***POV Bella

– Mas mamãe, se os bandidos que o vovô Charlie prende não são perigosos, então por que eles são presos?

Eu não deveria estar explicando isso a uma menininha de 3 anos, mas como a minha linda filha tem a mentalidade avançada para sua idade, assim como o tamanho e outras características, eu tenho que explicar essa questão estupida que a anta do meu cunhado trouxe para nossas vidas.

– Querida, os bandidos que o vovô Charlie prende não são perigosos para nós, para os humanos são.

– Ah Belinha, nem todos os bandidos de Forks são realmente perigosos, na verdade eu duvido que haja um único bandido na cadeia do seu pai que seja realmente perigoso.

Emmett nem precisou terminar a frase para eu ver que o rostinho da minha filha estava se enchendo de duvidas.

– Emmett não são apenas as pessoas perigosas que meu pai prende. Nessie o vovô Charlie precisa prender todo mundo que faz coisas erradas, e nem sempre essas coisas erradas são perigosas.

– Hmmm;.. Então o vovô Charlie precisa prender todo mundo que faz coisa errada mamãe?

– Isso mesmo minha filha.

– Então ele tem que prender o tio Emmett.

– Por que eu? – Emmett perguntou rapidamente, apesar de eu não saber as razoes para minha filha falar isso, realmente seria bom ter o emmett trancafiado longe de nós um tempinho para nos dar paz.

– A vovó diz que você só faz as coisas erradas. – Emmett fez beicinho para ela.

– Aff Renesmee, coitado do Charlie se ele tiver que prender o tio Emmett. – olhei no relógio e percebi que já estava na hora. – Pronto querida, vamos porque o vovô Charlie esta te esperando. Voce vai passar o dia inteirinho com ele na delegacia, então pode perguntar pra ele qualquer coisa que você quiser saber.

***POV Nessie.

Oba, hoje eu vou passar o dia aqui na delegacia com o vovô Charlie. É a primeira vez que o papai deixa eu ficar aqui. Ele sempre diz que é muito perigoso, pois esses bandidos são burros e eu posso aprender a falar incorretamente.

Vovô Charlie comprou um monte de rodinhas com açúcar pra gente comer, eu não tenho certeza do que é isso, mas tenho certeza que não é uma comida que a tia Rose aprovaria, pois isso tem calorias. Aquele bichinhos que entram no nosso guarda-roupas a noite e ficam costurando e diminuindo as nossas roupas. Eu acho que isso é uma coisa errada a se fazer. Entrar no guarda-roupas dos outros e costurar sem permissão. Acho que o vovô Charlie deveria prender essa rodinha de açúcar por ser cumplice e abrigar as calorias. Já sei, vou colocar essa rodinha de açúcar dentro de uma cela vazia.

Quando eu cheguei nas celas, onde o vovô Charlie me proibiu expressamente de entrar, eu não entendi porque ele não quis que eu viesse aqui, já que todas as celas estão vazias. Vou colocar a rodinha de açúcar na ultima, bem longe para as calorias não fugirem.

Eu me enganei, uma das celas está ocupada. Um bandido. Obaaa... Eu nunca conheci um bandido antes. Alguns assassinos e monstros, mas nenhum bandido.

– Oi, eu sou a Nessie. – eu disse para o senhor de poucos cabelos claros na cabeça e olhos castanhos.

– Oi eu sou o Dr, Hannibal Lecter. Como você está Sta. Nessie?

– Bem, você é medico? Meu outro vovô também é medico. Que tipo de medico você é?

– Eu sou psiquiatra. E o que você está fazendo aqui menininha?

– estou ajudando o meu vovô Charlie a prender as calorias bandidas. – O senhor bandido riu, ele parece ser tão gentil, o que será que ele fez de errado? – Tio Dr. Bandido Lecter, o que o senhor fez de errado para estar aqui?

– Ah minha querida Nessie, eu também brinquei com as calorias. Eu cozinhei coisas e fui preso por isso.

– O senhor sabe cozinhar? Meu pai também sabe cozinhar. O que o senhor gosta de cozinhar?

– Muitas coisas querida. Voce já comeu um coração.

– Já.

– Ao molho com batatas e arroz?

– Não. O que são batatas e arroz?

***POV Dr. Lecter

Eu estou vivendo minha vida em uma cela sem janelas. Eles acham que me privando de musica e paisagem eu vou ajuda-los a desvendar os segredos que a mente humana esconde. Mas enquanto eles me privam dos prazeres , eu me concentro em descobrir como fui pego por esse xerifezinho de cidade do interior. Na verdade eu sei como fui pego, mas não entendo como alguém consegue matar animais dessa forma. Em seu corpo pude ver marcas de unhas e dentes, além de arrancar o coração da pobre criatura indefesa. A pessoa que fez isso é com certeza desalmada.

Alguns passinho saltitantes me tiraram dos meus pensamentos. Era uma garotinha que parecia ter saído de um sistema de efeitos especiais computadorizados. Era linda e tinhas as maças do rosto rosadas.

Ela conversou comigo. Eu já estava cansado de não poder conversar com ninguém. Não que eu realmente precise, já que o meu intelecto satisfaz todas as minhas necessidades de socialização, mas a menininha era tão doce, que eu não pude resistir.

A pequena Nessie era linda e curiosa. Um pouco estranha, devo admitir. Com uma imaginação fértil. Ela chega a ser engraçadinha. Nos estávamos nos entendo bem, mas o xerifezinho de bigode apareceu e como se eu tivesse alguma doença contagiosa tirou a menina dali.

O xerife recebia ordens superiores de me interrogar sobre um suposto serial killer que estava a solta nas redondezas. Até o momento foram encontradas cinco mulheres assassinadas nos rios ao redor da cidade, com as roupas cortadas nas costas e sem sinais de violência sexual. Eles queriam saber se isso soava familiar pra mim. É claro que sim. Mas eles não querem negociar as informações comigo e me libertar. Então eu vou ter que sair daqui sozinho. E será agora.

***POV Emmett

Eu quase morri de rir quando li o jornal de Forks essa manhã. Esme sentiu muito orgulho de mim por eu ler o jornal, ou pelo menos uma reportagem inteira.

– Belinha, seu pai é um péssimo xerife. Ele consegue ser mais lesado do que você era quando era humana. Acho que isso é genético. Será que a Nessie também vai ficar assim? ***medo***

– Por que Emmett? – Belinha estava nervosa. Não sei se era porque o pai dela é mais lesado que ela ou se é por que ela tem que disputar a escova de cabelo com a Alice, com a Rose e com o pulguento toda vez que quer pentear os cachos de bronze da monstrinha.

– Ele tinha apenas um maluco preso e conseguiu deixar ele escapar.

– O vovô não deixou ele escapar. – A monstrinha mais guti guti do tio Emmett disse.

– É claro que não. – Minha cunhada ex-humana sem graça falou.

– Não... Fui eu que deixou ele escapar. – minha monstrinha favorita disse e foi brinca lá fora.

– Renesmee volte já aqui. – Bellinha chamou a filha de volta.

– Sim mamãe.

– Como assim foi você quem soltou ele?

– Eu peguei a chave que o vovô deixou sobre a mesa quando foi ao banheiro e abri a porta para o titio Dr. Lecter sair... eu já falei que ele também é medico igual ao vovô Carlisle?

– Por que você fez isso?

– Porque ele falou que iria cozinhar pra gente.

– Nessie querida, a gente não come.

– Mas mãe, ele disse que sabia fazer um prato delicioso de sangue.

– Você contou pra ele que nos somos vampiros?

– Não mamãe.

– Então...

Bellinha foi interrompida pelo toque do telefone celular dela,,, Ahhhh Lelek lek lek lek...

– Esse não é o toque do meu celular. – Bellinha disse

– Agora é... Eu mudei o toque de celular de todos, porque eu gosto muito dessa música. – Assim agora eu vou poder ouvir essa musica sempre. Eu sou o cara. Ou melhor. Esse cara sou eu... não.. acho que eu sou o cara fica melhor....

***POV Bella.

Affe como o Emmett é sem noção. Era meu pai no telefone. Que agora tinha que prender um bandido que a minha filha decidiu soltar.

– Alô pai. Tudo bem?

– Tudo Bells. Eu só estou ligando para avisar para vocês deixarem a casa fechada e não deixarem a Nessie brincar longe, pois acabamos de descobrir que o fugitivo é conhecido com Hannibal o canibal.

– Como assim o canibal?

– Ele era um psiquiatra que dopava alguns pacientes e retirava os órgãos. Então ele cozinhava e servia em jantares. *** Tá explicado porque minha filha soltou ele.

–Tudo bem pai ... e você se cuide tá bom?

–Eu sempre me cuido Bells. Agora eu tenho que ir. Tchau.

– Tchau.

Desliguei o celular e enquanto eu pensava em que castigo eu daria para minha filha alguém bateu na porta.

– Deixa que eu abro mamãe...

– Olá Sta. Nessie.

– Olá tio Dr. Lecter... O senhor veio cozinhar para mim? –Em um piscar de olhos eu estava na porta pronta para quebrar o pescoço do canibal.

– Você deve ser Bella. – a Nessie nossos nomes para ele.

– Você deve ser o fugitivo.

– Sim, mas não é de mim que estamos falando. Todo esse salto e postura não são suficientes para esconder a menina sem graça que você é.

– Co-como assim?

– Bella. Não foi essa educação que René lutou tanto para te dar. Deixar os convidados na porta. O que sua mãe diria agora, além de não ter personalidade não tem educação?

– Como você se atreve?

– A dizer a verdade? Olhe ao seu redor. Você não se encaixa nessa casa, nessa família e no fundo do seu coração você sabe disso. Como poderia ser diferente? Você sempre foi a última a ser escolhida, ficava sozinha na escola, não tinha amigos, nenhum garoto nunca se interessou por você. – Eu estava tremendo.. me encolhendo.. eu nunca fui ninguém....

– Ei você ai... só eu posso torturar minha cunhada tapada. – Eu ouvi emmett falar mas não conseguia me concentrar... um novo buraco estava se abrindo.

***POV Emmett.

– E quem é você para julgar a sem graça? Um ser fraco que precisou ser salvo por uma mulher.

– Um anjo... Minha Rose é um anjo.

– Você sempre foi um fraco. Sempre precisou da ajuda dos outros.

– Eu não sou fraco.. – Mostrei meus braços de vampiro bombado pra ele.

– Emmett... você sabe que isso não muda quem você é de verdade. Seu corpo é apenas um casulo. Por dentro você não passa de um garoto assustado. Um homem covarde. Alguém que tem medo de ser menosprezado. – Menos ,, menos.. menos o que?

– Eu não tenho medo de nada.

– O quanto isso é verdade Emmett? Você não consegue mentir pra si mesmo.

– Eu nem sei quem esse si mesmo é. Eu não tenho medo de nada...Não tenho.. Não tenho...

***POV Rose.

Estava eu, linda e loira, chegando na casa dos meus pais vampiros adotivos e provedores de dinheiro após uma semana sozinha em Paris, quando escuto meu marido gritando que nem uma mulherzinha “ NÃO TENHO”, minha cunhada gemendo de dor, e minha linda sobrinha chorando. Eu nunca deveria ter voltado.

Abri a porta delicadamente.

– Que porcaria está acontecendo aqui?

– Você deve ser Rose. O anjo. – Até que enfim um reconhecimento da minha eterna beleza.

– E você é....?

– Dr. Lecter.

– Ah, você deve ser amigo do Carlisle, ele está no hospital.

– Não. Eu sou amigo na Sta Nessie.

– Buááá... Não é mais... Você fez minha mãe e meu tio chorarem, sem lágrimas, e nem trouxe sangue para cozinhar pra mim... buáááá

– O que está acontecendo aqui afinal?

– Rose, Rose... toda essa agressividade para esconder o medo de ser abandonada e de ser superada.

– É o que?

– Você não consegue enxergar que sua beleza está ficando mais superficial do que nunca e que você nem é tão bonita assim para que alguém fique com você após te conhecer de verdade.

***POV Nessie.

–Tia Rose... Esse coração ao molho de sangue com arroz e batatas está delicioso!!! Você nunca falou que sabia cozinhar tão bem.

– Não se acostuma minha linda... Carboidrato engorda.

– Eu não tenho medo né ursinha? – Tio Emmett perguntou a tia Rose.

– Emmett, nem começa senão eu vou fazer um tratamento psicológico em você como eu fiz nesse Dr. de meia tigela. – Tia Rose respondeu ao meu tio.

Mini Flash Back

Tia Rose começou a tremer e de repente o Dr. Lecter já não tinha mais cabeça.

– Eu vou te mostrar que nem é tão bonita assim seu médico de quinta.

E então o Dr. Lecter estava sem os braços. Ai eu tive uma grande idéia.

– Tia Rose, ele tem coração não tem?

– Não por muito tempo minha lindinha, por quê?

– Eu quero comer coração com arroz e batatas.

– Então a tia Rose vai cozinhar pra você hoje.

Fim do mini flash back

– Olá minha linda. – Meu pai chegou em casa. – Iupiiiii

– Oi papai. Quer um pouco de coração com arroz e batatas?

– Coração? O que aconteceu aqui? Rose? Onde a sua mãe está Renesmee? – Eu ia responder, mas a tia Rose respondeu primeiro.

– Está em estado de choque no quarto. E se você for lá avisa que se ela não parar de gemer desse jeito eu vou lá fazer um tratamento psicológico nela, e não importa o que seja dito, ela é sem graça mesmo, sempre foi. Está na hora de se acostumar. Afinal infelizmente ela não vai ser a única que vai ter que conviver com isso pela eternidade.

Meu pai não gostou do que a tia Rose disse. Eu percebi isso porque ele quebrou a mesa.

– OMCN, o que eu fiz para merecer essa família de frescos? – Tia Rose suspirou quando meu pai subiu.

Hum... Esta comida está mesmo deliciosa... Pena que tia Rose matou o Dr. Lecter, ele poderia passar mais receitas deliciosas pra gente.