The Wall escrita por Taigo Leão


Capítulo 4
Capítulo 4




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Confesso que após ter a visão daquilo, se tornou difícil respirar. Talvez fosse uma pequena ponta de ansiedade, mas não havia nenhuma forma para explicar a pequena marca que havia em meu peito. Meu coração batia normalmente como o de qualquer ser humano, mas havia um concreto ali.

Ao sair do consultório do terceiro doutor eu estava chateado, pois o diagnóstico que recebi foi o mesmo dos outros dois: Não havia nada de diferente em mim. Eu definitivamente estava com uma mancha branca e sólida em meu peitoral, e embora pudesse vê-la claramente no reflexo do espelho da sala do último doutor, ele afirmava que não havia nada de diferente em mim. O que isso poderia significar? Eu realmente estava ficando louco?

Eu ainda não recordava meu próprio nome, e agora nem ao menos conseguia pensar em algo concreto dado a minha situação, pois havia um pedaço de parede dentro de mim. Como foi parar ali ou quais as consequências daquilo eu não saberia dizer; não poderia nem mesmo divagar sobre o assunto com clareza, pois me encontrava em um estado de choque onde não estava totalmente em posse de minhas faculdades mentais. Eu via algo dentro de mim que os outros não podiam ver; me encontrava em um nível de sanidade do qual os outros não poderiam saber, então não havia a quem recorrer, visto que nem mesmo os médicos poderiam me ajudar. Senti febre e pensei que poderia estar ficando doente. O último doutor me recomendou um remédio para alucinações, pois disse que é o que eu estava tendo, já que mesmo com o diagnóstico, eu ainda jurava que havia algo de diferente em mim.

Minha primeira reação foi ficar em silêncio por um longo período, sentado não muito longe do último consultório em que estive. Eu não sei se ainda era uma pessoa, mas agora não possuía muita coisa. Tudo o que possuía, no momento, era medo. Medo do desconhecido, pois não conseguia dizer o que aquela marca representava, não conseguia dizer sua origem e nem quais eram as suas consequências. Ela estava dentro de mim, isso era um fato, e o que viria futuramente é o desconhecido, e apenas por isso, o temo. Se não possuo nome, não sou alguém, então posso simplesmente sumir? Posso, por alguma razão, sucumbir a nada?

Será que eu estava me tornando uma parede? Mas qual o sentido em algo desse nível acontecer com um ser humano? Como eu, um ser biológico, poderia me tornar algo concreto, estático?

Havia muitos problemas em mim agora, e eu não conseguia compreender ao certo por que aconteciam, mas passei a ligar um ao outro. Acredito que isso faz parte do mundo quebrado que eu idealizava a tempos. Como não havia mais nada a perder, decidi buscar uma forma de encontrar meu nome de uma vez por todas. Se os médicos já diziam que eu estava louco, que me importava o pensamento das outras pessoas? Voltei para meu apartamento e fui falar com o zelador, mas ele não estava. Em vez dele, havia dois homens conversando no corredor.

— Ei, vocês aí. - Eles me encararam. - Algum de vocês sabem como eu me chamo?

Embora me encarassem, eles não me respondiam.

— Eu fiz uma pergunta. Qual meu nome? Vocês não estão me ouvindo?

Dessa vez não só não obtive uma resposta, como eles saíram dali para fora do prédio, me deixando sozinho.

Como não recebi uma resposta, resolvi ir até a agência onde costumava trabalhar. Eu me lembrei que havia tirado algumas fotos na noite antes de perder o meu nome, então poderia revelá-las e trabalhar um pouco, para esfriar a cabeça. O processo para revelação levava em torno de 5 minutos e soube exatamente o que deveria fazer durante esse tempo. Situações desesperadas pedem medidas desesperadas, e uma ideia maquiavel surgiu em minha cabeça. Eu não possuía tempo para perder, então saí de minha pequena sala de revelação e fui até, depois da sala de descanso.

Fui até a sala de Amiko.

Era a primeira vez em que eu entrava em sua sala. Ela não estava lá, mas isso não impediu que eu entrasse. Sua sala era menor que a minha e mais bagunçada. Ela não possuía cadeiras para visitas como a minha. Na verdade, só possuía uma, a dela. Em sua sala havia sua mesa, sua cadeira e um computador que era mais velho do que o meu. Também havia ali um pequeno arquivo e um quadro que parecia uma lousa, com algumas fotos penduradas e outras espalhadas. Até mesmo no chão havia alguns papéis, tudo muito desorganizado. Próximo a janela, do outro lado da sala, havia uma planta média que me incomodava pelo cheiro.

— O que está fazendo aqui?

Amiko entrou bem quando me abaixei para pegar alguns dos papéis que estava no chão.

— Me desculpe. Eu acabei de chegar. - Quando me levantei, com os papéis na mão, ela os tomou de mim e os jogou dentro de uma gaveta em seu arquivo. Parecia zangada em me ver ali.

— Eu estava trabalhando. É meio embaraçoso ter alguém mexendo em minhas coisas desse jeito, por favor, não faça mais isso.

— Estavam caídos, me desculpe.

— Tudo bem... Eu havia dito que queria que olhasse meus trabalhos, mas talvez eu não esteja tão pronta assim para revelá-los a você. Espere que eu os mostre, não venha atrás deles, pode ser?

— Amiko... Você mentiria para mim?

— Hm? O que quer dizer com isso?

— Bem, nada. Me desculpe.

Saí de sua sala e resolvi voltar para a minha. Eu estava atrás de meu nome, mas isso era meio embaraçoso de se conversar, ainda mais com uma pessoa como ela. Embora Amiko não conversasse muito comigo, eu conseguia ver que ela me via como um diferente, como alguém superior a ela, mas também como alguém próximo que ela respeitava muito. Eu poderia usar esse respeito a meu favor, mas não sabia bem como poderia falar sobre isso. Embora não pareça, é muito difícil para um homem sem nome tomar posição sobre qualquer coisa que pareça importante em sua vida. Se um homem comum vê isso como complicado e difícil, para um homem sem nome se torna mil vezes pior. Um homem sem nome não possui identidade, logo ele vive confuso, sem saber se está certo ou não em seguir determinados caminhos. Eu não possuo nome a três dias e já estou divagando dessa forma, imagino como serei daqui um mês. Eu preciso recuperá-lo logo.

Voltei até minha sala de revelações e as cinco fotos estavam prontas. Comecei a examiná-las: a primeira era da fachada de um dos bares pelo qual passei, a segunda da paisagem. A terceira era de pessoas frente o mercadinho, a quarta da praça e a última era de um arbusto. Mas se me lembro bem... havia alguém naquele arbusto, e eu podia ver isso claramente naquela noite. Como ele não estava na foto?

Soltei a foto em cima da mesa. Eu definitivamente estava delirando. Havia um homem em minha vida que só eu conseguia ver, eu havia perdido meu nome e não sei bem o que mais poderia perder, dado minha condição. Algo me fez questionar: Eu não possuía um nome, ou ele foi roubado? Como pode alguém roubar algo tão único como um nome? Algo intrasferível me fora tirado, e eu acreditava já saber quem era o real culpado de tudo aquilo. Era ele. Sem sombra de dúvida, o culpado era aquele homem que tanto odiei, inconscientemente – agora havia um motivo.

Quando saí de minha sala, Amiko estava ali.

— Me desculpe, mas não posso falar agora.

— Você me deve respostas. - Ela segurou em meu braço, me impedindo de sair. - Primeiro invadiu minha sala, mexeu em minhas coisas, iniciou um assunto e saiu sem dizer mais nada, agora, não quer me responder?

— Me desculpe, é mais difícil do que parece. Eu não sei bem por onde começar, mas acho que já sei a resposta.

— Você precisa de ajuda?

— Não, eu não preciso de ajuda. Não agora. Me desculpe, Amiko.

Puxei meu braço e saí, deixando-a ali.

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Talvez eu tenha sido meio rude com Amiko, mas estava tão atônito que mesmo que da pior forma, eu deveria sair de perto dela, pois apenas mais um instante me faria contá-la tudo que se passa em minha mente e tudo que está acontecendo, e ela jamais acreditaria em mim caso falasse.

Já na rua, ainda me sentia confuso.

Eu não sabia bem para onde deveria ir ou onde deveria procurar, mas recordava que em todos os momentos, quando menos esperava, ele estava ali, como se me perseguisse. Para começar, decidi ir até os lugares onde o vi anteriormente, pois quem sabe ele frequentasse aqueles lugares ou algo assim. Para minha surpresa, o pequeno restaurante estava fechado. Mas não apenas fechado; parecia estar abandonado, como se nunca tivesse sido um restaurante, mas eu tinha a certeza de que estive ali a poucos dias. A entrada ainda era a mesma, degastada e suja, mas a porta estava fechada e havia uma madeira caída na entrada, impossibilitando que eu me aproximasse da porta para tentar ver melhor. De lá, fui para o beco atrás de meu apartamento – talvez ele estivesse ali me esperando -, mas ele não estava lá. Caminhei até a frente de minha janela e olhei para dentro, pensando comigo mesmo sobre o cômico que há entre a curiosidade e o ódio. Se estou dentro do apartamento, na parte segura, passo a ter ódio de quem me observa de fora, mas se estou do lado de fora, tudo que sinto é a curiosidade de observar, da mesma forma que costumava fazer com os outros moradores – sem que eles notassem -. Será que era assim que eles se sentiriam se notassem minha presença? Com todo esse ódio... talvez o ódio seja uma defesa contra qualquer coisa que nos ameace. Pena que estamos tão cômodos que sentimos que qualquer coisa pode nos ameaçar, como aquele que nos olha, imaginando como deve ser do outro lado.

Após entender que ele não apareceria assim, como mágica, decidi ir até uma praça para descansar um pouco. Como a última vez que o vi foi justamente em uma, se tivesse sorte, os ventos do destino o trariam até mim novamente. Eu sabia que nossos caminhos se cruzariam novamente, pois a história não poderia terminar desse jeito: Eu preciso recuperar o meu nome e entender o que está acontecendo comigo.

Mas talvez eu não deva procurar tanto, afinal ele sempre apareceu de surpresa. Enquanto estava sentado, comecei a divagar sobre minha atual situação.

 

==============

 

 

Aquele homem era curioso, para não dizer confuso.

Seus pensamentos o tornavam excepcional, curioso e... intrigante.

Eu não sei bem como poderia descrevê-lo sem utilizar essas palavras.

Embora parecesse grandioso, suas ações o resumiam a um homem sozinho, que não sabe interagir com o mundo exterior.

Pouco depois de comprar minha primeira câmera semiprofissional e me sentir satisfeita com isso, vi fotos em uma revista que não só chamaram minha atenção, como despertaram algo. As fotos em questão eram urbanas, em alguma rua que eu não conseguia ver com clareza. Uma das fotos estava de ponta-cabeça e as duas pessoas que apareciam caminhando estavam com os rostos borrados. A foto estava meio trêmula, como se tivesse sido tirada sem querer, mas ela estava ali em uma revista. Talvez isso seja uma verdadeira beleza, e essa beleza retirou toda minha satisfação comigo mesma, se transformando em uma pequena obsessão e zelo. Eu não poderia tirar fotos assim.

Passei dois dias inteiros vendo aquela foto. Eu a recortei e colei na parede ao lado de minha cama. Nesses dois dias, durante a tarde observava a foto durante um bom tempo e a noite saía, tentando tirar fotos parecidas. Ao todo, nesse par de dias, tirei 67 fotos e nenhuma, eu repito, nenhuma, me trouxe o sentimento que senti ao ver aquela da revista. Eu não era capaz de tirar fotos assim.

Minhas fotos eram coloridas, eram bonitas. Eu fotografava a vida como bela, e sempre fui “famosa” por isso. Na escola, faculdade, entre amigos e até nos bicos que arrumava por indicação de algum parente ou conhecido. Eu era boa no que fazia e me sentia satisfeita com aquilo, mas aquela pessoa, aquele tipo de gênio era muito para mim.

Sua foto era cinza, era melancólica, me fazia pensar. Aquele sim era o mundo em uma forma crua e verdadeira. Era rápida, um borrão, assim como todos nós. Quantas pessoas passam por nós todos os dias e não vemos seus rostos de verdade? Quantas pessoas passam por nossa vida e não as tratamos como seres humanos? Não. Todos são apenas borrões; assim como nessa foto: somos borrões na vida de outras pessoas. Borrões tão intrínsecos que nem são dignos de atenção.

Eu não possuía tamanha habilidade ou linha poética para imaginar algo daquele tipo. Aquela foto era mágica, era perfeita; eu era uma amadora. Tentar tirar algo igual era irreal, para não dizer pecador. 

Essa foto me fez procurar a administração da revista - Não era uma muito grande, afinal -, e assim descobri que a foto veio de uma agência. Eu, uma amadora, tinha a certeza de que a pessoa que a tirou era uma espécie de gênio, e eu precisava conhecê-lo. Com esse pensamento, consegui um emprego na agência.

Imagine minha surpresa ao ver que não era um gênio, mas uma pessoa... curiosa – talvez fosse um gênio e eu humana demais para notar – , e algo nessa pessoa chamava minha atenção, eu só não conseguia descobrir o quê.

Sempre aéreo, sempre me tratando com indiferença. Era como se todas as vezes em que nos comunicássemos fosse a primeira vez; como se eu fosse um borrão em sua vida. Eu o via, de forma sutil, como um gênio, ele me via como um borrão. No princípio pensei que era indiferença, mas logo percebi que esse era o seu jeito, e que eu era uma das pessoas que mais falava com ele naquele lugar – o que me surpreendeu muito. Embora tentasse me aproximar cordialmente, ele parecia não se importar, como se sempre tivesse algo em sua cabeça que ele precisava lidar naquele instante, como se cada segundo em sua vida fosse importante o bastante para que ele não os perdesse com coisas triviais como se comunicar ou se expressar para os outros, ou como se cada segundo fosse mísero como os outros e não merecessem tamanha atenção.

Embora ele fosse assim, frio, eu via mais a fundo, afinal, vi sua mente brilhante uma vez, e confesso que, se pudesse, o olharia de perto sem pestanejar, assim como olhei para aquelas fotos. Eu gostaria de ver todas as suas fotos para todo o sempre, e mesmo assim não sei se conseguiria escrever tamanha emoção que senti, assim como ele.

Sim, ele.

Acredito que Beethoven fez muitos concertos antes dos mais conhecidos, e que Da Vinci fez vários quadros medíocres antes de Monalisa. Não estou dizendo que suas fotos agora são medíocres, mas não contém todo aquele brilho. Quero estar por perto, com certeza quero estar. Quero estar por perto quando ele tirar a próxima foto magnífica, pois não há nada nesse mundo que me faça sentir o que senti naquele dia. Eu quero me sentir assim novamente.

A pouco ele invadiu minha sala, e entrei em pânico quando o vi: entre os papéis que pegou do chão, estava a foto que tirou. Imagino qual teria sido sua reação ao ver uma fotografia tirada por si mesmo entre minhas coisas. Imagino se deduziria que sou uma maluca ou algo do tipo, isso definitivamente não poderia acontecer. Por isso corri para tirá-lo dali, mas seus métodos me fizeram questionar o porquê ele fazia aquilo. Quando fui até sua sala, ele saiu apressado. Como sempre, era uma incógnita para mim, e eu poderia desistir e perdê-lo de vista, mas sentia que assim eu sentiria falta pelo resto de minha vida. Além disso, eu sentia que havia algo a mais ali, principalmente após sua saída sem me tirar de sua sala ou pior, deixando sua câmera ali. Em todos os momentos desde que o conheci, nunca o vi sem sua câmera. Até mesmo em nosso almoço - o que demorei para convidá-lo, com medo da recusa imediata e desistência - ele não quis largá-la, então não entendi por que a deixaria ali naquele momento e sairia tão eufórico.

Havia algo a mais nesse homem, e eu descobriria o que é.

Peguei minha câmera e saí logo após ele, seguindo-o com medo de que notasse a perseguição, mas na realidade acredito que como sempre ele estaria tão perdido em seus pensamentos que mesmo que eu parasse em sua frente e lhe desse um chacoalhão, ele não me veria ali, pois somos invisíveis para aqueles que não querem olhar para nós.

Ele caminhava com pressa, usando seu sobretudo e óculos escuros. Sua primeira parada foi a uns dois quilômetros de onde trabalhávamos, em frente a um portão fechado. A julgar pela frente do local, possivelmente aquele fosse um comércio antigamente, mas agora estava fechado. Sua entrada era feita de uma madeira branca muito velha que estava degastada. De alguma forma pude sentir a frustação em seu rosto ao ver que o local estava fechado, era como se ele não pudesse acreditar, talvez ele gostasse muito daquele local quando funcionava. Logo ele se recompôs e aquela não foi sua única parada. Então o segui até a estação, onde ele pegou um trem e foi para a frente de um apartamento. Eu não conseguia entender bem o motivo daquelas viagens, mas continuava a segui-lo, pois sabia que poderia me levar a algo mais. Eu me sentia uma espiã em busca de respostas. Estava investigando aquele homem tão fechado, e assim como sempre me pareceu, ele era muito confuso. Do apartamento ele deu a volta até um beco que havia atrás do mesmo. Ali não havia nada além de lixo. Foi complicado de segui-lo naquele local, então parei do outro lado da rua e utilizei o zoom da lente de minha câmera para não perdê-lo de vista. Estava torcendo para que ninguém me pegasse em flagrante, pois eu poderia ser considerada uma stalker e não teria nenhuma justificativa plausível. No beco, ele caminhava lentamente até parar frente uma janela, mas nada fez além de ficar imóvel por alguns instantes antes de voltar para a rua, de onde foi novamente para a estação, pegou o trem e foi para uma praça. Na praça, sentou-se em um banco e permaneceu até anoitecer. Sim, o observei até o anoitecer.

Eu não conseguia compreender o que estava acontecendo, mas soube que precisava continuar procurando. Por algum motivo, senti que não deveria perdê-lo de vista nunca. Suas atitudes eram incompreensíveis para mim, mas eu não as julgaria no momento. Quando você se propõe a espionar ou perseguir, deve aceitar as coisas como são, e não as julgar. No máximo, criar suposições: Aquele que olha deve cumprir o papel de olhar e supor, assim como aquele que é observado deve ser observado, não há nada mais do que isso.

Eu apenas cumpriria meu papel e o seguiria sem questionar, pois acreditava que estava ligada a ele de algum jeito, então tudo que precisava era seguir o meu propósito. Talvez assim eu pudesse compreendê-lo um pouco mais, e eu, entre as pessoas do mundo, era a mais apta para entendê-lo. Tinha plena certeza disso. 

Na praça, era como se esperasse por alguém, mas ninguém se aproximou. Todos apenas passavam, ele ficou.

Eu não tinha respostas, mas tinha fotos. Eu iria perguntar sobre isso quando tivesse uma abertura. Tudo que eu precisava era de uma abertura. Sua discrição e compostura me atraíam cada vez mais para algo que poderia ser fatal, eu só precisava ter paciência. Nossos destinos poderiam estar ligados de alguma forma que eu não poderia explicar, ou apenas quero estar por perto na próxima vez que ele tirar uma foto como aquela.

Eu não poderia desistir agora, eu preciso continuar.

   

 

 

 


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