A Princesa e o Servo escrita por Ray chan


Capítulo 1
Seu eterno vassalo


Notas iniciais do capítulo

Bom, esta historia, na verdade, era um trabalho de escola, era pra ser uma história pequena, mas eu me empolguei e deu nisso rsrs.
é minha primeira historia, nao tem nada a ver com anime (que é o que geralmente escrevo), mas resolvi postá-la primeiro
Agradeço a quem ler

Tudo feito por mim, todos os direitos pertencem a mim.



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                                                 A Princesa e o Servo

Meu nome é Edward Moure e eu vou contar a minha história, há pessoas que dizem ser triste, talvez realmente seja, mas eu não acho pelo simples motivo de ter terminado nos braços da pessoa que eu mais amava.

            Quando eu tinha meus 10 anos, eu vivia em Midgard, um reino distante que tinha um Rei, uma Rainha e sua única filha princesa. Naquela época eu vivia com meu pai em uma modesta casa a qual estávamos acostumados. Foi em um dos discursos do Rei Carlos, acho que ele falava sobre melhorias em Midgard em frente ao seu palácio, ele estava em companhia de sua esposa, a Rainha Rosemary. Eu e meu pai estávamos no meio da multidão em um bom local que nos permitia ver nitidamente o Rei, mas foi nesse instante que eu a vi, Isabela, a filha do Rei, possuía cabelos curtos e bem negros, a pele bem clara e belíssimos olhos verde-água. É claro que naquela época um garoto de 10 anos como eu não via nada de mais nisso, mas em algum momento nossos olhares se cruzaram e, olhando fixamente para mim, ela sorriu. E que lindo sorriso. Meu coração de criança bateu forte e na época não soube explicar o que era aquilo.

            Um mês depois, meu pai Charles, e eu fomos embora daquela cidade para uma outra distante devido ao trabalho de meu pai, e por muito tempo eu fiquei sem pisar em Midgard.

Nove anos depois, voltei para minha cidade natal, que saudade, não havia mudado muita coisa, mas parecia ter melhorado. Fui para minha humilde casa sem meu pai que havia falecido a um ano atrás, foi por isso que decidi voltar.

Certamente minha aparência havia mudado desde a última vez que estive aqui, eu estava bem mais alto, e devido a alguns trabalhos pesados meu corpo magro era também definido, com um leve volume nos braços. Meus olhos logicamente continuavam com seu eterno tom preto, e meus cabelos antes castanhos escuro, agora estavam mais claros, puxando ao castanho claro, quase loiro escuro, devido a minha constante exposição ao sol.

Eu certamente não era o modelo de beleza.

Antes de morrer meu pai havia me ensinado tudo sobre a arte de consertar tudo, e logo ao chegar fui ao encontro do Rei para arranjar trabalho.

Chegando ao palácio um dos guardas me escoltou até a presença do Rei, o vi sentado em seu trono, o soldado me colocou a sua frente, e o reverenciei.

- O que desejas senhor...

- Edward Moure, sua alteza.

- Sim, o que desejas, senhor Edward?

- Procuro trabalho meu Rei, acabo de voltar de uma longa viajem, e vim prostar-me a sua presença. Sou um reparador.

- Reparador, não? E você é bom?

- Creio que sim, meu Rei. Conserto uma infinidade de coisas.

- Então... Se quiseres poderia trabalhar aqui, no palácio. Nosso antigo reparador infelizmente veio a falecer, e estou precisado de um no momento.

Levantei a cabeça, entusiasmado e incrédulo.

- Mesmo? Quer dizer, seria uma honra senhor!

- Então você trabalhará aqui durante uma semana, de teste, e se eu o julgar eficiente poderá vir a morar aqui, no palácio. Está de acordo?

- Com certeza! Muito Obrigado, majestade! – Foi nesse exato instante que ela entrou na sala.

Isabela.

Como ela estava linda! Mais bonita do que da ultima vez que a vi, os cabelos curtos e lisos de antes estavam bem longos agora, mas com aquele mesmo tom negro brilhante, seu corpo era lindo, a cintura bem formada, e o rosto, ah! O seu rosto de porcelana ainda continuava ali, com aqueles lindos olhos verde-água enfeitando-o.

- Meu pai. – ela falou se aproximando dele.

- Filha. Não falei para não me interromper enquanto estou trabalhando?

- Mas o senhor não está trabalhando. – ela retrucou.

O rei sorriu.

- É verdade. Mas estou cuidando de um assunto.

- Quem é? – ela perguntou olhando para mim.

- Pode ser o novo homem responsável pelos reparos do palácio.

- Mesmo?

- O que queria filha?

- Ah. Não nada, eu falo depois. – ela beijou o seu rosto – Bom dia, pai. – e saiu da sala.

O rei continuou de onde havíamos parado a conversa.

- Pois então, venha aqui de manhã. Tenho alguns serviços para você.

- Sim, obrigado majestade.

- Agora pode se retirar.

Fiz uma reverência e um dos soldados ao seu lado me acompanhou até a saída.

            Uma semana depois o Rei me aceitou e passei a morar no castelo, meu quarto ficava no fundo do palácio, juntamente com os dos empregados. Lembro-me bem daquele dia, uns 3 dias depois de eu ir morar no palácio a Princesa me chamou para ir até o seu quarto, um dos soldados que a protegiam vieram me chamar, ele me disse que a Princesa Isabela precisava de meus serviços em seu quarto. E eu fui até o quarto dela, acompanhado do soldado.

Chegando á porta do quarto da princesa, o soldado mandou-me entrar e ficou esperando do lado de fora.

- Princesa? – Chamei timidamente.

- Aqui. – Ela falou. Segui sua voz e abri a porta do banheiro. A princesa estava toda molhada, o cabelo pingava no chão, e a torneira a sua frente estava espirrando água pra todos os lados.

- Ah. Deixe-me ajeitar. – Me aproximei ficando logo encharcado, e retirei sua mão da torneira que tentava, sem progresso, impedir o jorro da água.

- Ah. D-desculpe. – “O que eu poderia estar pensando? Não se pode tocar na filha do Rei! Mas por um momento ela me pareceu tão... Normal.”.

 Ela olhou a própria mão e sorrindo disse:

- Tudo bem. Não tem problema. Se você puder consertar isto o perdôo.

Senti meu coração falhar. Seu sorriso era simplesmente radiante, senti uma súbita vontade de sorrir só por ver o seu sorriso. Como era possível existir um ser tão belo quando ela?

- Claro. Vou consertar rapidamente, Princesa Isabela.

Ela saiu do banheiro e depois de alguns minutos eu terminei de consertar e chamei-a.

- Ora. Muito bom trabalho senhor...

- Edward Moure, Princesa.

- Prazer em conhecê-lo.

- O prazer é meu, Princesa. – Reverencie-ia.

- Ah, não, não. Não precisa fazer isso, por favor, não faça. – Pediu fazendo um sinal negativo com os braços.

- Mas...

- Por favor. – Implorou.

-... Entendi.

- Obrigada. – Ela sorriu.

Retirei-me do aposento da Princesa logo depois e fui para o meu quarto, passei o tempo todo pensando nela, no seu sorriso. Ela parecia uma Deusa, uma fantasia minha. De todo modo, ela era inalcançável para mim.

            O tempo foi passando e quanto mais ele passava mais aumentava o número de vezes que a Princesa me chamava para fazer algum trabalho. A maioria era simples, peças soltas, furos em canos... Conclui que a Princesa era um pouco... Desajeitada.

Passávamos tanto tempo juntos devido à quantidade de coisas para consertar que acabamos nos tornando amigos. Claro que na frente dos outros não nos falávamos ou conversávamos, afinal, ela ainda era uma Princesa e eu um reles servo de seu pai. Mas enquanto eu consertava as coisas, longe dos olhares dos soldados ou mesmo do Rei, nos dávamos muito bem. Toda vez que ela me chamava eu ia correndo ver o que era, mesmo que nunca fosse nada urgente, eu ia apenas para poder vê-la de novo, ver o seu sorriso exuberante, sua face de porcelana e seus olhos verdes incrivelmente belos.

Certo dia, já fazia um ano que eu morava no palácio e servia ao Rei, mas nesse dia, nós nos descuidamos. Nosso erro irreparável que trouxe trágicas conseqüências.

Estávamos novamente no seu quarto, desta vez eu ajeitava a infiltração do seu quarto, a mando do Rei, raramente eu trabalhava em algo mais que simples no quarto da Princesa. E enquanto conversávamos me machuquei com o prego e minha mão começou a sangrar.

- Ah! Espere, vou procurar, deve ter algum remédio ou pomada por aqui. – disse vasculhando a gaveta do criado mudo ao seu lado.

- Ai. – Droga, estava doendo, e não parava de sangrar.

- Vou tirar o prego primeiro – declarou por fim já que não havia achado nada.

- Ai. – Apertei meu pulso quando ela retirou aquele prego.

Foi então que ela, por não ter achado nada para ajudar, estancou o sangue sugando-o com sua boca. Fiquei paralisado.

- Pronto. – Declarou soltando minha mão.

- O-obrigado... – Nem consegui repreendê-la por fazer isso a um reles servo. Seu rosto estava perto de mais do meu, eu podia sentir o calor emanando do seu corpo e o aroma leve e suave do seu perfume, ou seria seu aroma natural?

Percebi seu rosto corar levemente. Pensei em beijá-la, talvez devesse. Não! Não deveria! Ela é a Princesa esqueceu? O que eu sou? Apenas o “quebra-galho” do Rei. De qualquer jeito, eu não conseguia me mexer e ela... Bom, ela também não se mexia. Foi nesse exato momento que um soldado entrou, talvez tivesse me ouvido quando me machuquei, seja o que for, com certeza não era bom ser visto naquelas condições com a Princesa.

- Princesa! – Ela se separou imediatamente de mim, pondo-se de pé. – O que pensa que está fazendo?

- Eu, eu... Eu não estou fazendo nada, apenas ajudando o senhor Edward que se machucou!

Que bom que ela tinha o raciocínio rápido.

- Deixe! Eu o ajudo. A senhorita deve ir para o quarto ao lado. Amanhã o senhor Edward termina o trabalho, não? – Se dirigiu a mim, obviamente.

- Sim. Ah, desculpe meu descuido, Princesa.

Saímos dali e o soldado me mandou ir para meu quarto e tratar do meu ferimento alegando haver curativos e pomadas no quarto de empregados, e eu fui.

 Fui sem desconfiar do que aconteceu dois minutos depois, nos aposentos do Rei.

- Sua majestade. – o soldado prostou-se em uma solene reverencia em frente ao Rei.

- O que dejesas?

- Sua majestade – ele levantou a cabeça – Creio não ter sido uma boa ideia empregar aquele homem aqui, no palácio.

- De quem está falando?

- De Edward, sua majestade, o homem que faz os reparos do palácio.

- O que o faz pensar assim? – Indagou.

- Minutos atrás eu vi ele e a Senhorita Isabela, no quarto sozinhos, próximos demais. Se eu não tivesse chegado, não sei o que poderiam ter feito.

- O quê?! – o Rei levantou alarmado – É bom que não estejas mentindo.

- N-Não senhor! Eu nunca faria isso com o senhor, majestade!

- Bem que achei ter visto alguns olhares discretos entre eles... Mas algo assim é inaceitável! O que minha filha pensa que esta fazendo? Ela é uma nobre! E ele um reles empregado! Vou ter uma conversa séria com ela e demitir Edward Moure. – Declarou o Rei.

- Ah... Majestade, se me permite, creio não ser uma ideia... Exatamente eficaz. Pois se realmente existe um... Contato entre os dois, poderam se encontrar fora do palácio.

- O que me sugere?

- Bem... Creio que poderia haver um dia de descanso para todos os soldados do palácio, senhor.

- Está me pedindo isto em troca?

- Não, majestade! Quero dizer que sem soldados a segurança ficara falha e a entrada de algum meliante se tornaria fácil...

- Continue, ainda não entendo o que quer com isso.

- Quero que entenda que não seria nenhuma surpresa o meliante acabar ferindo mortalmente alguém pelo caminho. – disse o soldado sorrindo significativamente.

- Ah... Claro, claro. – o rei sorriu – Realmente, os soldados estão precisando de um descanso.

            E assim foi feito, no dia seguinte mesmo o Rei ordenou descanso para todos os soldados do palácio, disse-lhes para aproveitar o dia, apenas dois de seus guardas continuaram ao seu lado naquele dia. E conforme o soldado havia dito aconteceu, um “meliante” entrou no palácio contratado pelo soldado a mando do Rei. O soldado lhe mostrou o seu alvo: Edward Moure, e disse-lhe para manter máxima cautela e para fugir logo depois de completar a ordem do Rei usando o pagamento adiantado.

No mesmo momento, a Princesa que estava no quarto, resolveu ir ver Edward, pensou que não teria problemas devido a pouco segurança que havia naquele dia.

            Bateram na porta do meu quarto quando eu estava indo tomar banho, larguei a toalha em cima da cama e fui atender. Para minha surpresa era Isabela.

- P-princesa Isabela! O que a senhorita veio fazer aqui?

- Ah, desculpe, estava... Se trocando? – Percebi ela corar levemente. Reparei que havia esquecido de vestir minha blusa.

- Ah. Perdoe-me. – Peguei minha blusa de cima da cama e vesti o mais rápido que pude.

- Achei que não haveria problema visitá-lo, como quase não saio do palácio não tenho ninguém com quem conversar, e como todos estão de folga...

- Mas não deveria vir aqui, não é digno da senhorita.

- Ora, não fale assim. Ah não ser que não me queira aqui, claro... Ai eu posso me retirar...

- Claro que não! Eu gosto de conversar com a senhorita, só não acho que... Seja bom para uma Princesa.

- Eu não me importo. Já não basta?

-... – Fiquei calado. Na verdade não bastava, o que o Rei faria se descobrisse que sua filha conversa com um reles servo? Mas não queria discutir, não quando eu podia ficar mais um tempo com ela.

Derrepente a porta abriu com força e Isabela deu um passo para trás alarmada. Um homem com o rosto coberto e uma arma na mão entrou, olhou para nós que estávamos paralisados, apontou a arma para mim e atirou. No momento não senti nada, mas como se tivesse vindo lentamente senti a bala acertar meu peito e cai de joelhos no chão. O homem fugiu correndo e batendo a porta.

- Princesa... Saia daqui... Chame os soldados que ficaram com seu pai, o Rei... – Pedi sentindo uma forte dor, mas ela não respondeu.

- Princesa?

Tomei um grande susto. Ela estava caída no chão com uma mancha vermelha sobre o vestido branco.

- Princesa! – Então me lembrei. Antes de o homem atirar, ela se jogou na minha frente. A bala teria a atravessado?

- Princesa, acorde! Por favor, não pode morrer... -! – Minha fala foi cortada pela vertigem que senti. Cai no chão novamente.

Quando abri os olhos ela estava com a mão sobre minha testa, sorrindo. O sangue lhe escorrendo pela barriga perfurada pela bala, manchando todo seu vestido, tingindo-o de vermelho.

- Edward... – Falou com a voz fraca.

- Por que...? Porque ficou na minha frente...?

- Eu... Não sei... Foi impulso, talvez instinto... Não quero que morra...

- Devem ter ouvido o barulho, logo viram salva-la... – Minha visão estava ficando turva.

- Edward... Não morra, preciso de você. Foi o único que conversou comigo normalmente. Meu único amigo. Por favor.

- Desculpe... Mas não sei se posso realizar esse seu pedido... – Sorri levemente.

- Edward...! – Senti suas lágrimas tocarem meu rosto. Obriguei meus braços a se mexerem e enxuguei suas lágrimas.

- Não chore... Por favor, Princesa... – Quase não sentia sua mão no meu rosto. Eu estava morrendo, mas não me importaria se ela sobrevivesse, ela vai sobreviver não? Assim eu não me importo, mas se não chegar alguém logo...

- Princesa... Eu... – Minha visão escureceu de vez, e perdi a força do meu braço deixando cair de lado. Sentia meu coração bater cada vez mais fraco... Até cessar.

- Edward? – A princesa chamou – Edward! Não, Edward, não! – A princesa deitou-se sobre o corpo dele, chorando, chamava seu nome sem parar, até também sentir o pulsar de seu coração diminuir e a visão ficar turva. Ela levantou o rosto e beijou-lhe os lábios dizendo em seguida:

- Eu te amo, Edward. – E apoiou seu rosto sobre o peito dele novamente, e sorrindo, sua respiração cessou.

Minutos depois eles foram encontrados, o corpo já sem vida, “as faces pálidas, murchas, sem rubor”. A Rainha Rosemary desabou a chorar sobre sua única filha e o Rei inconformado com o que havia feito caiu em uma profunda depressão.

Um mês depois o Rei veio a falecer de tanta tristeza, pensou em suicidar-se, mas antes que pudesse a tristeza o levou.

A Rainha levou o reino com dificuldade, mas com a ajuda de amigos não deixou o Reino afundar.

Anos depois a Rainha também veio a falecer e outros tomaram o seu lugar.

Naquele dia o Reino ficou em silêncio, os pássaros pararam de cantar e o céu ficou pesado e cinzento. Todos reverenciando a bela e trágica história de um casal apaixonado que não teve a oportunidade de se amar.


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Notas finais do capítulo

Bom, é isso. Terminei minha primeira história! (weeeeeeeeeeee)*feliz feliz, alegre alegre*Espero que gostem, fiz com todo o carinho para quem quiser ler Espero que esteja boa e, por favor, peço review, bons ou ruins. Mas mandem por favor para eu saber o que preciso melhorar (o que deve ser muito .-.).Agradeço novamente a vocês.



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