Pequena Flor de Lótus escrita por naathy


Capítulo 15
14. Incertezas...


Notas iniciais do capítulo

Oi, sei que prometi o capítulo para sábado e com a consulta da Manu, porém resolvi postar essa primeira parte hoje e a consulta amanhã ou domingo.

Espero que gostem.



Ah, queria dar as boas vindas oficialmente para uma nova leitora: agatharivera. Espero que continue gostando da fic.

beijo ;*



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    - O que?     - É isso mesmo que você ouviu. Você aceita ou não? - perguntou calma.

  O garoto gargalhou.

   - Fala sério! O que eu iria fazer em um orfanato ainda mais com você, orfãzinha?

    - Minha proposta está feita, se eu fosse você pensaria sobre o assunto. Ou talvez, o fato de eu andar com os “nerds”, como você os chama, não lhe incomoda tanto assim. - disse Manoela ainda calma, voltando a se sentar na cama, mas sem desviar os olhos de Gustavo.

     O garoto parou de rir, olhou-a sério. Tinha certeza que uma visita ao orfanato não mudaria a sua forma de pensar, não teria nada a perder. Talvez pensasse sobre o assunto mais tarde, além de provar que nada o mudaria, ainda conseguiria o que queria. De certa forma, era uma proposta um tanto quanto tentadora.

     - Vou pensar sobre isso, garota. Tenho certeza que isso não mudará nenhum pouco a minha forma de pensar ou de ver as pessoas, como você disse.

     - Realmente, você não tem nada a perder, então. Só a ganhar. - Disse ela entrando no jogo do rapaz. Ele assentiu prepotente, com um sorriso torto. “Como um rapaz que tem tudo, tanto materialmente, como em afeto e carinho, pode ser tão arrogante e prepotente? Ele é tão diferente da Giovana e do Douglas. Como pode?” pensava Manoela. O garoto se virou, abriu a porta e saiu, sem dizer mais nenhuma palavra.

 

 

     Assim que saiu do quarto de Manu, ainda no corredor do terceiro andar, Gustavo parou e ficou pensando sobre a proposta que a garota havia lhe feito e como agora ela parecia tão decidida e forte. Muito diferente da garota que havia chego àquela casa, tão acoada e indefesa. Percebera que muito dessa mudança, se devia à Giovana. Mas mesmo tão diferente, a garota preservava uma inocência, uma pureza, ele não conseguia ver maldade em nenhuma de suas atitudes, ela não fazia por birra e sim por que acreditava que aquilo era o certo e estava lutando por isso. Também percebeu que Manu não se ofendia mais com seus insultos ou com sua intimidação. Ela estava mudada, em tão pouco tempo havia adquirido uma personalidade mais forte. Talvez ela já a tivesse, porém estava com medo, se sentido desprotegida por tudo aquilo que passou. “Chega de pensar nos motivos dessa orfãzinha, seu idiota!” Se chingou em pensamentos, ele não podia se importar com ela, ele não queria se importar.

     - O que você está fazendo aqui? - Disse Douglas assim que chegou ao terceiro andar e notou a presença do irmão ali, parado perdido em seus próprios pensamentos. Estranhou, afinal o rapaz raramente ia até aquele local da casa.    

    - Não é da sua conta. - respondeu Gustavo, saindo de seus devaneios, passando pelo irmão. Eles acabaram se chocando, o mais novo apenas olhou para trás, Douglas repetiu o gesto e Gustavo se virou, descendo as escadas apressado.

 

 

    Douglas encaminhou-se até o quarto de Manoela, queria saber como havia sido o seu dia. Bateu na porta, mas ninguém respondeu. Então o rapaz levou sua mão até a maçaneta da porta e a abriu lentamente, tomando cuidado para não fazer barulho. Logo quando já havia uma fresta espiou e viu Manu deitada com fones em seus ouvidos, de olhos fechados. Parecia tão tranquila. Abriu mais um pouco a porta, entrou no quarto se virou e a fechou sem fazer o menor barulho, ficou observando a garota. Lembrou-se do dia em que a encontrou, naquele estado deplorável, tão machucada, tão frágil. E hoje ela estava tão bem, protegida, linda... “Pequena, minha pequena” pensou Douglas, mas logo recobrou a consciência, ela não era sua, amava Nicole e Nicole o amava, e eles eram felizes. “É fraternal o que eu sinto em relação a Manu, não é nada mais que carinho de irmão.” pensou ele, talvez ele já começasse a desconfiar que não era apenas fraternal o seu afeto pela garota ali deitada.

 

      Manoela abriu os olhos, e se deparou com Douglas parado próximo a porta, em um primeiro  momento se assustou, mas logo recuperou-se e sorriu para ele, sorriso esse que fora correspondido, Douglas passou a observar o quarto, não tinha entrado ali ainda desde que ficara pronto. Olhou o mural de fotos, que continha apenas três fotos, uma de Manoela sozinha no quintal da casa, outra dela com Giovana e na terceira uma foto da família, porém sem a presença de Gustavo, que havia se recusado a aparecer na foto.

     - Faz tempo que você está aí? - perguntou a garota docemente.

     - Não muito... - deu de ombros. - Na verdade, você parecia estar tão tranquila, não queria incomodar. - Fez uma pausa. Voltando a observar o quarto. - Ficou muito bonito.

     - Que isso, Douglas. Você não me incomoda, nunca. - fez uma pausa analisando o quarto em tons de lilás e roxo rapidamente e concluiu. - Obrigada! Eu também gostei muito de como ele ficou. - a garota sentou-se na cama e indicou com a mão para ele se sentar ao seu lado. Ele o fez e assim começaram a conversar. Manoela contou sobre seu dia, seus novos amigos e também sobre a reação de Gustavo e a proposta que ela havia feito a ele. Douglas se impressionou, não esperava tal atitude de Manoela, de certa forma ela enfrentou o irmão, ela o surpreendia cada dia mais.

     - Duvido que o Gustavo aceite esse convite de ir ao orfanato contigo.

     - Sabe que eu não duvido... - Douglas olhou para Manu impressionado. Manoela olhou para ele sorrindo triste. - No fundo ele tem medo de conhecer uma outra realidade, mas ele parece gostar de desafios e está tão crente que ganharia a aposta, que me faz acreditar que mais cedo ou mais tarde ele irá acabar cedendo.

     - É, você pode estar certa, pequena. - Ambos sorriram e sem nem ao menos perceberem, ambos fixaram o olhar um nos olhos do outro, o sorriso sumiu. Douglas levantou sua mão e fez um carinho leve no rosto de Manu, a garota fechou os olhos apreciando a caricia dele. A mão do rapaz fez o contorno dos olhos, passou por toda a face delicada da garota, chegou aos seus lábios que estavam levemente abertos. Sentia vontade de beija-la, mas sua consciência gritava “Não é certo. Pare!”, por um momento pensou em ignorar tal pensamento, Manoela abriu os olhos assim que a mão dele havia parado de acariciar seu rosto, ele ainda a encarava. - Eu preciso ir! - Disse o rapaz recobrando os sentidos e se levantando. A garota apenas assentiu triste, não sabia ao certo o que tinha ocorrido ali, mas sabia que algo havia acontecido. 

      Douglas saiu do quarto rapidamente, desceu as escadas afoito. Assim que chegou ao seu quarto se jogou sobre a cama, de costas, e levou as mãos ao rosto.

     - O que aconteceu comigo?  

 

 

 

    Os dias passaram rapidamente, Manoela aos poucos consolidava sua amizade com Juliana e seus amigos. Gustavo não a incomodou mais, aliás a garota mal o viu nos últimos dias, assim como mal viu Douglas, que saía muito cedo para o trabalho e voltava tarde, quando não dormia na casa de Nicole. Porém, o rapaz havia comentado com os pais sobre a proposta que Manoela havia feito para o irmão mais novo. Clara ficou feliz com isso, ela mais do que ninguém acreditava que seu filho,  passava apenas por uma fase de rebeldia e a visita ao orfanato, juntamente com Manu, poderia acelerar a passagem por essa fase. Já Carlos, achou uma ótima ideia, mas acreditava que o filho não aceitaria a proposta.        Hoje era um dia importante para Manoela, ela passaria para a segunda fase do tratamento com a Dra. Sarah. Esta conquistou a confiança da garota facilmente, o tratamento evoluía bem e na última consulta que tiveram, ficara decidido que havia chegado o momento de dar o próximo passo.

    A consulta estava marcada para às 15hs, mesmo horário das demais. Seria a primeira consulta, após o início de suas aulas. Manu foi ao colégio pela manhã, teve uma primeira prova de biologia, e ela ficara nervosa por conta dela, tinha a impressão que não havia ido bem.     Voltou para casa, almoçou, descansou um pouco e às 14:30, ela e Clara encaminharam-se para o hospital.  

Continua...  


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Notas finais do capítulo

Gostaram?

o próximo é sem falta a consulta da Manu e a segunda parte da história de vida dela.

Obrigada pelos reviews, eles me motivam demais.

Beijo
Naathy;* P.S.esculpem pela edição e pelos possíveis erros gramáticais.