Hera entrou saltitando no meu quarto com milhões de coisas na mão “Olha, você vai tomar um banho agora, você tem quinze minutos para isso. Seu casamento é as dez e agora são cinco e meia, não a tempo a perder” ela me arrancou da cama e me empurrou para o banheiro, onde eu tomei um banho caprichado e me depilei, porque lua de mel peluda não dá. Coloquei o roupão que ela deixou lá, com as minhas iniciais. “Ellie, Héstia vai estar aqui daqui a pouco e vai me ajudar. Vamos fazer o cabelo, as unhas e a maquiagem, as náiades e as nereidas vão te ajudar com isso, cortesia do seu sogro” ela me sentou numa cadeira de salão que nunca esteve no meu quarto. Umas dez nereidas e náiades entraram no meu quarto, todas vestindo vestido verde azulados, combinando com suas peles cintilantes. Meu quarto ficou cheio de pessoas, que passavam e gritavam umas com as outras. As minhas madrinhas estavam no outro quarto se arrumando e falando alto.

Minhas unhas estavam prontas, o meu cabelo solto e em ondas nos meus ombros, a maquiagem perfeita e um par de brincos verdes perfeitamente perfeitos. Elas fofocavam sobre todo o tipo de coisas quando Atena entrou no meu quarto com bobes nos cabelos e um roupão branco “COMO ASSIM AINDA NÃO CHEGOU?” ela gritava ao celular, coisa nada normal para uma mulher que é sinônimo de educação. “VOCÊ VAI PEGAR O VESTIDO DELA E ME ENTREGAR, TÁ ENTENDIDO APOLO? EU NÃO ME IMPORTO!” ela começou a gritar histericamente e depois desligou o telefone. “Ele vai morrer em minutos” ela colocou a mão na têmpora esquerda e chamou uma nereida pra fazer uma massagem nela.

Depois de uma hora e meia, Apolo chegou correndo ao meu quarto e jogou o vestido na minha cama “Olha como você está, linda como sempre” ele olhou para mim e assoviou “APOLO SEU IDIOTA, SAIA LOGO DA MINHA CASA” minha tia gritou e empurrou-o escada a baixo, com roupão e tudo mais “Calma, eu te fiz um favor” ele dizia e ela rebatia “SIM, COM UMA HORA E MEIA DE ATRASO” ela realmente estava diabólica hoje, só faltavam os chifres e um rabinho. Era muito irônico isso, devido ao fato de que ela é uma mulher que geralmente é um poço de educação e fica estressada raramente. Aham Cláudia senta lá, até parece.

“Podemos ir? Sério, desse modo nunca iremos chegar a tempo a Montauk” Hera estava com um vestido azul e sapatos brilhantes. “AH, Ellie, você está magnífica, já vamos te vestir” ela pegou o vestido que eu pedi só que esse era colado até a coxa e abria em uma fenda enorme do alto da coxa até o chão, passando por enormes camadas de crepe e seda e fez isso sem tirar um fio de cabelo do lugar e enfiou uma liga no alto da minha coxa. Eu queria abaixar a fim de evitar me passar por safada, mas ela não deixou “Se tirar essa liga ou sequer tirar ela do lugar, sabe que eu vou brigar com você” ela olhou para mim ameaçadoramente e eu sosseguei.

Depois de atravessar o Olimpo e descer o elevador, todos os olimpianos atravessaram o saguão vestidos de madrinhas, padrinhos, convidados e eu com um vestido apertado e branco, vestida de noiva com um buquê enorme nas mãos. As pessoas ficavam me parabenizando e mexendo comigo, até que uma limusine enorme e branca estacionou e alguém abriu a porta para mim, Hera me empurrando para dentro “Ande querida, o vestido não pode sujar” e entrando juntamente com Atena. “Vai dar tudo certo” as duas ficavam falando embora sinceramente eu não estivesse tão nervosa assim. Parecia que eu tinha nascido para isso.

A praia estava perfeita, o sol não muito alto e as nuvens no céu azulado fazendo contraste com o mar esverdeado. “Tudo perfeito” eu suspirei e a limusine parou na pista, perto dos chalés, onde um tapete vermelho me esperava em metros de imensidão. Foi aí que eu notei os convidados. Deviam ter umas mil pessoas brincando ali. O acampamento meio sangue estava todo ali, todos os chalés, todos os tipos de pessoas. Desde os mauricinhos de Afrodite até os espertos de Apolo passando pelos esquisitos e os estranhos. Fora o povo olimpiano quase todo, e os deuses maiores, que seriam meus padrinhos. Até Hades estava lá, como meu padrinho é claro, não como inimigo quase que mortal. Ele era até que um cara legal que me lembrava de uma pessoa que não estava ali, Nico. Só de pensar nele eu tive um ataque de pânico pesado, comecei a suar frio e meu coração se apertou.

Era a minha deixa. Ares abriu a porta e me pegou pela mão, me puxando do carro com buquê e tudo, as câmeras clicando rapidamente, o flash me cegando a cada clique. Percy estava lá, metros depois, perto da arrebentação, olhos cintilantes tão verdes quanto o mar, me esperando com um sorriso enorme. Eu só queria chegar lá logo, queria arrastar Ares e dar um jeito nisso logo. Em minutos estávamos no altar. Ares pegou minha mão e colocou na de Percy. “Ou cuida dela ou é melhor ter plano funerário” Ares cochichou para Percy e olhou para mim “Te cuida guria” e me deu um tapinha. Ele era tão estranho. Ele me guiou até o altar, onde eu arranquei o salto alto e fiquei descalça na areia, já que Percy também arrancara os sapatos. A cerimônia começou bem, mas algo inesperado aconteceu na hora do sermão. Eu nem estava prestando atenção no padre, só em Percy quando uma voz conhecida gritou “Pare esse casamento agora” virei a cabeça em direção a voz e um menino de cabelos negros corria em minha direção, tropeçando no tapete e ainda sim correndo: Nico.