Dead Radio Fm escrita por DeadTeam, Oyundine, Cargenih


Capítulo 6
Dead Market


Notas iniciais do capítulo

Yoh Sou eu o Daisuke denovo o/.

Espero que voces gostem do cap, eu trabalhei bastante nele para ficar bom. Apesar de ter sido a Cargenih que fez o trabalho duro de corrigir o texto enorme XD.

É isso ai espero que gostem .



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           Após algumas horas, acordei. Minhas costas doíam por ter dormido sentado no banco do carro. Quando abri meus olhos vi Susumo deitada junto com Hachiko no banco e Mika apoiada em meu ombro, dormindo. No banco da frente vi Albert e o homem que salvamos na noite anterior ao seu lado, dormindo.

           - Daisuke você acordou! - disse Albert, alegre. - Bom dia.

           - Bom dia Albert. -disse enquanto esfregava os olhos.

           - Dormiu bem?

           - Não muito... Não gosto de dormir em carros. Precisamos encontrar um lugar para ficarmos logo.

           - Concordo com você. Mas antes disso temos um caminho longo pela frente.

           - Eu sei...

No dia anterior

           - Assim mesmo, mantenham a mira fixa e se acalmem quando forem atirar!- disse Albert enquanto nos observava.

           Albert estava a nos ensinar como usar as armas. Ele parecia saber mesmo como usa-las, mas resolvi não perguntar nada como ele havia pedido.

           - Muito bem, acho que isso é o suficiente. Vamos recolher tudo e almoçar.

           Mika pegou sua espada e sua Beretta M76 e foi almoçar, e a Susumo a seguiu então no fim acabei tendo que recolher as coisas sozinho.

           - Quer ajuda Daisuke?-disse ele pegando algumas coisas

           - Muito obrigado Albert. Aquelas duas me deixaram sozinho novamente...

           - Haha entendo. Mas afinal, como você as encontrou?

           - Quando eu fugi do colégio, eu acabei me abrigando na casa da Mika por acidente. Depois de alguns incidentes acabei passando a noite lá. No dia seguinte assim que eu acordei, ela simplesmente disse que iria comigo, eu não entendi direito, mas não conseguiria deixar ela naquela casa sozinha.

           - Entendo. E a garotinha?

           - Ah, a susumo... Eu ainda não entendi direito como ela acabou com agente.

           - Como assim?

           - Enquanto dirigíamos para minha casa, a cachorra da Mika, a Hachiko, ficou inquieta no carro e pulou. Então a Mika me fez parar para ela ir atrás dela. Alguns minutos depois quando elas voltaram e a garota estava com elas.

           - Hahahaha! -riu Albert em voz alta - Ela pulou para salvar o cachorro e voltou com uma garotinha?!

           - Sim, ela gosta demais da cachorra e parece que ela se da bem com a garota.

           - Entendo, mas não deixa de ser engraçado! Vamos para dentro, em breve o almoço ira esfriar. - Disse enquanto levantava uma parte do material.

           Ao chegarmos, as encontramos comendo e nossos pratos prontos.

           Ficamos em silencio por algum tempo até que resolvi ligar a Televisão. Como de costume estavam mostrando cenas e fazendo reportagens sobre a praga que atacara o mundo e mostrando outras inutilidades.

           - A mesma inutilidade... -disse Mika enquanto levantava para colocar o prato na pia e voltar par ao quarto.

           - O que houve com ela?- Perguntou Albert confuso.

           - Ela não gosta muito dessas noticias. Ela acha meio inútil saber delas enquanto você as vive... Bem, eu não a culpo.

           - Sim, sim... - disse Albert enquanto continuava a comer.

           Após o almoço, as coisas pareciam mais tranqüilas. Albert lavando a louça, Mika provavelmente dormindo, eu sentado no sofá assistindo as noticias e a Susumo no jardim, brincando com a Hachiko.

           - Parece tudo tão normal... - disse enquanto olhava para o teto.

           Após alguns minutos acabei adormecendo. Sonhei com tudo como era antes. Eu indo para escola, olhando as pétalas de cerejeira conversando com meus amigos, eu parecia feliz e em paz... Eu realmente sentia saudades daquilo.

           Depois de um tempo, o sonho se tornou um pesadelo. As pétalas de cerejeiras antes rosas ao cair, tornavam-se vermelhas com o sangue das pessoas que permanecia sobre o chão. O som do vento batendo nas copas das arvores foi substituído pelo som de caos e gritos de desespero vindos de todas as direções. No mesmo instante eu acordei e me deparei novamente com a cruel realidade... Me lembrei na situação que ainda estava.

           - Droga... - disse esfregando os olhos - o que eu não faria para aqueles dias normais de volta.

           -Tsch... Falando sozinho?- disse Mika que estava em pé na minha frente segurando uma coberta.

           - Acho que sim...

           -Faça isso baixo, ela finalmente dormiu. - disse ela apontando para o chão onde Susumo dormia.

           - Desculpa.

           - Tanto faz. -disse ela enquanto colocava o cobertor sobre ela.

           - Não é melhor desligar a Televisão?-perguntei sussurrando.

           - Sempre que eu faço isso, ela acorda. Deixe ligada mesmo.

           Depois de cobrir Susumo, Mika se levantou e me pediu para que eu a seguisse. Resolvi segui-la até a cozinha.

           - Queria falar algo?

           - Sim. Precisamos sair daqui rápido.

           - O que houve?

           - Se ficarmos aqui por mais tempo, mais dessas criaturas irão se acumular. E depois ficará impossível sair - disse ela um pouco preocupada. - E eu não quero perder a vida em um lugar desses.

           - Concordo com ela. - disse Albert entrando na cozinha com uma toalha na cabeça. - se ficarmos por mais tempo é questão de tempo até ficarmos cercados. Mas não podemos sair daqui sem um plano.

           - Ele tem razão. - Mika ajeitou os óculos.

           - Precisamos definir uma rota... -disse preocupado.

           Nesse instante começamos a ouvir alguns gritos que vinham da televisão e fomos correndo para sala.

           Quando chegamos, vimos uma reportagem sobre a situação geral no Japão como sempre, mas as noticias eram boas.

           “-Falo aqui ao vivo de Hokkaydo, onde as forças da O.N.U já iniciaram o processo de evacuação de civis e dos não combatentes para fora dos pais”.

           - Essas são boas noticias pelo menos... - sussurrou Albert.

           “-De acordo com os militares, o total de baixas estimado já ultrapassa 30 milhões de habitantes em apenas quatro dias dês de que a infecção assassina atacou o continente.”

            Nesse instante pode se ouvir sons de tiros vindos de atrás da repórter. Parecia que os militares estavam impedindo com que os infectados ultrapassassem o bloqueio.

            “-Ainda não se há uma idéia certa sobre o que seja essa infecção, mas muitos civis especulam que essa doença foi causada por uma colaboração entre diversos governos na tentativa de produzirem uma arma biológica. Enquanto outros ainda acreditam que deus esta subjugando os pecadores.”

            - Tsch... Inúteis! Pensando em Deus mesmo vivendo o próprio inferno... - disse Mika Ajeitando os óculos e se virando para ir a cozinha.

            - Espera... - tentei falar para impedi-la, mas nesse momento a repórter falou.

            “De acordo com o que foi nos dito por um soldado da ONU, em breve será anunciado o plano de evacuação e controle da infecção”

            Nesse instante um homem vestido como executivo apareceu.

            “-Vejam, vai começar. - disse a repórter se calando logo em seguida.”

            “-Caros companheiros japoneses, venho aqui como representante da O.N.U comunicar-lhes as decisões tomadas pelo conselho geral para o controle da situação.- disse ele enquanto mexia em alguns papeis.- Bem, o plano se divide em 5 etapas.”

            Nesse instante a Mika voltou à sala e sentou-se em uma cadeira para continuar a ouvir a noticia.

            “-O primeiro passo será finalizar a evacuação de civis e pessoas não combatente. A segunda etapa será a de reconhecimento. Usaremos aviões, satélites e sondas para analisar a situação e coletar o maximo de dados possíveis sobre a epidemia e talvez desenvolver uma cura. A terceira e a quarta etapa será a de finalizar o processo de evacuação de civis e começar a evacuação de todos os combatentes do país.E finalmente a quinta etapa será a de aniquilação. Se não houver nenhum sinal de cura para doença, iremos iniciar o procedimento contra guerra biológica e apagar qualquer sinal de que a doença esteve aqui.”

            Após o ultimo comunicado, todos que estavam ouvindo se levantaram indignados. Muitas das pessoas lá possuíam entes queridos que ainda não  haviam conseguido escapar das áreas perigosas. Depois de algum tempo com todos revoltados um tiro foi ouvido e a multidão se calou dando espaço, para que o porta-voz voltasse a falar.

            “-Sei que muitos de vocês estão preocupados com suas famílias, mas não podemos arriscar mais soldados entrando em zonas de auto-risco de contaminação biológica. Mas não se preocupem, ainda não perdemos nossas esperanças. É por isso que daremos um prazo de 12 dias para que todos que ainda estão nas áreas de risco reúnam-se em Hokkaydo para serem retirados do país. Isso é tudo. - disse ele se retirando.”

            Após o fim do discurso Albert desligou a TV e todos nós ficamos em silencio.

            Quando finalmente havíamos conseguido boas noticias, uma nova noticia ruim havia caído sobre nós... Se não conseguíssemos sair de Tókio e chegar a Hokkaydo em 12 dias, seriamos mortos junto com todos aqueles infectados miseráveis lá fora...       

           - Então eles usarão o procedimento contra armas biológicas... - disse Albert quebrando o silencio de alguns minutos.

           - Que processo é esse?- perguntei me sentando no sofá.

           - Bem... -disse Albert puxando uma cadeira para se sentar. - Após evacuar todo o pessoal civil e combatente, eles pretendem fazer o reconhecimento da área e marcar pontos estratégicos de ataque. Após eles terminarem isso, se ainda não tiverem encontrado uma cura, eles irão bombardear o país com explosivos pesados por algum tempo, e se necessário usarão agentes químicos também. E ao fim disso os militares irão voltar para terminar de limpar o lixo que sobrou.

           - Então se não morrermos pelas criaturas ou pelo bombardeio, morreremos pelos militares?- Perguntou Mika em um tom sarcástico.

           - As chances são altas. -disse Albert friamente.

           - Que ótimas opções... - disse Mika com um tom de sarcasmo.

           - Então o que faremos?- perguntou Albert se virando para mim.

           No instante em que ele me perguntou isso, eu não sabia o que responder, eu ainda estava assustado com o pronunciamento tão espontâneo e a imaginar o que aconteceria com todos nós. Então após alguns segundos parei de pensar e respondi.

           - Bem, eu não também não estou muito contente com essa maldita noticia, mas eu ainda não estou pronto para desperdiçar minha vida aqui. - Disse com um tom sério. - Vamos arrumar nossas coisas e partiremos ao fim da tarde. Discutimos o resto quando tudo estiver pronto.

           - Certo. -disse Albert em um tom alegre enquanto se levantava.

           Mika não falou nada, apenas se levantou da cadeira em que estava para ajudar a arrumar algumas coisas. Após ter falado o que iríamos fazer eu ainda permaneci algum tempo imóvel olhando o nada até que resolvi começar a arrumar algumas coisas para a nossa partida.

           Eram quatro da tarde quando terminamos de arrumar as coisas e todos pareciam estar se preparando para a saída. Albert limpava e carregava as armas, Mika limpava sua katana e carregava sua arma e Susumo estava com ela a observando. Eu aproveitei a situação para ir tomar um banho, já fazia algum tempo que eu não tomava um e minhas roupas estavam sujas.

           Subi as escadas e peguei uma camiseta preta, um jeans, um casaco azul escuro e um par de tênis pretos com alguns detalhes brancos que eu havia pego em casa. Fui para o banheiro, onde enchi uma banheira com água quente e entrei. Não sei direito, mas acho que essa foi a primeira vez, desde que essa catástrofe começou, que pude tomar um banho tranqüilo desse jeito.

           - Daisuke, é você?-disse Albert enquanto batia na porta do banheiro.

           - Sim Albert, o que houve?

           - Nada é que você se esqueceu da toalha.

           - Ah obrigado Albert. Eu acabei ficando tão ocupado pensando em tudo que esta acontecendo que acabei me esquecendo de pegar uma.

           - Não se preocupe tanto com isso garoto.

           - Mesmo que você diga, não consigo ficar sem pensar na nossa situação e me preocupar.

           - Não adianta muito pensar agora Daisuke, tudo que podemos fazer é seguir em frente e evitar que sejamos mortos, certo?

           - De um jeito você tem razão...

           - Apenas tome banho e relaxe um pouco, lembre-se que você não esta sozinho.

           - Obrigado Albert.

           Após algum tempo eu terminei meu banho me vesti e desci para ver os outros.

           Quando desci as escadas encontrei Albert, Mika e susumo em volta da mesa de jantar olhando para as armas do Albert.

           - Ah Daisuke, chegou bem na hora, eu já ia te chamar. -disse Albert sorrindo.

           - O que vocês estão fazendo?

           - Escolhendo Armas!- gritou susumo alegre com um grande sorriso.

           Ela, apesar da situação, parecia estar muito feliz... Às vezes eu sentia inveja dela, poder se divertir normalmente ou pelo menos conseguir fingir que esta tudo normal.

           - Dai-chan é sua vez. - disse novamente a garota alegre

           Fiquei a olhar a mesa cheia de armas por alguns minutos até escolher qualquer.

           - Vou pegar essa e o facão grande.

           - Essa é uma Winchester 1887. Boa escolha Daisuke. -disse Albert, me entregando a munição.

           Após isso Albert deu um pequeno revolver para Susumo e tentou oferecer uma arma para Mika, mas ela preferiu continuar com seu revolver e sua katana.

            Albert me ensinou como se usava a arma e mostrou a Susumo como se usava o revolver, e após isso estávamos prontos para partir.

            - Como passaremos por eles?- perguntou Mika ajeitando os óculos.

            - Temos que criar uma distração para eles saírem de perto do carro. Após isso, entramos no carro e saímos rápidamente.- disse Albert enquanto carregava a arma.

            - Que distração?- perguntei confuso enquanto colocava minha mochila nas costas.

            - Venha. Me ajude a pegar o gás.

            Albert e eu fomos à cozinha pegar o botijão de gás e o levamos ao segundo andar. Chegando lá, Albert o saiu pela janela e me pediu para que o seguisse.

            - Daisuke, me ajude a jogar isso na rua. -disse Albert levantando o gás.

            - Para que faremos isso?-perguntei.

            - Nós iremos explodir ele. O som da explosão e o calor irão atrair todos que estão em volta da casa e mais alguns. Mas nós teremos pouco tempo para carregar tudo e sair. Mika, Susumo, fiquem lá em baixo com as coisas prontas para colocar no carro, e tenham certeza de não esquecer nada.

            - Certo!-disse Susumo, alegre.

            Quando elas desceram as escadas nós jogamos o botijão de gás para fora do muro. O barulho que ele fez ao cair já foi o suficiente para atrair a atenção de alguns deles para a área, mas Albert continuou esperando.

            - Albert porque você ainda não atirou?-disse preocupado.

            - Veja. -disse ele apontando para um grupo de infectados que se aproximava correndo. - Quando o máximo deles chegarem, eu atirarei.

            Não demorou muito para 15 ou 20 deles se reunirem no mesmo lugar. E quando todos já estavam prestes a se dispersar Albert atirou no cilindro de gás provocando uma explosão e um incêndio em seguida. Não demorou muito para todos que estavam no portão principal irem até o local da explosão.

            - Vamos Daisuke, não temos muito tempo!-disse Albert entrando no quarto.

            Assim que entramos começamos a correr e encontramos Mika e susumo carregando algumas coisas no carro. Albert e eu pegamos algumas bolsas que elas ainda haviam deixado e jogamos dentro do carro também.

            Quando entramos para dar a partida, o carro ficou atolado em alguns restos de corpos e não queria sair do lugar.

            - Droga! Isso é comum acontecer com uma hummer H2?- gritei preocupado

            - Não sei, não sei muito de carros!-disse Albert igualmente preocupado.

            - Alguém tem que sair para empurrar o carro antes que eles voltem. –Disse Mika, preocupada.

            - Eu vou. -disse enquanto abria a porta. - Vocês me dão cobertura e tentam tirar o carro.

            Desci do carro e corri para trás dele onde notei diversos corpos se decompondo em baixo dele. Minha primeira reação foi de nojo, mas ao lembrar que em breve eles estariam de volta comecei a empurrar o carro.

           Quando olhei para janela traseira vi Susumo acenando para mim com Hachiko ao seu lado, mas segundos depois a expressão alegre dela mudou para uma expressão de preocupação, nesse mesmo instante percebi que alguns deles já haviam voltado, mas eu não podia me mexer ou o carro não desatolaria então tudo que eu fiz foi fechar os olhos e rezar. Mas pouco antes do infectado chegar perto de mim comecei a ouvir disparos, era o Albert e a Susumo atirando neles.

           - Nada ainda, Mika!?-gritou Albert.

           - Só mais um pouco!- gritou ela de volta enquanto tentava acelerar.

           Enquanto ela acelerava o carro pedaços de carne podre e sangue voavam no casaco azul que eu usava. Ficamos assim por cerca de 2 minutos até que finalmente o carro começou a andar.

           - Pronto, entrem!-disse Mika enquanto passava para o banco de trás.

           Minha primeira reação foi correr para a porta da frente e entrar e bater com força a porta.

           - Rápido Albert entre!

           Albert correu para o banco da frente e se jogou para dentro do carro enquanto alguns infectados se aproximavam. Eles começaram a bater fortemente nos vidros e Hachiko latia alto. Mas antes que eles conseguissem fazer qualquer coisa contra o carro comecei a acelerar freneticamente pela rua tentando despista-los.

           Dirigimos por alguns minutos acelerados em completo silencio. No fundo todos estavam gratos por termos saído daquela situação com vida, mas ninguém queria falar nada.

           - Daisuke... -disse Albert quebrando o silencio.

           - O que foi?-perguntei ainda olhando para estrada.

           - Por favor, jogue esse casaco fora. Esta fedendo demais. - disse ele abrindo a janela.

           - Concordo com ele. -disse Mika no banco de trás. - Jogue ele fora logo.

           - Certo... Segure o volante um pouco Albert. - disse enquanto tirava o casaco.

           Após tirar o casaco olhei para ele mais uma vez sujo de sangue o joguei pela janela.

           - Era um dos meus preferidos... -Lamentei.

           - Se quiser eu te jogo junto. - disse Mika com um tom de sarcasmo na voz.

           Continuamos em silencio por mais alguns minutos até que Hachiko começou a latir freneticamente.

           - O que houve Hachiko?- Perguntou susumo.

           Hachiko continuava a latir freneticamente enquanto olhava para frente até que vimos um vulto fugindo com uma bicicleta.

           - Pare o carro Daisuke agora!-Gritou Albert preocupado.

           - Certo!- disse sem entender muita coisa.

           Quando parei o carro Albert abriu a porta de trás e logo em seguida um homem estranho entrou. E foi assim que conhecemos um novo companheiro de viajem, Steven Hust.

Atualmente 11h30min

           - Então para onde vamos Albert?-Perguntou Hust.

           - Vamos para o bairro Harajuku. – disse ele enquanto virava uma rua.

           - Eu ouvi alguns rumores sobre o lugar... Uma concentração de otakus e coisas do gênero certo?-perguntei. - O que estamos indo fazer lá?

           - Tem alguns lugares que eu preciso dar uma olhada antes de sair da cidade.

           - Quando chegaremos lá?- Perguntou Mika, recém acordada.

           - Perto das 12h estaremos lá.

           Continuamos a viajam por mais algum tempo até que começamos a chegar perto de uma praça onde vários infectados estavam andando. Pelas roupas deles, a maioria parecia ser de otakus que estavam lá durante a infestação e o resto era composto de algumas pessoas normais, que somadas, davam algo em torno de 200 pessoas em uma única praça.

           - Acho melhor não pararmos aqui. - Sussurrei para Albert.

           - Concordo, vamos nos afastar do parque. - disse ele.

           Andamos por mais alguns minutos até pararmos em uma rua que aparentava estar deserta. Após pararmos, todos descemos do carro e resolvemos formar grupos.

           - Daisuke, você, a Mika, a Susumo e o cachorro vão em direção ao templo procurar alguma coisa útil, enquanto eu e Steven vamos para o outro lado. Nos encontramos aqui novamente as 17h.

           - Certo. -disse enquanto carregava a arma.

           - Peguem as mochilas e coloquem tudo que esta dentro do carro nelas. -disse ele enquanto pegava algumas coisas e as colocava na mochila.

           - Nos iremos voltar para o carro, então por que estamos fazendo isso?- Perguntou Steven.

           - Caso sejamos saqueados, será bom se apenas levarem o carro, não precisamos que levem a munição e a comida também. Comecem a encher as mochilas.

           Após alguns minutos terminamos os preparativos, deixamos o carro estacionado na rua e fomos para as direções indicadas.

           - Para onde iremos primeiro?-perguntei confuso.

           - Vou passar naquela loja. -disse Mika apontando para uma loja de roupas.

           - Porque você vai para uma loja de roupas Mika?-perguntei confuso.

           Ela me encarou com uma cara estranha e simplesmente entrou na loja. Eu não entendi muito bem, mas resolvi continuar as seguindo.

           - Vai procurar algo que seja útil. -disse ela friamente enquanto olhava algumas roupas.

           - Não deveríamos procurar juntos?

           - Estou procurando algumas roupas para mim e para Susumo. Enquanto isso você vai procurar alguma coisa útil.

           Não precisei pensar muito para saber que ela queria ficar algum tempo sozinha com Susumo e Hachiko, então resolvi obedecer a seu pedido e fui em direção ao templo que era perto das redondezas.

           Durante minha caminhada fui encontrando alguns dos infectados, dos quais me livrei rapidamente com o facão. Enquanto eu os matava eu não me sentia mais com medo deles ou coisa do gênero... Eu até me sentia bem os matando, era um tanto quanto fácil tirar a vida deles (isso se eles tivessem uma pra começo de conversa).

           Minutos depois cheguei perto da praça. A multidão de infectados continuava lá andando calmamente e trombando uns nos outros. Eu fiquei aos observar e a pensar como seres tão burros conseguiram causar tamanho estrago na nossa sociedade, mas meus pensamentos foram cortados por alguns gritos de desespero. Algumas pessoas ainda estavam vivas e por infelicidade se colocaram no meio de todos os infectados em uma tentativa fracassada de fugir.

           - Ahhhhhh! Me ajude!!!- disse ela apontando para mim.

           Eu queria ajudá-la, mas se eu o fizesse eu morreria junto. Eu não estava acostumado a enfrentar tantos de uma vez. Essa era a segunda vez que eu optei por deixar uma pessoa morrer para me salvar. Apesar de nossa sociedade ter mudado, eu não conseguia me contentar com a idéia de abandonar um humano para ser morto.  Essa idéia sempre me assombrava.

           Enquanto eu olhava a cena não notei que dois deles se aproximavam por trás de mim. Quando menos esperava, um deles pulou em cima de mim fazendo com que a faca voasse longe.

           - Merda! Sai de cima!- disse enquanto tentava segurar sua cabeça.

           Ele continuava a grunhir e a tentar me morder quando me lembrei da arma em minha mochila. Tentei alcançá-la, mas não conseguia fazer os dois ao mesmo tempo, então chutei o infectado conseguindo ganhar tempo para pegar a arma e disparar em ambos. Após os disparos, tudo ficou em silencio, mas quando me virei notei que havia chamado à atenção de toda a multidão de infectados para mim.

           Nesse instante não pensei muito, corri peguei a faca e continuei a correr sem olhar para trás. Eu não precisava me virar para saber que havia uma multidão de 20 ou até 60 daqueles infectados correndo ferozmente atrás de mim.

           Continuei a correr por alguns minutos até que corri para uma loja de roupas e me tranquei lá. Os infectados se concentraram na frente dela e começaram a bater ferozmente nos vidros fazendo os trincar.

           - Droga! E agora?-disse enquanto procurava uma saída.

           Tentei a saída dos fundos, mas ela estava trancada, e os infectados ainda batiam nos vidros. Eu não tinha muito tempo antes que eles conseguissem quebra-los. Nesse momento vi uma escada no saguão principal da loja e corri para ela.

           - Essa é a única saída... -disse enquanto olhava as janelas que davam para rua.

           A distância da janela para o chão era no mínimo de 2 metros e meio. Fiquei a observar a janela por alguns segundos até que ouvi o som dos vidros se quebrando e os gritos raivosos das criaturas, vindo em minha direção.

           - Vai ter que ser aqui mesmo!-disse enquanto tomava distancia dos vidros.

           Tomei alguns passos de distancia dos vidros da loja e avancei contra eles no instante que as criaturas invadiram o cômodo, mas antes que eles conseguissem fazer qualquer coisa eu estava me jogando pelo vidro com os braços cruzados em frente ao rosto e a perna direita levantada.

           Após o pulo cai no chão cheio vidro e rolei alguns centímetros, eu devia ter cortado alguma cosia pela quantidade de vidro, mas eu não liguei. Eu estava mais preocupado com as criaturas que estavam no prédio. Fiquei um segundo a observar as criaturas gritando por mim e caindo pelo buraco que havia feito até que comecei a voltar a correr.

           Após algum tempo correndo finalmente senti que podia parar, eu havia conseguido despista-los na loja de roupas. Quando me preocupei um pouco menos com os infectados, eu havia outro problema comigo, eu corri tanto para dentro do bairro que acabei me perdendo.

           Quando olhei melhor o lugar notei que me encontrava agora em um pequeno condomínio de apartamentos.

           - Droga... Acabei me afastando demais de Harajuku. -disse enquanto olhava o relógio- e já são 14h30min.

           Fiquei na frente do pequeno condomínio e pensei em entrar nele, afinal ainda me restava algum tempo e se eu voltasse sem nada tenho medo de imaginar o que Mika faria.

           Quando entrei não vi muito movimento e nem muitos sinais de matança, mas por precaução carreguei a arma e a deixei em um lugar fácil de pegar e deixei o facão em minha mão.

           Percorri o pequeno condomínio em poucos minutos e tudo que achei foram 1 ou 2 infectados. Provavelmente ainda havia pessoas escondidas nas casas, mas se eu aparecesse lá, provavelmente eu tomaria um tiro ou coisa pior, e se não fossem humanos seriam mais infectados. Então resolvi não chegar muito perto das casas.

           De repente um vento forte passou rápido e eu pude ouvir um portão batendo ao longe. Resolvi seguir o som e rezar para que encontrasse algo bom. Quando cheguei a casa onde o portão batia, não tive muitas surpresas. Era uma casa igual a todas as outras, só a garagem parecia um pouco grande de mais, mas o que me deixou feliz foi ver que dentro dos muros haviam alguns infectados andando. Isso significava que eles não conseguiram arrombar a porta e que provavelmente a casa estava abandonada, então entrei no jardim e mateis os três deles que estavam lá, com um pouco de dificuldade, pois 1 era um pouco grande demais para ser cortado e os outros dois eram um pouco mais rápidos que o normal.

           Após terminar de limpar e arrastar os corpos para fora tentei abrir a porta da frente, mas ela estava trancada. Fiquei sem o que fazer, mas quando olhei para cima vi que uma das janelas estava entre aberta.

           - Já vi que vou ter que pular o muro... -disse enquanto tomava um pouco de distancia de um dos muros. - Sorte que ele não é muito grande.

           Corri em direção ao muro e em um impulso consegui me segurar em cima dele. Fiz um pouco de esforço e consegui subir o muro. Já em cima dele, procurei um jeito de alcançar o telhado então fui caminhando devagar sobre o muro onde consegui achar uma parte que era perto do telhado. Eu observei a pequena fresta e pulei para o telhado. A queda foi um pouco desastrosa porque acabei quebrando algumas telhas e quase cai do telhado, mas consegui me segurar e fui andando até a janela.

           Quando entrei notei que realmente, não havia ninguém na casa. Tudo parecia calmo e limpo e eu havia entrado no quarto de um casal.

           - Ahhh que bom!- Disse enquanto me jogava na cama que estava a minha frente.

           Fiquei deitado nela por alguns minutos até que lembrei o que eu estava fazendo lá então levantei da cama e sai do quarto. No andar de cima não havia muitas coisas. Apenas um quarto principal, um quarto de visitas e um banheiro e um escritório que estava trancado.

           A casa era arrumada e havia apenas algumas fotos nos corredores de um homem e uma mulher, eles pareciam ser casados e ele parecia ser um militar aposentado apesar da idade jovem. Quando terminei de ver o segundo andar completo desci as escadas, mas antes de terminar vi uma cena horrível. No fim dos degraus havia o corpo do homem que eu vi nas fotos deitado em uma poça de sangue com um tiro na cabeça, e no sofá parecia ter uma mulher deitada.

           - Senhora?-disse enquanto me aproximava devagar. - Tudo bem?

           Quando virei o corpo quase tive um ataque de pânico, ela estava com a arma na boca e o sofá estava totalmente ensangüentado com os olhos abertos.

           - Droga. -disse enquanto me afastava do corpo.

           Quando me afastei vi que havia uma câmera ligada na mesinha em frente ao sofá. Eu peguei a fita e coloquei na televisão para ver do que se tratava. Parecia que antes de morrer ela deixou um recado suicida.

           “-Se você esta vendo isso, então significa que eu realmente me matei... Bem, isso não importa por enquanto. Se você esta vendo isso meu corpo deve estar atrás de você. Olhe em meus bolsos, as chaves de casa estão neles e a arma que eu usei para me matar ainda esta boa.”

           Após essa frase eu parei o vídeo e olhei para o corpo ensangüentado.

           - Desculpe. -disse enquanto colocava minha mão sobre os bolsos e pegava as chaves e tirava a arma das mãos sem vida da mulher.

           “Bem, as chaves são das portas principais, da garagem e do porão. O que estiver lá será de grande ajuda para você, então não hesite em pegar nada... Afinal, os donos estão mortos mesmo- disse ela seguindo de uma risada baixinha. - Aproveite as coisas e boa sorte nesse novo mundo.”

           Nesse instante no vídeo, pode se ouvir a porta principal abrindo e o homem cumprimentado sua mulher. Ela se levantou do sofá, sacou a arma do bolso e saiu da vista da câmera. Em seguida tudo que podia se ouvir era um pequeno adeus e o som de dois disparos, e logo em seguida ela voltou para frente da câmera, mandou um beijo e se suicidou. O vídeo terminou nessa cena, e o resto é apenas o corpo deitado no sofá sangrando até que a fita acaba.

           Resolvi não falar nada e não fazer nada. Apenas peguei a fita e coloquei junto com meu diário de viajem e fui ver as salas que as chaves abriam.

           Comecei pela cozinha. Quando abri a porta da dispensa, encontrei diversos tipos de comidas enlatadas ou embaladas a vácuo, o suficiente para nos manter por semanas ou até messes. Fiquei tão feliz que abri a geladeira e fiz um pequeno almoço, um sanduíche e um pouco de refrigerante que estava na geladeira.

           Depois de comer fui à garagem e tive uma grande surpresa. Havia estacionado uma moto e uma Hummer H1 na garagem. A hummer era o mesmo modelo que os militares usavam, ela estava adaptada do uso militar para o civil, então não havia nenhuma arma. Ambos os veículos estavam com os tanques de gasolina cheios, e atrás deles ainda havia dois ou três galões cheios e as chaves.

           Faltava apenas mais uma porta para abrir, o escritório no segundo andar. Quando cheguei lá encontrei apenas alguns trajes como coletes para carregar armas e munições, algumas munições e três armas, duas pistolas e uma Spas 12.

           - Isso será útil. -disse enquanto colocava o colete e guardava minhas armas e a munição extra nele.

           Mais ao fundo da sala havia também o capacete para moto alguns mapas e lanternas.

           Após me equipar, limpar a casa e enterrar os corpos no jardim. Olhei o relógio. Já eram 16h30min eu precisava voltar para cidade. Quando cheguei à garagem e peguei a moto, fui arrastando ela até o portão principal onde sai da casa e o tranquei o portão. Arrastei para o portão principal do condomínio onde finalmente subi e dei a ignição.


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Notas finais do capítulo

Bem Gente, devido a alguns imprevistos acabamos atrsando os capitulos, mas nao se preocupem que hoje estarei postando 2 capitulos para recuperar os perdidos XD.