Capitulo único.

Bella Pov

Eu ainda me lembro do dia em que eu cheguei aqui em Forks,e de tudo o que me fez deixar a tumultuada Nova York.

Eu nunca gostei de lugares abarrotados de gente apressada que nem liga para a existência das outras quando esta na rua,porque esta atrasada para o trabalho,ou não pode chegar tarde e perder aquela reunião importante,ou vai ser advertida por perder de novo a primeira aula na escola.

E Nova York era exatamente assim.

O único lugar que eu realmente conseguia relaxar era o Central Park, e era pra onde eu ia quando conseguia cabular a aula de Matemática,eu ficava lá encostada na sombra de alguma arvore, pegava um livro e começava a escrever as idéias mais loucas que saiam da minha cabeça,mais o mais legal era fazer isso no inverno,você podia ver famílias inteiras se divertindo ali, nem um pouco preocupadas com o tempo,e isso era raro por lá.

Tudo lá me trazia uma sensação de paz,e aquela era uma segunda casa,quase primeira já que eu passava mais tempo lá do que em casa.

Eu sai de lá assim que me formei na faculdade,vim para cá atrás de tranqüilidade para poder escrever meus livros,sim,eu era uma escritora,amadora ainda,mais uma editora havia mostrado interesse nos meus textos,e agora eu tinha que entregar um rascunho de um novo livro lá no final de março,e eu sabia que não ia conseguir escrever lá,e um local mais calmo viria a calhar.

Depois de dois dias de procura pelo local ideal optei por Forks,e cá estou.

O vento repentino que jogou meus cabelos em meu rosto me trouxe de volta a realidade.Estava sentada em um balanço no pequeno parque de Forks.

Era dia dos namorados,e a cidade estava mais tranqüila do que o costume,já que as escolas e os poucos comércios existentes ali deram uma folga e quase todo mundo estava fora viajando.

Nevava,então eu me dei uma folga e comecei a andar pela cidade e acabei parando aqui no parque.

E agora eu observava o movimento,quase inexistente,a não ser por um casal que estava sentado no banco de mão dadas e via a filha brincar na neve,bem entusiasmada.

E um casal de idosos passou pela minha frente,eles andavam juntinhos e conversavam baixinho,sempre sorrindo.

Aquilo me fez pensar em como eles pareciam tão felizes juntos e por tantos anos,eu acho.

Parecia tudo tão fácil,esse negócio de você achar uma pessoa e ficar pra sempre com ela,mais não era nem um pouco.

-Sabe,encarar as pessoas é falta de educação.-um homem de cabelos acobreados disse sentando no balanço ao lado do meu.

-Não estou encarando- disse ainda olhando para o casal que se distanciava.-é só que eles fazem parecer tão fácil.-conclui suspirando.

-Fazem parecer tão fácil o que?

-Amar.

-Ah,isso.-ele fez uma pausa e depois disse se ajeitando melhor no balanço.-mais isso é fácil.

Olhei para ele como se ele fosse louco,amar não era fácil.

-Não,eu não sou louco.-ele respondeu como se conseguisse ler a minha mente.-é só você saber como.

Eu já não estava entendendo mais nada.

-Eu posso até explicar,mais vai ser complicado e pode demorar.

-Eu não me importo.-agora eu tinha ficado curiosa.

Ele deu um sorriso e estendeu a mão.

-Edward.

-Bella.-disse apertando a mão dele.

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O Edward me levou para um passeio pela cidade inteira,e com isso foi explicando tudo sobre amor,a maioria das coisas eu sabia,mais não queria decepcioná-lo.

-Bom,primeiro pra poder amar uma pessoa você tem que se sentir bem ao lado dela, e corar a maior parte do tempo,ter arrepios essas coisas,fazem parte disso,a maioria das pessoas interpreta mal os sinais.

-Dê um exemplo.

-Amigos.A maioria deles acaba namorando,porque eles se sentem bem juntos,e para uma relação dar certo,isso é o básico.

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Estávamos andando na rua,um de cada lado dela, eu na direita e ele na esquerda,já que nenhum carro passava dava pra conversar normalmente sem ter que se preocupar com nada.

-Bom,em todas as relações,namoro ou amizade,existem brigas,o que é normal,elas vão ter que acontecer alguma hora,o segredo é deixar o orgulho de lado e ir lá pedir desculpas mesmo se a culpa não foi sua,isso mostra o quanto você quer estar com essa pessoa.

Ele estava me deixando impressionada,admito, e cada vez eu ficava mais pensativa por isso eu quase não falava nada.

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Estávamos num café,que por sorte estava aberto,e também era o único,algumas pessoas estavam por ali,mais o ambiente estava tranqüilo,sem conversa,e uma música calma tocava ao fundo.

-Também tem a questão da confiança- ele começou assim que nos sentamos numa mesa.-sem confiança não da pra ter uma relação estável, ai entra o ciúmes, se você confiar e apoiar a pessoa amada,a relação pode ser duradora.

-Como você sabe disso tudo? – perguntei intrigada,afinal,eu não tinha muita experiência no assunto.

-Eu sou um bom ouvinte – ele respondeu dando de ombros e me deixando novamente pensativa.

Tomamos nossos cafés em silencio e saímos do pequeno e aconchegante café para a rua,nós passamos por uma ponte em cima de um lago congelado, do outro lado alguns casais jovens brincavam de guerra de neve e outros faziam bonecos de neve e anjos na neve,o que me deu uma idéia.

Diminui o passo e o Edward foi na frente andando,me abaixei e peguei um punhado de neve,fazendo uma bola de neve mal feita e o acertando bem nas costas.Ele parou e virou para olhar pra trás,mais eu me fingi de inocente e continuei andando,meia distraída.Por isso eu não vi a bola de neve que vinha em minha direção acertando meu rosto.

Quando me recuperei da surpresa olhei para ele que estava com um sorriso torto,que fez com que meu coração perdesse uma batida,mais ignorei esse fato e dei meu maior sorriso malicioso e preparei outra bola de neve,mais ele foi mais rápido e me acertou primeiro.

Acho que passamos a tarde inteira ali,correndo um atrás do outro fazendo uma guerra de bolas de neve.

Eu nem sabia o nome completo dele,mais o Edward era um cara legal,ele me fazia sentir bem,e animada.

Eu segurava uma ultima bola de neve e tentei pensar em alguma coisa para não errar dessa vez,já que eu não tinha acertado nenhuma.Fingi que iria atacar pela esquerda,mais corri para a direita.Só que ele era rápido e acabou me segurando pela cintura,mais não me daria por vencida.Me virei e joguei a bola bem em cima da cabeça dele,finalmente.

-Touché.-ele disse com aquele sorriso torto.

Ficamos rindo por alguns segundos,ai me dei conta de como estávamos.Ele me segurava pela cintura,e meus pés não tocavam o chão,meus braços estavam em volta dos ombros dele como apoio.Nossos rostos a milímetros de distancia.

Uma cena de filme,praticamente.

E eu ainda procuro saber o que me deu para que eu acabasse com a distancia e colasse nossos lábios.Assim que eles se encostaram uma corrente elétrica passou pelo meu corpo.Dois segundos depois ele estava correspondendo ao beijo.

Não sei quanto tempo ficamos nos beijando,e nem queria saber,mais que foi inexplicável,isso foi.

Quando nos separamos em busca de ar ele caiu na neve e me levou junto,rimos e ficamos lá em silencio,até escurecer.

-É,feliz dia dos namorados Bella.

-Pra você também Edward.

É,eu teria que rever o contrato da casa,não queria mais só alugá-la,comprar seria uma boa pedida agora.

                                                Fim