Choices. escrita por rpm


Capítulo 20
the ghosts from my past II.




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Tudo bem. Eu estava convencida que podia morrer. Sabia que ao dizer-lhe que sabia tudo, podia enfurece-lo de tal maneira, que se viraria contra mim. Abri a porta, sem bater, entrei, como se fosse dona de tudo aquilo. Peter estava sentado na cama a ler um livro, quando deu por mim, fechou o livro e levantou-se. Percebi que ele se ia aproximar de mim.

            -Não te aproximes. Não me toques. Senta-te e cala-te. – Pedi com um tom de voz agressivo, mas lá no fundo estava cheia de medo.

Peter sentou-se. Eu entrei e encostei-me à secretária dele, e exactamente como no sonho, havia uma tesoura, assim sabia que estava em segurança, mas ele não precisava de saber isso. Respirei fundo várias vezes, não sei quanto tempo Peter me esteve a olhar, e eu a tentar arranjar coragem. Finalmente, as minhas forças todas uniram-se.

            -Tu, eras a pessoa que eu mais admirava, pela força, e pela segurança que me trazias. Cheguei a sentir que te amava, que te queria comigo, mais do que ninguém. – Já estava a conter o choro, e ainda mal tinha começado. – Mas para quê? O que é que me deste de volta? – Finalmente olhei-o, a cara dele não tinha expressão. – Mentiras, MENTIRAS!

Parei de falar, à espera que ele disse-se algo. Ele levantou-se e tentou novamente aproximar-se. Tirei a varinha do bolso e apontei-a a ele. Ele voltou a sentar-se, apesar de eu saber que se ele quisesse tinha continuado.

            -De que falas tu? – Perguntou.

Sabia que ele não esperava que eu soubesse de tudo aquilo.

            -Tu sabes perfeitamente do que estou a falar, Joshua.

Então, os olhos dele perderam a cor, a cara pálida perdeu o brilho, o rosto perdeu a vida.

POV. Peter Anderson.

Foi tal igual à dor que senti quando Jane morreu. Pois sabia perfeitamente que a Hermione, estava morta para mim. Ela finalmente descobrira. Eu, e a minha personagem, estávamos destruídas. Foi como subir ao palco, sem luzes, tudo era perfeito. Mas quando finalmente se fez luz, tudo foi reflectido.

            -Tu mataste-os! Aos Stewart! Ao teu pai, ao teu irmão!

- Flashback –

Uma. Duas. Três. Quatro. Cinco. Seis.

Foram seis, as badaladas do relógio da sala. Às seis horas da tarde, do dia seis, encontrava-me deitado no colo da minha mãe. Não tinha idade para isso, mas desde os seis meses de vida que era hábito. Era a minha zona de conforto, principalmente em momentos como estes que o meu pai não estava em casa, e eu não tinha de pensar em tudo o que ele já tinha feito. Não tinha de pensar na conversa que tivera com a minha mãe quando lhe contei que o meu pai a traia. Não tinha de pensar no que ele ia dizer quando chegasse, e foi com esse pensamento que ele entrou pela porta. Atrás dele, vinha o filho perfeito. Joshua, estava fulo, pois a maneira com que bateu a porta fez-me estremecer.

            -Aqui em casa, as portas fecham-se com calma.

A minha mãe tratava-o horrivelmente desde que eu lhe contara a verdade.

            -Quem és tu para me dizer o que fazer? – Perguntou friamente.

            -Sou a pessoa que paga toda a merda que fazes, sou quem te sustenta.

Sabia que a minha mãe estava a falar de uma maneira agressiva de mais para o meu pai. Eu apertei-lhe a mão com força, para a avisar. A cara do Joshua ainda me assustava mais do que o normal.

            -Tu vê lá o que dizes!

            -Não. Tu não tens de dizer o que fazer. E tu, tem cuidado, porque se não, meu querido, eu ponho-te as malas à porta.

O meu pai avançou em passos largos e a minha mãe levantou-se, largando a minha mão.

            -Nós somos casados! – Exclamou o meu pai. – Temos dois filhos! DOIS FILHOS!

Estava mais assustado que nunca, mas o meu irmão, estava completamente normal.

            -Agora é que te preocupas com o nosso casamento? Depois de me teres posto os patins com uma gaja qualquer? Agora é que te preocupas com os DOIS filhos, se para ti foi como se só tivéssemos um?

Meu pai, tirou a varinha do bolso, e apontou-a a ela.

            -Eu amo os meus filhos!

Levantei-me rapidamente e coloquei-me ao lado da minha mãe, segurando a mão dela novamente, antes de ela falar, eu intrevi.

            -Não, não amas. Amas o Matt, eu não sou nada para ti. Suponho que para ti, sempre foi uma vergonha, o facto de me teres dado o mesmo nome que tu. Por isso, começas-me a chamar Samuel, ou algo assim, como se nem soubesses o meu nome. Mas sabes perfeitamente, Joshua. Tal igual como a ti, e sempre que me perguntam o nome, eu digo que me chamo Joshua, apesar de ter uma vergonha enorme disso.

A minha mãe apertou-me a mão.

            -Mas não fujas ao assunto, deves-te andar a divertir bastante a fazer a tua mulher parva, quem é a nova?

O meu irmão permanecia quieto.

            -Fazer queixinhas à mãe Joshua? Que feio. – Falou detrás do pai.

            -És uma cópia do teu pai. – Disse a minha mãe a olhar para Matt com repugnância. – Uma cópia exacta do porco do teu pai.

            -Porco? PORCO? EU?

            -Sim. Um porco, um nojo de pessoa.

Sem pensar duas vezes coloquei-me em frente à minha mãe. Se ele ia atacar alguém, que fosse eu. Numa coisa de seis segundos fui empurrado para o chão, e da varinha do meu pai, saiu uma luz verde.

            -Avada Kedavra! – Pronunciou como se fosse a coisa mais simples do mundo.

NÃO! Não aquilo não estava a acontecer, não podia. Era surreal. O corpo da minha mãe caiu sobre o sofá, levantei-me e agarrei-a. Abracei-a, gritei, chorei, tudo enquanto o meu irmão e Joshua, permaneceram ali, sem reagir. Levantei-me e ergui a varinha, ainda a chorar, e tremer por todo o lado. Ela morreu. Se eu morresse, não me importava. Ao menos morria em paz, e ia fazer-lhe companhia.

            -Nada mais do que um porco. – Afirmei para o meu pai.

Ele ria-se como um maluco.

            -A apontar-me a varinha? A mim? Boa sorte! Acabas por ir com ela. Os dois parvos de sempre.

            -Não. Te. Atrevas. A. Dizer. Uma. Palavra. Sobre. A. Minha. Mãe. – Disse cada palavra com clareza, Joshua levantou a varinha, mas eu antecipei-me. – Avada Kedavra.

O corpo daquele homem que não era certamente o meu pai, estava agora no chão. O meu irmão não hesitou e ajoelhou-se perante o pai.

            -TU MATASTE O TEU PRÓPRIO PAI! – Exclamou.

            -Não me arrependo, ele matou a minha mãe.

Peter levantou-se e começou a lançar-me maldições, mas nenhuma deles me atingia.

            -Avada Kedavra!

            -Expeliarmus.

A maldição da morte dele fez ricochete com a minha e ele caiu no chão morto. Eu tinha-os derrotado ambos, mas perdera a minha mãe. À porta estava Jason Stewart, perplexo a olhar-me, ele sabia! Desesperei com tal ideia. Peguei em tudo o que queria, naquele momento nasceu uma nova personagem, um novo eu, identificável: Peter Anderson.

Um. Dois. Três. Quatro. Cinco. Seis. Sete.

Sete badaladas, marcaram o meu desaparecimento.

- Fim do flashback –

Levantei-me e aproximei-me da janela, ela não me impediu. Fiquei a olhar para o nada. Não sabia o que dizer, mas lembrar-me do passado era pior do que qualquer coisa, e eu não me ia desfazer em lágrimas, isso não ia acontecer. Mas a dor perturbava-me demasiado. Estava tudo em jogo. E eu não ia esconder mais nada, tinha de lhe contar tudo.

            -É verdade. – Acabei por dizer.

            -Não me digas, é mais uma das coisas que eventualmente te esqueceste de me contar?

Ela nunca tinha sido tão fria comigo.

            -É uma das coisas que te tentei contar milhares de vezes. É uma das coisas que não queria que viesses a saber por alguém a não ser por mim.

            -Quando é que o tencionavas fazer? Quando eu já tivesse deixado Ron? Quando já estivesse-mos juntos?

            -Isso não ia acontecer, eu não tinha necessidade de te o contar, se não quisesse.

            -Claro que não. E obviamente que não tentaste sequer faze-lo. Não tenho provas que me levem a acreditar que realmente tentaste algo.

Respirei fundo, e virei-me para ela. Fiz um conjunto de movimentos que sabia que ela ia reconhecer, dirigi-me à gaveta da minha secretária, e coloquei um objecto no bolso, voltei para outro canto do quarto, para ela perceber que não a ia atacar. Mas a varinha dela tremia nas mãos, ela estava mais assustada do que nunca.

            -Déjà vu? – Perguntei.

            -Como…?! – Ela estava ainda mais assustada.

            -Quantas vezes te perguntaste se era real?

            -Mas…

            -Pois. – Interrompi. – Olha para o teu pescoço.

Ela assim o fez, e apesar de tudo ainda usava o colar que lhe dei.

            -O que tem? – Perguntou.

            -Sim, o colar.

            -O colar? – Perguntou com a mão nele.

            -Eu dei-to, com uma função. Chegar a ti. Sim, tu tens sonhado com o que eu quero que tu sonhes. – Respirei fundo. Ela olhava-me incrédula. – Tentei compor um conjunto de imagens que te dissessem que realmente devias estar longe de mim, que eu não era realmente quem tu pensas que sou. Acrescentei realmente acrescentar factos reais. – Levantei ligeiramente a camisola de forma a ver a tatuagem. – Eu podia ter interferido totalmente com a tua mente, mas não o fiz.

Tinha a noção que daquilo ela não sabia. Ela tinha levado as mãos à cabeça. E tirou o colar rapidamente, provavelmente com medo. Colocou-o em cima da bolsa na secretária.

            -Sei que estás aí, precisamente porque no teu sonho me atacaste com uma tesoura, exactamente essa, que tens aí atrás.

            -Ele bem me disse que sabias tudo sobre magia negra.

            -Ele? – Perguntei.

Ele? Não fazia a mínima a quem ela se referia.

            -Ryan Stewart.

Aquele nome, fez-me parar no tempo. Ela estivera a falar com ele. Ele contara-lhe tudo.

POV. Ronald Weasley.

            -Harry, viste a Hermione? – Perguntei.

            -Não. Porque?

            -Não a vejo à muito tempo. Estou preocupado. Ela saiu sem dizer nada.

            -Saiu? – Perguntou ele com uma cara preocupada.

            -Sim, ela não está cá.

            -Ó MEU DEUS! – Berrou ele.

Harry saiu a correr, e eu segui-o. Acabamos no gabinete da McGonagall. Não fazia a mínima ideia porquê, mas cada vez, estava mais horrorizado e preocupado.

            -Professora, desculpe entrar assim, mas nós precisamos mesmo de ajuda! – Falou Harry para a directora, com pouco fôlego.

            -Sim, Potter? – Respondeu ela.

            -Pode-me dizer onde foi a Hermione Granger? Tem uma morada?

            -Tenho, mas não te posso dar Harry, ela fez questão de me dizer que preferia que ninguém soubesse.

            -Professora, ela corre perigo! – Exclamou Harry.

Para mim aquilo assemelhou-se a uma facada no peito. ELA CORRIA PERIGO, E EU NÃO TINHA FEITO NADA PARA O IMPEDIR! A McGonagall deu um papel com a morada ao Harry, e este agradeceu.

            -Precisam de ajuda? – Perguntou ela.

            -Não, obrigado. – Retorquiu Harry.

            -O que se passa? – Perguntei a correr atrás de Harry até à saída do castelo.

Não obtive resposta, parei de correr.

            -O QUE É QUE SE PASSA?! – Berrei.

            -Ouve. – Disse Harry com as mãos nos meus ombros. – Ela foi ter com o Peter, mas ela contou-me tudo sobre ele, coisas que ela descobriu quando foi a casa do filho das pessoas que supostamente mataram os pais do Peter. É tudo uma desculpa, ele matou o pai, o irmão, e os melhores amigos deles!

POV. Peter Anderson.

            -O Ryan o quê?

Era absurdo. Era impossível. Era não era?

            -O Ryan é filho do teu pai.

Sempre tivera o maior respeito pelo Ryan. Eu sabia perfeitamente que tinha matado os pais dele, mas enfim, apercebi-me da gravidade disso muito mais tarde. Na realidade, fi-lo passar pela mesma coisa que eu tinha passado, mas a minha vida não fazia sentido. Eu estava ciente de que era um monstro, um criminoso. Era uma pessoa horrível, era exactamente igual ao meu… ao Joshua. Sangue do mesmo sangue.

            -Não fazia a mínima ideia disso. – Confessei.

            -Pois, está visto que não sou a única a ser surpreendida.

            -Eu nunca tencionei magoar o Ryan. Eu mal sabia da existência dele. O meu pai era especialmente amigo do pai dele. Eu só descobri que eles tinham um filho quando matei o pai dele.

            -Falas como se isso fosse a coisa mais natural do mundo.

            -FOI TUDO POR AMOR! – Pela primeira vez levantei o tom de voz com ela. A cara dela estava completamente aterrorizada, e ela tremia. – Não te vou matar, nem sequer tocar, podes estar descansada.

Porém, ela continuou tensa.

            -Estás-me a dizer, que mataste o teu pai e o teu irmão…

            -Auto-defesa.

            -Mas tê-lo ias feito por vingança.

            -Pois tinha. – Confessei.

            -Matas-te os pais do Ryan…

            -Estrategicamente.

Ela olhou-me ainda mais assustada, via a repugna na cara dela.

            -Errar é humano, jogo limpo. Colocar as culpas em alguém é estratégico. Bem Peter, realmente tens um desenvolvimento mental muito complexo.

            -Foi tudo por amor. – Repeti quase desesperado, quase a começar a chorar, quase a perder-me por completo.

            -Não, não foi. Tu estavas perdido. Tu estás perdido. Tão, mas tão perdido.

À medida que ela ia dizendo aquilo eu ia deslizando pela parede até me sentar, cobri a minha cara com as mãos. A dor era insuportável.

            -O menino que tinha tudo, agora não tem nada!

Só queria que aquela tortura parasse. Queria morrer. E podia, mas queria esperar até ao fim, ouvir tudo.

            -Eu não tinha nada, aí é que está. – Disse alto o suficiente para ela me ouvir.

            -Tu tinhas a tua mãe.

            -Tinha. – Salientei. – Depois deixei de ter, então não tinha nada.

            -E tinhas de criar uma identidade totalmente diferente, tinhas de matar pessoas inocentes só para limpares o teu nome? Eu compreendo que o Jason fosse ficar com as culpas, e que quisesse livrar-se delas, eu dizia a verdade.

            -Mas no entanto, eu fugi, ele não teve nenhuma testemunha, e claro que ninguém ia acreditar na probabilidade de eu ter morto o meu pai, até porque a maior parte das pessoas nem sabia que eu existia, e sabiam o meu nome era “Samuel” ou até mesmo “Peter”, ou seja, eu tinha o meu nome limpo, independentemente de tudo. – Conclui.

            -E o que é que eu significo no meio disto tudo? – Perguntou ela com as lágrimas a escorrerem-lhe pela face a baixo. – A miúda a quem enganaram e manipularam os sonhos?

            -Não, és muito mais que isso. – Disse.

- falshback –

Cometi muitos erros. Erros irreversíveis. E sabia perfeitamente que me aproximar assim tanto de uma rapariga, era arriscado. Sabia que não devia sentir o que sinto pela Hermione. É algo incontrolável. Quando amo alguém, amo de verdade, e é o que mais detesto na minha personalidade. Um monstro (responsável e ocorrente dos seus erros) como eu, não se devia aproximar de ninguém, nem devia sequer saber o significado da palavra amor. Graças a deus, a minha mãe mostrou-me claramente o que isso era. Não podia estar apaixonada por ela. Ela era perfeita, disso não tinha dúvidas, mas eu não era a pessoa indicada. Estávamos abraçados, e ela largou-me, ficamos bastante próximos, a uma distancia irresistível, mas no entanto não arrisquei a mover-me nem mais um bocado, apesar do meu coração querer aquilo. Para minha surpresa, ela tomou a iniciativa, e fez com que os nossos lábios se tocassem. O meu coração batia mais forte. Não, ela não me podia beijar, ela tinha namorado, e ela não me podia fazer isto, eu não podia, não sabia se me conseguia controlar, portanto parei o beijo.

            -Hermione, e o Ron? – Perguntei.

- fim do flashback -

            -Então sou o quê? – Perguntou ela.

            -És tudo. – Respondi com as lágrimas a ameaçarem cair. – És a única razão pela qual, eu ainda aqui estou, vivo.

            -Mas porquê? Porquê eu? Porque é que eu apareci nesta história? – Perguntou.

            -Porque eu apaixonei-me por ti de uma maneira inesperada. 

- flashback –

À nossa volta o ambiente estava calmo, ouvia-se o típico barulho de um bar. A empregada fazia questão de me sorrir sempre que me colocava a vista em cima, tanto a mim como a Draco. Era irritante. Draco usava uma expressão de repugna, ao espaço não a mim. Conheci o Draco a partir do meu pai, ele conhecia o Lucius Malfoy. No meio de frases e frases o nome dela acabou por vir à baila.

            -Qual é o teu fascínio pela Granger?

Eu sorri, mas ele queria uma resposta. Sinceramente, eu confiava nele, porque ele também me confiava. E eu podia confiar, porque se não pudesse, ele já tinha dado com os dentes à Granger.

            -Não tenho fascínio nenhum. – Ri-me.

            -Tens pois, aquela história dos sorrisinhos, e do “por favor Draco, não contes nada à Hermione”. A sério, Peter, a Hermione? – Perguntou no tom frio, habitual dele.

            -Não vejo nenhum defeito nela.

            -Ela é uma sangue…

            -Já sabes o que penso em relação a isso. – Interrompi.

            -Tudo bem. – Disse ele. – Mas isso é sério?

Reflecti sobre a minha resposta.          

            -Não, ela e o Weasley, tu sabes.

            -Mas tu gostas MESMO – assentou a palavra. – dela?

            -Mesmo. – Afirmei.

Draco franziu a sobrancelha e depois revirou os olhos.

            -Só me faltava ter o meu melhor amigo apaixonado.

Melhor amigo? Nunca me vira como tal. E nunca vira Draco como meu melhor amigo, mas de facto era. Ou melhor era o meu único amigo.

- fim do flashback –

            -Não passas de um mentiroso. – Gritou ela com repugna.

            -Tens todo o direito a estar chateada.

            -És tão fraco.

Tal igual a uma facada no peito.

            -Tão mas tão fraco.

Era verdade, eu era fraco. Não passava disso.

Cobri a cabeça com os braços.

            -Vais acabar sozinho.

As lágrimas escorriam-me pela face, a cabeça doía-me de uma maneira horrível. As palavras eram idênticas a facas, que me abriam todas as feridas e que me levavam a uma espécie de suicídio psicológico.

            -Queres saber qual foi a única maneira de eu esquecer a morte da minha mãe, e de tudo o que fiz no passado? – Perguntei sem a olhar.

            -Não me venhas com…

            -Foi saber que podia amar alguém para além dela. E eu não tenho culpa do que fiz no passado, estava doente, DOENTE. E admito, fiz mesmo coisas terríveis, mas quando te conheci, gostei tanto de ti, que sabia que se te contasse isto tu me ias odiar e não me ias aceitar. E sinceramente, eu precisava de alguém. Um amigo.

- Flashback –

A sala estava imunda, nunca tinha sido tão desorganizado. Apenas não queria saber. Haviam cigarros por toda a parte, espalhados. Abri as janelas para o cheiro desaparecer. Encostadas à parede, haviam várias garrafas vazias de vários tipos de bebidas alcoólicas. Ao lado havia uma caixa de pizza, ainda com restos da noite anterior. Julguei ver também uma tigela de cereais algures, mas eu nem me lembrava da ultima vez que comera cereais. Encontrava-me sóbrio, não havia mais nada a beber ali, então peguei num cigarro e acendi-o. Passei por algo que me reflectiu, o espelho de corpo inteiro surpreendeu-me. Coloquei-me em frente a ele, e perguntei-me “Quem é este?”. Os meus olhos estavam vermelhos e inchados, já não dormia em condições, à dias. A minha t-shirt preta estava rasgada em vários pontos onde eu me cortei, por puro masoquismo. Tal como os meus braços cheios de cicatrizes, algumas ainda me doíam. No entanto, não havia dor física que compensasse o que eu estava a sentir.

- Fim do flashback. –

É agora. – Pensei. E era mesmo. Não ia aguentar perder a Hermione. Ia-me custar, e eu nunca ia ficar com ela. Não ia ser capaz de olhar para ela e não sentir dor. Era o fim, sem dúvida alguma que era. O objecto que tirara da gaveta espetava-me na perna. Tirei o punhal do bolso, e olhei para Hermione, que baixava a varinha lentamente.

            -Peter? – Perguntou.

POV. Ronald Weasley.

Eu vou MATAR aquele anormal. – Pensava pelo caminho. Chegamos a porta da casa certa, era estranha, mas grande. Entrei pelo portão dentro, e Harry ficou à entrada da porta.

            -Prefiro que isto seja só entre nós três. – Pedi.

            -Eu sei, mas à mínima coisa eu subo.

Era agora que esta fantochada toda ia acabar. Aquele assassino nunca mais ia por a mão, ou sequer a vista em cima da MINHA Hermione. Subi as escadas rapidamente avançando algumas, não reparei na decoração, mas a casa era enorme e acolhedora. Quando finalmente encontrei o local onde eles estavam, Peter tinha um punhal na mão e Hermione aproximava-se dele.

            -HERMIONE! – Berrei.

POV. Hermione Granger.

            -Ron?

O rapaz de cabelos ruivos aproximou-se.

            -PÁRA! – Pedi. – Por favor não lhe toques!

Ele ignorou-me e aproximou-se de Peter com a varinha apontada.

            -SEU FILHO DA MÃE! EU SEMPRE SOUBE, EU SEMPRE SOUBE QUE TU NÃO ERAS SÓ O MENINO QUE PERDEU OS PAIS!

            -PÁRA RON! – Gritei.

Peter encolheu-se ainda mais, e segurava o punhal com força nas mãos.

            -Expeliarmus.

E a varinha de Ron caiu no chão.

-Eu estou-te a PEDIR para parares e te afastares Ron.

Ele assim o fez, e eu aproximei-me ainda mais de Peter.

            -Ele pode matar-te. – Disse Ron.

            -Ele não o vai fazer.

Não tinha bem a certeza daquilo, mas arrisquei.

POV. Peter Anderson.

            -Eu adorei realmente conhecer-te. – Disse entre lágrimas, a Hermione que estava ajoelhada a meu lado. – E eu realmente amo-te, e é por isso que…

            -Porque é que estás a falar como se…

Eu olhei-a. E ela levou as mãos à cara.

            -Por favor não o faças! – Pediu.

Ela aproximou-se de mim e beijou-me. Não olhei para Ron, mas sabia que ele estava fulo. Senti os lábios dela pela última vez. Reparei no quanto era bela, no quanto era perfeita. Lembrei-me do quanto a amava.

            -Por favor. – Pediu ela.

            -Tu não vais ficar comigo de qualquer das maneiras. – Olhei para Ron. – E sei que não. Eu sei que vais cuidar bem dela.

Ergui a mão. Mentalmente ouvi as seis badaladas do relógio, o grito da minha mãe, e as ultimas palavras de Hermione “Eu também te amo, Joshua.”


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Notas finais do capítulo

não é o final, ainda vou postar mais uma coisinha, demorei muito. eu sei. mas bem, AQUI ESTA.



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