True Tears escrita por Ane Viz


Capítulo 35
Capítulo 32: Nosso segredo


Notas iniciais do capítulo

No capítulo anterior:
Olhei para ele atônita. O quê por Merlin ele estava falando? Perguntava-me querendo encontrar uma resposta. E um pensamento mais cedo voltou a minha cabeça. A carta. Balancei a cabeça sabendo que não tinha sentido. Não podia ser ele, disse-me mentalmente, por mais que no fundo do meu coração eu desejasse que fosse verdade. Eu não queria mais ser o seu passatempo, estava cansada de sofrer.
P.S: Antes de chegar aí vamos voltar um pouquinho, certo?
Boa leitura!



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Capítulo 32: Nosso segredo
Draco´s Pov:

As aulas se arrastavam e a cada hora que eu saia para o corredor trocando de sala procurava por ela e nada. Algumas vezes encontrei com o Potter e o Weasley. O moreno apenas me ignorou enquanto o ruivo soltou faíscas de ódio. Sorri sarcasticamente sem perder o costume e me virei sem prestar atenção. E por isso, acabei por esbarrar numa menina loira de brincos de rabanete. Levantei apressado e estendi a mão para ajudá-la que aceitou dando um sorriso fraco, mas sincero. Ao ver que estava bem me afastei dando as costas não sem antes escutar os comentários.

–O que deu no Malfoy? – Perguntou uma garota loira de cabelos cacheados que estava apoiada à parede me olhando.

Bufei e a fitei de relance, usava o uniforme da corvinal. Revirei meus olhos e segui meu caminho. No horário do almoço adentrei o salão comunal com a cara de poucos amigos. Não podia acreditar que ela havia mentido para mim. Será que aconteceu algo? Coloquei a mão no bolso e olhei o papel. Respirei fundo relendo o recado e tomando a decisão. Tinha dito a ela que caso não aparecesse eu mesmo iria buscá-la. Pensei com certeza sabendo ser a única conclusão. Que Merlin me ajude.

Comi apressado e me levantei do banco fazendo um barulho desnecessário. Sentia os olhares focados em mim e os ignorei prontamente. Andei decidido até a mesa da grifinória e parei diante de uma ruiva atônita e de uma loira com a expressão despreocupada. As duas deram um sorriso fraco e escutei o cenoura ambulante bufar a frente delas. Sem tempo para discutir olhei para elas que pareciam estar mais abatidas do que no outro dia. Ela fazia falta, e muita. Não pensei muito somente disse o que podia no momento. Não iria criar um dialogo com todos olhando.

–Podem ficar tranqüilas – falei calmamente – de hoje não passa.

Virei o corpo apressado para sair de lá quando sinto uma mão pousar em meus ombros. Paro por um instante e vejo uma garota ruiva procurando o que dizer. Seus olhos pareciam receosos só não sabia se era por falar comigo em público ou pelo fato de saber que iria procurar a Hermione. Ergui uma sobrancelha numa pergunta muda e avistei a loirinha se juntar a nós. Estava com o mesmo olhar sonhador de sempre, mas de um jeito tristonho. Segurou a mão da amiga tirando de perto de mim e disse:

–Vá Malfoy, não perca tempo. – Sorriu dando-me forças e completou. – Estamos esperando ansiosas.

Sorri de verdade para ela e assenti me afastando de vez. Agora determinado a parar quando chegasse ao meu dormitório. Corri por todo o castelo em direção ao salão comunal da sonserina. Ao chegar joguei-me para dentro invadindo o quarto e indo em direção ao meu armário. Abri e mexi na última gaveta retirando uma maleta. Tinha o símbolo de uma cobra, passei a mão nela e a vi se mexer rapidamente para o outro lado, deixando-me abri-la completamente.

Peguei dois pergaminhos que estavam amassados. Tinha uma enorme dúvida de qual usar. Suspirei nervoso e fui para o banheiro com roupas trouxas. Coloquei uma calça jeans e uma camisa preta e um sapato também preto. Passei a mão por meu cabelo ajeitando, guardei a varinha e os pergaminhos em meu bolso. Com tudo pronto saí do castelo o mais silencioso que pude e segui pelo caminho que as meninas tinham me indicado. Fiz o tal feitiço para o salgueiro lutador parar de se mexer e me lancei pelo buraco.

A cada canto que esbarrava sentia meus braços arderem. Como eles conseguiam passar por ali? Indaguei meio irritado. Logo balancei a cabeça e meu corpo foi jogado para frente. Me levantei e limpei as roupas querendo parecer mais apresentável. Olhei a minha volta e não reconheci onde estava. Observei melhor e notei um alçapão e o abri em seguida impulsionando o corpo para cima. Uma vez no andar de cima, girei o corpo, e finalmente reconheci. Era a casa dos gritos.

Tirei o papel do meu bolso e mentalizei o endereço enquanto sentia a familiar sensação de ter um gancho me puxando pelo estomago e tudo girar. Em pouco tempo me vi diante uma rua. E avistei o nome numa placa na entrada. Comecei a caminhar e encontrei no meio da rua a casa a qual eu procurava. Subi os degraus e parei diante a porta. Puxei o ar lentamente e ajeitei minha roupa, outra vez, para em seguida tocar a campainha. Nunca me senti tão nervoso e esperançoso ao mesmo tempo. As reações podiam ser diversas ainda mais sendo de Hermione Granger.

Sabendo que poderia demorar andei para trás e me apoiei a uma das duas pilastras que tinham na parte da frente da varanda. Virei de costas para a porta e fechei os olhos ao sentir um vento gélido passar por mim. Graças a Merlin, pensei feliz por ter um pouco de ar. O dia estava muito quente e naquele bairro parecia mais ainda. Fiquei ali pensando se ela iria abrir a porta ou se seriam seus pais. Escutei o som da porta se abrir lentamente, mas não me virei na hora. Aguardei em silêncio sem saber direito o que dizer e esperando que fosse ela.

–Oh!- Escutei a voz que eu reconheceria em qualquer lugar.

Virei automaticamente pelo impulso de poder encarar seus olhos castanhos uma vez mais. Parei por uns instantes a olhando intensamente e notei que ela me observava atentamente. Sabia que devei estar diferente dos outros dias. Afinal, não é comum me ver sem as minhas vestes de Hogwarts. Notei contendo um sorriso o fato de ela ter engolido em seco ao encontrar o meu olhar. Vi-a corar lindamente. Tive uma enorme vontade sorrir, mas não achei ser apropriado.

Apenas aproveitei para olhá-la mais. Ainda não era a hora de dizer nada. Tinha medo de me atrapalhar. A minha vontade era de andar até ela e a abraçar apertado, prendendo-a em meus braços, para sempre. Nervoso, passei a mão por meus cabelos, sem saber ao certo como dizer o que queria. Depois do momento de fuga, agora sem a adrenalina em meu sangue, tenho medo de sua reação. Sei que sou um Malfoy e neste caso isso não me ajudará em nada. Nada mesmo. Perdi a linha do meu raciocínio quando a vi morder seu lábio inferior.

Meus olhos acompanharam todo o seu gesto, parecia estar totalmente hipnotizado pela bruxinha a minha frente. Sem poder me conter deixei um sorriso sincero no canto da minha boca escapar. Como podia ficar tão irresistível fazendo isto?Perguntei-me contrariado. Sabia que ela sempre exerceu um grande pode sobre mim, por isso essa mania de ficar chamando-a de sangue-ruim e implicar tanto com o Potter, e principalmente, com o cenoura ambulante. Estavam onde eu queria.

–O que está fazendo aqui Malfoy? – Perguntou com uma expressão indecifrável.

Naquele instante meu medo se duplicou. Seus olhos castanhos geralmente tão fáceis de se ler, pelo menos por mim, pareciam estar bloqueados. Olhei intensamente para ela. Sabia que tinha chegado a hora, mas precisava ir com calma. Não era para chegar e soltar “Olá Mione, sou o seu admirador secreto.” Afinal de contas pensaria que era uma piada. Algo para zoar com ela junto dos outros sonserinos. Porque a única explicação para ela ter fugido depois do nosso beijo no salão comunal fora pensar que estava sendo usada. Só que Hermione Jane Granger nunca será um brinquedinho para mim. Não é um passatempo.

Concentrei-me em seus olhos. Ao contrário dos dela os meus deviam estar claros. Vi pelo reflexo na janela o fato dos meus olhos demonstrarem todo o medo de que ela simplesmente saísse correndo dali. Podia sentir a hesitação de permanecer no mesmo lugar. E ainda assim ela queria se manter e provar forte. Não iria sair de lá sem obter as respostas que queria. E com certeza esta era a questão. O que Draco Malfoy faz em minha casa? É possível ver através do seu rosto.

Por fim, decidi como começar. Então sem mais o que fazer agi lentamente. Eu me desapoiei devagar da pilastra da varanda e dei uns passos em direção a ela. Neste momento aproveitei para analisá-la melhor. Usava uma roupa o tanto o quanto curta. E agradeci a Merlin por somente eu estar ali. Usava um short curta e uma blusa fina de alcinha. O que moldava mais ainda o seu corpo. E que corpo pensei enquanto percorri com o olhar o seu corpo e vi o rosto dela corar ficando ainda mais atraente. Como ela consegue? Indaguei espantado. Ela quer me matar só pode. Concluí deprimido.

Acompanhei seus gestos delicados e vi quando abaixou a cabeça querendo fugir dos meus olhos. Sorri sabendo que ela não veria. É bom notar que a deixo sem jeito. Essa era a minha chance. Aproveitar que parecia entretida enquanto analisava suas sandálias. A idéia era fazer um tom leve e brincalhão, mas que demonstrasse todo o meu ressentimento. Claro, ela tinha mentido para mim na carta. E isso é algo que não quero que repita. Sabia que ela pegaria a idéia, mas provavelmente teria dúvidas.

–Você mentiu para mim, Hermione. – Soltei calmamente esperando sua reação.

Com as minhas palavras ela levantou o rosto e vi seu cenho franzido. Ela estava confusa. Vi logo em seguida eles se arregalarem e balançar a cabeça como se fosse um pensamento idiota. Ali notei que ela tinha chegado a resposta certa. A carta. E é mais do que obvio o ponto dela negar o máximo que puder. E com algumas atitudes poderia convencê-la de estar falando a verdade. Apesar de não saber o final estou decidido a não desistir. Vou fazer com que ela entenda e aceita o que sou e o que posso lhe dar.

–Está louco Malfoy? – Perguntou nervosa.

–Não Hermione, quero dizer, talvez... – Ri sozinho. – Acho que alguns poderiam me julgar de louco. – Acrescentei com o olhar perdido e depois voltei a encará-la? –Mas quer saber? - Perguntei retórico.

–Sim. – Ela respondeu mesmo sabendo que não precisaria. Iria dar a resposta de qualquer jeito. Provavelmente o orgulho falara mais alto.

–Eu não ligo. – Respondi confiante. –Não me importo desde que uma pessoa, somente uma, não se importe também. – Declarei a olhando profundamente.

–Q-Quem? – Gaguejou dando uns passos para trás.

Aproveitei a oportunidade e entramos em sua casa. A sala estava bem arrumada e vi o ambiente. Devo dizer que era bem aconchegante. E vi a televisão. Não tinha uma dessas em minha casa. Produto trouxa interessante. Me peguei olhando para ela e senti-a parar ao meu lado. Sabia que ela trocava sua atenção entre mim e o aparelho. Soltou uma risada baixinha que me fez rir. Esse som era um dos melhores que já tinha escutado. Lembrei-me da menção disto numa das cartas e tomei a frente, outra vez, ignorando por este instante sua pergunta que ecoava ainda em meus ouvidos.

–Tome – entreguei-lhe um dos pergaminhos e completei – esse é o nosso segredo.


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Notas finais do capítulo

Olá a todas! Primeiro, gostaria de agradecer a Lorena pela recomendação. Sério, eu amei! Muito obrigada por suas lindas palavras! E agradecer a Bells, Nathy, Marina, LittleAngelMione e MyLittleWatson pelos reviews!Obrigada meninas vocês são demais!
Bem, eu espero que não me matem por ter parado aí,ok? Mas eu quero deixar os "fatos" para acontecerem com o ponto de vista da Hermione vão ficar mais... Emocionantes?Intensos? Não importa será melhor. Rsrs Realmente desejo que tenham gostado do capítulo, pois no próximo terão acontecimentos decisivos...Ou não. Rrs
Aguardo ansiosa a opinião de vocês!
Beeeeeeeijos, e até o próximo capítulo!