Chegamos no apartamento do Edu e como esperado não encontramos o corpo do Beto lá. O sangue que devia estar impregnado havia sumido e o único rastro possível estava dentro de meu coração... Meu coração imortal.

Não era fácil me acostumar com isso, mas estarei sempre com meus amigos, o que me conforta de modo incompreensível. Senti pensamentos negativos vindos do Junior e me inclinei para mais perto dele.

- Ta tudo bem?

- É muita coisa pra mim e até pra você...

- Mas vamos conseguir levar numa boa, porque juntos somos fortes – disse acariciando seus cabelos negros

- Vou pedir a Kathy em namoro denovo.

Sorri automaticamente e  ri ao ver que nada se encaixava muito bem em toda a história.

- Passamos por maus bocados, né?

- Pelo menos estamos juntos denovo – sussurrou ele esticando o corpo todo pronto para cochilar

Fiz o mesmo e me apoiei em seu ombro para cochilar ali mesmo, no sofá.  Ele afagou de leve meu cabelo e começou a sussurrar alguma musica, que não podia ouvir tão bem, estava entrando no 1º sono.

A porta sendo destrancada me fez levantar num impulso e olhar pra porta assustada. Era apenas os dois com cara de quem não dormia a muito, muito tempo.

- Como... – limpei minha garganta – Como foi lá?

O Edu pediu espaço para um Ju sonolento e se sentou do meu lado. Pegou minha mão e a colocou sobre a sua.

- Acho que deu tudo certo. Vera acordou e foi indiciada, é prisão na certa, nada com o que precisemos nos preocupar.

Olhei em seu rosto e levantei a sobrancelha.

- Então porque vejo uma preocupação estampada em seu rosto?

- Eu... Matei pessoas. Sou um monstro – sussurrou ele

Virei meu corpo e sentei em cima de suas pernas.

- Edu, você não é um monstro, você é meu anjo... E matou porque precisava. Ou matava ou morria – beijei o alto de sua cabeça e me surpreendi ao ver seus lábios procurando pelos meus

- Eu... te amo – disse ele contra minha boca

Percorri seu corpo com minhas mãos frenéticas e só parei porque ouvi o resmungar de Junior se levantando e indo até o quarto atrás de Kathy.

- Acho melhor ficarmos numa boa, quero dizer, aconteceu muita coisa hoje... – eu falava mas não ouvia uma palavra sequer, o fogo ainda percorria meu corpo. O fogo que sentia toda vez que beijava Edu.

- Tem razão...

Sentei no sofá, ficando assim do lado dele. Olhei para tudo a minha volta e vi que o tédio batia na porta. Edu não pensava e eu muito menos, só queria estar contra o seu corpo e ...

- Que se dane – murmurei subindo em suas coxas denovo e o beijando desesperadamente – Me ajude a esquecer os problemas...

Edu segurou minhas coxas contra seu membro e gemeu baixinho quando eu o acariciei demoradamente. Deixei minhas mãos dançarem por seu corpo, ajudando-o a tirar aquela blusa que escondia a perfeição de seu corpo. Quando enfim ele estava livre da peça não tão principal, senti seus dedos gélidos fazerem um caminho prazeroso desde minha barriga até meus mamilos já duros. Gemi baixinho e implorei que ele tirasse sua calça e deixasse livre seu membro.

Ele me jogou pro sofá e com uma rapidez incrível me despiu e começou a me lamber vorazmente. Quando enfim começou a brincar com meu sexo arqueei meu corpo e mordi meu lábio inferior tentando não gritar de tanto prazer.

Puxei ele pelos cabelos e o tomei em meus lábios enquanto ele apertava forte meus seios. Entre um beijo e outro fui descendo minha boca até seu membro e comecei a chupar. Ele ajudou nas investidas e segurou meu cabelo enquanto gemia descontroladamente.

E a noite se resumiu em basicamente isso: Um casal tentando esquecer todos os problemas do dia com uma simples troca de sentimento. Um Edu suado e sonolento estava apoiado em meu peito que subia e descia pesadamente e eu não sentia peso algum, apenas... uma almofada apoiada em minha barriga. Força? Sim, eu tinha.

- Ash?

- Sim?

- Posso tentar alegrar sua vida? – perguntou-me ele se levantando e vestindo a roupa

Assenti com a cabeça e coloquei meu sutiã e calcinha.

- Primeiro vamos até seu apartamento...

Coloquei correndo minha roupa, dei uma batidinha de leve na porta do quarto, avisei os pombinhos que estávamos saindo e corri alcançar o Edu.

O elevador parecia andar no passo tartaruga e meu namorado nem sequer tentou me beijar. Ele ria toda vez que eu emburrava a cara e me beliscava de leve no braço. Corremos pelo pátio até o meu bloco e enquanto esperávamos o elevador pude ver uma gota de suor descendo pelo seu rosto.

- Nervoso? – perguntei cinicamente

- Sou 100% macho – com essa os dois caíram na risada

O elevador enfim chegou e dessa vez subiu rapidamente. Um Edu com tremedeira e suando frio abriu a porta do apartamento e me puxou pra dentro do apartamento.

Cada canto estava decorado com velas e rosas vermelhas. Os abajures estavam cobertos por um pano vermelho, o que dava uma cor diferente no ambiente. Nosso sofá branco estava tingido por rosas e pétalas. Um Edu muito romântico abriu uma garrafa de vinho branco e nos serviu.

- Como você faz isso? – perguntei abismada

- Hm... Como chama mesmo? AH SIM, feitiço!

Tentei não escancarar tanto a boca.

- Fez tudo isso daqui com um simples feitiço?

- Na verdade, com o poder da mente... Mas essa não é a surpresa e nem o motivo de sua vida alegre – sussurrou ele indo até o quarto

Sentei no braço do sofá e deixei o vinho de lado, odiava vinho branco.

- Então se essa não é a surpresa, estou com medo do que possa ser.

Ele voltou com sua taça equilibrada na mão, que era dividida também com uma sacola e na outra trazia um grande, GRANDE urso de pelúcia.

- Não sei fazer isso, talvez você me odeie por ter sido brega ou muito infantil, mas só sei que precisava fazê-lo.

Engoli em seco e estendi minha mão pra segurar alguma coisa. Ele puxou tudo pra mais perto de seu corpo e negou com a cabeça. Ok, eu não podia ver.

Calmamente colocou a taça de vinho na mesinha da sala e voltou os olhos para meu rosto confuso.

- Eu não sou bom com datas, mas nem que tivesse te conhecido a apenas 1 dia, eu estaria aqui do mesmo modo. Ash, você é a mulher da minha vida – mas a tonta aqui cortou ele:

- Você não vai... AH MEU DEUS, você vai.... Você vai?

- Quer me deixar terminar, sua grande boboca?

Nervosamente eu assenti com a cabeça e entrelacei os dedos das mãos – que alias, soavam muito, MUITO mesmo.

- Eu mato, e matei por você. Eu escalo montanhas, movo moinhos só pra te ver feliz. Não vivo sem  teu beijo, ou até mesmo sem sua cara de nervosinha. E tudo porque te amo. Te amo de um modo jamais entendido por qualquer ser humano ou alien. Ashley Weber...

Estanquei. Podia ouvir as palavras presas dentro de sua garganta. Vi ele remexer dentro da sacola e tirar de lá uma caixinha de jóias vermelha – que alias combinava muito com o que meu apartamento havia virado.

- Você aceita se casar comigo e viver ETERNAMENTE ao meu lado?

Limpei a lagrima que fugia de meus olhos e balancei a cabeça consentindo.

- Mas é claro que me caso com você, seu grande... Amor da minha vida.

Ele me pegou em seus braços e me girou pela sala, derrubando alguns vasos, ou fazendo algumas pétalas voarem por todo o cômodo, mas fazendo algo muito mais importante acontecer: Me fazendo feliz.

Quando ele enfim parou de rodar e me soltou com um grande sorriso nos lábios, perguntei ironicamente:

- Qual é desse ursinho de pelúcia? Ele era o step, caso você não agüentasse o tranco e desmaiasse?

- Na verdade... Ele é uma prova de amor – disse ele pegando o ursinho e apertando seu nariz

A barriga do ursinho começou a chiar e então uma imagem apareceu ali. Era eu e Edu nos conhecendo. Eu e Edu nos abraçando. Eu e Edu em nossa primeira vez. Era eu e Edu.

- Ash, sempre que quiser relembrar, ou ver a beleza do namorado aqui, é só apertar esse nariz fofinho e pronto: Terá a nós na palma de sua mão.

Abracei o urso bem forte e vi que não tinha nada lá dentro, apenas algodão. Meu Edu podia criar uma nova marca de brinquedos, meu querido e inteligente Edu.

- Qual é, Ash, isso é feitiço – disse ele jogando meu kit de lembranças para longe e me pegando no colo.

- Ei, isso é só pra depois do casamento...

- Quer casar agora? Eu faço um feitiço e simplesmente acontece... QUER?

- Tentador... – e comecei a rir

- Não dê risada. Quer casar agora?

Ta, ele realmente falava sério. Balancei a cabeça negando e joguei minhas mãos envolta de seu pescoço.

- Só quando nos formarmos.