Se Ele Acreditasse escrita por Anazinha_Cullen


Capítulo 5
Cap. 05 – Que os jogos comecem


Notas iniciais do capítulo

oie!! demorei mas cheguei!! gente, adorei escrever esse capítulo! meu favorito até agora. *-*



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POV Bree – voltando ao dia que ela se separou do Riley

    Após ser expulsa por Riley, arranjar itens de extrema necessidade (sim, livros são essenciais), e caçar, eu fui em direção a Vancouver. Só daria tempo de vasculhar parte da cidade, então, com sorte, acharia Fred. Mas seria tão mais fácil se Diego ao menos estivesse aqui... Mas o idiota que ele considerava seu amigo o matou.

    Há um quilômetro de distância de Vancouver, já era possível ver a cidade, com as luzes acesas, acordada, de certa forma, a essa hora da noite (NOTA MENTAL: ler menos poesias, já não estou me suportando). Eu deveria procurar primeiro na periferia, onde era menos movimentado e havia mais chance dele estar. Fui correndo para lá, torcendo para que Fred ainda estivesse lá, afinal, eu tinha apenas 2 horas antes que amanhecesse e minhas chances acabassem.

    Corri até um beco, um provável lugar onde ele estaria, mas não, não o encontrei lá. “Calma, Bree. Foi só o primeiro beco, você ainda tem vários lugares e algum tempo sobrando”. Mas não consegui me convencer, apenas continuei procurando-o, porém sem muita esperança, não estava com o melhor dos pressentimentos. Continuei andando, vasculhando todos os possíveis esconderijos. Consegui rodar grande parte da cidade, mais do que eu imaginava, na verdade.

    Já estava amanhecendo quando me dei por vencida. Fred não estaria lá. Ele foi embora, foi embora. Meu amigo foi embora. Ele achou que eu morri e saiu. Ou eu fui muito azarada e não o encontrei. “Mas você está sozinha agora. Se vira, Bree Tanner” – era uma das únicas frases que eu me lembrava no momento, além do meu pai: “ Sozinha, lá fora, você não conseguirá nada. Irá morrer.” E de Riley: “Se eles te encontrarem, eles vão te destruir também!”. Não eram frases exatamente animadoras. Mas o momento não era animador, era horrível, eu estava completamente sozinha e desesperada nesse mundo. Devo admitir: não sei nada! Queria saber chorar, queria que pudesse ter lágrimas rolando soltas pelo meu rosto. Era um jeito de descontar toda essa tristeza, de ser deixada esquecida, sozinha, abandonada de novo. Já estava cansada daquilo. Escorreguei pela parede até o chão, e escondi minha cabeça nos joelhos, soltando soluços agonizantes com a sensação de quem chorar mas não consegue, e, no meu caso, não pode.

    Fiquei dessa forma por uns cinco minutos, quando ouvir uma voz masculina:

    - Senhorita? A senhorita está bem? – levantei-me vagarosamente, e vi sua cara se contrair de medo apesar de eu ser mais de 10 cm mais baixa que ele. Então percebi que estava no sol.

    - Senhorita? – ele repetiu.

    - Olhe para mim – falei – Olhe para mim e diga se você acha que estou bem. Afinal, só estou sozinha pela terceira ou quarta vez em minha existência. Sem ninguém, largada, deixada. Por acaso eu pareço bem?! – gritei essa última frase, enquanto avançava um passo a cada palavra, prensando o tolo humano contra a parede.

    - Mas eu irei te responder: eu não estou bem. – essa foi a última coisa que o imbecil ouviu na vida, pois logo em seguida enfiei meus dentes em sua jugular e suguei até a última gota de sangue daquele corpo. Havia esquecido o gosto do sangue humano, admito, meu autocontrole era horrível. Mas eu me sentia melhor, mesmo tendo tirado uma vida por pura raiva e ressentimento.

    Depois de alguns dias consegui me controlar e foquei toda minha mente em um único pensamento: Seguir para o norte. Uma vez, no porão, ouvi outros vampiros falarem que ouviram alguns outros vampiros falando que lá era melhor.

    Naquela noite, passei numa loja para as coisas de sempre: roupas para o frio (norte... frio... é isso mesmo. Humanos são burros mas nem tanto. Infelizmente). Milagrosamente, ainda tinha alguma coisa para eu ler.  

    Viajei uns dez dias, voltando a me contentar apenas com o sangue animal. (Eu já estava me acostumando, não era tão ruim.) Era mais ou menos meio dia do 10º dia, quando me deparei com um beco sem saída. Você pensa: é só sair por onde você entrou. O único problema é que É MEIO DIA! O SOL ESTÁ EM TODO LUGAR, SANTA INTELIGÊNCIA! Olhei para a parede na minha frente. Não era tão lisa assim. Dava para escalar, então fui até o telhado, e comecei a rodar aquela pequena cidade por cima. Havia um lugar bem legal, que era possível ver uma plantação ao longe, com uma casinha vermelha muito fofa. Eu havia gostado daquela cidade, talvez ficasse mais alguns dias, podia ser legal. Para aproveitar mais ambiente, fui dar uma volta pela cidade quando anoiteceu.

    Lá era tão lindo... Tinha uma praçinha, com um parquinho para crianças super meigo, parecia com um que eu ia quando pequena, numa região mais calma de Seattle. As casas eram bem bonitas, tinha uma com varanda e tudo *-*. E a região central da cidadezinha não deixava muito a desejar.

    Quando eu estava passando por um restaurante, ouvi uma voz masculina e outra feminina conversando. Reconheci a masculina. Hey! Como assim “reconheci a masculina”? Eu não conhecia praticamente ninguém! Só se... Ah, não... (n/a: ah, sim...)

    Espiei pela janela, esperando ter minhas suspeitas postas a prova. E era! Era ele! Riley. E quem era aquela sirigaita, digo, mulher que estava com ele?! Achei que ele ia ficar sozinho... Por isso me mandou embora não é? Claro que é! Talvez não seja. O.k. , O.k. , com certeza não era. Mas eu não acredito, ele não podia... não teria coragem... teria? Não faz seu tipo. Mas ele fez isso. Ele armou tudo isso. Se já tinha me enganado antes, por que não agora, de novo? Eu não acredito! Aquele... aquele... AAHH!! Idiota! Ele planejou tudo! Ele me expulsou, não há palavra melhor, para ficar com ela! E a pequena garotinha estranha. Não queria acreditar que ele fez tudo isso para ficar com ela. Mas está bem na frente de mim. Afinal, ele superou a morte de Victória bem. Talvez sempre fora ele o vilão por trás de todos os recém-criados. Mas não importa, pois agora quero descobrir o que está acontecendo entre eles... e estragar. Não porque eu queira o Riley, mas porque eu quero acabar com cada gota de felicidade que está nele agora, só por ter acabado com o que restava da minha vida. E eu acabava com a dela também, só para sobremesa, afinal, a vingança é um prato que se come fervendo. Preparem-se vocês dois.

    Eles continuaram seguindo para o norte. Durante as noites um deles, exceto a criança, saía e voltava só quando faltava pouco tempo para amanhecer, apesar de estar ficando nublado durante a maior parte dos dias. Observando eles, por trás do ódio, às vezes eu percebia uma saudade. Os três lembravam muito uma família, e eu sentia falta da minha, mesmo que ela fosse completamente desajustada. O que não ajudava, pois também haviam alguns desentendimentos e eles não se conheciam muito bem ainda. Mas eles se divertiam tanto às vezes que minha raiva voltava em um piscar de olhos. Quanto mais observava, mas ansiosa eu ficava para me “reencontrar” com ele. Porém tinha que esperar a hora certa, e essa não era agora.

POV Riley

    Desde o dia que saímos daquela cidadezinha eu estava com uma sensação engraçada de ser observado, mas provavelmente não era nada. Aquele dia eu fiquei realmente surpreso quando Sally falou. Sério, muito surpreso mesmo. Ela nunca falou! Agora ela está se abrindo mais comigo, e o mais impressionante é que ela sabe tudo sobre os vampiros e não se abala, talvez porque ela seja tão novinha, ache normal. De uma coisa eu sei, e Vivian concorda: quando ela crescer, nada vai assustar aquela garota, por mais que tentem. Mas fala sério: ela vai crescer cercada de sangue, literalmente, e vampiros provavelmente não são a melhor companhia para uma infância feliz.

    Algumas vezes nós discutíamos, ou descobríamos algumas coisas sobre os outros. Até agora eu descobri o maior segredo da Vi, não que ela tenha gostado, ela só não ficou furiosa porque estava completamente em choque. Além do que a culpa não era minha (pelo que ela disse, foi a única coisa que eu não tive culpa, pois eu sou responsável por tudo de ruim que acontece), na verdade a culpa era da Sally. Foi por causa dela que descobri porque diabos uma humana estava com uma vampira nova.

    Era aproximadamente uma hora da manhã, e Vivian tinha ido à cidade hoje. Finalmente ela estava confiando em mim um pouco mais agora, graças à pequeninha, que começou a falar comigo.

    Eu estava com aquela sensação estranha de estar sendo observado de novo. Que coisa chata, nós estávamos no lugar mais afastado da civilização no universo, como teria alguém nos observando? Mas tanto faz, deve ser só besteira como sempre.

    Então, da porta da cabana onde Sally estava dormindo eu ouvi sua vozinha chamando alguém:

    - Mamãe. Mamãe! Cadê você? Vem aqui mamãe... – ela falava chorosa. Fui lá entender o que acontecia.

    - Quem você quer, Sally?

    - A mamãe, Riley. – falou ela, morrendo de sono

    - Quem é sua mãe? – perguntei curioso. Afinal, nem sabia se ela tinha mãe.

    - Você conhece ela. A mamãe, Riley. Vivian. – O quê?? WTF?! Sally era filha da Vivian? Agora entendi porque elas estavam juntas.

    - Eu quero a minha mamãe... - disse, ameaçando chorar. Como eu odiava crianças chorando, elas me irritavam, fui acalmá-la.

    - Ela saiu. Foi na cidade e volta daqui a pouco. O que você quer com ela?

    - Eu estou com fome...

    - Então espera dois segundos que eu vou achar alguma coisa para você comer, tudo bem? – ela acenou com a cabeça, como quem fala sim. Saí de lá e acabei achando um resto de biscoito Passatempo. Enquanto ela comia fiquei pensando sobre o fato da Vivian ser mãe da Sally... Isso era tão estranho, a pequena tinha seis anos e Vi tinha vinte. Tudo bem que a gente ouvia falar bastante disso, mas é diferente quando se tem um exemplo.

    - Obrigada. – disse Sally, quando acabou. Ela era bem educada.

    - Não foi nada. – quando me levantei para ir para fora ela me chamou.

    - Riley. Dorme comigo...? Tá muito escuro. – então voltei e me espremi para deitar ao seu lado enquanto ela voltava a pegar no sono.

    Ela acordou cedo. Eram seis horas, mas Vivian ainda não tinha chegado com a comida para ela, então, como ela não estava muito a fim de ficar caminhando a coloquei no colo e ficamos andando na frente do acampamento.

    - Brigada. – ela disse

    - Pelo quê? – perguntei

    - Por ficar do meu lado, eu tenho medo do escuro.

    - Foi legal, picurrucha.

    - Mesmo assim brigada, papai – ela falou baixinho, mas foi o suficiente para me fazer sorrir de orelha a orelha como eu raramente fazia.

    Depois de cinco minutos Vivian chegou.

    - Dessa vez não fui eu que demorei.

    - Desculpe, tinha uma vitrine linda no centro, e a cidade é bem longe. – ela se defendeu. – Oi, Sally! – ela disse pegando-a do meu colo

    - Não sabia que Sally era sua filha – comentei, e juro que Vivian quase deixou a garota cair. – Eu já sei, não precisa fingir que ela não é.

    - Como você sabe? – ela perguntou ríspida.

    - Sally acordou no meio da noite perguntando pela mãe, e ela falou que era você. Ela estava morrendo de fome e começou a te chamar. – recebi um olhar quase mortal nessa hora, mas que logo se desfez em uma Vivian abalada e sentada no chão.

    - Por que você não vai tomar seu café da manhã? – disse, virando-me para Sally. Assim que ela saiu voltei minha atenção para a pessoa que eu já vi feliz algumas vezes e brava muitas, mas nunca triste, e perguntei:

    - O que aconteceu?

    - Não gosto de lembrar disso.

    - De que você é mãe dela? – perguntei confuso

    - Não, seu imbecil! Quando eu tinha 13 anos, quase 14, eu saí para uma festa sozinha pela primeira vez. Como qualquer garota dessa idade, eu me produzi ao máximo só para ser aceita pelo pessoal. Eu estava a um quarteirão do lugar onde seria a festa quando um cara me pegou. Fui levada até uma casa em ruínas e... – seus lhos escureceram – dois meses depois meu pai me expulsou de casa porque eu estava grávida. Fugi para a minha avó. Ela foi a única que me acolheu. Quando eu tinha apenas 14 anos tive Sally, e cuidava dela com um pouco da ajuda da minha avó. Há seis meses ela morreu.

    - E como você foi transformada? – perguntei sem querer ser rude

    - Eu estava voltando do meu trabalho. Não era muito bom, pois por mais que continuasse a estudar em casa, não era tão fácil. Sally estava em casa. Um vampiro sentiu meu cheiro e foi atrás de mim. Eu senti meu sangue sendo sugado, e percebi que poderia morrer. Lembrei-me de Sally e implorei para que ele me deixasse viva. Por algum motivo ele atendeu ao pedido. Só me lembro da dor e de acordar com a minha garganta queimando alguns dias depois. Matei meu chefe sem querer. Ele passou por lá na hora em que eu saí do beco onde estava. Consegui lembrar-me da minha filha e saí rodando o país com ela. Sempre quis conhecer o Texas, então estávamos indo para lá quando você me encontrou. E graças a Sally estou viva até hoje, eu amo ela mais que tudo.

    - Sinto muito – falei

    - Não ligo. Eu gosto da minha vida, Riley.

    - Riley! No que estava pensando? – perguntou Vi, tirando-me dos meus devaneios.

    - Nada de mais. Só lembrando de algumas coisas. – falei. E ela não insistiu. Por isso era boa a convivência com ela, por mais que brigássemos nos reconciliávamos e continuávamos... amigos, acho que se pode dizer assim.

    - Ah. Eu estava querendo saber: aqui na floresta está bem agradável, podemos ficar mais um dia, não?

    - Claro!

    - Obrigada! – ela falou, me dando um abraço e tascando-me um beijo na bochecha.

  

    Foi aí que ouvimos um barulho atrás de nós e vi que realmente estávamos sendo seguidos. “Pegue Sally” foi tudo que precisei dizer.


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Notas finais do capítulo

ficou grandãããão...*O*
gostaram??? deixem reviews! não gostaram?? deixem também! o review de vocês é super importante gente!!



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