Amor... Tantas coisas definem está pequena e simples palavra. Tantas pessoas um dia temem sentir, deixar o coração, as ações, o raciocínio sucumbir-se à está misera palavra que pode trazer, tanta felicidade, tanta tristeza...

O que mais alguém poderia pedir na vida do que um romance bem sucedido? O que mais alguém poderia desejar do que ser amado pela mesma pessoa da qual você sente isso que chamamos de amor?

Bem, ele trocaria toda a alegria dele para vê-la segura, feliz, ao lado de qualquer um que ela amasse... Se ele teria desistido dela se Aizen pudesse protegê-la? Bom, talvez preferisse que seu coração fosse perfurado à admitir isso, mas... Sim, se fosse para vê-la feliz, ele sofreria em seu lugar... E se aquilo que ele sentia por ela não fosse chamado de amor, então ele está com um sério problema mental.

Sabia que não podia tê-la. Que ela amava à aquele traidor que quase os matara. E que tudo que ela sentia por ele, não passava de um amor de amigo, no máximo, de irmão...

Desejava-a ao seu lado. Queria abraçá-la, chamá-la de ‘minha’, e poder beijar sua bochecha, seus lábios, na frente dos outros, sem que isso pudesse render-lhe uma rejeição mais tarde, porque sabia que ela jamais o constrangeria em publico, que era muito pura para isso... E se tudo isso o tornasse egoísta, então sim, ele era egoísta! E se todos esses sentimentos, tanto de amor por ela, quanto de ódio por ele, não lhe desse direito de ser um taichou, então ele desistiria de ser um. Tudo para que, no final, ela pudesse sorrir como antes... Como quando eram crianças, sentadas na varanda, deliciando-se com uma melancia, despreocupados com a vida, pensando apenas no eu brincar amanhã...

E ele nem ao menos soubera que aqueles foram seus dias mais felizes, e que se tivesse se declarado naquela época, talvez tudo fosse diferente, e nenhum deles teria sofrido, como sofriam agora...

Se Momo lhe pedisse para deixá-la, ele deixaria. Se ela lhe dissesse que estava apaixonada, então lhe ajudaria. Se precisasse de um ombro amigo para chorar, deixaria que ela usasse o seu. Mas se pedisse para deixá-la ir embora... Então, isso não poderia fazer, porque por mais certo que fosse sua segurança, não conseguiria deixá-la ir... Preferia vê-la casada, feliz ao lado de outro, do que tê-la longe de si, longe do seu alcance, longe o bastante para não poder protegê-la... Jamais suportaria se ela se ferisse... Se Hinamori tivesse morrido na mão de Aizen,  então ele morreria também, depois de matar quem quer o tivesse feito.

Porque ela era sua vida. Seu motivo de existência. Sua razão para continuar lutando. E enquanto não pudesse protegê-la, enquanto não pudesse afastar quem a machucasse, não descansaria, continuaria treinando, aumentando seu poder. Não ligava em ser chamado de gênio -aquilo não fazia diferença nenhuma-, só queria que ela lhe notasse... Nem que toda Soul Societ se ajoelhasse aos seus pés, aquilo não se comparava à um sorriso vindo dela...

Amava-a de todas as formas e jeitos possíveis, e não desistiria até vê-la feliz, em um lugar onde ela pudesse ser quem é, sem dor, sem sofrimento, sem sangue derramado... Apenas ela, com seu sorriso, seu brilho inocente, sua doçura e gentileza. Só... Ela.

-Shirou-chan... –Chamou uma voz doce e frágil.

-Durma, Hinamori... Precisa se recuperar. –Repreendeu o pequeno taichou, sentado ao lado da cama branca onde se encontrava a morena.

Ela riu docemente, quebrando um pouco do gelo que cobria seu coração.

-Sabe Shirou-chan... Eu sonhei com quando nós éramos crianças... –Disse ela olhando distraída o céu azul pela janela do quarto. –Era divertido, não era?

-Era... Sem preocupações, sem responsabilidades, sem guerras... –Respondeu Hitsugaya entrando no mesmo clima que a fukutaichou do 5° esquadrão.

-Era realmente tranqüilo... –Afirmou Momo. –Shirou-chan... Sabe porque me tornei shinigami? –Perguntou ela.

Ele iria responder que era por Aizen, mas aquilo a magoaria, e traria memórias tristes pra ambos, fazendo-os sofrer novamente...

-Não sei Momo, por quê?

-Porque eu queria proteger os outros... Sabe, meus amigos, as pessoas que eu amo. –Disse com entusiasmo, sorrindo enquanto ainda olhava pela janela.

Ele encarou-a por uns minutos, antes de fechar os olhos e deixar um suspiro escapar junto um meio sorriso.

-Momo... Você sabe porque eu resolvi me tornar shinigami...? –Perguntou o albino calmamente, ainda com o pequeno sorriso.

Ela o olhou curiosa.

-Não, porque Shirou-chan?

-Porque eu decidi que protegeria uma pessoa que também se tornou shinigami a qualquer custo. –Respondeu levantando-se, sendo acompanhado pelo olhar da pequena. –Porque se ela se machucasse, meu mundo não teria sentido. –Desabafou dando um leve sorriso enquanto dirigia-se à porta. –Eu volto mais tarde, Momo, pra conferir se está segura... –Avisou o capitão dando ênfase ao ‘segura’...

-Ah, h-hai! –Respondeu a menina corando.

Talvez ela tivesse entendido, ou talvez não. Mas realmente não importava. Ele continuaria à protegendo custe o que custar, e nenhum capitãozinho traidor a tiraria de seu lado.

Mesmo que ela não o amasse, mesmo que preferisse à outro, continuaria a protegendo... Porque essa era sua razão pra continuar suportando os deveres de um capitão. Era tudo por ela... Só... Ela.b