Um rasgo surgiu entre o umbigo e o plexo solar do demônio, os olhos dele abriram até o limite, a metade superior caiu para esquerda e o inferior despencou a frente e sangue voou. Quente. Fedido. O mago piscou com força. Vencemos. As pernas de Land cederam, os joelhos acertaram a lama e os lábios bambearam. Estava arfando, o braço direito pairava em um caos rubro e todos os músculos pulsavam dolorosamente. Eu devia mesmo ter enviado só um clone. 

Ubel de pé, manchada pela vida do inimigo cuja vitória teria sido garantida se não houvesse se aproximado dela o suficiente para o uso da técnica de corte, fitou Land por cima do ombro. Um sorriso mais largo a tomou o rosto marcado por rasgos e inchaços. O mago riu. A mulher o acompanhou. Ambos despencaram, ela para trás e ele para frente, contra o solo mole.

Em meia hora começaram a levantar. Se aproximaram um do outro, suados, sujos e soltando gemidos sob cada passada, puseram-se lado a lado, o braço de Ubel apoiou-se nas costas dele cujo próprio pairou sobre os ombros da maga. Ficar aqui a noite com a possibilidade de algum outro demônio ou monstro aparecer não é uma ideia reconfortante. Tinham três horas de luz vespertina. Mesmo que seja se arrastando, acho que dá para chegar em… quatro horas, talvez.

— Me odeia agora…? Por ter te feito vir aqui em pessoa e quase morrer? — Ubel, o tom leve, mas as íris fixas no chão. Os passos eram lentos e ambos tremiam em intervalos irregulares. 

Land encarou o rosto desfigurado dela por três segundos, então abaixou as pálpebras.

— Não. Só te acho louca… e forte. Mas não te odeio.  — silêncio. — E isso é estranho.

— É mesmo? Acho que vou te pagar um jantar… sabe, se chegarmos até a cidade vivos.