procurar um emprego. Nada que fosse muito difícil. Eu somente queria alguma coisa que me desse dinheiro e que não me fizesse "escrava" dos cartões de créditos do meu pai.

Afinal de contas, meu pai, apesar de não ser contra, ele não gostava muito da idéia de me ver namorando com Matt. Coisa que ficou ainda mais evidente quando eu decidi me mudar para cá. Então, se eu estava em busca de "liberdade", de quê me adiantaria continuar vivendo sob a sua ajuda?

Arrumar um emprego para me sustentar era só o primeiro passo.

Quando contei a Rosalie minha intenção de arrumar um emprego, inacreditavelmente ela me deu a maior força. E um de seus muitos conselhos, foi que eu tentasse ser garçonete na cantina de um hospital.

Segundo ela, era o melhor lugar para trabalhar. Não tinha a bagunça e nem a "badalação" dos restaurantes normais, tornando tudo muito mais fácil, ainda mais para alguém sem experiência como eu.

Suspirei chateada, pensando que seria bom ter alguém comigo para dividir esse momento. Apertei com mais força o casaco ao redor de meu corpo, enquanto procurava o hospital.

Assim que o avistei apertei o passo e em pouco tempo já estava lá dentro.

Pedi ajuda na recepção e uma mulher bastante simpática me informou o caminho que eu deveria seguir, passando antes no meu armário para pegar o uniforme e vesti-lo.

Dez minutos depois, já arrumada e meio nervosa, segui na direção que a recepcionista me mostrara.

Entrei na cantina e corri os olhos pelo local, tentando encontrar meu chefe. Eu nunca o tinha visto pessoalmente antes, já que todas as vezes que conversamos foi por telefone, mas, em sua descrição, eu já fazia mais ou menos uma idéia de como ele poderia ser.

Enquanto procurava por ele, não pude deixar de prestar atenção nas meninas que trabalhavam ali. Todas as garçonetes eram muito bonitas.

Continuei minha procura, até que vi um homem olhando insistentemente em seu relógio de pulso. Parei para prestar mais atenção nele. Ele era moreno, meio forte, e devia ter uns quase 30 anos. De onde eu estava, pude ver que seus olhos não eram claros.

Era exatamente a descrição que eu tinha.

Ok, muita gente pode se encaixar nessa descrição, mas, por algum motivo – talvez pelas olhadas insistentes no relógio (eu estava 30 minutos atrasada) – eu senti que era ele.

— Senhor Carlos? — perguntei meio incerta.

— Isabella Swan?

— Sim, sou eu. — Sorri.

— Venha comigo — ele falou sério, em um tom meio grosseiro.

Tirei rapidamente o sorriso do rosto e o segui, temerosa.

Ele não me passara um sermão sobre horários, como eu pensei que passaria. Mas ele deixou bem claro que se eu quisesse permanecer no emprego, eu deveria chegar todos os dias na hora certa.

Tudo o que ele fez depois foi me ensinar como eu deveria agir caso recebesse alguma cantada e coisas do tipo, avisando, depois, que seria a Lizzy que faria o meu treinamento durante aquela semana de experiência.

Lizzy, apesar de sua aparência simpática, não era uma pessoa muito agradável de se conviver. Para ela, tudo o que eu fazia de alguma maneira estava errado. Pensei em um milhão de respostas para lhe dar, mas eu precisava deste emprego, então respirei fundo e engoli todos os foras, sorrindo educadamente e assentindo, assim como meu pai havia me mandado agir muitas vezes, durante algum jantar especial com algum daqueles seus amigos malas.

No meio da tarde, quando ela disse que precisaria se ausentar pelo resto do dia, respirei aliviada e só então consegui trabalhar em paz.

— Mesa 3. — Jason disse, me passando uma bandeja com dois cafés e pães de queijo.

Coloquei os cafés e os pãezinhos sobre a mesa e devolvi o "obrigado" dos dois homens com um leve sorriso.

— Isabella? — Ouvi uma voz fininha, meio surpresa, chamar atrás de mim, enquanto eu levava de volta a bandeja para o balcão.

— Alice! — Sorri e abracei. — O que você está fazendo aqui? — perguntei confusa, percebendo que ela estava usando o mesmo uniforme que eu.

— Meu pai trabalha aqui; ele é médico. E, bem, hoje foi a folga de duas meninas e agora uma precisou ir embora. Lizzie, já conheceu? — Assenti. — Então, como têm meninas a menos, ele perguntou se eu não poderia dar uma ajudinha aqui. De vez em quando eu faço isso para passar o tempo. — Sorriu. — Não faço nada em casa mesmo. — Deu de ombros.

— Ah. — Fiz eu. — Que bom que você está aqui! — falei sinceramente.

— Caramba, acho que tenho que concordar com o Jake – o mundo é mesmo pequeno. — ela soltou uma risadinha. — Meu irmão vai surtar quando souber!

— Hã? Por quê?

Ela somente fez um gesto com a mão, como quem diz "deixa pra lá".

— Mas então, o que está achando de seu primeiro dia de emprego? Quando você disse que começaria a trabalhar como garçonete eu não imaginava que seria aqui!

— É. — sorri. — Ah, por enquanto está tranqüilo. Eu estava meio nervosa, mas acho que já estou pegando o ritmo.

Ela ia dizer alguma coisa, mas interromperam-na.

— Alice, mesa 7! — Alguém gritou.

Ela me direcionou um sorriso apologético, murmurando um "depois a gente se fala" antes de correr para atender a mesa.

Sorri sacudindo um pouco a cabeça, enquanto seguia para um grupo que ainda não fora atendido. Alice era tão fofa! Parecia estar sempre meio preocupada com alguma coisa, com medo de que se me deixasse falando "sozinha" eu poderia, sei lá, levar isso para o lado pessoal ou alguma coisa do tipo.

Coisa que eu jamais faria! Afinal, Deus, nós estávamos trabalhando! Eu nunca poderia ficar chateada com ela por ela ter me deixado sozinha para fazer o seu trabalho. Estávamos aqui para trabalhar, não para ficarmos conversando!

Às 18 horas, a lanchonete começou a encher porque era o final do horário de visitas, então era o momento em que todos vinham comer ao mesmo tempo. Apesar de só ter mais uma hora pela frente de trabalho, os minutos se arrastavam.

Desde que Alice me chamara, em nenhum outro momento tivemos tempo para conversar, a não ser em algumas poucas vezes em que passávamos perto uma da outra, mas não conseguíamos trocar muito mais do que três palavras.

Me sentindo cansada demais, forcei minhas pernas a seguirem andando para eu terminar de servir as últimas mesas.

Faltava pouco menos de 10 minutos para eu poder ir embora, e isso até que era animador, mas mesmo assim, os segundos ainda me pareciam intermináveis horas.

— Só mais a mesa 15 e você já pode ir embora! — O senhor Carlos – que estava o dia todo sem fazer nada, só sentado e me observando – disse com um enorme sorriso no rosto, falando como se fosse a melhor pessoa do mundo, por me liberar 6 minutos antes do horário.

Reprimindo o impulso de revirar os olhos, girei rapidamente sobre meus calcanhares com a bandeja cheia de bolinhos e com três latinhas de refrigerante. Eu não tinha percebido o garoto atrás de mim, então, quando girei, bati com tudo a minha bandeja em seu peito, me fazendo perder o equilibro e me derrubando junto com as coisas ao chão.

— Aii... — Murmurei enquanto passava a mão na parte de baixo da minha coxa.

— Oh, meu deus! Desculpa! — Ouvi o garoto murmurar, e só então levantei os meus olhos, aceitando a mão que ele me oferecia para me ajudar a levantar.

E, tudo bem, ele não era exatamente um garoto. Com toda certeza ele já era um homem!

Eu já estava de pé, mas mesmo assim eu ainda batia mais ou menos na altura de seu ombro. Sem me preocupar com os bons modos que aprendera com meu pai, encarei-o profundamente, sem conseguir desviar meu olhar. E então prendi meus olhos nos seus, perguntando-me onde já os tinha visto antes.

O estranho de olhos verdes brilhantes e cabelos dourados não me lembrava ninguém em especial e eu tinha certeza que nunca o tinha visto antes, mas seus olhos... Eu tinha a estranha sensação de já tê-los visto em algum lugar.

E, só depois de um tempo, quando saí de meu transe e voltei a ouvir a todos os barulhos ao meu redor – principalmente a voz do senhor Carlos gritando atrás de mim –, eu percebi que o garoto retribuía o meu olhar com a mesma intensidade.

— Er, oi. — Sorri meio sem-graça. — Me desculpe, eu te sujei. — Desci meus olhos para a sujeira que eu havia feito com os bolinhos em sua blusa, reparando, mesmo que sem querer, que o seu peito era forte e musculoso. Na verdade, não era muito, mas era o bastante para estar bastante definido sob a blusa. — Eu vou buscar um guardanapo para te limpar e...

— ISABELLA! — Fui interrompida pelo senhor Carlos. — Aqui! AGORA!

Dirigi-lhe um sorriso apologético e totalmente constrangido, virando-me e seguindo ao encontro do sr. Carlos.

Fiquei por uns dois minutos ouvindo umas coisas não muito agradáveis, enquanto eu corava fortemente ao perceber que além dos olhares que foram direcionados a mim por eu ter feito aquela sujeira toda, eu ainda era o centro das atenções por também estar levando um esporro na frente de todo mundo.

Ele continuou lá, murmurando que "ter cometido um erro, tudo bem, mas continuar na cena do crime quando já poderia ter voltado e arrumado tudo há séculos, é muita burrice!", e eu nem estava prestando muita atenção nisso, por estar envergonhada demais, até que uma voz calma, porém firme, chamou a nossa atenção.

— Deixe a menina, Carlos! — ele mandou. — Quantas vezes a minha irmã já não fez a mesma coisa? Pelo amor de Deus, dê um desconto a ela! É o seu primeiro dia e, além de nervosa, provavelmente ela também está cansada. Ah, e por falar nisso, acho que já está na hora de ela ser liberada, não?

O senhor Carlos começou a murmurar umas coisas incompreensíveis, até que, saindo de perto, gritou um "Por hoje é só!" por cima do ombro pra mim, e então saiu do nosso campo de visão.

Olhei para o cara ao meu lado e o encarei boquiaberta. Apesar da diferença de idades e tudo o mais, ele parecia ter muito mais influencia sobre o meu chefe do que o contrário.

— Eu não sei o que dizer... — Fui sincera. — De verdade, obrigada.

— Isso já é o bastante — ele disse sorrindo e me dando em seguida uma piscadela. — Ah, e a propósito, antes de você derrubar tudo aquilo em cima de mim, eu só queria te avisar que a Alice está no banheiro trocando de roupa. Ela pediu para avisar que quer conversar com você.

— Ah... Ok. Você conhece a Alice?

— Se eu conheço? — ele soltou uma gargalhada. — Nós moramos juntos.

Arregalei meus olhos, mas antes que ele pudesse perceber minha incredulidade, controlei minhas emoções.

Eu sabia muito bem que hoje em dia muitos namorados moravam juntos. É só que... Sei lá.

Vai ver, é só porque eu não imaginava que Alice fosse assim.

"Assim como?" Repreendi a mim mesma. Morar junto com seu namorado, se você o ama, não é nada demais. Era muito provável que eu também abandonasse o meu apê e passasse a morar com Matt, caso ele realmente fosse fiel a mim.

Amaldiçoei-me pelas coisas maldosas que pensei sobre Alice. Ela era um amorzinho comigo e eu não tinha porque pensar algo assim dela.

Sacudi um pouco a cabeça, ainda me repreendendo, quando um outro pensamento me assaltou.

"Ok, mas e se ela não for esse 'amorzinho' todo? Eu não tenho como saber, afinal, nem a conheço direito!"

E logo em seguida ao pensamento ela apareceu em meu campo de visão, abrindo um enorme e contagiante sorriso pra mim.

Sorri de volta, me arrependendo por qualquer pensamento e percebendo que eu realmente queria ser amiga dela. Isso nunca aconteceu comigo! Se 'encantar' por alguém assim, à primeira vista, eu quero dizer. Nem com namorados e muito menos com amizades. Bom, Matthew foi a única exceção.

Rosalie foi uma amiga que cresceu comigo, então, tempo foi a coisa que mais tivemos em nosso "relacionamento".

E família, bem, família nós não escolhemos.

Mas em relação a todos os outros namorados e tudo o mais, eu sempre conversava muuuuuito antes, me tornava amiga para aí, depois, permitir que meu sentimento crescesse.

— Olá, Bella! — ela sorriu.

— Oi, Alice.

Eu não queria que acontecesse novamente o que aconteceu quando eu resolvi, pela primeira vez, ouvir meu coração. Mas eu sabia que não iria me decepcionar com Alice. Ela não era esse tipo de pessoa. Quero dizer, Matthew é aquele cara que assim que você chega na cidade, ele é a primeira pessoa de quem você ouve falar. E, na maioria das vezes, coisas ma-ra-vi-lho-sas! Principalmente se for de mulheres. Mas, que em algumas poucas vezes, o que você ouve não é nada que chegue nem perto de ser bom.

Pensando por esse lado... Bom, sobre Alice eu não ouvi absolutamente nada, mas, ah, ela não pode ser tão má assim.

— Vejo que você já conheceu o meu irmão, não é mesmo? — Ela sorriu enquanto passava o seu bracinho ao redor da cintura dele.

— Seu irmão? — Perguntei, abrindo involuntariamente um sorriso tão grande que mal parecia caber em meu rosto.

Não entendi a estranha onda de felicidade que se apossou de mim, mas eu gostei disso.

— Sim! — Ela falou extremamente animada, pegando minha mão direita e puxando a dele, colocando-as juntas. — Eddie, esta é a Isabella. Bella, este é o Edward.

— Oi, Edward! E... Me desculpe de novo pela camisa.

— Sem problema. — Sorriu. — Encontros esbarrados entre nós está virando rotina, huh. — brincou.

Fiquei sem entender.

— Hã? — Murmurei junto com Alice, o que nos fez soltar uma risada depois.

— Nós nos esbarramos... No corredor da escola... Hoje de manhã... — falou devagar, meio incerto.

— Ah! Foi você! — Foi tudo o que consegui dizer. Estava constrangida demais para formular uma frase melhor.

Um silêncio estranho se instalou entre nós, enquanto Alice o olhava de uma forma estranha e meio acusadora, e ele corava um pouquinho.

Achei que, deste jeito, ele ficou ainda mais lindo!

— Bom, acho que tenho que lhe pedir desculpas duas vezes, então. — Tentei brincar.

E assim, desviando o olhar de sua irmã que o encarava de uma forma que eu não conseguia entender o por quê, ele se virou pra mim e me dirigiu um sorriso torto que foi capaz de congelar no lugar toda a minha corrente sanguínea e travar a minha respiração.


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