Sete Vidas escrita por SWD


Capítulo 95
Vida 6 capítulo 14




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– Como fez isso?

– Esqueceu que sou Dean Winchester? Meu irmão, Sam, é um hacker habilidoso e me ensinou alguns truques. Eu não saberia pensar numa forma de quebrar as proteções dos sites, mas uso técnicas que outros inventaram e que já funcionaram antes e torço para que alguma delas funcione mais uma vez. E tem funcionado. Aqui, nesta realidade, tudo parece mais fácil. Os sistemas daqui não são tão seguros.

– Tenho lido tudo o que tem saído nos jornais. A polícia não tem qualquer pista do seu paradeiro. Estão perdidos. Já estão surgindo críticas na imprensa da atuação da polícia. Eles já consideram a sua prisão uma questão de honra.

– Eu comprei pela internet diversas passagens aéreas, em companhias diferentes, para diferentes destinos, algumas em nome de Jansen Ackles e algumas para nomes falsos, usando um dos cartões de crédito dele. E diversas passagens rodoviárias e ferroviárias com um segundo cartão, também do Jansen, todas com diferentes nomes falsos. Em horários muito próximos. Estes dois cartões eu dei para os caras com a aparência mais suspeita que eu encontrei quando estavam embarcando para duas destas cidades de destino. Dei as senhas dos cartões e disse que chegando lá eles podiam gastar à vontade.

– Não acredito que fez isso.

– Isso e muito mais. Também venho espalhando boatos em redes sociais. Todo dia alguém avista Jansen em um lugar diferente. Portland. Seattle. Nova Iorque. San Antonio. Miami. A polícia está, neste momento, seguindo um monte de pistas falsas. Eles não têm a menor idéia se estou ou não na cidade.

– E como está fazendo para não ser descoberto aqui no hotel? Faz uma semana que você está hospedado não oficialmente aqui no hotel, já saiu e entrou diversas vezes, e nunca foi abordado. Ninguém percebeu nada.

– Os recepcionistas trabalham em turnos. Sempre tem alguém chega ou sai num turno em que não estão. Eles não podem acompanhar a movimentação de todos os hóspedes. Estão acostumados a acreditar cegamente nos registros dos computadores.

– Que você vem manipulando.

– Isso. Existindo o registro, e as diárias sendo pagas, ninguém desconfia de nada.

– Mas, e para entrar e sair?

– Eu desviei as imagens de todas as câmeras de segurança do hotel diretamente para o laptop do Jansen e, do laptop, retransmito essas imagens para os monitores da recepção e da sala de segurança. Mas posso, quando quero, enviar imagens falsas de um corredor vazio, por exemplo. Portanto, sempre sei quando tem alguém nos corredores e não sou visto quando me movimento nos andares. Eu e também você. Ou achou que foi simplesmente sorte. Quando preciso sair, espero um momento em que o atendente está ocupado ou uso o celular para ligar para a recepção e distrair o atendente.

– O laptop do Jansen? Mas, você não chegou aqui com nenhum laptop.

– Não foi tão difícil voltar na casa do Jansen e recuperar o laptop dele. Peguei emprestado um carro, ..

– Pegou emprestado?

– Peguei e já devolvi. O dono nem ficou sabendo. Continuando .. Peguei emprestado o tal carro, fui até a casa de Jan & Jay, usei a chave da porta dos fundos, subi até os quartos e peguei tudo ia precisar: dinheiro, talões de cheque, cartões de crédito, algumas mudas de roupa, os laptops do Jan e do Jay, os passaportes dos dois e isso aqui, álbuns de fotografia do Jay.

– Você ROUBOU dinheiro, o passaporte e objetos pessoais do Jay?

– Eu vou precisar disso tudo isso para salvar o Jay. Acha que vai ser fácil chegar na Europa? Com todas estas medidas de segurança antiterroristas, não dá para pegar um vôo comercial. E mais. Eu andei pesquisando na internet. O seriado é popular no mundo inteiro. Mesmo na Europa, não tem como eu poder andar de cara limpa.

– Ainda é cedo pra falar em Europa. A primeira coisa é sair de Vancouver. O melhor é você vir comigo para Washington.

– Não. Você também está sendo muito visada pela imprensa. Esqueceu a pequena tropa de repórteres montando guarda no saguão nos três primeiros dias. Agora, menos. Mas, volta e meia, aparece um. É por isso que eu preciso tanto do Chad. Ninguém vai suspeitar que justamente ele está me dando cobertura.

– Quase enfartei naquele dia. Achei que estava tudo perdido. Achei inacreditável quando o Chad não nos denunciou ali mesmo, no hospital. Por mais que estivesse com medo ou até mesmo por isso. E acaba que, depois de quase terem se matado, ficaram .. amigos.

– Não ficamos amigos. Apenas concordamos que ambos fomos vítimas da criatura. A sereia por muito pouco não fez que nos matássemos um ao outro. Ele sabe que, sozinho, não tem chance de encontrar o verdadeiro Jay. Precisa da minha experiência. E eu preciso que ele me dê cobertura. Ou vou ter que passar a vida escondido. Ou seja, precisamos unir forças se quisermos ter alguma chance de limpar o nome do Ackles e salvar a vida do Padalecki.

– Acredita mesmo que ele esteja vivo?

– Na verdade, não. Mas precisamos descobrir o que realmente aconteceu. Amanhã, o Chad vai ter alta do hospital. Ele deve ser liberado para deixar a cidade logo após prestar depoimento. E aí vamos ao encontro de Sandra McCoy e, dependendo do que escutarmos, embarcamos para a Europa.

– Você vai se mostrar para a Sandra McCoy? E se ela não acreditar em vocês e chamar a polícia.

– Vamos ter que arriscar. Ela conhecia o Jay intimamente. Tem que ter notado alguma diferença. Ter alguma suspeita de que havia algo errado com ele.

– Está certo. Então, eu encontro vocês na Europa.

– Não, Dannielle. Não é uma viagem de férias. Eu sou um foragido e me ajudar pode trazer muitos problemas para você. Além do mais, você já deveria estar de volta às gravações de One Tree Hill.

– O Chad não pode gravar. Eles estão reescrevendo as cenas. Eu liguei para o diretor e disse que não tinha condições de continuar. Que precisava de um tempo. Meu personagem e o dele saem da trama por um tempo. Melhor assim. Eu não estava com cabeça para voltar à rotina mesmo.

– Dani, me sinto péssimo sabendo que baguncei tanto a sua vida. Os depoimentos para a polícia, o assédio da imprensa e, para completar, toda essa hostilidade dos fãs de Supernatural.

– A minha vida estava precisando de uma chacoalhada. Tudo nela estava estagnado. Faltava loucura. Faltava amor. Faltava você na minha vida, Dean. Estar com você aqui, neste momento, compensa todo o resto.

– Eu também me sinto assim. Mesmo com essa loucura toda, eu estou feliz. E é você que me deixa assim. Feliz.

– E eu não quero e não vou deixar você sozinho. E, mesmo você sendo cheio de recursos, ainda assim precisa de mim. Você até podia dar um jeito para alguém trazer comida para você, mas quem ia fazer você relaxar com um carinhozinho aqui, outro aqui. E aqui.

– Aaai. E você sabe como me deixar louco. Você me deixa louco, sabia? Adoro quando você vem com esses .. carinhozinhos.

– Como esse? - E esse? - E esse?

– Aaai. Aaai. É. Assim mesmo. Continua.

A conversa morreu ali mesmo. As palavras ficaram desnecessárias. Em minutos, as roupas estavam espalhadas por todos os cantos do quarto.

Abandonadas.

Muito mais desnecessárias que as palavras.


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Notas finais do capítulo

08.05.2011