Chamas de Esperança — Peeta e Katniss escrita por rymbenet


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

oioi gente, primeiro capítulo. Espero que gostem do resultado :)



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Ponto de Vista da Katniss

1 ano depois do fim da guerra.

 

Amanheci hoje com os raios do sol batendo sobre os meus olhos, acordei sentindo os braços de Peeta ao redor de meu corpo, abri um pequeno sorriso ao perceber. Depois da guerra, passei alguns meses sozinha em minha casa na Vila dos Vitoriosos, bom, sozinha não. Eu e minha depressão, e Buttercup, o maldito gato de Prim. A morte de minha irmãzinha me afetou de uma forma horrível, a culpa me corroía todos os dias, e se Peeta não tivesse voltado ao Distrito 12, eu provavelmente já estaria morta agora. Demorou uns dias até eu falar diretamente com Peeta, ainda tinha receio que ele não gostasse de mim, entretanto, Greasy Sae me aconselhou dizendo que podem ter mudado a mente de Peeta, mas não o seu coração, uma parte dele nunca deixou de me amar. E ela estava certa, Peeta e eu nos acertamos, nos entregamos um ao outro e eu me dei conta que eu amava ele desde antes, só não tinha me dado conta disso ainda, como Finnick uma vez me disse.

 Agora, Peeta passou a morar comigo em minha casa, ele também reconstruiu a padaria que era de seu pai, que por sinal, voltou a virar tradição não só na parte comercial, mas em todo Distrito 12.

 Fiquei observando por um instante Peeta dormindo, seus longos cílios loiros, seus cabelos bagunçados e sua expressão serena. Meu menino com o pão, mesmo com seus flashbacks, ele nunca deixou de ser o menino bondoso e gentil que Snow tentou apagar, mesmo que uma parte daquele Peeta de 16 anos se foi, nunca mais vai voltar.

 De repente, os olhos azuis de Peeta apareceram quando ele abriu suas pálpebras, ele sorriu quando percebeu que eu o estava observando.

 — Bom dia, querida — Ele sussurrou colocando a mão em meu rosto acariciando os cabelos que estavam sobre a minha está

 — Bom dia — Eu respondi abrindo um pequeno sorriso

 — Estava me vendo dormir?

 Assenti com a cabeça.

 — Eu também gosto de te ver dormir — Peeta confessou com seus olhos azuis brilhantes

 Eu não havia tido nenhum pesadelo essa noite, por incrível que pareça, as vezes o conforto de Peeta com seus braços ao redor de mim, espanta os meus pesadelos, mas quando não, ele me acalma até que eu possa dormir novamente.

 — Adoraria ficar o dia inteiro assim com você, amor. Mas tenho que ir para a padaria — Ele diz acariciando meu rosto

 — Sim, está bem. — Respondo abrindo um pequeno sorriso

 Ele dá um beijinhos nos meus lábios antes de se levantar indo até o banheiro que fica em meu quarto, novamente me encontro com os raios de sol da janela que batem em todo o quarto, por incrível que pareça, sinto que esse será um dia bom e não um deprimente como os dias que eu costumo ter. As vezes, não sinto vontade de sair da cama, fico deitada até a hora que Peeta vem para almoçar, e assim que ele se dá conta de que não cozinhei nada e nem me encontro no andar de baixo, ele vem até o quarto e tenta me consolar de alguma forma.

 Peeta sai do banheiro já vestido para o dia de trabalho, ele se aproxima deixando um beijo em meus cabelos antes de sair do quarto para ir trabalhar. Fico mais alguns minutos na cama até que decido ir ao banheiro fazer minhas higienes pessoais para em seguida me vestir para mais um dia, deixo meus cabelos soltos pois não costumo mais a fazer tranças, me lembram dos tempos dos jogos, nada bom. Quando desço até a cozinh, encontro Buttercup miando em minha direção, ele não me avança mais, tal vez ficou com pena de mim depois que eu chorei abraçada com ele em meu colo.

 — Está com fome? — Pergunto ao gato, como se ele fosse me responder

 Esquento o leite deixando em sua tijela, no momento que eu a coloco no chão, Buttercup começa a tomar seu leite rapidamente, devia estar com muita fome.

 Então esquento um pouco de café e tomo em seguida, observo pela janela o bonito dia que está fazendo lá fora, antigamente, eu sairia para caçar na floresta em um dia no como este. Mas em vez disso, fico decidindo se devo sair ou não, nem que seje pela Vila dos Vitoriosos, faz muito tempo que não saio a luz do dia, devo estar até branca demais.

 Vou até a porta e coloco minhas botas, solto um suspiro antes de colocar a mão na maçaneta abrindo a porta, me deparando com a claridade do sol, o ar puro rapidamente adentra a minhas narinas, como senti falta disso. Dou uns passos para fora e caminho um pouco pelo local, vejo a casa de Haymitch completamente fechada, eu não o vejo mais com tanta frequência, aquele velho deve estar ocupado demais cuidando da sua ninhada de ganços.

 Decido voltar a frente de minha casa quando observo o jardim de prímulas que Peeta fez para mim quando voltou ao 12, prímula, Primrose. Ainda é difícil pensar em minha irmãzinha, em sua morte tão dolorosa, nunca poderei me recuperar disso, perder Prim foi a pior coisa que já me aconteceu. Pensar que tudo oque eu fiz, foi em vão, pois no final, Prim morreu da mesma forma, não a poupei de nada, não a protegi. Quando me dou conta, a ansiedade toma conta de mim e corro rapidamente para minha casa fechando a porta com força, sinto o ar me faltando, penso que era eu que deveria estar morta, não Prim, a culpa foi minha.

 

***

 

— Katniss?

Escutei a voz de Peeta na porta enquanto eu estava na cozinha terminando de preparar o almoço, quando me dou conta, Peeta já está no cômodo me observando.

 — Olá, já estou quase terminado — Disse e em seguida ele abriu um sorriso

 Tentei disfarçar a crise de ansiedade que tive mais cedo, se Peeta soubesse, não ficaria em paz até que estivesse seguro que eu estivesse bem, e não queria preocuparlo com meus problemas.

 Ele se aproximou de mim me abraçando por trás, enquanto beijava minha nuca.

 — Vem, vamos comer. — Murmurei apagando o fogão onde as panelas cozinhavam a comida

 Peeta e eu nos sentamos a mesa e começamos a almoçar, não trocamos muitas palavras, eu estava sem ânimo depois do que aconteceu hoje, mas tentei não demonstrar isso a Peeta.

 — Sabe, hoje as crianças do abrigo foram lá na padaria — Ele disse quebrando o silêncio — A diretora achou que seria uma boa ideia elas irem aprender a fazer biscoitos para se distraírem um pouco, já que a maioria delas perdeu os pais durante o bombardeio.

 O bombardeio.

 Me lembrar dessa época que não faz tanto tempo assim me traz arrepios, de pensar que crianças inocentes perderam os pais com tão pouca idade, é algo horrível de se imaginar.

 — Foi uma boa ideia mesmo, espero que elas tenham se divertido. — Comentei sem olhar ele nos olhos

 — Sim, todas elas eram adoráveis, mas uma delas me chamou atenção em específico — Peeta confessou me deixando curiosa — O nome dela era Hope, tem sete aninhos, você tinha que ver amor, ela estava muito interessada na tarefa de confeitar os biscoitinhos. Sabe, ela me lembrou um pouco de você

 Levanto minha cabeça com um ar de confusão.

 — Por que?

 Peeta solta um risinho.

 — Ela tinha os seus cabelos escuros, parecia destemida, mas ela tinha olhos azuis, eram um pouco mais escuros que os meus

 Então eu imagino a garotinha fazendo biscoitos enquanto Peeta a observava, ele adora crianças, ele seria um ótimo pai, não tenho dúvidas. Pena que por causa de mim ele jamais poderá realizar esse desejo, pois jamais terei filhos. Não, eu não posso colocar uma criança nesse mundo, mesmo que nossa vida já não seja como antes, com o governo injusto e mortal. Eu jamais seria uma boa mãe, poderia falhar com essa criança como falhei com Prim.

 — Ela deveria ser adorável mesmo — Respondi com frieza — Hope é um nome muito bonito.

 Hope.

Significa esperança, uma das únicas coisas que eu tinha durante a guerra.

 — Sim, é mesmo — Peeta respondeu com um pequeno sorriso

 Sei que ele se encantou por essa menina, tal vez esteja pensando em um filho nosso, que jamais poderei dar a ele.


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