Pequena Flor de Lótus escrita por naathy


Capítulo 24
23. O orfanato


Notas iniciais do capítulo

Oi, primeira parte on. hihi
A tão esperada visita ao orfanato.

Flores, eu estou indo rápido demais com os capítulos?
Preciso saber isso.

Espero que gostem!
Beijo e boa leitura ;*



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  A semana passou rapidamente, Rodrigo foi ao colégio apenas na quarta-feira. Quando ele viu Manoela a encarou, ela por sua vez desviou o olhar e aumentou o ritmo de seus passos.

  Hoje era sexta-feira e após o almoço, Gustavo e Manoela iriam ao orfanato, como haviam combinado no início da semana. A garota ligou para o local na terça-feira avisando-os sobre a visita que seria realizada três dias após.

 

  Clara, como de costume, havia ido buscar as filhas, durante o caminho as três conversavam animadamente e boa parte dessa conversa fora sobre o orfanato e as prováveis reações que essa ida causaria no seu filho mais novo. O almoço transcorreu tranquilamente, Gustavo almoçou com elas e assim que terminaram a refeição o rapaz e Manoela subiram para seus respectivos quartos para trocarem de roupa.

 

  Manoela ficou pronta primeiro, desceu as escadas chegando ao segundo andar, notou que a porta do quarto de Gustavo ainda estava fechada, provavelmente ele não estava pronto ainda. Desceu até o primeiro andar para esperá-lo na sala, como haviam combinado. Não demorou muito e o rapaz desceu a escada calmamente, atitude rara dele, pois sempre as decia correndo ou próximo a isso.

 

  Terminou de descer a escadaria, olhou para Manoela, pegou as chaves que estavam jogadas em uma pequena mesa na sala.

 

  - Vamos? - ela sorriu e assentiu.

  Gustavo estava nervoso, por mais que não demonstra-se isso, não sabia o que aconteceria naquela tarde, e essa incerteza o deixava apreensivo.

  Os dois encaminharam-se até a garagem, entraram no carro do garoto, este apertou o botão que aciona o portão, que se abriu dando passagem para o automóvel. O rapaz ligou o som do carro e uma música do estilo musical reggae ecoou pelo local.

 

  - Também gosto desse estilo de música. - disse Manu.

  - Músicas desse tipo me acalmam...

  - Você anda escutando muito elas nesses últimos dias então. - A garota falou sem pensar, e se arrependeu assim que percebeu que seus pensamentos foram ditos em voz alta. O garoto a olhou, imaginou que ela pensaria algo do tipo com o seu comentário, sabia que estava mais tranquilo e de certa forma mais educado e paciente, mas não eram as músicas que estavam fazendo tal efeito e sim a garota ao seu lado, mesmo sem ela saber que era o real motivo dessas pequenas, mas significativas mudanças. Manoela estava de cabeça baixa com medo que a calmaria passasse e ele fosse estupido com ela novamente, ela não queria que isso acontecesse, não hoje. Ele olhou para ela e sorriu.

 

  - Pode ser que seja isso. - Ela olhou para ele surpresa. Nenhum grito, nenhum ataque, nenhuma palavra rude e ele sorria. Céus, ele sorria. Manoela sorriu também um pouco corada. - Manoela, fizemos uma aposta a respeito dessa minha visita ao orfanato em que você vivia, certo? - ela assentiu, sabia que ele ainda estava ali meramente para ganhar aquele desafio, ou por achar que ganharia. - Vamos esquecê-lo, ok? Estou indo para conhecer, apenas isso. - Ela sorriu, feliz. - Preciso que você me diga aonde fica, afinal não tenho ainda uma bola de cristal para adivinhar aonde fica esse orfanato. - aquele sinal de mau-humor estava ali. Manoela suspirou e indicou o caminho.

 

  Chegaram ao local de destino, o orfanato ficava em um bairro de periferia da cidade, Gustavo e Manu desceram do carro, Gustavo retirou seus óculos escuros e analisou a estrutura externa do local, havia um pequeno pátio, descuidado com uma grama alta e dois pneus amarrados por cordas em uma árvore, parecia ser o único lugar de diversão para as crianças que habitavam aquele lugar. O casarão, estava em situações precárias, pelo menos externamente a impressão que se tinha não era das melhores, um casarão antico com as paredes descascas, e um dos vidros da janela estava quebrado.

 

  - Pronto? - perguntou Manoela o olhando receosa, a expressão do rapaz não escondia seu espanto com o local, um primeiro choque de realidade. O garoto a olhou e assentiu. Manoela abriu o portão de madeira, e ambos atravessaram o pátio parando em frente a porta fechada. Manoela bateu na porta e uma garotinha de cabelos cacheados morena clara de olhos castanhos e cerca de cinco anos atendeu.

 

  - Manu! - disse ela pulando no colo da mais velha.

  - Oi Carolzinha! - disse abraçando a garotinha em seus braços.

 

  - Eu "tava" com saudades de você...

  - Eu também estava, florzinha. - Gustavo olhava para cena até que começou a analisar as instalações do local, Carol levantou seu rosto do ombro de Manoela e o olhou, a garotinha virou-se para Manu.

  - Quem é ele? - perguntou no ouvido da mais velha, esta deu uma rápida olhada para Gustavo.

  - É um amigo meu que venho conhecer o lugar onde morei e também conhecer vocês. - A garotinha espiou mais uma vez Gustavo.

 

  - Hum... Ele é bem bonito! Tem certeza que ele não é seu namorado, Manu? - Ela riu da pergunta inocente da menina em seus braços. E assentiu. Carol ficou em dúvida, olhou Gustavo mais uma vez, enchendo-se de coragem.

 

  - Qual é o seu nome? - perguntou envergonha a menina. Gustavo que até agora estava distraído olhando as instalações internas da casa, olhou para ela um pouco surpreso.

 

  - Gustavo e o seu? - sorriu para ela, fazendo a menina de cinco anos corar.

 

  - Carolina. - respondeu tímida.

  - Você é muito bonita. - disse ele fazendo um carinho nos cabelos cacheados da menina, os olhinhos dela brilharam e ainda tímida respondeu:

 

  - Obrigada, você também é!

  Os três encaminharam-se até a sala da diretora do orfanato, Gustavo olhava atentamente e impressionado o local de condições precárias, acabaram passando por uma sala que seria a sala de brinquedos das crianças que ali moravam. Poucos brinquedos e em sua maioria eram velhos, assim como os móveis. A casa não era suja, pelo contrário sua aparência indicava que os responsáveis pelo local, preocupavam-se com a limpeza e higiene.

 

  Pararam em frente a uma porta, Manoela bateu e como resposta obteve um "entre", ela abriu a porta e uma mulher morena com idade aproximada aos quarenta e cinco anos, estava sentada e, frente a uma mesa, analisando alguns papéis.

 

  - Minha querida, que bom vê-la! - Disse ela assim que viu a garota, levantou-se e a abraçou. Olhou para Gustavo. - Quem é esse belo rapaz? - Gustavo riu do elogio. Manoela o apresentou para ela. - Que bom que vocês vieram. Manu as crianças sempre perguntam por você, elas sentem muito a sua falta.

  - Prometo vir mais seguido de agora em diante. - disse sorrindo. O garoto apenas observava a conversa das duas.

 

  - E como está sendo na sua nova casa, querida?

  - Todos me receberam muito bem. - Olhou para Gustavo e o garoto fez uma careta. - E hoje eu os vejo como minha família.

 

  - Como eu fico feliz em saber disso. Você merece, querida.

 

  - Obrigada.

  Após uma conversa animada, da qual até Gustavo havia participado, a diretora os acompanhou pela visita, mostrando todos os comodos do orfanato, passando pela sala de televisão, até aos quartos, banheiros e cozinha. O garoto estava impressionado era uma realidade muito diferente da sua. Viram alguns do órfãos que habtavam ali, Manoela distribuíu muitos abraços, sorrisos e carinhos, ela era muito querida pela maioria das pessoas dali.

  Ao termino da visita a diretora despediu-se deles e convidou-os para voltar quando quisessem, pois eram muito bem vindos ali. Manoela disse que retornaria o mais breve possível e para a surpresa da garota Gustavo respondeu que também gostaria de fazer uma nova visita em breve. A responsável ficou feliz e disse que os esperaria.

 

  - O que achou? - perguntou Manoela assim que o carro foi posto em movimento.

 

  - Me surpreendi. - olhou para ela. - As crianças ainda tem a capacidade de sorrir. - disse incrédulo, virando sua atenção para a estrada novamento. - Como isso é possível?

 

  - Elas não tem pais, não sei como é nos demais orfanatos, mas ali construimos uma família. - lágrimas se formaram nos olhos da garota. - Com algumas excessões. - disse em voz baixa lembrando-se do que aconteceu ali com ela, anos atrás. Gustavo olhou-a pelo canto de seus olhos, notará que ela havia se emocionado, sabia pouco sobre Manoela e cada momento que passava com ela, compreendia por que havia se encantado por ela. Ela, realmente era diferente de todas que já conhecera, não só pela sua história, mas pelo seu jeito e vê-la com as crianças daquele orfanato e o carinho que todos ali tinham por ela, só lhe deu mais certeza que ela era especial.

 

  - Todos gostam muito de você.

  - Eu sei. Sinto saudades de todos.

  - Podemos voltar mais vezes... - disse ele dando de ombros. Ela o olhou espantada.

 

  - Você realmente quer voltar?

  - É, quero. - riu. - Te surpreendi com isso?

  - Sinceramente, sim. Pensei que você tivesse dito aquilo apenas para agradar a diretora.

  - Se eu não quisesse voltar, eu diria. Não faço média com ninguém e nem sou a pessoa mais simpática do mundo, lembra-se? - ele sorriu torto.

 

  - Sim, mas...

  - Olha, Manu! Eu fui contra meus pais te adotarem e realmente não gostava de você. - ela encolheu-se no banco ao escutar aquelas palavras. - Você sabe disso! - ela assentiu. - Mas conhecendo um pouco sobre você, entendo o por que dos meus pais tomarem tal decisão. - sorriu olhando para ela, ela corou e sorriu timidamente para ele. - Sabe, acho que para sermos justos... Já que eu conheci um pouco sobre você, através de um lugar, acho que você também poderia fazer o mesmo: conhecer um pouco de mim, atráves de um lugar. - Ela o olhou espantada, mas concordou.

 

 

 

 

 

 

Continua...


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Não? =S

Muito obrigada pelos reviews!

Afinal, reviews me motivam e me deixam tãão feliz!

Ah, capítulo que vem terá música e fortes emoções.

Beijo ;*
Naathy