Meu coração estava acelerado, não conseguia acreditar naquilo; para mim era como o fim.

    − Eu, am... Eu queria ter contado antes.... mas não achei oportuno. Temos pouco tempo Mellody, mas saiba que mesmo que dure pouco continuarei a te amar. E por favor, não chore, temos que viver no momento, esse momento é o que estamos juntos, nos amando. Então por favor, não fique triste.

    Eu o olhei, era a coisa mais idiota e absurda que alguém já me pedira. Mas ele estava certo, se eu parasse no tempo pensando em como aquilo seria ruim ele acabaria indo embora, sorri para ele.

    − Vai ser difícil, mas faço isso porque te amo.

    Então ele me beijou, queria aproveitar aquele beijo. Aproveitaria cada minuto como se fosse o ultimo, era só o que queria. Era Tim que estava comigo, era Tim que me amava quando estava triste. Era o Tim que me acolhia ao invés de me bater. Era só ele, era ele que eu amava, e era com ele que ia passar os próximos tempos.

    Me prometi que estaria ao lado dela em todo minuto.

    Inclusive quando a hora chegasse.

    Estaria ao lado dele.

    E naquele dia ficamos juntos, juntos como um verdadeiro casal.

    Acordei e Tim estava ainda abraçado em mim, ele ainda dormia, e parecia um anjinho dormindo, era tão sereno. Eu devia realmente estar louca de amores por ele. Porem logo a tristeza veio, meu anjo voltaria para o céu me deixando sozinha aqui, comecei a segurar as lagrimas.

    − Não fique triste, e não chore. − Tim disse, ele ainda estava de olhos fechados por isso me perguntei como ele tinha feito isso.

    − Como fez isso? Estava de olhos fechados!

    − Eu te amo tanto que quando você fica triste eu sinto. − Então ele abriu os olhos, eu amava aqueles olhos.

    Sorri.

    − Eu te amo.

    − Te amo mais.

    Então ele me abraçou, me sentia terrivelmente segura em seus braços.

    Então nos levantamos e fomos arrumar algo para comer, tomamos café e comemos bolo de chocolate, sempre sorria muito quando Tim estava comigo, ele me fazia tão feliz.

    Alguém bateu na porta, Tim me proibiu de ir abrir. Então ele foi procurar a chave e abriu. Percebi que havia algo errado pela cara que ele fez, me levantei e fui ver o que era. Claro só podia ser! Noah estava na porta com uma cara de cachorro sem dono.

    − O que você quer aqui? − Perguntei grossa.

    − Vim pedir desculpas.

    − Não aceitas. − Então fui fechando a porta, ele impediu.

    − Mellody, você sabe que estamos todos com problemas, eu fui idiota e fiz aquilo...

    − Sim você foi idiota. Mas Noah desde quando eu sou saco de pancadas pra apanhar de você?

    − Eu...

    − Cala essa porra que você chama de boca e vai descontar sua raiva fudendo seu cú relaxado.

    Ele me olhou sem entender. Confesso que nem eu entendi de onde tirei tanta raiva para falar tantos palavrões.

    − Vai embora, não quero ver sua cara. Noah se você queria que eu te odiasse você conseguiu. Morra!

    E assim fechei a porta na cara dele.

    Estava com muita raiva de Noah, o que ele fizera era inadmissível, ele batera em uma mulher. Que homem batia em uma mulher? E o pior na própria irmã! Estava realmente estressada com isso.

    Tim me abraçou por trás. Uma estranha paz me invadiu  e consegui até respirar melhor.

    − Não se estresse com isso. Sei que isso é terrível, mas eu estou aqui, com você.

    Então ele me virou e me beijou. Eu o amava com tudo dentro de mim.

    Resolvi visitar velhos amigos, então pedi para Tim me deixar na casa de Matt. Queria saber como ele estava, estava completamente louca para saber as novidades.

    Tinha decidido uma coisa que sabia que era errada, não iria a escola nos próximos dois meses, ia ficar ao lado de Tim. Era uma coisa polemica eu sabia, ia perder o ano e isso refletiria no meu futuro, mas acho que estar ao lado de uma pessoa que está quase perdendo a vida e curtir o pouco tempo que tem com ela é mais importante que um ano. Me prometi que ano que vem me esforçaria o máximo, e seria a melhor aluna da sala. Não sabia se isso mudaria em algo, mas seria a minha forma de pagar pela falta anterior.

    Desci do carro e dei um beijo em Tim. Bati na porta e esperei alguém vir atender.

    Matt atendeu.

    Ele me olhou como que “OMG ELA APARECEU!!!”. Então histérico ele pulou em mim.

    − OH MEL! MEL PELO AMOR DE DEUS ONDE VOCÊ ESTAVA!!! MEU DEUS EU ACHEI QUE TINHA MORRIDO!!!

    Retribui o abraço e logo tentei limitar toda aquela felicidade.

    − Morrido? − Olhei para ele estranhando.

    Então ele parou e começou a arrumar a roupa.

    − Calma estou me recompondo. − Ele falou afetado. − Nossa por onde andou e porque não está indo a escola?

    − Problemas... Tenho tido muitos problemas em casa, e conheci uma pessoa muito importante.

    Ele me olhou com uma carinha de anjo. − Hum... me conta tudo! − Ele gritou fazendo com que todos que estavam na rua nos olharem.

    Então entrei e comecei a falar.

    − Oi, e ae Matt me diz quem é sua amiga?

    Então me virei e vi um cara sem camisa, ele era bonito e sarado e estava vermelho...

    − Am... É Mel esse é o Lucas, meu namorado. − Matt disse vermelho. − Lucas essa é a Mellody. Am Lucas que tal se você deixasse nós dois conversaremos? É me desculpe mas é que acho que os assuntos da Mel são pessoais.

    − Ah, tudo bem. − Lucas disse compreensivo, então ele saiu.

    − Continue querida. − Matt disse.

    Então consegui contar tudo, no fim Matt estava meio paradão. Contei para ele sobre o tumor de Tim, e ele começou a chorar.

    − Ta chorando porque? − Perguntei.

    − Porque é triste... Você ama ele né?

    − Sim.

    Então ele começou a chorar mais.

    − Matt, vamos mudar de assunto. Sabe, normalmente os caras fogem de garotos gays com AIDS. Não to sendo preconceituosa...

    − Eu entendi, e é por isso que amo o Lucas, contei para ele e ele nem ligou, ele disse que o que importava era que ele me amava.

    Ele piscou como um daqueles emoticons do MSN. Matt era um fofo!

    Passamos a tarde falando sobre os babados da escola, adorava aquilo.