Learning To Breathe escrita por CherryGaga


Capítulo 8
Capítulo 7




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Bella Pov

Tudo bem que eu não tinha muita experiência no quesito beijo. Ok, eu não tinha nenhuma experiência, mas acho que posso dizer que aquele beijo foi muito bom. Ou perfeito.

Quando eu finalmente sai do choque momentâneo, decidi que seria uma boa idéia corresponder o beijo, era só tentar imitar um pouco o que as pessoas faziam nos filmes, uma péssima idéia seria me afastar, dizer que aquilo era um erro e sair correndo como também acontecia nos filmes, mas eu sempre odiava quando isso acontecia, então era melhor ficar quietinha ali e aproveitar o momento.

Que poderia ser o único momento.

Passei meus braços por seu pescoço e ele segurou minha cintura, o que fez com que eu me arrepiasse, mas eu não liguei. O mundo todo podia acabar naquele momento e eu não iria ligar, eu não tinha como ligar.

Muito clichê, eu sei, mas fazer o que?

Nos separamos ofegantes e ele encostou sua testa na minha, ficamos tentando recuperar o ar por algum tempo, então ele se afastou. Vale dizer que eu ainda não tinha me recuperado totalmente.

- Boa noite, Bella. – ele disse sorrindo e voltou para a casa.

Cogitei a hipótese de ficar parada ali tentando absorver o que acabara de acontecer, mas eu ia parecer patética para qualquer um que olhasse pela janela. Entrei no carro e dirigi cuidadosamente para casa, tentando não me distrair muito e causar um acidente, o que, com a minha sorte, aconteceria em poucos segundos.

Cheguei em casa e gritei um boa noite para Charlie, que assistia tv, subi correndo para o quarto, joguei os saltos longe e me joguei na cama me permitindo pensar em tudo o que aconteceu.

Se eu não tivesse vivenciado aquilo tudo, eu não acreditaria.

Edward Pov

Fechei a porta atrás de mim e parei olhando para o nada. Eu parecia um adolescente depois do primeiro beijo.

Tudo bem, eu seria um eterno adolescente, e tudo bem, aquele tinha sido o meu primeiro beijo, mas eu tinha 107 anos pelo amor de Deus.

Eu podia ter me descontrolado e mordido Bella ali mesmo, mas isso não aconteceu, eu sequer conseguia pensar em alguma coisa naquele momento, só existia ela.

- A noite foi boa, então? – Jasper disse me encarando encostado na parede com um sorriso divertido no rosto.

- Uma das melhores. – respondi ainda aéreo, também sorrindo.

Alice apareceu na sala, e se pensar duas vezes a abracei e girei no ar. Quando a coloquei de volta no chão ela me olhou desconfiada.

- Você tinha razão, a festa seria uma boa idéia. – eu disse e subi para meu quarto, mas pude ouvir a voz de Alice.

- E no final, todos sempre amam as idéias da Alice. – ela disse e Jasper gargalhou.

Não liguei, eu só não conseguia parar de sorrir. E então eu finalmente entendi.

Eu era mesmo um adolescente apaixonado, se é que você me entende.

Bella Pov

A Segunda- feira chegou e com ela, o tédio. Não que eu fosse uma pessoa que odiasse estudar e ficasse encarando o nada a aula inteira, só era entediante sentar lá e ouvir pessoas falarem sobre assuntos que não interessam, pelo menos para a maioria, durante horas.

O sinal da penúltima aula tocou, a tão amada aula de Educação Física tinha chego. Arrumei minhas coisas apressadamente para acabar não derrubando nada no corredor e encontrar alguém indesejável.

Ok, não exatamente indesejável, só seria estranho encontrá-lo. É, eu estava ignorando, ou fugindo, dele, você escolhe o melhor termo.

Sei que parece uma atitude meio infantil, mas eu ainda não tinha me acostumado com aquilo tudo. Edward Cullen poderia ter qualquer garota daquela escola, mas não tinha ficado com nenhuma, só comigo. É, eu fiz umas perguntas para Ângela durante o recreio, coisa inocente, apenas reconhecimento de campo, só para saber com quantas garotas eu estava competindo no quesito beijo.

E aparentemente, com nenhuma. E tudo bem, admito que meu ego dera uma levantada com isso, mas não foi muito alto não.

Isso acabou me fazendo pensar, porque justamente eu? Porque não as lideres de torcida ou todas as outras garotas bonitas de Forks? Ele era muito estranho e misterioso, aliás, a família toda era.

Acabei de arrumar o material e me levantei para sair, mas a Sr. Lopez apareceu na porta com um aviso.

- Crianças, a próxima aula de vocês foi cancelada, o professor não estava se sentindo muito bem, então vocês estão dispensados mais cedo. – ela disse e a classe inteira comemorou, soltei um suspiro de alivio e sai da sala apressada.

Comecei a procurar minhas chaves na bolsa assim que cheguei ao estacionamento, parei ao lado do carro ainda procurando as malditas chaves quando uma garoa começou a cair, complicando a minha visão.

Uma leve tontura passou por mim e eu me apoiei no capô por alguns segundos, mas então tudo ficou embaçado, eu só escutei um baque, provavelmente meu corpo encontrando o chão gelado, e então tudo ficou escuro.

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Bip .Bip. Bip. Bip.

Acordei com um barulho irritante ao fundo, o que só fez aumentar a dor de cabeça que eu sentia. Continuei de olhos fechados esperando que a dor passasse, mas isso não aconteceu.

Meu corpo estava pesado e eu me dei conta que estava deitada. Levei um susto ao lembrar que havia desmaiado no meio do estacionamento, o que me fez abrir os olhos rapidamente.

A claridade repentina fez meus olhos arderem e pisquei várias vezes tentando me acostumar com o local. Ah, ótimo, estava no hospital. Não havia nem um mês que estava em Forks e já estava no hospital, acho que esse era um novo record.

Acho que meu nome deveria entrar para o Guiness¹, ou alguma coisa do tipo.

¹Guiness Book – nome inglês para o livro dos records.

Consegui me sentar, com muito sacrifício, e dei uma olhada em volta. Eu estava num quarto branco, ainda com as mesmas roupas que usei na escola, e percebi que havia uma agulha no meu braço, por onde o soro passava, estremeci.

Odiava agulhas, odiava quartos brancos, odiava hospitais. Não pude acabar de reclamar mentalmente pois Charlie entrou no quarto praticamente correndo.

- Bells! Caramba garota, você me deu um baita susto agora! Porque você não me disse que não estava passando bem?

- Pai...

- Se você tivesse me falado isso de manhã, eu teria te trazido aqui na hora, então poderíamos ter evitado tudo isso.

- Pai, olha, eu tô...

- Nem se atreva a dizer que está bem mocinha! Você acabou de desmaiar pelo amor de Deus. – Charlie disse gesticulando e eu revirei os olhos, superprotetor demais. Igualzinho Renée. Ás vezes eu me perguntava o porquê do casamento dos dois ter acabado, eles eram tão parecidos.

- Charlie, se acalme, ela está bem. – ouvi uma voz conhecida vinda da porta e então a figura do Dr. Cullen passou por ela.

Ótimo, mais Cullens. Parecia que eu tinha que encontrar pelo menos um deles por dia.

- Tem certeza doutor? – Charlie perguntou ainda desconfiado.

- É claro Charlie. – ele disse com um sorriso confiável – Mas acho que ela não come alguma coisa á um bom tempo, porque você não vai até o refeitório e compra alguma coisa para ela? – Charlie assentiu e saiu do quarto, então o Dr. Cullen virou para mim com um semblante preocupado.

- Bella, precisamos conversar. – ele disse sério e eu suspirei. – Porque você não veio aqui antes?

- Porque eu não precisava. – respondi normalmente.

- Bella, você tem que entender que sua situação é complicada, você não pode...

- Ter uma vida normal, é, eu sei. – o cortei. Ele suspirou e se sentou no canto da cama.

- Bella, eu entendo como não é poder ter uma vida normal, entendo mesmo. Mas você pode ter uma sim, só que com alguns cuidados extras.

- Não, eu não posso. – o tom da minha voz começa a me assustar, estava calmo demais. – Não vou ter filhos, muito menos netos. Não vou ir a reuniões de 20 anos do colegial, não vou me casar, não vou poder sair de noite para jantar com meus amigos, não vou ter jogos de futebol para ir e torcer, não vou ter nada. Porque, eu não vou estar viva para ter nada disso!

Fazia um bom tempo que eu guardava aquilo tudo para mim mesma, mentindo para todos que estava tudo bem. Mas eu sabia que não estava, e em alguma hora aquilo tudo iria explodir, eu só não sabia que isso iria acontecer com um completo estranho.

- Você me lembra muito uma pessoa. – ele comentou depois de algum momento com um sorriso triste. – A vida ás vezes nos da fardos maiores do que conseguimos carregar, mas ela não nos deixa carrega-los sozinhos, ela sempre coloca alguém do nosso lado. E você não está sozinha Bella, nem um pouco.

- E isso é a pior coisa. – disse olhando pela janela tentando segurar as lágrimas. – Ter que deixar todos que se importam comigo, isso é o que mais dói.

- Se depender de mim, você não vai deixá-los tão cedo. – ele disse e eu voltei a encará-lo. Ele soava tão verdadeiro, como se isso fosse uma promessa, como se ele não fosse me deixar morrer.

- Você não pode dizer isso doutor, ninguém pode viver pra sempre. – eu disse e ele deu uma risada sem animo.

- Você está certa. Vou te deixar sozinha agora, você precisa descansar um pouco, então poderá ir para casa. – ele disse e foi em direção a porta.

- Doutor. – chamei quando ele ia saindo. – O senhor, por favor, poderia não contar a ninguém sobre o meu, er, estado? – eu perguntei e ele me olhou sério. – Eu mesma quero contar para as pessoas certas quando estiver preparada, sabe, só para aquelas que realmente importam. – tentei me explicar, ele suspirou antes de responder.

- Tudo bem Bella, mas só se você parar de me chamar de doutor toda hora e começar a me chamar de Carlisle. – ele disse sorrindo torto.

- Feito. – respondi e ele acenou com a cabeça antes de sair, me deixando sozinha com meus pensamentos.

Edward Pov.

O colégio inteiro estava agitado quando entrei no estacionamento após o fim das aulas, sem querer acabei escutando a conversa de um grupo próximo.

- Não é a primeira vez que isso acontece, ela também desmaiou na aula de Biologia. – uma menina comentou.

- Acho que ela é doente.

- Não seja burro Bob, se ela fosse doente não estaria aqui, e sim num hospital. – outra menina o repreendeu.

- Bom, seja o que for, ela está lá agora. Essa Isabella Swan é muito estranha, mal chegou e já está causando tanto. – a primeira menina comentou.

Assim que assimilei aquilo tudo me preparei para sair correndo e ir direto ao hospital, para vê-la, mas uma mão me segurou fortemente.

- Edward se acalme. Estou tão preocupada como você, vamos para casa e esperamos Carlisle chegar, ficar tumultuando o hospital não vai ajudar em nada.

- Eu não estou preocupado Alice, eu só... – tentei argumentar mas ela logo me cortou.

- Edward, cale a boca e ande até o carro. – ela disse e eu obedeci.

A tarde passou lentamente, eu não conseguia fazer nada muito produtivo, então fiquei no quarto ouvindo música e tentando não pensar em nada.

Ouvi o barulho do carro de Carlisle estacionando e desci rapidamente enquanto ele ainda abria a porta.

- Então? – Esme perguntou da porta da cozinha.

- Está tudo bem, ela está bem. – ele disse tentando tranqüilizar a todos. Mais especificamente, eu Alice e Esme. Tentei ler sua mente para descobrir mais alguma coisa, mas ele não estava pensando em nada coerente, seus pensamentos mudavam rapidamente, parecia que ele queria esconder alguma coisa.

- Carlisle... – comecei estranhando aquilo tudo.

- Agora não Edward, o dia foi longo e eu quero descansar um pouco, até vampiros se cansam de vez em quando. – brincou e foi em direção ao seu escritório.

- Agora que a princesa está mais calma, que tal uma partida de videogame? – Emmett disse quebrando o silêncio.

- Não, obrigada. – eu disse e comecei a subir a escada, mas parei assim que uma almofada acertou em cheio minhas costas, atirada por Emmett. Me virei e o ameacei – Se você fizer isso mais uma vez... – mas não consegui terminar, porque uma almofada me acertou novamente, dessa vez no rosto. – Se considere morto. – disse antes de ir pra cima dele, que ria.

- Crianças! Dentro de casa não! – Esme disse interrompendo nossa luta, ela odiava quando brigávamos, principalmente dentro de casa, onde algum objeto valioso poderia ser danificado no processo.

- Poxa Esme, você sempre estraga a nossa brincadeira. – Emmett murmurou e eu ri.

- Vamos ao videogame, então. – disse vencido, eu precisava me ocupar com alguma coisa.

Passei quase a noite inteira jogando videogame com Emmett, sei o quanto isso soa infantil, mas Emmett sempre vai ser uma eterna criança.

Me joguei no sofá cansado de tanto jogar e então uma idéia me ocorreu.

- O que você está aprontando Ed? – Emmett perguntou procurando alguma coisa pela sala.

- Eu? Aprontando alguma coisa? É claro que não. – menti, muito mal por sinal.

- Sei. – ele disse se abaixando para procurar atrás do sofá e se levantou abruptamente após alguns segundos. – Você quer ir vê-la! – ele exclamou apontando para mim.

- Cala a boca Emmett! – disse preocupado com a hipótese de alguém ter ouvido. Quando foi que ele tinha ficado tão esperto?

- Sabe, nunca achei que viveria para ver esse dia. – ele disse fingindo emoção. – O Ed finalmente foi domado.

- Eu não fui domado, pare de me chamar de Ed e você é imortal Emmett.

- Como quiser, princesa. – disse voltando a procurar, não adiantava discutir. – Sabe, acho que não está aqui, talvez esteja na cozinha.

- O que você procura tanto Emmett?

- O controle da TV. – ele respondeu normalmente indo para a cozinha.

- E porque ele estaria... – comecei a pergunta mas logo parei compreendendo. Ele tinha ido a cozinha para me deixar ir vê-la. Todos diriam que aquela era uma idéia estúpida e não deixariam eu ir, mas ele simplesmente deixou.

Você é muito lerdo, Ed. Ele pensou enquanto eu saia pela porta em direção ao hospital.

Sério, quando ele tinha ficado esperto?

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Quando cheguei ao hospital percebi o quão estúpida aquela idéia era. Eu estava bem na frente de um hospital, um local com sangue abundante, eu iria acabar fazendo besteira.

Pensei em voltar para casa, seria a melhor coisa a fazer, me virei indo em direção a floresta quando uma coisa me parou, um sussurro.

- Edward. – congelei assim que o ouvi, o que mais me assustou não foi ter ouvido meu nome, e sim a voz que o disse. Era, com toda a certeza, a voz de Bella. Ela tinha me visto?

Tomei uma decisão e entrei no hospital pela janela mais próxima, encontrei o cheiro de Bella e o segui até chegar ao seu quarto, respirei fundo antes de entrar e abri a porta devagar, tentando não fazer nenhum barulho.

Entrei no quarto e vi que ela dormia tranquilamente. Então, como ela tinha dito meu nome? Ou foi tudo apenas uma pequena alucinação?

Eu devia estar ficando louco.

Balancei a cabeça negativamente e a olhei por alguns instantes. Seus lábios estavam entreabertos e ela respirava lentamente, em paz. Por alguns segundos, não consegui desviar o olhar, ela parecia um anjo dormindo.

Então o cheiro de sangue ficou mais forte, me distraindo dela. Decidi que já tinha ficado por muito tempo, era hora de ir.

- Edward.

Me virei rapidamente temendo que ela tivesse acordado, mas não, ela ainda continuava dormindo. Então eu percebi, Bella falava enquanto dormia.

Assim que ela acabou de dizer meu nome um pequeno sorriso brotou em seus lábios.

Não era certo o quanto eu havia gostado de ouvir ela dizendo meu nome, principalmente do sorriso que o acompanhou. Ela estava sonhando comigo, e ela estava feliz por isso.

Um coração morto, gelado, podia bater de novo? Parecia que o meu podia.

Sorri e a observei mais um pouco, queria me aproximar mais dela, mas aquilo já tinha sido loucura suficiente por uma noite.

- Boa noite Bella. – sussurrei antes de sair do hospital. – Minha Bella.


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Notas finais do capítulo

E ai, mereço muitos reviews por esse capitulo gigante? Espero sinceramente que sim haha :D
Gostaram? Odiaram? Amaram? Detestaram? Me digam hehe



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