Tudo Tem Seu Tempo escrita por BetaCullen


Capítulo 5
Passeio


Notas iniciais do capítulo

Estou escrevendo um capítulo atrás do outro, porque tenho tempo agora, mas não posso garantir para próxima semana esse rítmo. Agradecida as pessoas que estão me dando apoio, deixando reviews ou que estão simplesmente lendo a história...bjus



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Acordei às oito horas. Ainda era muito cedo para o passeio que tinha marcado com Erika. Deste modo, comi uma tigela de cereais calmamente e resolvi fazer outras coisas que estavam pendentes, como organizar alguns papeis que estavam jogados sobre a mesa de jantar da sala, olhar meus e-mails pessoais e separar as roupas sujas para mandar para a lavanderia na Segunda.

Quando terminei já passavam dás nove horas, então resolvi tomar um banho e me arrumar, não queria me atrasar e nem fazer nada com pressa. Resolvi escolher uma calça jeans escura, camiseta básica branca, coloquei uma camisa de gola aberta por cima e tênis, sabia que íamos caminhar muito e queria ficar confortável.

Quando faltavam dois minutos para às dez horas fui bater na porta de Erika. Depois de alguns segundos, Erika abriu a porta com um sorriso lindo no rosto.

- Bom dia, um clássico homem inglês.

Enruguei as sobrancelhas.

- Como assim? – Perguntei confuso.

- São exatamente dez horas. Muito pontual.

- Sabe como é, não peguei trânsito. – Disse rindo, da minha péssima piada.

- Sei. - Ela riu me acompanhando. Em minha opinião, só para não perder o amigo. Péssima piada. – Já volto, vou pegar minha bolsa.

Quando voltou, fechou a porta e seguimos para o elevador. Dentro do elevador, reparei que suas roupas combinavam com as minhas, e, sem querer soltei um risinho. Ela se virou para mim, arqueando uma sobrancelha perfeita.

- O que foi? – perguntou desconfiada.

- Nós combinamos. – Ela estava vestindo uma calça jeans skinny quase da mesma cor da minha, camiseta básica branca e tênis.

Ela olhou para mim e depois para as próprias roupas e começou a rir junto. – É, parece que estamos em sintonia. – sorriu.

Eu corei, olhei para baixo e ouvi sua risada.

- Não quero constrangê-lo, desculpe. – Levantei os olhos e ela estava com um sorriso de desculpa.

Eu sorri em resposta. – Tudo bem, bobagem minha.

A porta do elevador abriu e nós saímos.

- Você me disse que gostaria de fazer o tour a pé não é? – eu perguntei me lembrando da conversa de Sexta.

- Sim, algum problema?

- Não, nenhum, mas acho melhor pegarmos um taxi para o centro. Assim gastamos nossas energias conhecendo os pontos importantes a pé, e não perderemos muito tempo para chegar lá.

- Acho ótimo. Você é quem manda. – disse descontraída.

Pedi a John, o porteiro, para chamar um taxi. Ele desligou o telefone, disse que o taxi estava a caminho e olhou de mim para Erika e sorriu. Suspirei, se o porteiro já estava tirando conclusões precipitadas, imaginei minha família. Agradeci aos céus por Erika aparentemente não ter notado nada. Seria constrangedor.

Depois de uma hora, ainda estávamos passeando pelo centro. Conversávamos sobre nossas preferências quanto a músicas e filmes, enquanto eu lhe mostrava onde ficavam a lavanderia, um mercado de produtos orgânicos e minha locadora favorita.

- Podemos ir à locadora? Gostaria de ver o acervo, e, se poderia alugar um filme que estou louca para ver e que uma amiga disse que era fantástico.

- Claro, vamos. Você trouxe documentos para fazer o cadastro? – perguntei – Se não trouxe pode pegar no meu nome. – Ofereci.

- Obrigada. Afinal não tenho nenhum comprovante de residência ainda. Me mudei a muito pouco tempo.

Enquanto Erika olhava o acervo, fiquei dando uma pesquisada, para saber se não havia nenhum filme que eu gostaria de ver. Estava tão desatualizado que provavelmente teria que ficar uma semana ininterrupta sentado em frente ao home theater para me atualizar. Mas, o que mais me chocou foi que não conseguia tirar os olhos de Erika por mais de 10 segundos, e quando conseguia é por que ficava me policiando para não secar a garota. O pior foi quando o olhar dela cruzou com o meu. Devia ter sentido que “alguém” estava a encarando. Sorri, corei, lógico, e, para quebrar o contato visual, fingi estar muito interessado no DVD infantil que estava na minha frente.

Depois de Erika ter encontrado o filme, fomos lanchar em um café próximo ao parque. A vista era realmente uma das minhas preferidas, e eu fiquei surpreso ao constatar como estava relaxado e despreocupado com horários e relatórios. Fazia tempo que eu não me sentia tão desligado.

- O que você faz exatamente na Derek’s? – perguntei enquanto depositava nossos pedidos na mesa.

- Sou advogada responsável pelas contas que a empresa possui no exterior. Avalio situações de risco legal e reporto em relatórios, faço contratos para negócios que são firmados com empresas de outros países.

- Se especializou nesta área então?

- Sim, tenho mestrado em direito internacional. – disse com um leve dar de ombros, como se fosse a coisa mais normal do mundo, alguém estudar tanto em tão pouco tempo.

Eu sorri.

- Você parece muito nova para ser mestre.

Ela retribuiu meu sorriso.

- Obrigada pelo elogio, mas já tenho 25 anos. Acabei minha graduação com 21 anos, e, como sempre fui aplicada, recebi a oferta para fazer mestrado. No início achei que talvez não fosse uma boa idéia, queria colocar em prática os anos de conhecimento adquirido, mas meus professores falaram-me que aproveitaria mais se fizesse uma especialização. Em um ano e oito meses tinha defendido minha tese. Nada de mais.

- Nossa. Eu acho que é sim. Você deve ser bastante inteligente. – eu supus.

- Sou bastante esforçada. Estudei muito para finalizar o curso o mais rápido possível. Queria me ver livre da faculdade.

Notei uma sombra passar por seus olhos, mas não fiz comentários. Não me achava no direito de fazer indagações sobre sua vida pessoal.

- E você? – perguntou, tirando-me de meus devaneios – parece que tem um cargo importante na empresa em que trabalha.

- Sim, pode-se se dizer que sim – sorri -  e acho que meu chefe esta quase me dando uma promoção a diretor executivo de um dos setores da empresa.

Fiquei um pouco cabisbaixo quando me lembrei das condições necessárias para receber a promoção.

- Nossa, você ficou meio triste ou é impressão minha? – Ela pensou um pouco e depois riu. – meu Deus, não vá me dizer que você é a única pessoa do mundo que não quer uma promoção a diretor executivo. – Ela ficou séria e pegou minha mão, fiquei um pouco tenso com o gesto, mas foi reconfortante – Você não se sente preparado? – perguntou.

- Não, não é isso. É que meu chefe tem alguns pré-requisitos que devem ser preenchidos para que eu consiga o cargo. – Suspirei.

- Por que não desabafa? – ela perguntou – Às vezes ajuda. – disse dando um leve aperto na minha mão.

Senti-me mais corajoso ao desabafar.

- Como posso explicar... – eu estava desnecessariamente nervoso. Claro, pensei, Erika era a primeira pessoa com quem eu falava sobre as “exigências” do senhor Sanders. – Gosto do meu trabalho, dos meus colegas e tenho um carinho especial por meu chefe, afinal o conheço a mais de 12 anos e o considero como a um membro de minha família.

Erika fez um sinal com a cabeça, dizendo que compreendia e para que eu prosseguisse.

- Ok. Veja, a Sanders é o tipo de empresa familiar, e quando digo familiar,não é só no que tange a descendência no cargo de presidência. – Suspirei – Todos os executivos, as pessoas com cargos mais altos, são casadas, e isso não é coincidência. Uma de suas exigências é que os executivos sejam comprometidos, segundo ele isso seria para obrigar os funcionários a ter um maior equilíbrio na vida e não pensar somente em dinheiro e poder. Antigamente brincávamos dizendo que ele era como um cupido, pois ele praticamente arrumava casamentos para os candidatos aos mais altos cargos. De vez enquanto ele conseguia juntar duas pessoas que nunca nem pensariam em ficar juntas. – Enchi o pulmão de ar, e depois soltei olhando para cima. – Antes eu achava engraçado, mas agora que o alvo sou eu, perdeu um pouco a graça. – sorri tristonho.

- Qual é o problema? – Ela perguntou sorrindo. –Não tem ninguém de quem você goste, é isso?

- Não sei, não penso muito nisso. – Menti desviando o olhar e olhando para a rua. Ultimamente estava pensando muito nisso. Não podia dizer que ela era a grande responsável pela minha mudança de ideia. Ela provavelmente sairia correndo e gritando. – É que me acostumei a não fazer planejamentos nesta área da minha vida.

Ela deu um ultimo aperto na minha mão e a soltou.

- Então, - disse sorrindo – acho que esta na hora de começar a pensar. Já parou para pensar, que talvez isto esteja acontecendo para você tomar uma nova decisão, uma nova posição, sair dessa inércia? Nada acontece por acaso. – disse piscando para mim.

Olhei para ela com os olhos arregalados, estava em choque. Foram as mesmas palavras usadas pelo senhor Sanders.

- Então, vamos caminhar um pouco no parque? – perguntou-me fazendo sair dos meus devaneios.

- Cla-claro...- gaguejei, depois sorri para disfarçar – Vamos pegar um pouco de sol.

Pagamos e fomos em direção à saída.


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Notas finais do capítulo

Deixem sua opinião...afinal é minha primeira fic.



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