Sweet Obsession escrita por KiitaT


Capítulo 1
You are gonna miss me...?


Notas iniciais do capítulo

Minha primeira oneshot, não me matem.



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Tudo que me restou foi seu sorriso...

 

 

 

Ainda me lembro do dia em que te conheci. Você estava tão linda sentada numa mesa do Blue Café, concentrada num livro de romance policial. Em alguns momentos, você ajeitava os óculos que insistiam em escorregar para a ponta do nariz. Seus cabelos castanhos caindo como ondas sobre seus ombros... Você chamou minha atenção sem sequer olhar pra mim.

Precisei reunir toda a coragem existente dentro de mim para falar-te. Quando me aproximei, perguntando sobre o livro, você me recebeu com aquele sorriso estonteante e convidou-me para sentar com você.

 

A partir de então, nos encontrávamos no mesmo Café e na mesma hora, todos os dias. Lembro-me que cada semana você tinha um livro diferente sob o braço.

Finalmente, te convidei para sair. Um encontro de verdade, num cinema. Você aceitou. Foi a partir daí que nos apaixonamos. Seus lábios foram a coisa mais doce que eu já provei em toda a minha vida. Passávamos muito tempo juntos, seja passeando pela cidade ou vendo filme em casa, abraçados debaixo de um cobertor. Possuíamos um amor e uma alegria incontestáveis.

 

Depois de algum tempo sendo oficialmente seu namorado, você achou que era hora de me apresentar aos seus amigos. Combinamos de nos encontrar no mesmo Café de sempre. Lá, conheci aquele que se tornaria meu pior pesadelo: Takeda. Cabelos castanhos, pele clara, alto, olhos escuros; pelo jeito ele tinha muita fama com as mulheres. E não demorou muito para minha segurança ficar abalada. Afinal, você passava muito tempo com ele. Talvez tempo até demais.

Eu já estava desconfiado, mas minha certeza chegou quando você começou a ficar estranha comigo. Não conversava direito, não retornava minhas ligações. Quando finalmente nos encontrávamos, você arranjava alguma desculpa para ir embora cedo. Trabalho, você dizia. Acontece que você trabalhava com ele, não é?

 

Certo dia eu fui confrontar-te. Disse-lhe que não gostava da sua aproximação com o Takeda. Até cheguei a elevar o tom de minha voz, de tão nervoso que estava. Começamos a discutir. Você me disse que não acreditava em como eu estava sendo egoísta e infantil, disse-me que ia embora e que eu nunca mais ia vê-la. Eu quis saber o motivo para tanto drama, afinal a solução para isso tudo era bem simples. Você me olhou intensamente com seus olhos verdes, com uma expressão tão dura que parecia ser feita de pedra.

- Você só precisava confiar em mim. – disse-me.

- Não fale assim comigo, é você quem está indo embora! – disse-lhe, quase gritando.

- E é você quem não está me impedindo. – ao dizer isso, simplesmente me deu as costas e foi embora, batendo a porta atrás de você.

 

Depois desse episódio, eu nunca mais tive notícias suas. Eu era muito orgulhoso para ligar e você não queria mais saber de mim, não é Eiko? Passados alguns meses, eu recebo a notícia que você havia ficado noiva do Takeda. Foi essa notícia que trouxe à tona todas as lembranças que eu me esforçava para esquecer. Mas a quem eu estava enganando? Eu me lembro de seu sorriso todos os dias e todas as noites. As lembranças de nossa época juntos me rodeiam como se quisessem me levar para os braços da loucura.

 

Aliás, lembrar disso agora trouxe a familiar sensação de dor e culpa que eu sentira tantas vezes até meses atrás. Só que agora a intensidade é muito maior, como se o peso de todos esses anos caísse sobre meus ombros. “Se eu não posso tê-la, ninguém mais pode.”, pensei. Com essa doce obsessão tomando conta de minha mente, peguei a calibre .22 que eu tinha trancada na segunda gaveta do armário e saí de casa.

 

Sei que você mora no mesmo lugar de sempre. Até poderia ir a pé, mas o carro se torna muito prático nessas situações. Dirigi para sua casa calmamente, para não levantar suspeitas, apesar de meu coração estar saindo pela boca. Estacionei num ponto estratégico e segui a pé para sua casa. Apertei a campainha, quem atendeu foi Takeda. Mirei a arma em sua testa e atirei sem culpa. O barulho foi alto, mas a casa ficava num ponto isolado. Sorte a minha.

Passei por cima do corpo caído daquele maldito e fechei a porta. Você veio correndo ao meu encontro, claramente atraída pelo barulho do disparo. Ao me ver, sua expressão mudou do susto ao horror e seus joelhos falharam. Você ficou lá, caída de joelhos e aos prantos, enquanto eu me aproximava. Sem tirar a mira da arma de você, segurei seus cabelos, puxando-os para trás. Você me olhou com uma mistura de horror, incredulidade e súplica. Surpreendi-me ao perceber que gostava desta expressão. Deixando meus pensamentos de lado, olhei-a com ternura.

- Eiko, quanto tempo... Sentiu falta de mim?

- Não. Nem um pouco. – apesar de estar de frente para a morte, Eiko ainda era uma mulher forte. Foi exatamente isso que me chamou tanto a atenção.

- É realmente uma pena. – disse eu, suspirando. – Eu vou sentir falta de você. – e sem dizer mais nada, puxei o gatilho.


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