Uma Gailariana Entre Nós escrita por Kaisaca1976


Capítulo 3
Capitulo 03


Notas iniciais do capítulo

Joe e Rita enfrentam o dilema de não poderem declarar o que sentem um pelo outro.



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Joe continuava segurando o braço de Rita enquanto andava apressado fazendo-a quase tropeçar.

— Espere Joe, devagar.

Percebendo que a estava puxando, diminuiu o  passo. – Desculpe. – Disse soltando o braço dela. – Eu... eu fiquei preocupado quando você sumiu. Por que saiu sem me falar? Sabe que não consigo te proteger se não estiver onde posso vê-la! - A voz dele demonstrava que ainda estava bravo.

— Não parecia que você estava preocupado comigo já que sua atenção estava toda em Mariko. Achei que nem sentiria minha falta por alguns minutos. - Disse ela na defensiva.

— O que a faz pensar assim? Desde que saiu da mesa fiquei aguardando você voltar e você não voltou. Eu quase enlouqueci ao saber que você saiu sozinha num lugar que não conhece. Você não tem ideia de que poderia ter lhe acontecido algo? – Joe tentava se acalmar e por isso suavizou um pouco a voz.

— Desculpe Joe. Eu não tinha intenção – disse envergonhada e lembrou-se da situação que passou com os três rapazes se não fosse Takeshi não sabia o que poderia ter acontecido. 

— Está bem. Felizmente você está bem. E aquele cara? Ele realmente não te importunou?

— Não. Pelo contrário, foi muito gentil e atencioso. Como lhe disse ele estava tentando me ajudar a encontrar a casa noturna. Sem perceber eu havia me afastado mais do que pretendia. – Não queria que Joe soubesse mais que isso.

— Está bem. Já estamos quase chegando. 

Ao chegarem a casa noturna Kito e os outros já haviam retornado, Mariko também estava com eles.

— Joe felizmente você a encontrou. – Kito também estava aliviado

— Rita, está tudo bem? – Até Mariko ficou preocupada.

— Sim. Peço desculpa a todos pela preocupação. Eu só queria respirar um pouco de ar puro e acabei me perdendo. 

— Agora está tudo bem. – Disse Joe – Kito, por favor, leve Mariko para casa.

— E vocês?

— A gente pega um táxi para o hotel.

— Tudo bem.  

Kito pediu seu carro. O recepcionista trouxe o casaco de Rita e ela devolveu o de Joe que ao colocá-lo sentiu o calor do corpo dela que ficou casaco. Mariko não gostou nem um pouco de ser descartada daquela forma. Assim que os carros  chegaram se despediram, os dois oficiais em um carro e Kito e Mariko em outro. Joe e Rita permaneceram parados na calçada.

— Me sinto tão envergonhada pelo que aconteceu. – Disse Rita

— Você ainda não me disse por que saiu sem me falar nada. – Joe perguntou de forma branda.

— Acho que o barulho e as luzes me incomodaram um pouco. - A resposta foi débil e Rita não tinha coragem de olhar para ele ver que ela mentia. Queria falar que ficou com ciúmes porque ele só tinha olhos para Mariko.

— Parece que você estava se divertindo muito com Saito. Ele estava flertando com você?

— Oh! Não. Ele só estava sendo simpático e tentando me descontrair.

— Você acha que não percebi como estavam dançando bem próximos. Não me parecia que ele queria só ser simpático.

— Não pensei que você estava prestando atenção. Afinal você ficou o tempo todo com Mariko, não me deu atenção nenhuma.

— Eu estava sendo simpático com ela. – Falou divertido

Percebendo que ele caçoava dela, ela o olhou com olhar de brava.

— Simpático! Tenho certeza que ela não pensou que você estava sendo só simpático.

— Por acaso está com ciúmes? – Ele agora estava rindo.

— Ciúmes! Ora – e deu-lhe as costas para que ele não visse que realmente estava.

— Pois eu fiquei. – Disse ele suavemente se aproximando. Rita o sentiu bem perto dela e se virou. Os dois ficaram bem próximos olhando bem dentro dos olhos um do outro. As palavras não saíram, mas o olhar deixava claro o que cada um queria.

— Vamos caminhar um pouco. – Disse Joe colocando as mãos no bolso para conter o impulso de tomá-la nos braços.

— Sim.

Os dois caminharam lentamente, apesar de estar tarde da noite e frio as ruas estavam cheia de pessoas indo e vindo procurando diversão, vários casais passavam por eles uns abraçados, outros de mãos dadas, mas todos sorrindo e parecendo muito felizes, ambos desejavam fazer a mesma coisa que eles. Caminharam até chegar a um rio e seguiram pela calçada que o margeava até uma ponte onde pararam. A lua estava alta e clara.

— Está uma linda noite. – Disse Joe

— Sim. A lua está tão bonita hoje. 

A brisa fria passava por eles e no céu a lua e as estrelas brilhavam, ao fundo a cidade com seus prédios e luzes. Era um cenário perfeito para um romance.

Joe olhou para as estrelas e pensou que Rita viera de uma delas. De tantas mulheres na Terra ele foi se apaixonar justamente por uma que para ele parecia inalcançável e se perguntou que quando aquela guerra acabasse o que seria de Rita, será que ela poderia viver como uma terráquea normalmente e assim ele poderia ter uma chance de dizer o que sentia ou se ela teria a oportunidade de voltar para seu verdadeiro lar? 

— Em que está pensando, Joe? – Perguntou ela suavemente.

Ele a olhou e sorriu meio triste. – Estava imaginando que de tantas estrelas no céu você veio de uma delas.

Ela também olhou para as estrelas. Sentia saudades de seu planeta, mas agora estava dividida se realmente queria voltar para seu lar ou permanecer ali com quem amava profundamente.

— Talvez tivesse sido melhor que não tivéssemos saído naquela missão de exploração espacial. Assim nada disso estaria acontecendo. – Rita falou também com certa tristeza.

— E nós não teríamos nos conhecido. – eles se olharam novamente.

— Joe, por que é tão difícil? Se o imperador Geldon tivesse buscado coexistir em paz, poderíamos viver entre vocês sem guerra.

— Eu não sei Rita. Só sei que o destino nos uniu por um bem maior e até tudo isso acabar teremos que ser fortes e vencer todas as batalhas não só as que travamos com o Pirata do Espaço, mas também as nossas batalhas interiores.

— E depois? Quando tudo acabar e não tiver mais batalhas, o que faremos?

— Aí decidimos o que faremos com nossas vidas e nosso futuro.

Ela assentiu. Sabia que ele estava certo, não poderiam decidir sobre eles agora, teriam que esperar e mesmo que essa espera fosse dolorosa.

— Está ficando tarde, precisamos voltar para o hotel ainda temos um dia longo amanhã. – Disse Joe.

— Está bem.

Eles caminharam em direção a rua, Joe chamou um táxi que os levou para o hotel. O trajeto foi rápido e logo eles entraram no hotel e se dirigiram para o elevador permanecendo em silêncio até chegarem à porta do quarto de Rita.

— Boa noite, Joe. – Disse sem abrir a porta. Novamente trocaram olhares, o silêncio permaneceu por um momento.

— Boa noite, Rita. – ela abriu a porta e entrou. - Durma bem.

— Você também. – Respondeu ela e fechou a porta lentamente deixando Joe parado a olhando enquanto a porta se fechava lentamente. Encostou a cabeça na porta reprimindo o desejo de abri-la e se declarar para ele.

Do lado de fora, Joe vê a porta sendo fechada e fica olhando-a na esperança de ser aberta novamente. Como ele gostaria de entrar naquele quarto. Reprimiu seus desejos, abaixou a cabeça e dirigiu-se lentamente para seu quarto que ficava ao lado. Rita vê a sombra de Joe se afastar e escorrega até sentar encostada na porta. 

Naquela noite nenhum dos dois conseguiram dormir bem, ambos ficaram olhando para a parede que os separava. Tão perto um do outro, mas ao mesmo tempo tão longe.


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Notas finais do capítulo

Aguardem o capítulo final.



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