Se Ele Acreditasse escrita por Anazinha_Cullen


Capítulo 8
Cap. 08 - Insubstituível


Notas iniciais do capítulo

mesmo sem os 5 reviews eu estou postando.



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   Nas semanas que se seguiram, não aconteceram muitas coisas. Na verdade, as coisas estavam mais chatas do que nunca. Eu não gostei nem um pouco do tempo que a Bree esteve comigo, Vivian e Sally, afinal foi um pouco difícil, melhor, muito difícil. Mas eu não estava curtindo tanto o período sem ela. Era sem graça, e por algum motivo eu não via sentido nisso, em ficar andando sem rumo quando ela não está por perto. As tardes com Vi já não eram tão divertidas mais e até Sally me perguntou por que eu estava meio triste, mas essa era uma pergunta que eu não poderia responder. Eu não sabia a resposta.

    As vezes me pegava pensando em porque ela nos deixou, e ficava me sentindo culpado quando imaginava que poderia  ser a causa de ela ter ido. E se eu fosse? Essa não seria a primeira vez que fazia algo errado que poderia tê-la machucado diretamente. Mas ao mesmo tempo queria saber, se não fosse minha culpa, pois eu não via o que eu fizera de tão ruim, o motivo de ela abandonar a mi... quero dizer, ao grupo. Ela simplesmente saiu no meio da noite deixando Sally no meio do nada, e isso não era coisa fácil de entender até mesmo para mim!

    Eu estava nesse debate interno há quase três semanas, sem saber o que pensar ou no que acreditar. Quando eu não estava caçando, montando ou desmontando o acampamento eu ficava parado pensando sempre na mesma coisa, sempre nela. E eu não gostava muito disso, não gostava dela ter saído de perto e não sabia o porque disso, coisa que eu odiava mais ainda. Veja bem, eu sou um pouco controlador, então não saber de alguma coisa do meu interesse não é a melhor coisa que existe, ainda mais ficar remoendo esse pensamento.

    - Ei, você não vai caçar mesmo? – perguntou-me Vivian

    - Não. – respondi pela quinta vez hoje. Não estava com muita sede. Pelo menos não a estava sentindo tão forte como ela devia estar, já que eu não bebia nada há uns quatro dias.

    - Desse jeito você vai matar qualquer um que chegue perto de voce, Riley! – ela exclamou

    - Então, caso isso aconteça o problema será meu, não será? – retruquei raivoso.

    - Só quero ajudar!

    - Então me dê só um tempo! – falei, sendo rude, mesmo sem querer. – Desculpe.

    - Tanto faz. – ela falou se sentando – Só não gosto de ver você se remoendo. Prefiro até você brigando comigo do que aí sem fazer nada, tão reflexivo e introspectivo. Sabe, é normal para algumas pessoas, e até mais agradável às vezes. Mas simplesmente não é você. E isso é terrivelmente horrível.

    - Acho que você usou ‘terrivelmente’ desnecessáriamente – falei, tentando voltar com meu antigo humor. Realmente, devia estar sendo um saco para ela me aturar.

    - Essa não deu certo. – afirmou – Mas valeu a tentativa.

    - É, acho que não funcionou – falei dando um sorriso triste.

    - Ei, eu estou falando por que, como sua amiga, posso dizer que você está triste, e ninguém quer isso para o amigo. Nem mesmo quando você é uma vampira que deveria ser fria. – brincou. Vampira fria... como Bree. Minha cara deve ter me denunciado, pois ela emendou:

    - Desculpe.

    - Está de boa, eu realmente não estou sendo uma boa companhia.

    - Você não está entendendo o que eu estou dizendo, Riley.

    - Então fale claramente pois eu realmente não estou entendendo –falei um pouco impaciente, sempre que eu achava que tinha entendido ela falava alguma coisa diferente e me confundia.

    - O que eu quero dizer é... Olha, eu só não quero que você fique tão quieto, não é legal te ver assim. Mas você vai voltar ao seu normal com o tempo, não tem que ser de uma hora para outra, isso seria muito forçado. Você deve ter o seu tempo, e fazer as coisas ao seu modo. Eu não vou ficar te pressionando para voltar aquele Riley genioso que eu conheci. Eu vou esperar ele voltar naturalmente, e um jeito dele voltar é um pouco de sangue no seu corpo.

    - Okay, Okay. Eu já estou indo. Obrigado Vi.

    Ela me deu um tapinha nas costas e um olhar de “finalmente você entendeu” e me deixou lá, para tentar melhorar. Por mais que eu soubesse que parte desse Riley que Vivian falava ficara com aquela vampira fugitiva.

    No final do dia eu hava terminado com três cervos. Realmente, se eu tivesse chegado perto de um humano ele estaria morto.

POV Bree

    “Muito bom, Bree! Muito bom mesmo!” eu pensava. “Eles saíram para uma noite divertida e você fica aqui com a pirralha humana!” Cara, eu não acredito no meu tremendo azar! Tudo bem que fui que ofereci, mas mesmo assim é um saco!

    A garota estava dormindo dentro da barraca, e por um segundo quis ser como ela e poder dormir. Eram quase duas horas quando ela me chamou lá de dentro.

    - Bree? – ela chamou com sua vozinha fina.

    - O que foi?

    - Estou sem sono. – falou, e minha vontade era de falar ‘Foda-se. O que eu tenho haver com isso? Se vire e dê um jeito de dormir’ mas não acho que seria a melor coisa a se fazer. Ao invés disso falei:

    - Vamos dar uma volta.

    - Eu não quero sair.

    - Vamos logo, garota. – já estava perdendo minha paciência, seria legal só assustar ela. Peguei sua mão tentando parecer gentil e saímos nos esgueirando pelas árvores.

    - Quando eu era pequena eu costumava sair de casa e ficava exausta. Você nunca fez isso? – perguntei

    - Não. – ela disse.

    Andamos mais um pouco, e esporadicamente ela tropeçava em um galho caído ou até mesmo nos próprios pés, e eu a pegava. Claro que tiveram umas vezes que eu a deixei cair. “Ninguém mandou tropeçar humana boba”. Eu pensava. O ruim era quando ela começava a chorar. Crianças...

    Quando passamos por um trecho, eu senti um cheiro diferente dos do nosso grupo. Era uma rastro fresquinho, como se estivessem nos observando. Pensando nisso, imaginei ser observada nesse momento por um vampiro, como aquela loirinha dos Volturi. Parei de repente, e Sally que estava andando quase foi de encontro ao chão quando a puxei para perto de mim. Peguei-a no colo e saí procurando alguma coisa pela floresta. Lembrei-me de minha antiga família em Seattle, pensando em como seria diferente se estivesse lá. Não seria necessariamente melhor, só diferente. Lembrei-me de quando minha mãe era viva. Ela costumava se importar comigo. Quando ela morreu, meu pai nunca cuidou de mim. O mais perto de proteção que eu recebi dele foi um aviso de que se fugisse de casa eu morreria de fome, o que quase aconteceu quando eu de fato fugi. O que importava no momento é que por mais que eu não estivesse feliz com a garotinha humana, eu não podia deixá-la sofrer ou qualquer coisa do tipo. A falta de carinho e preocupação que eu tive não deveria ser descontada nela.

    Achei! Bem a minha esquerda haviam algumas folhas encobrindo um pequeno tronco. Era um lugar bem escondido, e algumas flores que estavam sobrevivendo ao outono disfarçariam o cheiro da humana.

    - Sally. Você tem que ficar aqui. – falei

    - Está escuro. Eu tenho medo de escuro.

    - Você tem que ficar aqui aconteça o que acontecer. – resolvi dar um choque de realidade nela. – Vivian e Riley são vampiros não são? – ela assentiu com a cabeça – Bem, têm alguns vampiros que não bebem o sangue de animal e querem sangue de humanos como você. Tem algum desses por aqui agora, então você tem que se esconder até te acharem ok?

    - Mas e você?

    - Eu vou correr. – tomei a decisão de última hora. Eu sentia que tinha alguém por aqui e não queria que ele ou ela visse Sally. Riley era muito apegado a ela, ele não iria gostar nada. Eu também não queria que nada ruim acontecesse a ela. Coloquei a garotinha sentada no tronco e ajeitei as flores ao redor de forma a disfarçá-la e sobrepor um pouco seu cheiro. Era uma esperança vã.

    Depois de arrumar tudo sai na direção oposta, passei no acampamento rapidamente e peguei minha mochila com o agasalho marrom amarrado com um nó frágil. Senti um par de olhos nas minhas costas e corri. Estava assustada. Meus instindos da convivência com os recém criados estavam voltando à tona e eu corria como nunca antes, mas sentia o vampiro se aproximando. Passei por um lugar jogando folhas marrons para todo o lado e acelerei o passo. A pessoa atrás de mim também, até que me senti nauseada e me agarraram por trás. Virei-me, lembrando da única pessoa que causava essa náusea.

    - FRED! EU NÃO ACREDITO! Você está vivo! Está aqui! Eu... Eu... Estou sem palavras, é tão bom te ver!

    - Oi, Bree. Você está viva. – ele falou, olhando como se não acreditasse que eu estava inteira. – Você não foi em Vancouver – ele acusou.

    - Eu fui lá de noite, e te procurei até o amanhecer, mas não te encontrei! Eu demorei um pouco, tive alguns poblemas com Riley.

    - Ele está vivo? – perguntou um pouco desgostoso.

    - Sim.

    - Você não parece triste por isso. – comentou

    - Eu estava. Agora não. Não tanto. Acho que ele pode ser legal quando quer.

    Nos conversamos um pouco e nos afastamos de onde eu estava antes. Fred me convenceu a sair de lá, já que nada estava ajudando e fazer a felicidade se extinguir não era uma boa coisa.

    Os primeiros dias foram bem legais, mas com as semanas se passando começei a sentir falta de conversar com alguém mesmo que fosse só para irritar. Com Fred não era assim, nós fazíamos tudo juntos, mas sem falar muito. Eu sentia falta de ter companhia, e me perguntava se Sally estava bem, e como Riley estava se sentindo por eu tê-los deixado. Provavelmente feliz, mas eu não ficava bem com isso. Eu odiava isso. Por algum motivo eu queria que ele sentisse a minha falta como eu sentia a dele. Afinal, lá no fundo, bem, bem, bem no fundo mesmo, por trás de toda a maldade como matar Diego e condenar e mentir para tantos, por trás de tudo aquilo, em um lugar bem mais profundo no seu coração, existia um cara meio estranho, com um humor e temperamento explosivos, mas legal à sua própria maneira.

    Além disso, Fred era meu amigo, mas eu sentia falta de um grupo maior, até de Vivian eu sentia falta. Queria poder reencontrá-los.

    - Você está bem, Bree? – perguntou Fred um dia.

    - Han? Ah! , estou legal. Por quê?

    - Você está muito quieta, até mesmo para o seu padrão pelo que me lembro. – a verdade era que eu estava realmente “voando” nesses últimos tempos. Estava fazendo as coisas meio automaticamente, sem realmente prestar atenção e perceber cada momento que eu tinha.

    - Eu estou bem. Só estou pensando um pouco.

    Estava introspectiva até demais. Eu não estava gostando de pensar muito ultimamente, mas infelizmente eu tinha tempo de sobra para isso. E o que eu descobrira era que a companhia daquele que matara a pessoa que eu amei tanto por dois dias no porão e que eu jurei odiar me fazia falta. Eu sentia falta do irritante e controlador Riley.

  POV Riley

    No final do dia, eu juntei todas as reflexões que estava fazendo nessas semanas e percebi que sentia falta da companhia daquela garota que me odiara com todas as forças, mas que podia ser legal se eu conseguisse me aproximar. Eu sentia falta da persistente e estranha Bree.


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Notas finais do capítulo

por favor, reviews... *-*



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