Overhill - A Lenda dos Cristais escrita por VenusHalation


Capítulo 6
Capítulo 5 - A volta.




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Os guerreiros, exceto Luthien, comiam tranquilamente no salão principal. Era um banquete farto, haviam carnes dos mais diferentes tipos, inclusive de animais de Overhill, com sabor inigualável, saladas das mais diferentes folhagens e leguminosas de sabor levemente adocicado, sopas quentes acompanhadas de pães e torradas levemente crocantes e as mais variadas sopas e cozidos. Todos comiam vorazmente, principalmente Kayro que comia como se fosse o último alimento que veria na vida.

 _Credo vovô! Você deveria comer mais educadamente! Isso está nojento!

_Fica quieta pirralha! To morrendo de fome! - Kayro falava com a boca tão cheia que chegava a cuspir.

_Não precisa comer feito um porco! 

_Fica quieta e me passa essa tigela!

_Você quer a tigela, é? - Megume levantou a tigela em cima da cabeça de Kayro

_Não faça isso Megume! - Laurence advertiu levando um olhar cortante da menina. - Desperdiçar comida não é certo

_É verdade... - Sorriu divertida. - Você tem razão!

 Divertindo-se em meio as risadas causadas pela pequena confusão, terminaram a refeição e magicamente os restos sumiram e deram espaço a tortas de todos os tamanhos, cores e sabores, frutos maduros acompanhados de caldas deliciosas e doces que jorravam de fontes e faziam desenhos no ar. Era, com certeza, a refeição mais cheia de arte, beleza e, é claro, delicias que já haviam provado. Ravel sorriu ao ver a satisfação de todos ao mesmo tempo que resolveu conversar durante a sobremesa. 

_Então, tiveram problemas com animais na floresta? - Disse o anjo.

_Não eram animais comuns, eram animais que normalmente são muito dóceis, não atacariam sem motivo. - Kiba olhava para o teto.

_Às vezes vocês invadiram seus territórios, quem sabe... - Ravel disse musicalmente.

_Não. Eu sou um druida, conheço animais, sei como agem e o que fazem. Aquela Quimera e aquele Dragão não tinham nenhum motivo para atacar, são espécies muito calmas!

_Além disso, eles só vieram em minha direção. - Razac disse indiferente.

_Como? - O anjo conselheiro pareceu pela primeira vez com o olhar mais preocupado.

_Eles estavam atrás do cristal, é evidente! Não teriam outro motivo para atacar Razac e esquecer dos outros que ali estavam! Se esses animais atacassem por invasão de território iriam nos atacar, não exclusivamente a Razac. - Euturiel explicou o ponto de vista de todos.

_Ao que parece, senhor, temos uma missão um pouco maior que só reunir os cristais.

_Tem razão... Agora não é hora para pensar nisso, bem senhores peço-lhes licença, tenho umas coisas para resolver, tomem um banho e descansem, quando eu terminar o que tenho de fazer mando lhes chamar. - Ravel levantou solenemente.


***************
 
_Paragon, por favor... - Karnos dizia preocupado.

_Luthien... Sabe porque foi separada do grupo agora não é? - Perguntou Paragon indiferente vendo a elfa apenas balançar a cabeça afirmativa.

 _Podemos chamar seu pai certo? - Ravel entrou na pequena sala de chá já perguntando a moça.

 A elfa apenas os fitou, sentia medo e o mesmo tempo uma vontade monstruosa de desaparecer dali. Olhou para Paragon que parado a olhava indiferente e sem esperar a resposta positiva para a pergunta anterior já mandava ordens.

_Jaha! Zenon! - Ele chamou dois anjos jovens e bonitos. - Tragam Turgon, creio que ele já quer ver sua filha!
 
 **************

Em uma das torres de aposentos Kiba deitava em sua cama, sentindo todo o conforto do local. Um dormitório ventilado, muito grande, todo com paredes de pedras brancas e brilhantes, com camas enormes de madeira entalhada e colchões de lençol branco e detalhes de delicadas rendas, quadros magníficos que imitavam as paisagens mais belas e longínquas de Overhill. O druida respirou fundo, aproveitando aquele clima gostoso e o vendo que vinha da varanda onde o amigo, Razac, estava a pensar. 

_Razac, porque está com essa cara?

_Não é nada...

_Sabe Razac... Vou ser sincero... Acho que você deveria dizer a Luthien o que sente...

_Já disse para esquecer isso!

_É melhor perder tentando que ter a certeza de que perdeu sem ao menos fazer algum esforço! Não deixe sua chance escapar assim!

_Kiba olhe para ela e Barton! Não há chances! 

Kiba olhou o guardião, ele era realmente estranho quando não tinha aquela expressão dura e felina e falava com calma.

_Eles mal se conhecem! Conheceram-se ontem!

_E daí? Já viu o jeito com que ela o trata? Toda carinhosa?

_E daí!? E daí que mal se conhecem não tem como acontecer nada! Luthien é doce por isso é tão carinhosa com ele, ela é carinhosa com todos Razac! Nunca foi com você porque você não a permite chegar tão perto! Você viu na floresta quando se machucou!

_Cale essa boca seu vira-latas!
 
***************
 
Os dois anjos de armadura, Zenon e Jaha sairam da pequena sala, todos ficaram em silêncio esperando pelo retorno dos dois. 
Ao voltarem traziam um velho elfo, alto, tinha longos cabelos ralos e a barba de um amarelo tão opaco que se misturava ao branco, dando um ar encardido a cabelo, as orelhas pontudas, o rosto era enfeitado de rugas e muitas marcas de expressão, os olhos eram verdes vivos, como os da elfa na sala. Ao lado do senhor havia outro elfo, jovem, bonito, um pouco mais alto, tinha cabelos lisos, longos que na cor alternava entre mechas de um louro escuro e castanho, estava preso a um rabo de cavalo alto, também tinha as mesmas orelhas pontudas, os olhos eram esbranquiçados, tinha uma expressão de homem valente, imponente, na verdade muito belo, galante, como nenhum outro, e seu olhar estava pousado sobre Luthien.

 _Luthien! Minha querida filha, você está viva! - Trugon abraçou a filha com os olhos marejados. - Minha querida... Tão bom ver que você está bem! Mas olha só para você, está toda desajeitada minha pequena, suas roupas estão rasgadas, está suja, seu cabelo... Céus! Você poderia ter morrido!

_Papai... Estou bem, estive bem esse tempo todo, não precisava se preocupar.

_Bom saber que você está bem. - Rapaz aproximou-se.

_Agradeço a preocupação Daeron. - Ela disse em tom de sarcásmo.

_Vejo que até mesmo em seu pior estado continua se mostrando a mulher mais linda de Overhill! - Ele passou a mão nos cabelos da jovem ignorando qualquer grosseria.

_Poupe seus elogios! - A elfa afastou a mão.

_Luthien! Isso não é jeito de tratar seu noivo!

_Acalme-se Turgon. - O jovem elfo disse calmamente. - É tudo muito novo para minha amada.

_O quê!? Está louco!? - Ela se levantou bruscamente.

_É necessário! - Turgon tentava acalmá-la.

_Karnos, Ravel, Paragon e Daeron, os senhores poderiam me deixar conversar a sós com meu pai? - Ela respirou fundo buscando controle.

_Claro... Vamos! - Karnos disse em tom forte e intimidador fazendo todos saírem.

 Pai e filha entreolharam-se, Trugon tinha um olhar triste e Luthien mantinha o olhar em chamas de minutos antes, fuzilando o velho elfo que lhe segurou a mão esperando que a filha mantesse calma.

_Filha... Você tem que entender... Precisamos disso, já morreram tantos em nossa aldeia! Temos que casar você para o bem de todos! Não quero te obrigar, jamais quis obrigar-te a casar assim!

_Deve haver outro jeito pai!

_Você sabe que não há... Mesmo se houvesse demoraria muito e muitos de nós iríamos morrer... Por favor, Luthien, faça isso por mim.

_Papai... Por você... Pela aldeia... - A loira abaixou os olhos. - Tudo bem, eu o farei... Mas saiba que é contra minha vontade!

_Filha... Perdoe-me... Não queria que fosse assim...

_Eu sei pai... Eu sei que não queria... Agora me deixe descansar, tenho fome, preciso de um banho, preciso de um tempo para pensar...

 _Tudo bem querida.

Luthien saiu da sala, cabisbaixa, num corredor branco e tão grande que parecia sem fim entrou no quarto que era seu, viu em uma bandeja um prato preparado especialmente para ela, tomou um banho demorado e resolveu alimentar-se, mas não conseguiu comer muito. 
Resolveu andar seguindo o corredor branco, ao fim sua saída dava para uma sacada grande, bonita, havia nela um telhado e nele uma trepadeira que deixava cair flores azuis, apoiou-se na sacada de onde conseguia pra ver grande parte de um lindo jardim que havia nos fundos do palácio, ficou lá, pensando, apenas até Barton aparecer. 

 _Luthien? 

_Ah! Barton! 

_Então... O que faz aqui sozinha?

_Pensando...

_Em que? Posso saber?

_Vou me casar... 

_Como assim!?

_Vou me casar!

 _Não era você que dizia que não iria se casar de jeito nenhum?

_Muitos morreram graças à crise na minha aldeia, não vou deixar que mais deles morram de fome por um capricho meu, tive um ano para arranjar uma solução e não consegui... l

_Luthien... Não fique assim... Vamos dar um jeito... Prometo que tiro você dessa... - Barton segurou as suas mãos da jovem, colocando-a de frente um para ele.

Barton sentia seu coração acelerar, a conhecia há apenas dois dias, mas sentia uma chama intensa em seu peito, algo diferente. Aproximou-se ainda mais da elfa sabendo da fragilidade emocional em que ela se encontrava, talvez fosse sua chance.

_Luthien, eu fiquei sabendo do que houve, Daeron está aqui no palácio também não év– Razac apareceu de súbito.

_Está sim Razac... Ele deve estar andando por ai, quer vê-lo? - Luthien se livrou das mãos do cavaleiro. 

_De maneira nenhuma, estava a sua procura mesmo. Queria saber mais sobre o casamento.

_O que? Perguntar sobre o casamento agora? Não vê que ela não quer se casar e nem dar detalhes sobre isso? Você é mesmo um idiota! – Barton olhou nervoso.

_Não tenho o propósito de chatear Luthien, só quero falar com ela! Guarde suas palavras, seu ser ignóbil! 

_Cale a sua boca antes de vir falar desaforos a mim!

_Calem-se os dois! Barton por favor, deixe que eu converse com Razac, ainda não tive a chance de falar com ele desde que cheguei. 

_Tudo bem, mas só porque você pediu!

Barton se retirou muito irritado, a ultima coisa que o cavaleiro queria era ser interrompido. Luthien não entendeu o porquê da briga, Razac se sentia vitorioso, fez com que Barton parecesse um idiota. 
Olharam-se demoradamente e a elfa se apoiou na sacada, Razac olhava o vento que batia no rosto de Luthien, seu coração palpitava, ela era linda, ele a admirava, queria olhar ela ali para sempre, mas sabia que ficar ali parado não adiantaria, ele se apoiou ao lado dela abaixando o capuz de guardião sentindo o mesmo vento lhe bater no rosto.

_Desculpe Razac...

_Está tudo bem, acontece. Então realmente Daeron veio lhe buscar.

_É... Mas você sabe muito bem que...

_Que você estava esperando se apaixonar pela pessoa certa. – Ele interrompeu.

_Já repeti isso tantas vezes? - Ela sorriu timidamente.

_Bom ver você sorrindo... E sim... Várias e várias... Diz-me, quando você sabe que é a pessoa certa?

_Não sei... - Ela tinha um olhar perdido no céu.

_Talvez sejam os sinos...

_Sinos então? Quer dizer então que o senhor Razac já se apaixonou?

_Também tenho sentimentos sabia?

_Meio estranho acreditar... Você? – Ela riu. - Só você mesmo pra me fazer rir Razac! E quem é ela?

_Bem... Uma garota...

_Engraçadinho! Não quer dizer não diz! 

_Não é que eu não queira, mas você ficará sabendo logo!

_Assim espero... Ela é bonita?

_Linda... 

_Eu conheço?

_Sim, conhece.

_Me fala!

_Já que tanto insiste... 

Razac encarou o mar esverdeado da elfa procurando qualquer sinal de reprovação, apenas viu olhos ansiosos e curiosos, aproximou-se mais estendendo uma das mãos para levar os cabelos dourados da elfa para trás da orelha pontuda, mas antes que o guardião pudesse falar, na sacada apareceu Daeron. 

_Daeron... – A elfa disse desanimada. 

_Luthien, nós não conversamos hoje, você estava tão cansada que resolvi não incomodar você mais cedo, vejo que agora está melhor. 

_Sim, bem melhor. 

_Fico feliz em saber. Luthien. quero que saiba que você foi a melhor coisa que já me aconteceu. - ele entregou uma rosa a garota. - Tão linda quanto você! Agora tenho de ir. Sinto ter incomodado. O elfo saiu elegantemente, sem se incomodar com a presença de Razac, fazendo a capa vermelha que usava farfalhar no ar. 

_Nossa...

_Esse cara é um tanto quanto... Não encontro as palavras...

_Um tanto quanto pomposo...

_Tirou as palavras da minha boca!

_Ficamos tanto tempo conversando aqui que já está escurecendo.

_É verdade, temos que nos aprontar, logo servem o jantar.

_É... Obrigada Razac... Acho que sem você eu não teria tido um dia bom! 

_Luthien... Eu... Eu farei de tudo para evitar seu casamento! Prometo!

_Sei que fará!  - Ela deu um beijo na bochecha de Razac e saiu.
 
**********************
 
_Poxa... Estou com uma fome! – Kiba disse alto.

_Eu comeria um boi! – Kayro jogou-se na cama.

_Nem fala... Acho que dois dias sem comer direito me fizeram um estrago, será que falta muito para o jantar? – Laurence limpava seus óculos de grau.

_Vocês são esfomeados! O jantar será servido assim que baterem o sino! – Barton resmungou.

_Podia bater agora! – Laurence colocou os óculos e ouviu imediatamente o sino bater.

_Você é bom nisso Laurence! – Kiba riu encancaradamente.

Seguiram rindo para o salão branco, o local estava perfeitamente iluminado o que o fazia perder aquele ar de angústia.

_Sentem-se rapazes, só vamos esperar as moças chegarem, mulheres sempre se atrasam não é mesmo?

_Com certeza! Quando tinhamos que fazer rituais no vilarejo as mulheres sempre se atrasavam, mas sempre chegavam lindas, é claro.

_Tem razão, vale a pena a demora elas sempre ficam lindas, mulheres não é? Como viver sem elas?

_Claro... – Ravel revirou os olhos. – Como viver sem elas?

Não tardou muito e as garotas já desciam e se acomodavam na mesa, num jantar aparentemente animado e farto. 

_Peço licença aos senhores e senhoras, mas tenho que fazer um pequeno anúncio. – Turgon batia em uma taça. - Minha amada filha Luthien vai se casar com este rapaz! - Ele colocou uma das mãos no ombro de Daeron. - Sei que é uma notícia repentina, mas espero que entendam, proponho um brinde! 

Todos olharam meio assustados, excerto Barton e Razac que já sabiam da notícia, eles levantaram as taças e fizeram o brinde.

_Saúde e felicidade aos noivos! – Karnos disse. - Tenho também uma coisa para dizer.  Depois do dia de amanhã vocês partem em missão efetiva! Amanhã pela manhã passarei as instruções do começo da missão, não poderei passar amanhã à tarde ou no dia da missão, pois tenho algo importante para fazer.

_Por que não começar logo hoje grande galináceo? – Megume perguntou.
_Daeron e Luthien precisam se resolver.

_Não seria nada bom para eu imaginar que tenho uma noiva e não terei aproveitado nem um só momento com ela. – Daeron disse solene.

_Entendo perfeitamente. – Barton falou de forma indiferente e brutal.

_Então se prepare, você não vai aproveitar nada! Estarei pronto para lutar por ela! Somos três caras... E eu acho que três é demais! – Razac falou em tom para que apenas ele mesmo pudesse ouvir.
_Então, espero que entendam, amanhã será um dia corrido, é bom que se deitem e descansem. Com sua licença. 

_Também vou me retirar, boa noite para todos. Com sua licença.
Depois todos se levantaram cada um seguiu para seus quartos, todos dormiram rápido, excerto Luthien, que demorou a adormecer. Na manhã seguinte o sol estava alto, o dia estava bonito, o ar estava fresco, todos despertaram com o bater do sino do palácio avisando sobre o café, se arrumaram, olharam pela janela e seguiram praticamente juntos ao salão branco.

Desculpe-nos pelo nosso pequeno atraso, tivemos algumas coisas para resolver.

_Antes de começarmos o nosso café devo lhes dizer que após o café os nove guerreiros devem seguir com Ravel. – Karnos disse.

_E o que vamos fazer com Ravel? – Laurence olhou curioso. 

_Como disse ontem, irão receber oficialmente sua verdadeira missão! Sem mais perguntas agora, pois nosso tempo é limitado e hoje teremos um dia corrido!

Todos se calaram, o café foi tranqüilo, o tempo passou rápido. Quando terminaram de comer Ravel se levantou, fez um sinal com a cabeça para que o seguisse. O caminho foi longo, não se sabe se era pela ansiedade dos guerreiros ou era realmente o caminho enorme de escadas altas e corredores extensos cheios de belas pinturas e estatuas, depois de muito tempo pararam em frente a uma parede, Ravel apenas fechou os olhos, o chão tremeu levemente e como num passe de mágica um portão apareceu ali, era feito de quartzo azul, tinha detalhes em prata e no centro, mais alto do que qualquer envergadura humana poderia alcançar, uma grande pedra branca. Ravel voou graciosamente até a pedra, colocou a mão sobre ela, que brilhou levemente, o portão se abriu, uma luz forte veio lá de dentro, todos colocaram as mãos sobre os olhos, levaram alguns minutos para se acostumar com a claridade, Ravel fez um sinal para que entrassem.

Era uma sala redonda, uma espécie de cúpula, tudo nela era dourado, paredes, chão, móveis, no centro da sala havia uma pequena mesa onde tinha uma outra pedra branca como na porta, da mesa saiam quatro linhas de prata que seguiam no chão até cada uma encostar-se a um circulo circunscrito em outro, no intervalo que havia entre um circulo e outro tinham várias coisas escritas, em um dialeto desconhecido, pareciam símbolos, no chão, divido pelas linhas em quatro partes havia quatro símbolos que todos ali conheciam muito bem, eram os símbolos do fogo, água, terra e ar, os mesmo que estavam gravadas nos quatro pontos cardeais da montanha celestial, as paredes eram lisas, apenas eram enfeitadas por pilastras jônicas, de frente para a porta havia uma estante cheia de pergaminhos.
Todos olhavam para aquele lugar, estavam impressionados.

 _Por favor, fiquem em volta do circulo maior. – Ravel balançou os cachos dourados. – E em hipótese alguma se movam.  

Posicionaram-se. Ravel se aproximou da mesa, colocou a mão sobre a pedra, sussurrou algumas palavras, a pedra brilhou, a mesa deu uma guinada rápida e abaixou, ficou como se fizesse parte do chão, o lugar onde os guerreiros estavam posicionados subiu, fazendo-os perder um pouco do equilíbrio entendendo o porquê da ordem para não se moverem.

Dava para ver exatamente os círculos e onde era a mesa lá de cima, Ravel alçou vôo, as linhas feitas em prata que contornava os círculos, símbolos e escrituras, começaram a encher-se de um líquido viscoso e azul brilhante, os círculos giraram para lados opostos, entre os círculos criou-se uma plataforma azul meio transparente, os símbolos dos elementos fizeram aparecer contornos azuis, em várias formas e tamanhos, uma pequena explosão de luz e apareceu, na frente de todos uma espécie de mapa, Overhill em miniatura, no centro onde estava a pedra estava a montanha celestial, anjinhos pequenos iam e voltavam da montanha no mapa, nos rios haviam fadas, ninfas, sereias, nas florestas duendes, gnomos, elfos, ogros, entre outras criaturas mágicas, andavam, corriam, conversavam, voavam, era tudo em tempo real. 

_Bem-vindos à sala especial, este mapa abaixo de vocês mostra Overhill inteira em tempo real, vista de cima. – Ravel cruzou as pernas no ar.

_Fantástico! – Kayro sorriu.

_Nem eu que passei a vida inteira aqui sabia da existência dessa sala! – Euturiel pareceu indignada e impressionada ao mesmo tempo.

_É uma sala secreta Euturiel, apenas os anjos mais importantes da montanha celestial sabem de sua existência, aqui é onde guardamos todos os documentos e mantemos o controle do nosso mundo por meio do mapa.

_Vamos logo! Estou ansioso para saber da missão! – Barton quase se jogava no mapa.

_Paciência não é sua virtude não é mesmo rapaz?

_Perdão senhor...

_Enfim... Vamos ao que interessa. 

Ravel voou até a grande estante de pergaminhos, pegou um desdobrando-o delicadamente, sussurrando algumas palavras, o pergaminho tomou forma de um bastão dourado, era comprido e tinha uma bolinha azul e brilhante na ponta, o anjo o olhou satisfeito e pegou outro pergaminho, voltou a sobrevoar o mapa, mais uma vez sussurrou outras palavras, depois disso, a leste, do mapa onde ficava o símbolo da terra, apareceu uma pequena luzinha vermelha que piscava, Ravel pegou o grande bastão e apontou para a luz.

_Estão vendo esse ponto? – Os viu assentir com a cabeça. - Aqui é o Campo Gérberas, é a possível localização de um dos cristais.

_Campo Gérberas? Por que esse nome? – Kayro perguntou

_É pela grande quantidade de Gérberas que tem. – Megume desdenhou. – Não é óbvio velhote?

_Perigoso? – Barton perguntou desconfiado.

_Nem um pouco, só tem duendes, gnomos e algumas pequenas fadas por lá. – Kiba respondeu animado.

_Então vai ser facíl! – Laurence mostrou uma expressão aliviada.

_Creio que toda a missão de vocês será fácil, vocês só tem que recolher alguns cristais e traze-los para a montanha celestial. – Ravel disse.

_Creio que não Ravel, os ataques do dragão e da quimera ainda me deixam receoso. – Razac olhou a expressão tranqüila do anjo.

_Razac tem razão... Outros ataques podem acontecer, tem mais gente envolvida nisso, pode ter certeza.

_Ainda não há evidências de que eles atacaram pelo cristal, mas já que disseram, parece que não será tão simples. Por enquanto não se preocupem com isso.

_Temos que nos preocupar sim, não vê que estamos correndo um gran...
_Voltemos à parte importante e chega de conversas, quero silêncio agora! – Ravel interronpe parecendo pela primeira vez ameaçador. - No Campo Gérberas é onde provavelmente estará o cristal que guarda o demônio da terra. 

Demônio da terra... Símbolo da terra... Conveniente e óbvio.” Pensou Barton.  

_Sei que devem estar pensando “Como isso é óbvio”, eu pelo menos acho que é mera coincidência. 

_Eu continuo achando que isso é óbvio. Se cada cristal estiver de acordo com seus símbolos será fácil!

_Ai vovô... Você não pensa mesmo não é? 

_Pirralha! Você é muito esperta não é?

_É simples vovô... Nem tudo é o que parece ser o cristal da terra pode estar no lado da terra, mas tem um porém.

_E qual seria então garota esperteza? 

_Vamos pegar como exemplo o cristal do Razac, é o cristal da escuridão certo? – Megume já explicava.

_Sim. E o que tem isso com os outros? 

_Apesar de ser o demônio da escuridão Razac não foi até o inferno buscá-lo, bem pelo contrário, ele estava na montanha celestial guardado pelos anjos. – Laurence explicou sabiamente completando o raciocínio da pequena. 

_Tudo bem... Faz sentido...

_Continuemos. – Ravel disse hipnotizante. - Tem um túnel guardado por alguns duendes, fica mais ou menos onde está o pontinho vermelho, mas tomem muitos cuidados, porque para enganar os homens, eles fabricam uma substância parecida com ouro, que desaparece algum tempo depois, não se deixem enganar por eles entenderam?

_Quer dizer que eles têm ouro de verdade?

_Tem, mas só dão em troca de algum favor “útil”. 

_Qual seria o favor? – Megume já sentia o ouro geladinho nas mãos.

_Salvar a vida de um deles pode ser um exemplo.

_E duendes se machucam facilmente. – Kayro perguntava interessado.

_Não, eles têm uma proteção especial, meio que um sensor de perigo.

_Como Razac? 

_Semelhante...

_Ah... Droga! – Kayro e Megume disseram em uníssono.

_Bom, já dei todas as instruções básicas para que vocês possam fazer a primeira parte de sua missão, o que irão encontrar pelo caminho é apenas um detalhe que os que já viviam aqui sabem explicar, todos partem amanhã ao amanhecer.

_Podíamos ir hoje!

_Todos sabem que hoje teremos o casamento de Luthien, por isso darei por encerrada a nossa pequena reunião para que todos se aprontem. 
Ravel fez um gesto com o grande bastão, a sala deu um leve tremor, o mapa desapareceu, o local onde estavam os guerreiros desceu e a mesa de centro subiu mais uma vez. Ravel fez o sinal para que todos saíssem, quando saíram a porta simplesmente desapareceu. Seguiram juntos até uma parte do corredor, quando se separaram para vários corredores diferentes que davam em seus aposentos, Barton e Razac iam pelo mesmo caminho.

_Sei que estava ouvindo eu e ela conversando ontem na sacada.

_Não estava, e mesmo se estivesse não lhe devo nenhuma satisfação sobre.

_Não seja estúpido, eu o vi, e não seria mera coincidência você aparecer naquela hora!

_Decepcionado? – Razac sorriu cínico.

_Agora sou eu quem não lhe devo satisfação alguma.

_Então ponha-se no seu lugar, humano!

_Ah! Cale a boca! E não é por isso que vim falar com você mesmo, sei que discutimos, mas temos um interesse em comum!

_Não temos nenhum interesse em comum!
_Tirá-la daqui antes deste casamento idiota! – Barton viu Razac o fuzilar com o olhar. - O que me diz?

_ Tudo bem. Farei por ela e não por que está me pedindo! Que fique bem claro!

Razac e Barton começaram a planejar o que fazer, de última hora, não era possível fazer alguma coisa, precisavam da ajuda de alguém...

 

Continua...


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Notas finais do capítulo

Volteeeeei! o/
Primeiro: quero dizer que não postei semana passada pq o Nyah! saiu do ar e quando fui ver que ele tinha voltado jah era quarta, então, optei por postar logo sexta pq no meio da semana é tenso e-e'
Segundo: quero pedir desculpas pelo capítulo aparentemente parado, sem graça e tosco, mas é como eu disse no começo:
Não dá pra ser escritora de ação, comédia, drama, etc... O tempo inteiro. Eu acredito que toda estória deve ter suas partes monótonas pra dar um pouco de expectativa(ou não e-e).
Espero que não me matem por isso =D
Terceiro: agradeço aos novos leitores que ganhei pelos reviews '
Quarto: passei na prova do Detran(quem se importa?)
Quinto: Tenho fics novas, one-shots bem pequenininhas se puderem passem por lá
Sexto: Obrigado por ler a fic,não esqueçam das estrelinhas, reviews e quem ainda não recomendou e estiver que já está na hora, vamos lá!
Sétimo: See ya!



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