Sete Vidas escrita por SWD


Capítulo 107
vida 3 epílogo capítulo 1




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– E porque não?

– Não sei. Acho linda em você. Como tudo. Tudo fica lindo em você. Mas, em mim? Nunca pensei seriamente em fazer uma. Medo, não sei. Deve doer.

– Luke, eu não sou de fazer pedidos. Mas é importante para mim. Pense nela com uma aliança. Um vínculo entre nós dois. Os outros só vão saber que ela existe se você resolver desfilar sem camisa.

– Sabe que agora eu só tiro a roupa pra você, Dean. EU FAÇO. Se ...

– Se .. o quê? Fala. Qual é a condição?

– Você disse para eu pensar nela como uma aliança. Então, aceite meu pedido e se mude para cá. Você pode até trazer a sua lata velha. Eu li a convenção do condomínio e ainda não tem um artigo proibindo a entrada de sucata. Embora eu acredite que vão tentar introduzir essa cláusula assim que virem o Impala na garagem.

– Não gosto quando você fala assim do meu garoto. Quanto a me mudar para cá, não ia ser legal viver às suas custas. Segunda eu começo a trabalhar numa oficina mecânica. Vai dar pro básico. Se tudo correr bem, pretendo juntar um dinheiro e, no futuro, abrir minha própria oficina.

– E só aí, quando você tiver aberto sua própria oficina, você se muda para cá. Isso se, na ocasião, você não arranjar uma outra desculpa para um novo adiamento. Você não vai estar me explorando vindo morar comigo. Você vai estar me fazendo um bem enorme. Vai estar me protegendo e me fazendo feliz. Já pensou nisso. Eu já me envolvi com muita gente que não prestava no passado. Eu esperei por muito tempo que alguém especial como você entrasse na minha vida.

– Luke. Você não sabe nada da minha vida. Você não sabe de verdade quem eu sou.

– Eu já perguntei e você não quis dizer. Estou respeitando seu silêncio. Quando achar que deve, você me conta. Mas, esses seis meses juntos me fizeram ter a certeza que o importante não é o seu passado. É o futuro que nós dois vamos construir juntos. NOSSO futuro. Eu te amo e quero você do meu lado. E amar não é ficar contabilizando quem pagou o quê.

Dean escuta, emocionado, olhando para o chão. Luke estava certo. Quem mais do que ele, Dean, para saber que a vida é frágil e os momentos felizes são breves.

Luke se aproxima de Dean, segura seu queixo e o traz em sua direção, para que façam contato visual. Luke tinha a capacidade de fazer Dean agir como se precisasse ser protegido. Somente com ele, Dean podia deixar de lado a responsabilidade de ser aquele que é forte, aquele que decide. Como era bom se sentir amado. Dean fecha os olhos e se entrega aos carinhos do namorado.

Dean observa embevecido Luke adormecido ao seu lado. Há seis meses, se alguém lhe dissesse que estaria vivendo aquilo não acreditaria. Era o mais próximo que já tivera de uma vida normal.

Dean levanta da cama com cuidado para não acordar Luke e segue em direção à cozinha, para beber um copo d’água. Ao voltar, senta no sofá da sala e, relaxado, coloca os pés sobre a mesa de centro.

Seis meses. Seis meses desde o branco de memória que lhe roubou cinco dias. Cinco dias decisivos. Foi durante esse branco que sua vida deu uma guinada de 180 graus. Perdeu o pai. Perdeu Sam. Conheceu Luke.

Foi estranho descobrir-se repentinamente num bar de mãos dadas com outro homem. Sempre hesitara em sair do armário e, de repente, sem mais nem menos, seguira um cara com quem transara uma única noite do Oregon até a Califórnia. E estava ali, feliz. Tanta felicidade dava medo. Medo que aquilo lhe fosse tomado.

– Até quando?

Como em resposta, seus olhos pousam na correspondência sobre a mesa e o logo em um envelope chama sua atenção. SINGER, Inc. A empresa de Robert Singer. O homem que financiara a perseguição de seu pai - e de psicopatas como Gordon Walker - a Sam. O homem que, tinha certeza, ordenara que Gordon Walker o matasse.

Será que Luke .. ?

Sentiu um aperto no peito. Mil hipóteses se embaralhavam em sua mente. Não. Não era possível que estivesse vivendo uma farsa. Luke o amava. E talvez por isso estivesse correndo perigo.

Como fora ingênuo achando que poderia simplesmente virar as costas para o seu passado. Nunca encontraria um lugar longe o bastante para se pôr a salvo de homens como Robert Singer. Não tinha o direito de fingir que estava tudo bem e deixar o caminho aberto para que vermes como ele continuassem a disseminar o mal.

Agora, mais do que nunca, era importante que Luke fizesse a tatuagem. Só assim se sentiria seguro ao dormir ao seu lado.

Precisava levar em frente a cruzada de Sam. Enviar Robert Singer para o Inferno, que era o seu lugar. Não podia se descuidar. Deixar o franco aberto. Talvez o melhor fosse mesmo vir morar com Luke. Fosse para protegê-lo, fosse para vigiá-lo.

.

.

O Trickster pensa o quanto fora simples trazer de volta o modo caçador de Dean. Bastara transportar a correspondência que chegara ao escritório de Luke Braeden para sua casa.

‘– Eu realmente gostaria de poder deixar você de fora disso tudo, Dean. Mas, felicidade não está no destino dos Winchester. É preciso que você mais uma vez se apresente no campo de batalha. Você tem muito trabalho pela frente.’


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Notas finais do capítulo

10.07.2011