Capítulo 16: O jogo do amor.

Unkown´s Pov:

\t Estava deitada na minha cama fitando o teto e meus olhos se fecharam ao lembrar-me do toque suave dela em meus lábios. Balancei minha cabeça abrindo os olhos para afastá-la de minha mente. Não podia ficar pensando na Hermione. Passei as mãos por meus cabelos como se ao fazê-lo tirasse o pensamento insano de minha cabeça.Merlin o que faço para isso parar?

\tTentei usar a idéia do meu amigo e de nada serviu. Observei o quarto e estava vazio. Ultimamente eu não queria ficar assim. Antes era o que mais me agradava ou talvez fosse como queriam que me sentisse. Sentei na cama e olhei pela janela. Devia estar quase na hora do jantar. Eu tinha passado o dia todo aqui.

    E para nada ainda sentia minha cabeça girar. A porta se abriu e eu esperei ver o meu amigo, mas não. Não era ele. Respirei fundo ao vê-la vir na minha direção e sentar-se na beira da minha cama. Desejei por um momento estar dormindo e ser um pesadelo, porém meus olhos estavam abertos e tudo era real.

 -Como se sente?- Perguntou com a voz melosa.

 -Estou bem. –Respondi seco.

\tEla fez um bico cruzando os braços, mas logo o desfez. E veio se aproximando de mim. Arrependi-me da minha atitude. Eu queria esquecer a Granger e para isso havia usado a pessoa que sabia que ficaria comigo sem problemas. Claro que poderia ter sido qualquer uma. A questão é que ela gosta de mim.

 -Hey, está me ouvindo?

Ouvi-a resmungar e a fitei. Ela realmente é bonito, muito bonita... E fútil.

 -O que quer?

\tFalei irritado por ela ainda estar aqui. E, finalmente, ela entendeu. Levantou-se e me fitou com os olhos marejados. Só que eu não ia me desculpar. Não para ela. Meu orgulho jamais me permitiria. E ela me conhecia muito bem. Na verdade era uma das poucas pessoas que eu conhecia de verdade.

    A porta bateu e eu respirei fundo sendo que outra vez ela foi aberta. Olhei para porta por costume e vi quem havia me mandado o bilhete na aula. Ele me olhou e pareceu recuar, mas depois voltou. Vi-o caminhar em minha direção, mas decidi o ignorar. Tive vontade de rir de como ele andava receoso. Idiota! 

-Crabble. – Eu falei naturalmente.

-Hey Malfoy.

Virei para ele e o vi estremecer. Apesar de tentar me enfrentar ele ainda tinha medo de mim. Não só ele, mas continuam pensando que eu sou o mesmo. E eu não sei por que mudei, ou melhor, eu sei, porém não goste de aceitar assim fácil. Aguardei para ver onde queria chegar. Como ficou calado decidi brincar com a cara dele.

-Bilhete interessante, não?

Ele arqueou a sobrancelha e sua boca se abriu. Patético! Ele tentou falar, mas a voz não saiu. Fechou a boca e tentou outra vez.

-O que houve com a Granger?

A menção do nome dela me fez erguer os olhos. Ao ver o que fiz dei um sorriso sarcástico e tratei de pensar numa boa resposta.

-Como vou saber?

-Não sei você nem falou nada para ela. Sabe, eu falei no bilhete.

-É, e eu respondi. Ah, é né? Você não sabe ler. –Eu sorri cínico. –Eu escrevi caro Crabble que eu não fiz nada porque ela era estranha.

Sem querer falar mais nada que pudesse me arrepender me levantei da cama e sai. Sabia que daqui a pouco teria de descer. Então, somente iria ir devagar e chegar até o salão. No caminho uma garota caiu no chão e eu estendi minha mão para ajudá-la. Ela recuou e grudou na parede.

Sua atitude me fez querer não ter ajudado. Eles nunca notariam que eu mudei. Suspirei. Sim, eu mudei. E por ela. Andei calmamente pelos corredores e a vi andando com a Weasly e com a Lovegood. Passei por elas e fui direto para a minha mesa, mas senti os olhos dela em minhas costas. Um sorriso discreto surgiu em meu rosto. É eu irei jogar.

Comecei a andar mais lentamente e vi as duas passando sozinhas e dei uma pequena parada. Ela andava distraída e não notou meu movimento com isto ela esbarrou em mim e perdeu o equilíbrio. Como eu já esperava por isso virei rapidamente e segurei-a pela cintura. Com um movimento simples, mas forte trouxe seu corpo para junto do meu.

Ah, como queria isto! Minha mente mandava-me afastar dela, porém decidi ignorá-la e seguir meu coração. Ainda que muitas pessoas, inclusive a que esta em meus braços, pensem que eu não tenha um. Rocei meu rosto no seu de propósito e senti-a estremecer em meus braços. Aproximei minha boca da dela e falei.

-Boa a sensação, não?- Sussurrei e a soltei.

E pela primeira vez a vi sem respostas. Hermione me fitava atônita como se eu tivesse enlouquecido. E, bom, eu acho que enlouqueci. Avistei o Potter e a cenoura ambulante vindo em nossa direção então sem ter mais o que fazer eu me afastei dela, mas não sem antes dar uma piscadela e seguir para minha mesa.

Ela permaneceu parada até os dois chegarem e perguntarem o que ouvi. Senti um olhar em minha direção e me sorriso se ampliou. Continuei na mesma posição e quando levantei meus olhos eles estavam de costas caminhando para deles. Pansy chegou ao meu lado e sentou-se quieta.

E eu definitivamente não iria puxar assunto. Não me serviu de nada beijá-la. Ainda mais na frente à Hermione. Agora, minha ideia era outra. Eu iria conquistá-la. Com certeza iria. Eu estou começando hoje com o melhor jogo de todos. O jogo do amor. Vamos ver como ela se sairá.