Forbidden Love escrita por carol_teles


Capítulo 14
Capítulo 15


Notas iniciais do capítulo

oi! Demorou, neh? Sorry, aulas começaram, provas, trabalhos. É tanta coisa que já to rezando para as férias chegarem. kkk
Bem, depois desse capitulo, vai demorar para eu postar. Desculpem. A razão? Eu parei a história nesse capitulo. Então, depois dele não tenho mais nada pronto e to com um tempo limitado para escrever. Além de ter de me preocupar com as outras histórias também. Desculpem, gente.
Bom, espero que gostem desse capitulo e por favor não desistam dessa fic só pela demora! ;D
Bjos!



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Ren passou o próximo dia observando Kyoko. Noite passada fora a primeira vez que a vira tão vulnerável. Ren estava curioso para sabe que tipo de pesadelo poderia deixar ela assim, mas não perguntaria nada que a fizesse ter medo ou ficar triste.

- Tsuruga-san, faz um tempo que está olhando para a Kyoko-chan. Alguma coisa errada? – Julie pergunta, estranhando.

- Não. – então Ren olha para ela – Você sabe dizer se a Kyoko tinha pesadelos na América?

- Hã? Pesadelos? – a garota olha para ele sem entender.

- Sim.

- Ela nunca teve pesadelos. Não até... – o rosto de Julie fica sem expressão.

- Até o que? – Ren pergunta sério.

- Não, não é nada. Desculpe, tenho que ir. – Julie corre para longe.

“Ela está escondendo alguma coisa.”

- Reeeeeen! – Yashiro se aproxima, com um sorriso malicioso. Ren apenas olha para ele, já sabendo que tinha algo haver com Kyoko. – Você vai estar livre hoje às 7 da noite!

- Entendo. – Ren diz, sem mostrar muita importância.

- Não me de essa cara de “E daí?”. É a chance perfeita para você e a Kyoko-chan irem num encontro! – Yashiro observou a faísca de felicidade aparecer nos olhos de Ren, mas ela logo desapareceu.

- Muito obrigado pela consideração, Yashiro-san. – Ren deu seu sorriso brilhante – Mas ela deve estar ocupada trabalhando.

- Não está. – ele responde e o rosto de Ren fica sem expressão.

- Você andou espiando a agenda dela de novo?

- Não é espiar, Ren. É apenas comparar seus horários com os dela. – Yashiro responde com um sorriso malicioso. – Ah, ela está vindo! Não deixe essa chance escapar! – Yashiro corre para longe e Ren observa Kyoko andando em sua direção.

- Onde Yashiro-san foi? – ela pergunta.

- Disse que tinha que fazer algo.

- Hum... Ren, me desculpe por ontem de noite. – Kyoko diz, com as bochechas vermelhas.

- Tudo bem. Todo mundo tem pesadelos. – Ren sorri – E eu ainda consegui me aproveitar da situação. – Ren diz, sorrindo maliciosamente.

- Ah é? – Kyoko diz, o rosto fechado.

- Com certeza. Mas Kyoko, eu queria te perguntar algo.

- Sim?

- É a primeira vez que tem esse pesadelo? – Ren pergunta olhando diretamente nos olhos dela. Kyoko fica olhando para ele, pensando no que responder. Ela não queria mentir.

- N-não. – ela desvia o olhar.

- Entendo. Não vou perguntar o por que de ter esse pesadelo, nem há quanto tempo o tem. Mas quando você achar que pode me dizer, por favor, me diga. – Ren pede, olhando para ela e sorrindo gentilmente.

- Desculpe. – ela abraça Ren.

- Xiiiis! – Date aparece, tirando uma foto e assustando o casal.

- Diretor!

- No flagra! – Julie e Kuu se aproximam, rindo.

- Oto-san! Oka-san! – Kyoko olha para os dois, irritada.

- Desculpe. É muito emocionante ver um casal como vocês. Faz-me lembrar dos tempos que eu tinha a idade de vocês.

- Diretor, eu espero que não vá divulgar essa foto. – Ren diz, olhando para ele com seu sorriso brilhante.

- Bem, adivinha só! Sábado nós três vamos para o Kimagure Rock, falar sobre o filme.

- Foi o presidente que armou isso?

- Ah, você suspeita demais do seu chefe. – Date diz, sorrindo.

- Porque ele é suspeito! – Ren diz.

- Eu acho que é melhor vocês anunciarem ao público lá, por que pelo rosto do Lory, ele estava planejando algo. E não era algo muito legal. – Date diz, sorrindo maliciosamente. Ren suspira.

- Oto-san. – Kyoko chama.

- Sim, Kuon?

- Você fica com ciúmes da oka-san se ela beijar outros homens?

- Você beijou outros homens?! – Kuu olha para a mulher, quase chorando.

- Não, Kuu!

- Oto-san, estou dizendo na atuação. Se quando ela atua e tem que beijar outro homem. Você fica com ciúmes?

- Um pouco. Mas entendo que seja apenas trabalho.

- Por que está perguntando isso, Kyoko-chan? – Date pergunta.

- Hã... Ren, e você?

- Eu?

- Sim. Você fica com ciúmes?

- Não. É trabalho.

- Mentira. Ele morre de ciúmes. – Kuu, Date e Julie dizem ao mesmo tempo, olhando para Ren.

- Que rude!

- Então você não fica com ciúmes? – Kyoko pergunta de novo.

- Não. É trabalho. Não envolvo trabalho com vida pessoal.

- Ótimo! – Kyoko sorri – Porque eu vou ter que beijar o Shou.

- YOU WHAT?! – Ren olha para ela, incrédulo.

- Viu? – Kuu, Julie e Date dizem, olhando para Ren. O tom de voz dele havia saído um pouco mais alto que o normal e isso chamou a atenção de todos no set, que estavam olhando para eles e perguntando-se o que havia acontecido. Ren sorri, desculpando-se e volta a olhar para Kyoko.

- O que você disse, Kyoko? – Ren pergunta com o sorriso brilhante.

- No PV, minha personagem tem que beijar o Shou. É a última cena. Depois dessa, nosso projeto acaba.

- Não pode ser um abraço? – Ren pergunta.

- Eu pensei que não ficasse com ciúmes.

- Não fico. Apenas estou dando uma sugestão. – ele sorri, aumentando os voltz de seu sorriso.

- Se é assim, obrigada. Mas não, tem que ser um beijo. É uma reconciliação entre um casal.

- Entendo. – Ren diz sem expressão – Mas de noite você vai jantar comigo.

- Eh?

- Isso é o que chamamos de virar o jogo! – Kuu narra.

- Apenas pense nisso como um encontro.

- Um encontro... – Kyoko murmura para si mesma, de repente ela entra no seu mundinho de fantasias.

- Ah, ela se perdeu. – Date diz, olhando para a garota, que tinha os olhos brilhando, e olhava para o nada.

- O que você acha que ela está pensando, Ren? – Julie pergunta, olhando para a filha e sorrindo.

- Com certeza algo sobre príncipes e princesas. Só espero que tenha o beijo de amor no final da história. – Ren diz, sorrindo.

- Então era isso que você queria!

- Talvez – Ren sorri esguiamente.

- Ei. Não se aproveite da cena, viu? – Kyoko diz, olhando para Shou.

- Qual vai ser a graça então? – Shou sorri maliciosamente.

- Shou, Kyoko-chan! Prontos?

- Sim!

- Ok! Ação!

(Gente! Olha o vídeo oficial. A música é Need You Now do Lady Antebellum. Eu mudei um pouco a cena.)

Shou entra pela porta, ofegante. Ele olha em volta, observando todas aquelas pessoas fantasiadas. Ele precisava achá-la. Ele vai andando, atravessando a multidão, enquanto procurava pela única mulher que queria ver. A única mulher que amava.

Kyoko entra pela porta, parando e olhando para as pessoas ali, que dançavam, fantasiados. Mas ela não se importava com nenhuma daquelas pessoas. Só queria ele. Andando entre a multidão, vai procurando por ele. Ela precisava encontrá-lo. Queria pedir desculpas.

Shou para no meio do salão. Ali estava ela. Linda como sempre. A mulher que amava. Ele se aproxima, andando devagar. Kyoko olha pra ele, o alivio visto em seus olhos, assim como a felicidade e arrependimento. Shou e Kyoko passam entre as pessoas, sem quebrar o contato visual. Eles não podiam descrever o quão felizes estavam.

Parando um na frente do outro, eles se olham, sem falar nada. Palavras não podiam expressar o que estavam sentindo no momento. Apenas seus olhos diziam tudo. Eu te amo. Shou levanta a mão, colocando-a na bochecha de Kyoko e sorrindo. A garota fecha os olhos, aproveitando a sensação e sorrindo também. Ela deixa escapar uma única lágrima e abre os olhos, encarando o homem na sua frente. Os dois sorriam. Shou envolve sua cintura com seus braços, puxando-a para mais perto. Suas testas se colam, e Kyoko coloca suas mãos nos ombros dele. Shou vai se aproximando lentamente e beija-a gentilmente. Apenas encostando seus lábios. O beijo que dizia como estavam felizes por terem feitos as pazes. Shou colocou todo o seu amor por Kyoko nele, e apesar de não ser um beijo mais adulto, era o suficiente para dizer que ele realmente a amava. Eles se afastam, sorrindo e olhando-se.

- Corta! – Asami grita – Okay! Finalizamos o PV Need You Now! Bom trabalho pessoal! – todos gritam, animados e sorrindo.

- Então? Eu beijo bem, não é? – Shou pergunta, sorrindo maliciosamente para Kyoko.

- Me recuso a responder isso. – Kyoko retruca.

- Qual é? Sei que gostou. Pelo menos um pouquinho.

- Shou, não vai conseguir a resposta que quer de mim. – Kyoko se afasta, andando em direção a Asami.

- Oh, Kyoko-chan, ficou perfeito! – Asami elogia – Agora, só basta esperar que seja lançado.

- Sim, obrigada por me dar essa chance. – Kyoko sorri, curvando-se.

- Você devia agradecer o Shou. A idéia foi dele.

- Ah, sim. – Kyoko olha para o garoto, que estava parado no mesmo lugar, olhando para cenário.

- Ah, Kyoko-chan, o Cd vai ser lançado no dia 15 de outubro. Nós estávamos pensando em fazer uma sessão de autógrafos e fotos. E quem sabe um pequeno show.

- Parece uma ótima idéia.

- Perfeito! Vamos lhe avisar depois com mais detalhes. Ah, será que você poderia chamar o Shou?

- Claro. – Kyoko se curva novamente e vira-se, voltando até onde Shou estava. Então ela escuta um barulho e olha para cima. O holofote estava pendendo e iria cair. Ela começa a ouvir as pessoas gritando para se afastarem, mas Shou não saia do lugar. Ele não estava entendendo o que estava acontecendo.

- Shou! Sai daí! – Kyoko grita, correndo para o garoto, que se virou olhando para ela, sem entender. Então ele percebeu o olhar dela, cheio de pavor. Kyoko correu o mais rápido possível, e viu quando Shou olhou para cima, percebendo o holofote caindo. Kyoko pulou em cima de Shou, empurrando-o para longe. Então tudo escureceu.

Ren estava indo para o carro com Yashiro. Finalmente seu trabalho havia acabado. Agora ele poderia curtir o resto da noite junto de Kyoko.

- Ren, seu celular está tocando. – Yashiro avisa e Ren sai de seus pensamentos, atendendo.

- Alô? – Yashiro observa Ren, vendo o rosto dele passar rapidamente de calma para desespero. – Yashiro-san, por favor, vá de táxi para casa hoje! – Ren corre para o carro, deixando Yashiro lá parado sem entender nada.

Ren dirigia o mais rápido que podia.

“Por favor, Kyoko! Agüente! Eu estou chegando”.

Quando Ren viu o número de Lory no seu celular, estranhou. O presidente normalmente ligava para Yashiro. Então, quando ele ouviu o nome de Kyoko, acidente e hospital na mesma frase, o desespero e o pavor tomaram conta de si.

Ren correu para dentro do hospital, desviando das pessoas.

- Mogami Kyoko! Ela está aqui?! – Ren pergunta, desesperado. A enfermeira olhou para ele, reconhecendo-o, e já ia pedir um autografo quando viu o olhar no rosto de Ren.

- Quarto 2014. – ela respondeu imediatamente, e num piscar de olhos, Ren não estava mais na sua frente. Ele correu pelo corredor, olhando os números, então viu um quarto com porta aberta e escutou a voz de Kyoko.

- Eu já disse que estou bem!

- Você não está nada bem! Aquela coisa caiu em cima de você! – Ren reconhece a voz de Shou e para na entrada, capturando o olhar de Shouko.

- Foi só um arranhão! Eu tenho que ir agora! – Kyoko diz, tentando sair da cama, mas Shou segura seus braços.

- Você está machucada! – Shou diz, prendendo Kyoko a cama.

- Tire as suas mãos dela, Fuwa. – Ren diz, furioso, entrando no quarto.

- R-ren! – Kyoko olha para o homem e logo percebe que ele estava com raiva.

- Eu disse para tirar suas mãos dela. – Ren repete. Ele olha para Kyoko, avaliando-a. Ela tinha ataduras no braço esquerdo e um curativo na testa, em cima do olho direito.

- Quem é você para me dar ordens?! – Shou retruca.

- Eu? – Ren sorri maliciosamente – Ninguém importante. Apenas o namorado dela. – o queixo de Shou cai e o sorriso de Ren aumenta. Kyoko olha para Shou e depois olha para Ren.

“Ele está curtindo isso”.

- Ele? – Shou olha para Kyoko, soltando os pulsos dela. – Ele?! – Shou repete, incrédulo.

- S-sim? – Kyoko sorri, meio hesitante.

- Tsuruga Ren?! Por que ele?! Não podia ser outra pessoa?! – Shou pergunta – Tem tantas pessoas no mundo e você escolhe ele?!

- Você é que não seria a escolha dela. – Ren diz, aproximando-se de Kyoko.

- Por que ele?! – Shou ignora Ren – Não podia ser outra pessoa?! Tipo, seu vizinho!

- Hã... Ele é meu vizinho.

- O seu outro vizinho!

- Ninguém mora lá.

- O vizinho da frente!

- Ali é o elevador...

- Porcaria! Qualquer pessoa menos ele! – Shou diz apontando para Ren.

- Shou, vamos chamar o médico, ok? Ele disse que queria ver a Kyoko-chan quando ela acordasse. – Shouko puxa Shou para fora da sala, fechando a porta atrás de si. Kyoko olha para Ren.

- Me desculpe. Você veio todo o caminho até aqui... – Kyoko tenta se curvar, mas Ren a impede por abraçá-la.

- Kyoko... – Ren murmura, soltando um suspiro de alivio. – Eu estava tão preocupado...

- M-me desculpe. Eu estou bem Ren. É só um arranhão. – ela diz, sorrindo. Ren se afasta e olha para ela, com a sobrancelha levantada.

- Só um arranhão? Você tem ataduras por todo o seu braço e um curativo enorme na cabeça. Você definitivamente não está bem.

- Não precisa se preocupar. A maquiagem consegue cobrir isso.

- Não estou preocupado com isso! Eu estou preocupado com você. – Ren diz, colocando suas mãos de cada lado do rosto dela.

- Ren... – Kyoko olha para ele surpresa, mas logo sorri – Obrigada. – Ren vai se aproximando para beijá-la, mas uma tossida o interrompe.

- Ahã, com licença. – um homem com jaleco branco diz, entrando no quarto. Atrás dele, vinham Shou e Shoko – Mogami Kyoko, é mesmo um prazer conhecê-la pessoalmente. Se bem que essa não era bem a situação que eu esperava. – o homem sorri gentilmente.

- Muito prazer e obrigada por cuidar dos ferimentos.

- É meu trabalho afinal de contas.

- Você é Tsuruga Ren, eu suponho?

- Sim. – Ren sorri – Obrigado por cuidar dela.

- Claro. Hã, Mogami-san, você poderia me dizer o que exatamente aconteceu?

- Eu estava indo chamar o Shou, então eu ouvi um barulho, como se algo estivesse se partindo. Quando eu olhei pra cima, vi que um dos holofotes estava quase caindo. O Shou não tinha percebido, então eu gritei para ele sair dali, porque ia cair em cima dele.

- Você gritou? – Shou pergunta.

- Não escutou?

- Não.

- Bem, eu corri e o holofote caiu. Mas eu consegui empurrar o Shou pra longe e então... Eu só lembro até ai.

- Então você salvou a vida dele? – Ren pergunta.

- Eu só empurrei ele pra longe. – Kyoko diz. Ren olha para ela e depois para Shou.

- Você não tem nada pra dizer? – Ren pergunta, serio.

- Não preciso de você pra me lembrar! – Shou retruca, então olha para Kyoko – Obrigado. Por salvar minha vida lá...

- Não precisa agradecer. Qualquer um teria feito o mesmo.

- Eu discordo. – o médico diz – Tem que ter muita coragem para arriscar sua própria vida pelo do outro. Você deve se importar muito com o Fuwa-san para fazer isso.

- Ela é esse tipo de pessoa. – Shou e Ren dizem a o mesmo tempo. Kyoko e Shouko olham para os dois, surpresas. Então se entreolham e começam a rir.

- O que? – os dois perguntam ao mesmo tempo e elas riem mais ainda.

- Shouko-san! Do que está rindo?!

- Segredo. Certo, Kyoko-chan? – Shouko sorri para a mulher.

- Sim.

- Bom, Mogami-san, eu já assinei sua alta. Não foi um ferimento grave e você não levou pontos. Talvez sinta dores de cabeça e eu aconselho não trabalhar por alguns dias. Se você tiver com quem ficar por esses dias, seria melhor. Caso você sinta algo.

- Não se preocupe doutor, ela vai ficar comigo. – Ren diz.

- Ah, mas não vai mesmo! – Shou diz – Se ela deve ficar com alguém, esse alguém sou eu!

- Você? – Ren olha para ele, com um olhar assassino.

- Isso! Eu conheço ela há mais tempo que você!

- Eu sou o namorado dela. – Shou abre a boca para responder, mas se cala. Ele se vira e sai do quarto resmungando algo.

- Shou! Tchau Kyoko-chan. Me desculpe por esse acidente. E espero que fique boa logo.

- Sim, obrigada. – Kyoko se curva e Shouko vai embora.

- Um trio, hã... – o médico sorri.

- Eh? Do que está falando? – Kyoko olha para ele, sem entender. O médico olha para Ren que apenas sorri, mandando a mensagem “Ela é assim”.

- Okay... Não sei se eu deveria estar fazendo isso, mas será que eu poderia pedir um autografo dos dois? Meus dois filhos são grandes fãs e eu e minha mulher também. – o médico sorri sem graça.

- Claro! – Kyoko sorri – Você tem papel e caneta?

- Ah, sim! Aqui está. – o homem lhe dá um papel.

- Você consegue escrever? – Ren pergunta, preocupado.

- Eu escrevo com a direita. – Kyoko sorri. – Qual o nome dos seus filhos?

- Ryuji e Hina.

- Que nomes bonitos! – Kyoko sorri, escrevendo algo no papel. Ren observa sorrindo e imaginando como seria o primeiro filho deles e que nome eles dariam. – Ren?

- Ah. – Ren pega o papel.

- Ah, por favor, apenas diga que é para a Hina! Ryuji não gosta muito de você, Tsuruga-san. Desculpe. – o homem sorri sem graça.

- É normal. – Ren sorri, assinando.

- Quantos anos seus filhos tem?

- Ryuji tem 18 e Hina tem 15. Eles vão enlouquecer quando souberem que eu conheci vocês.

- Que tal uma foto? Eles vão ficar mais felizes ainda, não é? – Kyoko sugere.

- Muito obrigado!

- Ren, tudo bem, não é? – Kyoko olha para ele, como se pedindo permissão.

- Claro – eles dois posam para uma foto juntos e depois cada um tira uma foto separadamente.

- Muito obrigado mesmo! Eles vão ficar muito felizes!

- Você tem alguma foto deles? – Kyoko pergunta – Queria saber como eles são. Desculpe pela curiosidade... – Kyoko ri sem graça.

- Tudo bem. Essa é a Hina. – Kyoko olha para uma garota de pijamas.

- Ela sabe dessa foto? – Kyoko pergunta.

- Não. Por que?

- Se você não quer ser morto pela sua filha, nunca a deixe descobrir. As mulheres odeiam serem pegas quando acabam de acordar.

- Ah, então foi por isso que ela me bateu da última vez... – o médico diz.

- Hum... Que informação interessante... – Ren sorri.

- Esse é meu filho, Ryuji. – Kyoko olha para um garoto sorridente, com roupas de inverno.

- Nossa, ele é muito bonito.

- Espere só até ele saber que sua ídolo Mogami Kyoko o chamou de bonito. – o homem sorri. Então eles escutam algo como um bip – Ah, estão me chamando. Foi um prazer, cuide-se bem Mogami-san. E obrigado aos dois por tudo. – o homem sorri.

- Ah, será que você poderia me fazer um favor? – Kyoko pede antes dele sair do quarto.

- Sim?

- Mantenha o segredo sobre nossa relação. – ela sorri – Ainda não queremos que o mundo saiba.

- Claro! Ah, a propósito, Fuwa-san já pagou as contas do hospital. Bom, adeus. – ele sorri e deixa o quarto.

- Ren, você pode me levar pra casa? – Kyoko pergunta.

- Não precisava nem pedir. – Ren sorri, dando um leve beijo na bochecha dela – Estou feliz que esteja bem.

- Obrigada Ren. Boa noite. – Kyoko diz, indo para a porta de seu apartamento.

- O que você pensa que está fazendo? Nós vamos pra minha casa onde eu posso ficar de olho em você. – Ren pega a mão de Kyoko.

- Eu posso cuidar de mim mesma. – Kyoko diz, soltando-se.

- Eu sei disso. Mas eu estou preocupado. Não vai me deixar cuidar de você, Kyoko? – Ren pergunta, usando aquele olhar de filhotinho abandonado.

- Não. – Ren intensifica o olhar – E-eu... – Ren intensifica mais ainda o olhar – Ta bom! Tudo bem! Por favor, para de me olhar assim. – Ren sorri. – Mas vamos ficar na minha casa.

- Por que?

- Na sua casa tem comida? – Kyoko pergunta, com uma sobrancelha levantada.

- Você tem um ponto ai. – Ren sorri e Kyoko abre a porta de seu apartamento.

- Eu vou trocar de roupa. – Kyoko avisa.

- Quer ajuda? – Ren sorri e recebe um olhar maligno dela – Não pode me culpar por tentar. – ele diz, dando um sorriso torto. – Vou ver se cozinho algo pra você.

- Cozinha? Você? – Kyoko olha para ele, com um sorriso de gozação – Não. Eu vou cozinhar.

- Não, você não vai. Vai ficar deitadinha e eu vou pedir algo. – Ren diz.

- Ótimo. – Kyoko vai para seu quarto, tirando sua roupa com cuidado para não machucar o braço. Quando ela finalmente consegue tirar a blusa, sente algo em sua perna.

- Kyaa!!! – ela pula para trás, mas acaba batendo contra a cama e caindo nela.

- O que houve?! – Ren entra no quarto, preocupado.

- Kya, Ren! – Kyoko se encolhe na cama e Ren olha para ela.

- O que houve? Por que gritou? – ele se aproxima.

- E-eu me assustei com o Milk. – Ren olhou para o gatinho no chão e para ela, sorrindo. – Ren, será que dá para sair daqui? Eu estou me trocando. – Kyoko pede, sem olhar para ele, as bochechas vermelhas.

- Vamos lá. Eu vou ajudar você a colocar sua blusa. Não pode machucar seu braço. – Ren diz, pegando a blusa do pijama de Kyoko.

- Eu posso fazer isso sozinha! – Kyoko diz, ainda sem olhar para ele.

- Não precisa ficar com vergonha. Pense apenas que está de biquíni. – Kyoko olhou para ele com o olhar de “Você está sério?!”

- Não é a mesma coisa!

- É claro que é. Vamos lá. Se você não me deixar fazer ao menos isso, eu não vou sair daqui.

- Ren, eu estou de sutiã. Isso é vergonhoso.

- Não, você está de biquíni.

- Se biquíni e sutiã fossem a mesma coisa, não existiria duas palavras diferentes! – Kyoko diz e Ren aproveita a chance para colocar a blusa nela.

- Pronto. Nem doeu, doeu? – Ren sorri e recebe um olhar maligno de Kyoko – Vou deixar você trocar o resto sozinha. – Ren rouba um beijo dela e sai do quarto sorrindo.

- Playboy! – Kyoko grita e escuta a risada de Ren. Ela se troca resmungando algo sobre Ren e quando acaba olha para Milk – Ele é um pervertido, não é, Milk? – ela pergunta para a gatinha, trazendo-a para seu colo – O que você acha de uma vingança? – a gatinha mia e Kyoko sorri – Mas antes vamos comer.

Kyoko sai do quarto e vê que Ren não estava no apartamento. Ela não liga muito, já que não tinha a menor chance dele não voltar. Ela vai para a cozinha, pegando a caixa de leite e colocando num pequeno pires.

- Estava com fome, não era, Milk? – ela pergunta sorrindo e acariciando de trás da orelha da gatinha e recebendo um ronronado como resposta.

- ...shiro-san. – Kyoko escuta a voz de Ren e vira-se, vendo ele entrar no apartamento. – Sim, obrigado. Não, ela está bem. Sim. Boa noite. – Ren desliga e enfia o celular no bolso, então percebe Kyoko ali.

- Aconteceu algo? – ela pergunta.

- Não. Estava apenas pedindo para ele cancelar nossas agendas de amanhã. Você não vai trabalhar com esses machucados.

- Eles são pequenos! Eu ainda posso trabalhar.

- O médico disse que você devia descansar. – Ren diz, colocando sua bolsa em cima da mesa.

- E você? Por que não vai trabalhar amanhã?

- Vou cuidar de você. – Ren sorri e o rosto de Kyoko fica vermelho. Ela estava muito feliz com toda aquele carinho de Ren. Ninguém nunca antes havia se importado tanto com ela.

- Obrigada, Ren. – ela dá aquele sorriso capaz de fazer o coração de Ren se derreter e fazer os hormônios de Ren trabalharem a mil por hora.

- T-tudo bem. – ele sussurra, virando o rosto.

“Ela que me matar?!!”

- Ren? Você está bem? Seu rosto acabou de ficar vermelho. – Kyoko se aproxima e Ren olha para ela – Está com febre? – ela coloca a mão na testa dele.

- Kyoko, você realmente tem muita confiança em mim. – Ren diz, antes de beijá-la apaixonadamente – Eu não sou o garoto bonzinho que você pensa que sou. Eu também perco o controle. – ele a beija de novo – Okay, o que quer comer? – Ren pergunta, sorrindo e indo para a sala, sentando-se. Kyoko fica lá parada, abobalhada.

- Que tal pernas de sapo fritas? – Ren sugere.

- Não! – Kyoko responde imediatamente.

- Você pelo menos já provou? – Ren pergunta, segurando a risada.

- N-não.

- Então como sabe que é ruim?

- Então é gostoso? – Kyoko pergunta para ele. Ren desvia o olhar.

- Então ficamos no lamem. Okay? – Ren sorri para ela.

- Sim. – Kyoko senta ao seu lado e liga a Tv. – Ah, está passando Forbidden Love!

- Sim. Dois pequenos. Não. Dinheiro. Sim, obrigado. – Ren desliga o celular e olha para a Tv – Qual episódio é esse?

- É o que a Yumiko e o Takumi finalmente confessam seus sentimentos e a Yumiko encontra sua mãe.

- Hoje nós fizemos a cena que o Takumi descobre que a Yumiko vai para a América estudar. Está bem perto do final.

- Meio triste, não é? Foi tão legal gravar esse drama. – Kyoko sorri.

- Ei, suas pernas estão machucadas também? – Ren pergunta, olhando para ela.

- Não. Por que? – Ren sorri, então se deita no colo dela, usando as pernas como travesseiro. – Ren! Se está com sono use a cama.

- Não estou com sono. – Ren sorri.

- Então está se aproveitando das minhas pernas?

- Como seu namorado pensei que pudesse fazer isso. – Ren dá um sorriso torto e Kyoko acaba sorrindo – Mas nunca pensei que você acreditaria na desculpa de ‘não consigo dormir sem um travesseiro’. – Ren suspira.

- Bem, naquela época amor não passava pela minha cabeça. Além disso, meu grande sempai, um deus da atuação, pedir meu colo igual àqueles casais... Isso era impossível.

- Kyoko, o que você pensava de mim quando nos encontramos pela primeira vez?

- Que você era uma fada! – ela diz com os olhos brilhando.

- Estou falando na LME.

- Honestamente?

- Sim.

- Que você era um idiota, estúpido, egocêntrico, irritante, uma cara bonita que usava aquele maldito sorriso brilhante para esconder sua verdadeira face.

- Ah – Ren murmura, sentindo a dor. Cada palavra fora como uma facada em seu coração.

- Ah, e assustador também.

- Assustador?

- Você tinha aquela aura brilhante ao seu redor, mas você tinha uma aura super hiper mega assustadora escondida por detrás dela. Aquilo sim era que dava medo.

- Eu nunca te assustei.

- Você quer a ordem de mais assustadora ou por ordem numérica?

- Não, deixa pra lá. Não quero mais saber. – Ren suspira, virando-se de lado.

- Mas foi só até eu conhecer você melhor. Depois eu vi que você era gentil, carinhoso, simpático, que se preocupava muito com os outros, um desastrado na cozinha, que não sabia cuidar de si mesmo... E várias outras coisas. Mas o assustador ainda ficou.

- Me desculpe por isso. – Ren murmura e Kyoko ri.

- Então, Tsuruga-san o que gostaria de falar para sua psicóloga? – Kyoko pergunta de repente e Ren olha para ela, sem entender. Então vê aquele brilho nos olhos dela. Ela entrou em algum papel.

- Primeiro eu gostaria de saber o porque de eu ter vindo numa psicóloga. – Ren sorri.

- Esse é o objetivo dessa consulta. Então, sobre o que quer falar?

- Eu não sei porque, mas minha namorada acha que eu sou uma pessoa totalmente incapacibilitada de cozinhar. – Ren diz com um suspiro.

- Isso é mesmo importante para você?

- Não, mas tenho meu orgulho. – Ren dá um sorriso torto.

- Por que ela acha isso?

- Por que eu quase destruí a cozinha da minha casa uma vez.

- Uma vez?

- Tudo bem, foram duas.

- Acho que ela está certa de lhe manter longe da cozinha.

- Mas foram só duas vezes. Não precisa me crucificar por miseras duas vezes. – Ren diz e Kyoko solta uma leve risada.

- Bem, que tal você pedir para ela lhe dar umas aulas?

- Não, eu prefiro a comida dela. Além disso, se eu cozinhar, não tenho desculpa para chamá-la para minha casa.

- Entendo. Mas então, Tsuruga Ren a.k.a. Kuon Hizuri? Esse é um grande segredo, não é?

- Com certeza.

- Não é cansativo guardá-lo das pessoas?

- Sim, mas eu tenho uma fadinha que me ajuda muito. – Ren sorri.

- Fadinha? Que fadinha? – Kyoko escorrega um pouco do papel.

- hahaha, está com ciúmes do seu paciente?

- Não. Apenas me preocupo com sua namorada. Ela não sabe que está sendo traída.

- Ela é minha fadinha. Eu nunca a trairia. – Ren vê as bochechas de Kyoko ficarem um pouco vermelhas, mas logo some.

- Então, Hizuri-san, está planejando contar esse segredo para o mundo?

- O meu objetivo era conseguir minha própria fama e superar meu pai.

- Você acha que já o completou?

- Sim. E ainda ganhei meu primeiro amor de brinde. – Ren brinca.

- Então você vai revelar esse grande segredo? Não é muita pressão? Você mentiu para todos por mais de 5 anos.

- Bem, se eu explicar eles vão entender.

- E você não vai estar sozinho. Sua namorada vai estar lá com você.

- Eu espero.

- Por que você não me fala um pouco sobre esse passado como Kuon?

- Ele é dividido em três partes. 1ª: antes da Kyoko. 2ª: o tempo com a Kyoko. 3ª: depois da Kyoko.

- Essa Kyoko tem muita importância pelo que vejo. – ela sorri.

- Mais do que ela pensa.

- O que fez você lutar?

- Minha frustração comigo mesmo. Todos olhavam para mim e pensavam “Ele é filho de Kuu Hizuri. Com certeza vai ser igual a ele”. Eu vivia na sombra do meu pai. Sempre sendo visto como o filho dele, não Hizuri Kuon.

- Era tão ruim assim?

- Não. Mas eu não nasci para ser uma cópia dele. Eu sou eu. Apenas isso.

- Okay. Então você usou sua frustração consigo mesmo contra os outros?

- Sim. As pessoas viviam me pertubando, aproveitando-se de mim pois eu não podia revidar, já que não queria causar problemas ao meus pais. Eu fiquei famoso pelas minhas habilidades. – Ren da um sorriso maroto.

- Habilidades?

- Posso deixar uma pessoa á beira da morte sem nenhum rastro de que fui eu. Digital, cabelo, marca, nem nada.

- Eu devo tremer de medo ou lhe parabenizar? – Kyoko pergunta ironicamente e Ren ri. – E sobre essa pessoa que você alega ter matado? – a expressão de Ren fica obscura.

- Estava quase anoitecendo. Eu e Rick tivemos uma discussão.

- Rick?

- Ele foi o homem que me ajudou a superar meus medos e enfrentar o mundo. Nós discutimos, não lembro mais o motivo, e eu sai de lá, furioso. Desde que eu havia me revoltado com o mundo e não ligado para quem eu machucava ou não, Rick tentava me fazer voltar ao meu eu normal, que não era tão violento.

- Continue. – Kyoko diz, já percebendo o corpo do homem em suas pernas tremendo.

- Eu atravessei a rua sem pensar. Um carro veio e o Rick, que tinha vindo atrás de mim, me empurrou e tomou meu lugar. Ele nem mesmo teve a chance de ir pro hospital, morreu no momento em que o carro bateu nele.

- Sinto muito.

- Todos dia, eu penso nas palavras da namorada dele, Tina. Ela estava lá também e havia nos seguido para nos acalmar. ‘Assassino, você é um assassino. Matou Rick! Assassino!!!’

- Ren, ela estava com o namorado nos braços, morto. Ela estava triste e consumida pelo desespero. As pessoas falam coisas sem pensar. Você não é um assassino.

- Você não entende. É tudo minha culpa. Se eu tivesse prestado atenção, se não tivessemos brigado, se eu não fosse tão imaturo… Rick morreu por minha culpa. Eu o matei.

- Não, Ren. Foi um acidente.

- Foi o que Tina disse. – Ren sorri tristemente – Quando fui fazer o filme Fire na América, voltei a ser Kuon por alguns dias e fui procurá-la. Eu queria seu perdão, mesmo sabendo que não merecia. Eu tinha sido a razão do noivo dela morrer. Mas ela nunca foi o tipo de garota a guardar ressentimentos. Eu nem mesmo disse uma palavra e eu já podia ver nos olhos dela que eu já havia sido perdoado há muito tempo. Nós conversamos e ela disse que Rick, mesmo morto, nunca me culparia por nada. Eu era como irmãozinho que ele nunca teve e ele me amava, independente de todos os erros que cometi. ‘Rick iria desejar que fossemos felizes. Se você não consegue se perdoar, como quer que as outras pessoas o perdoem?’, foi o que ela disse.

- Ela está certa. Você não é culpado de nada. Você apenas cometeu muitos erros e está disposto a pagar por eles. Você se afastou da própria familia, Ren. As pessoas mais importantes para você por querer se superar e superar aos seus pais. E você conseguiu! – ela sorri – Olhe para você agora. O grande Tsuruga Ren, rei dos atores, o homem mais desejado de todo o Japão.

- Eles amam Tsuruga Ren, não Hizuri Kuon.

- Você ainda não entendeu? Hizuri Kuon, Corn, Tsuruga Ren, Cain Heel, BJ, Katsuki, Shouta, Takumi; cada um deles é você.

- Kyoko…

- Por que você não pode se perdoar, Kuon? Ninguém o culpa pelo que aconteceu no passado. É passado, passou, você não pode mudá-lo. Mas o futuro! Está ai para você modelar como quiser. Pegue a chance, seja feliz. Viva com seus erros e aprenda a enfrentá-los, nunca temê-los.

- Eu estou com medo. – Ren murmura, desviando o olhar – E se eu cometer outros erros? E se eu machucar outras pessoas?

- Ren, você não tem que fazer tudo sozinho. Há pessoas aqui que o amam e vão apoiá-lo, ajuda-lo quando cair, brigar quando errar, sorrir quando você sorrir. Você não vê? Ninguém está sozinho no mundo. E eu vou estar aqui, com você. Você não precisa se preocupar. Eu vou impedir você de fazer qualquer coisa estúpida.

- Você? Eu pensei que esse fosse o trabalho da minha namorada. – Ren sorri.

- Bom, eu quis dizer ela. – a garota sorri

- Obrigado. – Ren sorri verdadeiramente – Obrigado por me escutar.

- É para isso que você me paga.

- Eu não estou pagando nada.

- Bom, então é melhor começar a me pagar. – Kyoko sorri e Ren acaba rindo. Fora uma simples conversa, mas tirara um grande peso do coração de Ren.

- Okay, voltando ao que realmente importa. Minha namorada está tentando me matar. – Kyoko fica um momento em silêncio.

- Isso é mais importante do que você pensar ser um assasssino?

- Bem, você disse que eu não sou. E eu confio em você.

- Ok. Por favor, defina a palavra matar.

- Ela é um diabinho disfarçado de fada. Ela não sabe o que faz comigo.

- O que ela faz?

- Ela me seduz.

- Isso não é bom? – Kyoko pergunta, com uma sobrancelha levantada.

- Não no meu caso.

- Homens não gostam de mulheres sedutoras?

- Sim.

- Então qual o problema? Ser sedutora uma vez ou outra é algo bom.

- O problema é que não importa o que ela faça, ela acaba me seduzindo indiretamente. Isso está me matando. – Ren suspira.

- Por que?

- Eu amo ela há mais de 5 anos.

- O que tem haver isso com aquilo?

- Eu guardo um desejo por ela há mais de 5 anos! – Ren diz, palavra por palavra, pausadamente, esquecendo de que estava falando com Kyoko mesmo.

- Então, quando ela lhe seduz, você fica com dificuldades de controlar esse desejo? – Kyoko pergunta sorrindo maliciosamente.

- Isso! – então Ren se toca. Ele olha para Kyoko, que tinha um enorme sorriso maroto no rosto.

- Já lhe passou pela cabeça que ela pode estar fazendo isso de propósito?

- Pró...posito?

- Mulheres gostam de ter algum controle nas relações. Se bem que para mim, seduzir você e lhe deixar no desejo, parece mais um tipo de vingança.

- Vingança?

- Você é do tipo que gosta de mexer com ela, até ver ela ficar irritada ou envergonhada?

- É fofo quando ela fica assim. Ela fica com as bochechas vermelhas, faz um biquinho... – Ren deixa escapar uma risada.

- Ela tem um ótimo motivo.

- Ela não sabe que está brincando com um leão faminto. – Ren diz.

- Que tal eu aplacar um pouco dessa fome? – Kyoko sorri maliciosamente, acariciando o peito de Ren.

- Você está me cantando? – Ren pergunta, sorrindo maliciosamente.

- Você quer que eu lhe cante? – a mão de Kyoko sobe pela barriga dele, passando por cada curvinha perfeita de músculo. Então ela sente o peito definido dele contra sua mão e sente as batidas do coração de Ren. – Bem rápido, não? Seu coração.

- Me diz, temos sigilo entre médico-paciente, certo?

- Sim. O que fizermos aqui agora fica aqui.

- O que você tem em mente? – Ren sorri, colocando uma mão no pescoço de Kyoko.

- Não sei. – ela diz esguiamente – Estamos eu e você. Nessa sala. Sozinhos. O que você tem em mente?

- Muitas coisas. Mas nenhuma delas envolve você. – Ren sorri – Que tal me devolver minha Kyoko?

- Eu pensei que estávamos nos divertindo juntos.

- Estávamos. Mas estou com saudades da minha Kyoko. Então? – Ren sorri para ela e Kyoko fecha os olhos, suspirando.

- Ah, Ren. – Kyoko olha para ele, sorrindo e vai se abaixando para beijá-lo. Então Ren coloca a mão em seus lábios.

- Desculpe, eu quero a minha Kyoko. Não você.

- Malvado. – Kyoko dá um sorriso triste, mas safado ao mesmo tempo – Se ela não lhe satisfazer, pode me chamar. Posso fazer essa sua fome implacável sumir em minutos. – ela sorri maliciosamente – Até a próxima.

- Prazer. – Ren sorri e espera alguns segundos, olhando para Kyoko – Então? Estou com fome. – ele dá um sorriso torto. Então a campainha toca.

- Não por muito tempo. – Kyoko sorri, tirando Ren de seu colo, que suspira.

“É disso que eu estou falando!”

- Um dia, eu ainda vou te pegar de jeito. – Ren murmura, sentando-se.
Após alguns segundos, Kyoko volta à sala com duas tigelas de lamen. Ela as coloca na mesinha e vai para a cozinha, pegando dois copos de suco.

- Você não vai ficar só olhando, vai? – Kyoko olha para Ren, que estava olhando para o lamen na sua frente. – foi você quem disse que estava com fome. – Kyoko solta uma risadinha – Itadakimasu.

- Itadakimasu – Ren diz, comendo, depois de murmurar algo. Agora Ren entendia. Kyoko fazia aquilo de propósito mesmo. Só para atiçá-lo, fazendo o desejo queimar dentro dele, querendo a mulher ali na sua frente, então, com um sorriso, ela se afastava, sem sofrer a DROGA de nenhum efeito.

- Está bom? – Kyoko pergunta.

- Sim.

- Mesmo?

- Sim.

- Melhor que o meu?

- Sim.

- Ren.

- Sim.

- Está me escutando?

- Sim.

- Você me odeia?

- Sim.

- Quer que eu vá embora e não volte nunca mais?

- Sim. – então Ren se engasga. – Não! Eu não quero isso! – Kyoko ri do desespero dele.

- Calma. Eu estava só brincando. Eu não vou a lugar algum. – Kyoko sorri.

- Não me deixe. – Ren diz, voltando a comer e ignorando o sorriso de Kyoko.

- Não me deixe também. – ela diz, bebendo um pouco do suco.

Após alguns minutos, eles acabam de comer e dessa vez, Ren era o psicólogo.

- Mogami Kyoko a.k.a. Fumiko Aiko. Por onde quer começar? – Ren olha para Kyoko, no seu colo.

- Pelo meu namorado.

- Algum problema com ele?

- Ele vive me perturbando.

- Como assim?

- Ele fala coisas e faz coisas que me deixam super envergonhada e ele sabe disso. Ele curte fazer isso! Ele curte!

- Os homens gostam de ver o efeito que tem em suas mulheres.

- O problema é que ele tem muito efeito.

- Como assim?

- Qualquer coisa que ele faz e eu já fico vermelha. Ainda bem que eu aprendi a esconder isso.

- Aprendeu a esconder?

- Sim. Com ele na verdade. – Kyoko sorri – Até que ele é útil às vezes.

- Então você acha que o resto das outras vezes ele é inútil?

- Não. Ele é tudo que uma mulher poderia desejar num homem e eu tenho muita sorte dele gostar logo de mim. Se bem que ele é um desastre total na cozinha.

- Bem, ninguém é perfeito.

- Acredite, ele é quase. 99.9999...% perfeito.

- Você dá muito crédito a ele. Não acha que isso vai torná-lo arrogante?

- Não. Ele merece cada crédito que dou a ele. – Ren sorri para ela.

- Você tem algum outro problema com ele?

- Sim.

- Qual?

- Eu tenho raiva dele. – isso chama a atenção de Ren.

- Por que?

- Por que ele é sexy o tempo todo! – Ren deixa escapar uma risada.

- Você não se acha sexy?

- Não.

- Por que?

- Eu não tenho atrativos sexuais.

- Defina.

- Não sei. Peitões? – Ren ri, assustando Kyoko.

- Você tem atrativos sexuais sim. Todo homem pode ver, sentir isso só de estar perto de você.

- Sério?

- Sim. Se eu fosse seu namorado estaria preocupado e seria muito ciumento.

- Você me acha sexy? – Kyoko pergunta.

- Sim.

- Você me beijaria agora?

- Sim.

- Mesmo sabendo que meu namorado pode matar você sem deixar pistas?

- Acho que vale a pena. – Ren dá um sorriso torto.

- Sensei, você é um pervertido.

- Todos os homens são pervertidos. Ainda mais com uma mulher tão bonita na sua frente. Mas não vamos falar sobre isso. Você foi para a América, certo?

- Sim.

- Não teve nenhum problema? Você deixou o seu namorado aqui e foi pra lá.

- Ele não era meu namorado na época. E eu queria esquecê-lo. O que na verdade foi impossível considerando a fama dele lá.

- Bem, namorar Tsuruga Ren não é fácil.

- E considerando o que as fãs dele vão fazer comigo quando descobrirem... – Kyoko suspira.

- O que você acha que os seus fãs vão fazer com ele?

- Espero que nada. Ah ah, e o pior que vamos fazer isso daqui alguns dias.

- Entendo. Tem algo mais que gostaria de falar.

- Eu já falei sobre o Shou, certo?

- Sim.

- Eu falei sobre a pessoa que me fez desistir de ter minha vingança?

- Não. – Ren olha para ela – Mas não era seu namorado?

- Não. Quando eu fui para a América, a primeira pessoa que conheci foi um garoto chamado Brian Roolf.

- Quem?

- Ele tinha 20 anos na época. Imediatamente nos tornamos amigos. Foi como mágica. Ele virou meu melhor amigo e eu contava tudo pra ele.

- Tudo?

- Tudo. Ele também tinha sofrido com o amor já. Ele tinha namorado uma garota por mais de 3 anos e amava ela. No dia que ele ia propor, ele descobriu que ela vinha lhe traindo desde o começo do namoro.

- Nossa, deve ter sido muito duro.

- Sim. Ele não gostava do show bussines, achava que era um mundo só de falsidade, mentira e ganância, mas a família dele era pobre e ele precisava de dinheiro. Sua mãe estava doente. Quando ele descobriu a traição, ele quis vingança. Na época, Brian ainda não tinha fama e a garota disse que ele era patético e que nunca seria famoso, que ela só ficou com ele por pena. Desde então o Brian trabalhou para conseguir sua vingança e se tornou um dos cantores mais populares de lá. Um dia, quando estávamos saindo, a garota apareceu e pediu desculpas, dizendo que queria voltar com ele.

- O que ele fez?

- Nada. Ignorou ela e nós fomos embora. Depois ele chorou. Pela primeira vez eu vi ele chorando.

- Vingança não leva a nada. – Ren diz.

- Não, ela leva. Ela leva ao sofrimento. Só isso.

- Então você desistiu?

- Demorou um pouco, mas sim. Eu não queria mais sofrer. Não por causa dele.

- Que ótimo. Seu namorado vai ficar feliz de escutar isso.

- Mas aconteceu algo.

- O que?

- Brian e eu estávamos sempre juntos, conversando, brincando, cantando, fazendo qualquer coisa. Ele se apaixonou por mim.

- Totalmente normal. – Ren diz, calmo.

- As coisas saíram do controle. – as lágrimas começam a se formar nos olhos de Kyoko – Por minha culpa ele quase morreu.

- Eh?

- Ele tinha bebido um pouco naquele dia, ele começou a falar que me amava e que não conseguiria viver sem mim. Quando eu percebi, nós dois estávamos no telhado e ele estava ameaçando pular. Então ele percebeu que do jeito que ele estava fazendo as coisas, tinha me machucado, o que ele prometeu nunca fazer. Então ele disse que... me...amava... – as lágrimas começaram a cair e Kyoko se encolheu – e pulou.

- Kyoko... – Ren saiu do papel e levantou a garota, trazendo-a para seu colo. – Não foi culpa sua.

- Foi...sim... – Kyoko passa os braços pelo pescoço de Ren, chegando mais perto.

- Não. Foi um infeliz acidente. Você não tem culpa.

- Eu devia...ter impedido... feito alguma...coisa... ele pulou... ele se apaixonou...por minha culpa...

- Kyoko, ninguém poderia prever isso. E você poderia ter acabado caindo também se tentasse salvá-lo. Não é sua culpa. Não é culpa de ninguém. Foi um acidente.

- Nã-

- Foi um acidente. – Ren diz, palavra por palavra, pausadamente. Kyoko se cala e aumenta a força do abraço. Eles ficaram ali, quietos, abraçando-se. Então Ren percebeu que Kyoko havia adormecido em seus braços. Ren sorri e leva-a para seu quarto, deitando-a na cama com cuidado para não machucá-la ou acordá-la. Ele se troca, colocando as calças de seu pijama e deita ao lado dela, abraçando-a.

- Não foi nossa culpa. – Ren murmura, antes de cair em um sono profundo.

- oko... corde.. Kyo... – a garota ouvia uma voz longe.

“Eu quero dormir...”

- Kyoko... Kyoko... – Ren tentava acordá-la, acariciando seu rosto. – Acorde.

- Hum... – ela se virou pro lado e Ren sorriu.

- Nada de hum’s. Acorde. Nós vamos sair. – Ren a vira e coloca o dedo nos lábios dela.

- hen...tai...sensei... – Kyoko murmura e Ren solta uma risada.

- Seu sensei vai te atacar se você não levantar agora. – Kyoko não se mexe e Ren sorri. Ele se abaixa e beija-a na boca. Kyoko abre os olhos de repente.

- Hum... Re...n... – ela tenta afastá-lo, mas Ren sorri e aprofunda o beijo. Kyoko tenta bater nele, mas parecia não ter nenhum efeito. Ela desiste e rende-se ao beijo. Após alguns segundos, Ren se afasta.

- Bom dia, Kyoko. – Ren sorri.

- Bom dia. – ela murmura, com as bochechas um pouco vermelhas.

- Por que você não se troca? Vamos sair.

- Sair? Para onde?

- Um encontro.

- Por que?

- Tem que ter um motivo? – Ren sorri, levantando-se.

- Ren, você poderia dar um pouco de leite para a Milk? – Kyoko sorri, levantando-se.

- Claro. Se apresse. Se não, não vamos tomar café da manhã. – Ren sai do quarto e Kyoko vai para seu closet, que ainda era um pouco pobre. Ela olha para as roupas, pensando no que vestir. Seria seu primeiro encontro. Ela queria estar bonita.

Após alguns minutos ela saiu do quarto pronta. Ren e Kyoko ficaram se olhando, sorrindo.

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 - Você está muito bonita, Kyoko. – Ren elogia, sorrindo.

- Obrigada.

- Para quem se arrumou toda?

- Sou uma estrela. Meus fãs esperam que eu esteja sempre bonita. – Kyoko sorri, andando até Ren. – e meu namorado não ajuda em nada sendo o homem mais desejável do Japão. Tenho que estar à altura.

- E seu namorado? Ele está saindo com a mulher votada a mais quente e desejável da América e Japão. Ele quem tem que se esforçar. – Ren pega Kyoko pela cintura, colando seus corpos.

- Ele não precisa se preocupar. Ela só tem olhos para ele. – Kyoko fica nas pontas dos pés e Ren se abaixa, pronto para receber um beijo na boca, mas ao invés disso, recebe uma risadinha e um beijo na bochecha. – Para onde vamos?

Ren suspira e abre a porta.

- Ren! Quantas vezes eu tenho que repetir?!

- Kyoko, eu acho que posso cuidar disso por mim mesmo.

- Há! Como você pode falar isso, quando só colocou no prato um bolinho de arroz?!

- Não é só um bolinho de arroz. Tem alga nori em volta.

- Ren, você precisa comer direito! Você é um profissional, não é? – Kyoko diz, olhando para Ren ameaçadoramente.

- Estou comendo. Não é isso que importa? – Ren pergunta, sorrindo.

- Me da isso! – Kyoko toma o prato da mão dele e vai até a mesa, onde tinha variedades de comidas. Ren a observa, sorrindo. Talvez ele fizesse aquilo de propósito. Não comer direito. Mas só talvez. Ele olha a sua volta, percebendo todos os olhos de todos os homens cravados em Kyoko, até mesmo os que tinham companhia. Ren se levanta, indo até Kyoko e abraçando-a pela cintura. Ele levanta o rosto dela e beija-a, fazendo todos olharem, envergonhados ou então comentarem sobre o casal apaixonado.

- Ren! – Kyoko sussurra, como se estivesse gritando – Todos estão olhando!

- Deixe eles olharem. Só estou comendo. – Ren diz, sorrindo maliciosamente para ela, dando duplo sentindo a palavra comendo. Mas seu olhar dizia “Ela é minha” aos homens ali.

- Vem cá. – Kyoko puxa Ren pela mão, voltando a sentar-se à mesa. – Agora coma.

- O que eu ganho em troca? – Ren pergunta, sorrindo.

- Saúde, força, você vai crescer saudável.

- Olhe para mim. Você acha que eu preciso crescer mais do que isso? – Ren olha para ela com um sorriso sarcástico.

- Acho que...não.

- Então? O que ganho em troca?

- Saúde.

- De você.

- Eh?

- Eu preciso de incentivo para comer tudo isso aqui. O que você vai fazer a respeito? – Ren olha para ela, sorrindo.

- Você é muito manipulador, Ren. – Kyoko suspira – O que quer que eu faça?

- Venha morar comigo.

- Por uma refeição?! Isso é como trocar uma pedrinha por um baú do tesouro.

- Você esta dizendo que prefere a pedrinha?

- Eu não disse isso. Já sei. Se você comer direito, todos os dias, eu vou passar todos os finais de semana dormindo na sua casa.

- Comigo. Na minha cama. – Ren acrescenta sorrindo.

- Feito. – Kyoko sorri, voltando a comer. Ren começa a comer, agradecendo por ter tido essa idéia brilhante. Era só nos finais de semana, mas logo ele a convenceria a morar com ele. Ah sim, ele com certeza a convenceria.

- Alô? Telefone de Tsuruga Ren. – Kyoko atende ao telefone por ele, já que Ren estava dirigindo.

- Kyoko-chan? – Yashiro pergunta, surpreso – Onde o Ren está? Aconteceu algo?

- Não, Yashiro-san. Ele está dirigindo, então eu atendi por ele.

- Kyoko-chan, Ren me falou sobre o acidente que você sofreu. Está tudo bem?

- Sim, Yashiro-san. Desculpe pela preocupação.

- Você devia ter visto a expressão que o Ren fez quando soube. Parecia que o mundo estava acabando.

- Ah é? – Kyoko sorri maliciosamente, olhando para Ren.

- Mas Kyoko-chan, vocês estão em um encontro? – Yashiro pergunta com uma voz esguia.

- Sim.

- Ahh, me desculpe por interromper!

- Não, tudo bem Yashiro-san. Aconteceu algo?

- Bem, você vê, eu tentei limpar a agenda do Ren hoje, mas teve um compromisso que não consegui. É uma sessão de fotos para um perfume.

- Entendo. Será que você poderia me dizer o horário?

- Realmente me desculpe Kyoko-chan.

- Tudo bem.

- Mas não se preocupe! Só vai ser de noite, então vocês têm o dia todo para ficarem juntos.

- Sim.

- A sessão vai ser às 6 da noite no estúdio xxx.

- Sim. Vou ter certeza de fazer o Ren chegar a tempo.

- Muito obrigado Kyoko-chan, e desculpe.

- Tudo bem. Bom dia Yashiro-san.

- Tchau. – Yashiro desliga e Kyoko enfia o celular de Ren de volta no bolso da calça dele.

- Algo errado? – Ren pergunta, sem tirar os olhos da estrada.

- Você tem uma sessão de fotos ás 6 da noite.

- Eh?

- Yashiro-san disse que não conseguiu desmarcar porque o fotografo só está disponível hoje.

- Entendo. Bem, não vai atrapalhar em nada. Tudo bem para você?

- Sim. Mas Ren?

- Sim?

- Pra onde nós estamos indo?

- É uma surpresa. – Ren sorri.

- Pelo menos me dê uma pista! Eu estou curiosa.

- Não, sem pistas. Vai ter de esperar para ver. – Ren sorri.

- É uma loja de roupas? De maquiagem? É um show?

- Não, Kyoko. Eu não vou dizer. – Ren sorri ao ver a frustração dela. – Apenas agüente por mais cinco minutos. Estamos chegando.

- Ei Ren! O que é aquilo ali? – Kyoko aponta para um aro de ferro, então ela vê algo passando por ele rapidamente – Uwo! É uma montanha russa! Nossa, que legal. Você já foi numa montanha russa, Ren?

- Não.

- Nem eu. Parece muito divertido. Eu queria ir um dia.

- Então hoje é seu dia de sorte. – Ren diz, sorrindo.

- Eh? – Kyoko olha para ele e Ren da um sorriso torto – Sério?! Nós vamos lá? Sério mesmo?!

- Sim. – Ren diz, estacionando o carro.

- Kya Ren! Você é o melhor namorado do mundo! – Kyoko pula em cima de Ren, abraçando-o e beijando-lhe profundamente. Ren se surpreende pelo ato repentino, mas logo retribui.

- Devemos ir? – Ren sorri para ela.

- Sim! – Kyoko pula para fora do carro, animada. Ren pega seu boné e os óculos escuros, colocando-os e saindo do carro. Quando ele olha para Kyoko, vê que ela usava uma boina e óculos escuros. Ren sorri e pega a mão dela, andando em direção a entrada do parque. Quando eles entram, todos os olhares se cravam neles. Kyoko e Ren sorriem e continuam andando, escutando os murmúrios e os comentários das pessoas.

- Você não acha que eles já descobriram, certo?

- Não. Só estão surpresos em ver a mulher mais bonita que já viram na vida.

- Onde ela está? – Kyoko olha em volta e Ren suspira.

- Onde quer ir primeiro? – Ren pergunta, parando em frente a um mapa do parque.

- Você escolhe primeiro.

- Tem certeza? – Ren sorri.

- Sim.

- Então eu quero ir nesse aqui. – Ren coloca o dedo sobre uma das atrações.

- Não! – Kyoko olha em desespero para ele.

- Você disse que eu podia escolher. Vamos. – Ren a puxa, rindo das expressões que ela fazia a cada minuto que se aproximavam. – Que sorte. A fila está bem pequena.

- Por que será?! – Kyoko pergunta sarcasticamente.

- Não precisa ter tanto medo. É só uma montanha russa.

- Do terror! Terror! – Kyoko olha para ele, tremendo.

- Eu vou estar o tempo todo do seu lado. Se sentir medo, segure minha mão.

- Promete?

- Bem, eu não vou poder pular pra fora, não é? – Ren brinca, tentando fazê-la sorrir.

- Ren!

- Xii! – Ren coloca os dedos sobre os lábios dela – Ele vão nos descobrir. – ele diz, sorrindo e roubando um rápido beijo dela. – é nossa vez. – Ren sorri, puxando ela e sentando-se.

- Ren. – Kyoko aperta a mão de Ren, com toda a força que podia.

- Calma. Apenas pense que está no mundo das fadas.

- Fadas não são aterrorizantes! – Kyoko olha para ele.

- Bem, imagine que elas estão sob um feitiço e para fazê-las voltar ao normal, você tem que andar nesse brinquedo.

- N-não solte minha mão. – Kyoko pede.

- Nunca. – Ren sorri, dando um beijo no dorso da mão dela. – Pronta?

- Sim. – Kyoko olha para frente e sente o brinquedo começar a mover.

- Foi tão divertido! – Kyoko diz, sorrindo. – não foi nada assustador, não é Ren?

- Que bom que gostou. – Ren sorri. – Então? É sua vez de escolher.

- Ali! – Kyoko aponta para outra montanha russa, mas dessa vez era uma do espaço.

- Tem certeza? Ela tem lupins.

- Sim, sim! Vamos, Ren! – Kyoko o puxa pela mão, animadamente.

- Gostou Ren?

- Foi muito bonito. – Ren diz, tentando esconder o leve enjoou.

- Eu sei! Era tão brilhante e colorido! – Kyoko falava, igual uma criança.

- Você gosta de simulações?

- Eh? – Kyoko olha para ele sem entender.

- Vamos. Vou te mostrar. – ele sorri. Era a primeira vez que ele se divertia tanto em anos. Só de estar com Kyoko já o deixava feliz.

O dia passa rapidamente para eles, que se divertiam tanto. Estavam tão felizes, que não perceberam o homem de preto que os seguia para cada lugar que iam, com uma câmera na mão.

- Eles estão indo ao árcade games. – o homem diz no celular.

- Tenha certeza de capturar cada momento.

- Sim.

- E me traga algum brinquedinho daí. E uns doces.

- Sim, presidente Takarada. – o homem desliga o celular e volta a seguir Kyoko e Ren.

- Ah, mata ele!

- Eu não to conseguindo nem me livrar dos meus, imagine dos seus.

- Não seja mau! Eu vou morrer, Ren! – Kyoko diz, atirando sem mirar e acertando tudo na tela. Ren ri.

- Kyoko, você vai me acertar desse jeito. – ele diz, atirando em alguns zumbis.

- Como você consegue acertar de primeira?! Isso não é justo!

- Ao contrário de você, eu tenho mira. – Ren dá um sorriso torto.

- Ah é?! – Kyoko mira em Ren e acerta ele. – Quem não tem mira agora?

- Kyoko, você acabou de me matar. – Ren olha para ela, largando a arma e observando Kyoko ser morta por um dos zumbis.

- Vamos em outro. – Ren sorri, tirando ela dali e ouvindo os resmungos dela contra o zumbi. – Não culpe o zumbi pela sua mira ruim.

- Você não tem direito de falar, Sr. Eu tenho uma boa mira.

- Bem, eu tenho mesmo uma mira boa. – Ren sorri, recebendo um leve empurrão de Kyoko. – Ei, ei, sem violência. – ele diz, abraçando ela e depositando um beijo na bochecha dela.

- Ren, eu vou comprar algo para você comer.

- Comer? Nós acabamos de almoçar.

- Isso foi á 4 horas atrás. – Kyoko diz – Eu volto já já. – então ela some entre a multidão.

Ren olha em volta, procurando um lugar para sentar, mas então algo pega sua atenção. Ele anda até uma pequena máquina, onde vários bichinhos de pelúcia, chaveiros e outras coisas estavam misturados. Ele olha para uma pequena galinha, muito parecida com Bo. Ren sorri.

Kyoko olha em volta, procurando por Ren enquanto segurava um sorvete. Então sente dois braços passando por sua cintura e uma respiração quente no seu pescoço.

- Me procurando? – a voz sedutora de Ren chega em seus ouvidos, fazendo Kyoko dar um pequeno pulinho.

- Ren! – ela se vira – Pensei que tinha me perdido.

- Não se preocupe. Sempre que você se perder eu vou te encontrar. – Ren sorri e se abaixa, beijando-a na boca. – Beijo sabor de chocolate. É a primeira vez. – Ren diz, sorrindo.

- Pra você. – Kyoko dá o sorvete para Ren.

- Pra você. – Ren repete as mesmas palavras, tirando a pequena galinha do bolso e dando a Kyoko.

- Bo! – Kyoko pega a galinha, sorrindo – onde você achou?

- Eu ganhei numa dessas máquinas. Junto com esse. – Ren pega o celular em seu bolso, mostrando um pequeno filhotinho de cachorro pendurado.

- Combina muito bem com você. – Kyoko diz, sorrindo e pegando o próprio celular.

- O que isso significa? – Ren pergunta, com uma sobrancelha levantada.

- Não sei. – Kyoko diz misteriosamente, enquanto prende a galinha em seu celular – Pronto! – ela segura seu celular na mesma altura do de Ren – um par!

- Esse é o par mais estranho que já vi na vida. – Ren diz, sorrindo e dando uma lambida no sorvete.

- Bem, nós não somos as pessoas mais normais que existem.

- Do que está falando? Eu sou totalmente normal. – Ren diz, pegando uma mão dela e voltando a andar.

- Lógico.

- O que foi esse tom de ironia?

- Que tom?

- Você me acha anormal?

- Eu nunca disse isso. Ah, vamos naquele! – Kyoko puxa Ren pela mão, indo para um daqueles brinquedos de dança.

- Você vai nele. Eu vou acabar esse sorvete.

- Medo?

- Tenho orgulho e sou racional o suficiente para dizer que se eu for nisso, a única coisa que vou conseguir vai ser humilhação. – Ren diz, parando atrás do brinquedo.

- Não saia daí. – Kyoko diz, preparando-se e começando a dançar. Ren olhou, admirando como o corpo dela se movia de acordo com a música, quase não olhando para a tela, só seguindo seus instintos e acertando tudo. Logo as pessoas estavam se reunindo em volta dela, admirados com a garota que parecia não perceber. Ren abaixou um pouco o boné para ninguém reconhecê-lo, mas continuou observando Kyoko.

Um garoto que parecia em volta dos vinte se juntou a Kyoko, que sorriu animada com a concorrência. Mais pessoas continuaram a vir, olhando para a competição ali, sorrindo e animando eles. Após alguns minutos, deu game over. Kyoko havia ganhado. Eles trocam um aperto de mão e algumas palavras e o garoto vai embora com a namorada. Ren anda até Kyoko, abraçando-a.

- Parabéns, Bo. – Ren sorri, antes de beijá-la na frente de todos. Quando eles se afastam, percebem todos olhando para eles de olhos arregalados. Então Ren percebe que a boina de Kyoko havia caído.

- MOGAMI KYOKO!!! – a multidão explode em gritos.

- Essa é nossa deixa para correr. – Ren diz, puxando Kyoko pela mão e correndo para fora. Ren e Kyoko correram, e tiveram que passar por entre algumas pessoas, que esticavam a mão querendo tocá-los e gritavam ao mesmo tempo. Enquanto estava correndo, alguém conseguiu arrancar o boné de Ren.

- TSURUGA REN!!! – o parque vai a loucura ao perceber duas das estrelas mais famosas do Japão e América ali, juntos.

- Ren! – Kyoko olha para ele, como se perguntando o que fazer.

- Corra, Kyoko. – Ren diz, sorrindo.

“Como ele está sorrindo?! Nós estamos sendo perseguidos por todo um parque de diversões!!”

- KYOKO-CHAN!!! REN!!! – as pessoas gritavam, perseguindo-os. Kyoko e Ren saíram do parque correndo. Ren tirou as chaves do bolso, destravando o carro e os dois entraram dentro, saindo dali a toda velocidade. Os dois estavam ofegantes e ficaram em silêncio por vários minutos até que Ren o quebrou.

- Aquilo foi...divertido. – Ele sorri.

- Ren, você tem sérios problemas quando se trata de diversão. Ser perseguido não é divertido. – Kyoko diz, olhando para ele.

- Ah, qual é, foi divertido. Você precisa ver a sua cara quando me descobriram. – Ren ri.

- Bom, pelo menos você se divertiu. – Kyoko suspira, sorrindo.

- Você não se divertiu? – Ren dá um rápido olhar para ela, preocupado.

- Claro que me diverti. Foi tão legal ir naquelas montanhas russas com você! E todos aqueles jogos! Eu me diverti muito. Obrigada Ren! – Kyoko sorri para ele, fazendo as bochechas de Ren adquirirem uma leve coloração rosada.

- D-de nada.

- Ah, são 5:30! Temos que ir para seu trabalho. – Kyoko diz, olhado no relógio do carro.

- Sim.

- Ren! – Yashiro chama ao ver o homem chegar, então vê a garota atrás dele e seu sorriso aumenta – Kyoko-chan.

- Boa noite Yashiro-san. – Kyoko se curva, sorrindo.

- Boa noite Kyoko-chan, Ren. – Yashiro manda um sorriso malicioso para Ren, que manda o olhar “não vou revelar nada”.

- Tsuruga-san! – um homem de cabelos um pouco grisalhos se aproxima, sorrindo – Boa noite.

- Boa noite Sui-san. – Ren sorri simpaticamente.

- Você chegou bem na hora. Nossa modelo ainda não chegou, então vamos ter que esperar um pouco. Desculpe.

- Tudo bem.

- Ah, você... – Sui olha para Kyoko ao lado de Ren – Mogami Kyoko!

- Muito prazer Sui-san. – Kyoko sorri, fazendo uma reverência.

- Nossa, você é bem mais bonita pessoalmente. – Sui sorri.

- Obrigada.

- Então é verdade, hã? Os boatos... – Sui sorri maliciosamente.

- Talvez. – Ren diz, colocando o braço em volta da cintura de Kyoko que apenas sorria.

- Sui-san! Precisamos do senhor aqui! – um garoto grita.

- Sim! Me desculpe, tenho que ajudar. Tsuruga-san, por que não vai se trocar?

- Sim. – Ren sorri e observa o homem se afastar – Não saia daqui, Kyoko. Nosso encontro ainda não acabou. – Ren diz, afastando-se e entrando em uma pequena sala.

- Nossa, parece que vocês estavam tendo diversão. – Yashiro diz, sorrindo.

- Sim. – Kyoko sorri, sentando em um banco no canto do estúdio, querendo ficar invisível aos outros.

- O Ren se divertiu?

- Sim Yashiro-san.

- Isso é ótimo. – Yashiro diz animadamente – ele estava precisando de um pouco de diversão. Mas Kyoko-chan, tudo bem você sair por ai? Ainda está machucada. – Yashiro diz, olhando para o bandaje na testa dela e os pequenos arranhões no braço dela.

- Não é nada. – Kyoko sorri e eles continuam conversando, até que escutam os murmúrios do estúdio cessarem de repente e começarem a todo vapor.

Kyoko e Yashiro observam Ren fazer seu caminho até eles, sorrindo e atraindo a atenção de todos ali, mulheres e homens. Ele usava uma calça branca, com um cinto preto, e ela estava um pouco caída, mostrando a marca de sua cueca boxer. Ele usava uma blusa social preta e uma jaqueta branca por cima, as duas totalmente abertas, revelando um peitoral perfeitamente esculpido. Ren usava luvas pretas, um brinco na orelha esquerda e um cordão pendia de seu pescoço.

- Que selvagem, ein? – Kyoko comenta, olhando para ele e sorrindo.

- É o objetivo. – Ren sorri e senta ao lado dela, segurando sua mão.

- Tsuruga-san, você realmente combina perfeitamente com esse estilo. – Sui elogia se aproximando.

- Obrigado. – Ren diz. – Mas onde está a outra modelo?

- Nós estamos tentando contatar ela agora. Sinto muito por isso.

- Não, tudo bem.

- Sui-san! Tsuruga-san! – alguém grita.

- Estamos indo! – Sui grita e olha para Ren, que se levanta seguindo-o.

Kyoko suspira assustando Yashiro.

- K-kyoko-chan? Tudo bem?

- Tudo. É só que ele é tão...

- Bonito? Sexy? Quente? – Yashiro sugere.

- Não é bem isso, mas acho que serve.

- O QUE?! – o grito de Sui interrompe todas as outras conversas e todos param para olhar – Como assim?!

- Ela não pode vir. Ela passou mal e está no hospital.

- Passou mal?! Por que? Ela é uma profissional. Devia saber cuidar do próprio corpo. – a sobrancelha de Ren treme ao ouvir essa frase e ele dá uma olhada em Kyoko, que sorria triunfante para ele. Ren suspira.

- Sui-san, calma. Nós podemos fazer outro dia. – Ren sorri, tentando acalmar o fotografo.

- Não temos outro dia. Tenho que estar com isso pronto no sábado para segunda estar estampado em todas as revistas e pôsteres do Japão!

- Não podemos usar apenas a mim? Se não tem outro jeito...

- Não. É um perfume que envolve a relação selvagem entre um homem e uma mulher. É um aroma forte e viciante. Preciso de um homem e uma mulher! E eu só tenho o homem! – Sui olha para ele, quase desesperado.

- Você não pode conseguir outra modelo? – Ren pergunta.

- Onde eu vou conseguir uma modelo habilidosa, que não seja ofuscada por você e que esteja disponível a essa hora?! – todos os olhares se cravam em Kyoko.

- Eh? – ela aponta para si mesma, como se perguntando se era pra ela que eles olhavam.

- Mogami-san!!! – Sui praticamente voa até ela – Por favor! Eu imploro! Me ajude, eu só posso depender de você agora!

- Eh? Mas eu...

- Por favor! Se eu não fizer isso hoje vou perder todo o meu orgulho como profissional! Por favor! Me salve! Eu preciso de você! – Sui olha para ela, quase chorando e Kyoko recua alguns passos, surpresa pelo desespero do fotografo.

- Tudo bem Kyoko-chan. Eu vou falar com o presidente. – Yashiro sorri.

- Eh?

- Por favor, Mogami-san! Eu não posso depender de ninguém além de você! – Sui pega as duas mãos dela, implorando com os olhos.

- Tudo bem, Sui-san. Não sei se vou satisfazer suas expectativas, mas vou dar meu melhor. – Kyoko sorri.

- Ahh, obrigado! – o homem abraça Kyoko e empurra-a para algumas mulheres, mandando elas ajeitarem Kyoko imediatamente.

As pessoas do estúdio estavam ficando impacientes. Fazia mais de 20 minutos que Kyoko havia entrado na sala e ainda não havia saído. Ren conversava com o diretor, escutando as instruções dele, então de repente, ele escuta saltos ecoando pelo estúdio. Todas as cabeças se viram e o queixo de todos cai no chão ao ver a mulher que saia da sala. Ren olhou para Kyoko sem palavras e observou todo o caminho que ela fez até ele, sem quebrar o contato visual. Ela parecia andar em câmera lenta, só tornando seus movimentos mais sensuais ainda.

Kyoko usava duas botas pretas de salto e uma meia calça de renda. Ela usava uma blusa azul, com um cinto meio bege e preto, que conseguia cobrir o minúsculo short preto que ela usava, ligado as meias-calça. Ela usava luvas que cobriam seu braço até o cotovelo, com pulseiras, suas unhas pintadas de preto, brincos pretos em suas orelhas. Seu cabelo preso num tipo de penteado que mostrava toda a sua nuca e que deixava alguns fios caindo sobre seus ombros. Seus lábios pareciam estar chamando por Ren, vermelhos e suculentos.

- Ren, feche a boca senão entra mosquito. – Kyoko solta uma risadinha maliciosa, parando ao lado dele. Ren balança a cabeça levemente, tentando esquecer as imagens que se formavam em sua cabeça da mulher ao seu lado.

- Mogami-san, você está maravilhosamente linda. – Sui elogia, olhando Kyoko dos pés a cabeça – é melhor tomar cuidado Tsuruga-san.

- Sim. – Ren sorri gentilmente para ele, mas ainda afetado por Kyoko.

- Então, Mogami-san, como eu estava explicando ao Tsuruga-san, essa é uma propaganda de um perfume chamado ‘Wild’. Ele é um aroma forte e de certa forma selvagem, que pode ser sentido de longe e a pessoa dificilmente pode esquecer seu cheiro.

- Entendo.

- Então, nós vamos usar vocês dois como um casal selvagem e sedutor, que gosta de brincar com o coração um do outro, e que quer controlar o outro totalmente.

- Um casal selvagem e sem controle.

- Sim. – Sui sorri – Acha que pode fazê-lo?

- Com certeza. E você, Ren? – Kyoko sorri maliciosamente e Ren retribui o sorriso, puxando-a para o set.

Ele tinha um tipo de cerca, cheia de rosas, com seus espinhos. Juntos eles se entrelaçavam, formando uma barreira de espinhos.

- Vamos lá. – Sui diz. Kyoko anda até Ren, colocando uma mão no rosto dele, virando-o gentilmente e fazendo ele olhar para ela, que sorria sedutoramente.

- Que tal um pouco de diversão, Ren? – a garota propõe, com um sorriso no rosto, enquanto sua mão acariciava o rosto dele e parava em seus lábios, como se os investigando.

- Você vai agüentar, Kyoko? – Ren pergunta, colocando uma mão na cintura dela e outra no queixo dela, levantando-o para si.

- Tsuruga-san, aproxime seus rostos. – Sui diz e Ren o faz, parando a centímetros da boca dela, e com um sorriso malicioso ele puxa o corpo de Kyoko para mais perto.

- Mogami-san, passe a mão pelo peito dele. Instigue ele a lhe querer. – Kyoko assim o faz. Ela coloca as duas mãos na gola da camisa dele, puxando-o para perto e sorrindo sedutoramente. Ren sente um calafrio quando a mão de Kyoko toca seu peito nu, e vai descendo, acariciando e moldando casa músculo ali presente. Kyoko usa a outra mão para acariciar os cabelos que caiam na nuca de Ren, entrelaçando-os aos seus dedos, e descendo a mão pelo pescoço dele, indo para o peito. Kyoko pega a mão de Ren e coloca-a em sua cintura, se aproximando do homem. Ren se abaixa, fazendo Kyoko virar o rosto em direção a câmera, enquanto ele matinha sua cabeça entre o pescoço e o ombro dela, com um sorriso malicioso capturado pela câmera.

- Tsuruga-san, coloque sua mão na perna dela e a levanta um pouco. – Ren faz isso, pegando a perna dela e a colocando perto de sua cintura, como se fosse envolvê-la. Kyoko coloca um braço no ombro de Ren, enquanto ele leva sua mão até o pescoço dela, fazendo ela virar o rosto para a câmera. Kyoko coloca uma de suas mãos na cintura, e separa um pouco os lábios, enquanto Ren tinha seu rosto voltado para ela, seus olhos estavam cravados na câmera, dando uma idéia de que ele estava curtindo muito aquela posição sexy e um sorriso malicioso brincava em seus lábios.

- Perfeito!!! – Sui grita, aquela posição era exatamente o que ele queria. Ele tira fotos de todos os ângulos, sorrindo, enquanto Kyoko e Ren apenas curtiam o momento.

- Okay! Acabamos! – Sui diz, sorrindo de ponta a ponta do rosto. Aquela saíra muito melhor do que ele podia imaginar. Ren olha para Kyoko, ainda segurando a posição.

- Bom trabalho. – Ren diz, olhando diretamente nos olhos dela.

- Bom trabalho, Ren. – Kyoko sorri e empurra Ren levemente, voltando a ficar em pé com os dois pés. – Você curtiu isso, não foi? – ela pergunta, olhando para ele.

- Muito. – Ren diz, sorrindo maliciosamente. Kyoko simplesmente se afasta, indo trocar de roupa. Ren vai para seu próprio vestuário e após alguns minutos, eles saem.

- Tsuruga-san, Mogami-san! – Sui os chama. – O que vocês acham? – Sui olha para uma tela, com a foto de Kyoko e Ren.

http://fc07.deviantart.net/fs51/i/2009/278/2/c/Kyoko_and_Ren_finished_by_b1ue1ight.jpg

- Eu estou bem sexy. – Kyoko diz, admirada.

- Pois é. – Ren sorri.

- Vocês dois são um casal bombástico. – Sui diz, sorrindo para a foto.

- Hã, obrigado. – Ren diz hesitante.

- Esse perfume vai vender que nem doce. Muito obrigado mesmo, Mogami-san. Se não fosse por você, eu não teria conseguido esse resultado maravilhoso. Você ultrapassou todas as minhas expectativas.

- Ela costuma fazer isso. – Ren sorri.

- Obrigada diretor. – Kyoko sorri.

- Bem, se nos dá licença, temos um lugar para ir. – Ren sorri, puxando Kyoko para longe.

- Ren, pra onde nós vamos? Já são quase 8 da noite.

- Bem, eu disse que nosso encontro não acabou. – Ren sorri – Yashiro-san!

- Ah, Ren, Kyoko-chan! Amanhã vocês trabalham normalmente, okay?

- Sim.

- Yashiro-san, nós temos algo pra fazer hoje ainda, então estamos indo à frente, tudo bem? – Ren pergunta, sorrindo.

- Com certeza. Divirtam-se. – Yashiro diz com um sorriso malicioso. Ren e Kyoko vão para o carro.

- Ren, pra onde estamos indo?

- Você realmente é uma pessoa curiosa, não?

- Não sou! Só estou ansiosa. – Kyoko diz, olhando pela janela.

- Hum, ok, chegamos. – Ren estaciona o carro e Kyoko faz menção de pegar seus óculos. – não precisa. Vamos. – Ren sai do carro sem nenhum disfarce e Kyoko faz o mesmo.

- Ren, onde nós estamos? – Kyoko pergunta.

- Você vai ver. – Ren pega sua mão, levando-a para a entrada.

- Pensei que não viria mais Tsuruga-san. – o segurança diz, sorrindo.

- Obrigado por isso. – Ren sorri, entrando.

- Ren, onde nós estamos?

- Você vai ver. – eles sobem uma rampa. – Chegamos. – Ren sorri.

- Uwoo! – Kyoko olha para a imensa pista de gelo, já iluminada com luzinhas de natal. O gelo parecia brilhar com diversas cores. – Mas por que está vazio?

- Tenho alguns contatos. – Ren sorri para ela.

- Obrigado, Ren! – Kyoko sorri.

- Vamos lá.

- Eh? Pra onde?

- Você não achou que íamos apenas olhar para a pista, certo? – Ren pergunta sarcasticamente, mas sorrindo.

- Mas eu não sei patinar.

- Eu vou te ensinar. É bem fácil. – Ren sorri, descendo as escadas e levando Kyoko junto. Ren pega um par de sapatos e dá para Kyoko – Acho que são do seu tamanho.

- Ren, eu não sei patinar! Eu vou cair!

- Então eu vou lhe segurar. – Ren sorri, já com os sapatos de patinação. Ele ajuda Kyoko com os dela e leva-a com cuidado para a pista, enquanto ela tremia.

- Ren!

- Calma. Eu não vou deixar você cair. – Ren sorri, entrando no ringue de patinação e estendendo a mão para Kyoko. – Vem aqui. – ele sorri gentilmente e Kyoko coloca os pés dentro do ringue, ficando meio agachada com as pernas tortas.

- Uwaa... Eu vou cair... Escorrega... – Kyoko diz, tentando manter o equilíbrio.

- Primeiro tente ficar em pé. Isso. – Ren observa Kyoko ajeitando a postura, ficando reta – Agora solte minha mão.

- Hã? – Kyoko olha para ele, pronta para entrar em desespero.

- Calma. Vou ficar do seu lado. Solte. – Ren sorri e Kyoko solta a mão de Ren hesitante.

- C-consegui. Eu consegui, Ren! – ela comemora, mantendo o equilíbrio.

- Me dê sua mão. Vamos tentar nos mover.

- O-ok.

- Afaste as pontas dos pés, formando um V. Flexione os joelhos. Calma, não é para sentar. – Ren ri um pouco. – Isso. Agora tente deslizar. Aproxime sua perna direita da esquerda e depois abra ela pra frente e afastando-se da outra. Isso. Com calma. Agora com a esquerda.

- Isso é meio que legal. – Kyoko comenta, sorrindo.

- Quer tentar sozinha?

- Não! – Kyoko perde o equilíbrio, mas Ren a segura.

- Não consegue ficar longe de mim, hã? – Ren diz brincando.

- Apenas me deixe me acostumar com a sensação. – Kyoko diz, deslizando lentamente para frente. Após alguns segundos, Ren a solta sem ela perceber. Ele para, observando ela deslizando lentamente, numa velocidade própria.

- Ren? Ren! Estou entrando em pânico! Ren!

- Calma, estou atrás de você. – Ren deixa escapar uma risada.

- Okay. Você pode andar por ai? Quero ter uma idéia de como me movimentar.

- Claro. – Ren aumenta sua velocidade, passando por ela e dando a volta pelo ringue, sorrindo. Ele dá voltas, patinando de costas, em zigue-zague, reto, devagar, muito rápido. Ele se perdeu em suas memórias de quando tinha patinado pela primeira vez com seu pai.

- Kyaa! – Ren olha na direção de Kyoko, que estava no chão.

- Kyoko! – Ren vai até ela o mais rápido possível, parando abruptamente ao seu lado, quase perdendo o equilíbrio, então se agachando em sua frente – você está bem? Está machucada?

- Não, foi só o susto.

- Tem certeza? – Ren olha para ela com preocupação.

- Sim. Antes de andar, tenho que cair. – Kyoko sorri.

- Vamos, levante. – Ren estende a mão.

- Acho que posso sozinha. – Kyoko sorri, levantando-se lentamente, por seu próprio esforço.

- Vamos ver o quão boa você é. – Ren patina até metade do ringue – Se você vier patinando até aqui, sem cair, eu te dou um prêmio.

- Que prêmio?

- Um prêmio. – Ren sorri. – pronta?

Kyoko se lembra de cada instrução que Ren lhe ensinou, e lembra da postura que ele tinha enquanto patinava, cada movimentos com as pernas e os braços. Ela se ajeita e olha firme para Ren.

- Estou. – ela sorri confiante, começando a se mover devagar em direção a ele. Ao se acostumar com a sensação, Kyoko aumenta um pouco a velocidade, fazendo Ren sorrir. Ele vai patinando para trás à medida que Kyoko se aproximava e quando ela percebeu, os dois estavam do outro lado do ringue.

- Ren! Você trapaceou!

- Você foi incrível Kyoko! – Ren diz, sorrindo e abraçando ela.

- O-obrigada. – Ela sorri timidamente, abraçando Ren.

- Aqui está seu prêmio. – Ren se abaixa, beijando-a intensamente. Os lábios dela estavam bem quentinhos, apesar do ambiente ser frio. Ren só se afastou quando ela estava com falta de ar. – Que tal? – ele pergunta, sorrindo.

- Um prêmio de tirar o fôlego. – ela diz, sorrindo.

- Agora você vai patinar comigo. – Ren sorri, puxando-a pela mão, patinando devagar para frente. Então ele se vira de costas, pegando a outra mão dela, e puxando ela. Eles estavam frente a frente, patinando juntos.

- Ren, você está tentando se mostrar? – Kyoko pergunta, com uma sobrancelha em pé.

- Talvez. – ela dá um sorriso torto. – Que tal irmos um pouco mais rápido?

- Eh? – Ren aumenta a velocidade e Kyoko se esforça para acompanhá-lo. Ren solta a mão dela, patinando ao seu redor enquanto ela patinava no seu próprio ritmo.

- Acho que da próxima vez, nós vamos esquiar. – Ren diz, sorrindo.

- Eu não consigo nem patinar direito e você já quer esquiar? – Kyoko pergunta, rindo.

- Do que está falando? Você está patinando perfeitamente bem. – Ren diz, patinando a sua frente, olhando para ela.

- Ren, que horas são?

- Hum... 10:51.

- Você está tentando escapar a refeição, não é? – Kyoko pergunta, com uma aura assustadora ao seu redor.

- Que rude. Eu só estou tentando me divertir com minha namorada. Você...não quer se divertir comigo, Kyoko? – Ren pergunta, colocando o olhar de filhotinho abandonado. Kyoko se assusta com o olhar, desequilibrando-se e caindo para frente, mas Ren é mais rápido, e alcança-a, pegando-a pela cintura e girando, estabelecendo o equilíbrio de novo.

- Quase. – Ren suspira.

- Foi sua culpa. Quem mandou me olhar daquele jeito? – Kyoko retruca, voltando a ficar de pé.

- Você está dizendo que meu olhar tem o poder de te fazer cair? – Ren pergunta, com uma sobrancelha levantada.

- Você me assustou usando aquele olhar de filhote de repente.

- Você só está inventando uma desculpa. Sabia que eu iria lhe pegar se caísse, então você fez de propósito, não foi? – Ren pergunta, sorrindo maliciosamente. Kyoko olha para ele malignamente, então um sorriso malicioso aparece em seu rosto.

- E você? Me trouxe para um lugar sem ninguém, onde eu não vou poder fazer nada porque não sei patinar tão bem quanto você. O que estava planejando fazer comigo, Ren? – Kyoko pergunta com um sorriso maroto, chegando mais perto dele. Ren olha para ela sem expressão.

“Como diabos ela conseguiu mudar a situação?! E ainda fazer de uma forma...quente!”

- O que foi Ren? Eu acertei? – Kyoko pergunta, sorrindo maliciosamente.

- E se eu disser que sim? – Ren entra no jogo.

- Então o que está esperando? Eu pensei que eu fosse a presa nesse jogo, não você. – ela desliza para longe com uma risadinha.

- O jogo só está começando. – Ren desliza até ela, puxando seu braço, o que faz ela se desequilibrar e cair, mas Ren protege-a, caindo junto com ela.

- Ren! Você está bem? – Kyoko pergunta, embaixo dele.

- Vou ficar em alguns segundos. – Ren responde, beijando Kyoko. Ela fica surpresa por alguns segundos, mas logo se entrega. Ren começa a mordiscar os lábios de Kyoko, acariciando-os com a língua. Então ele passa a insinuar sua língua para dentro da boca dela, que permite a passagem. Ren invade com voracidade a boca da garota, passando sua língua pelo céu da boca dela e fazendo cócegas. Ele procura a língua de Kyoko, entrelaçando-se a ela, enquanto sua mão desce pela barriga dela, instalando-se na cintura. Depois de alguns segundos, Ren se afasta, um pouco ofegante e olha para Kyoko, que estava vermelha e ofegava.

- Quem é a presa agora? – Ren pergunta, sorrindo maliciosamente. Kyoko não responde nada e desvia o olhar, com as bochechas vermelhas. – Acho que está na hora de ir pra casa. – Ren sorri, ajudando-a a se levantar.

- Sim. – Kyoko sorri.


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Notas finais do capítulo

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