Amethyst no Hana - A Flor de Ametista Original escrita por YuukiHisashi


Capítulo 9
Capítulo 10 - O Aviso




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Yuuki mal havia conseguido dormir, e seu despertador tornou a acorda-lo. Levantou-se como de costume, e dessa vez, foi o primeiro a se banhar. Lá fora continuava a chover, e estava aparentando não parar tão cedo. Ao sair, o garoto ofereceu seu guarda-chuva a Miyagi, mas ela somente o empurrou para o lado e abriu sua própria sombrinha, e foi caminhando. Ele a seguiu, e tentou falar com ela, pois estava preocupado com a mensagem que ela havia lhe mandado. Novamente, ela o ordenou que o mesmo não lhe dirigisse a palavra. Yuuki insistiu, até que uma hora, irritada, ela o pediu se o mesmo não a podia deixar em paz. Nesse momento, as duas garotas chegavam por ali, e não entendiam nada.

— O que está havendo aqui? – Questionou Shizue. Yuuki explicou a situação sobre a mensagem, a qual elas relataram também ter recebido. – Akane, o que você quis dizer com “Tudo vai mudar?”

— No inicio do primeiro período vocês vão saber. Mas posso afirmar que de hoje não passa. E você sabe o que é. – Olhou para Yuuki com o canto de olho. Hisashi levou um pouquinho de tempo antes de entender do que se tratava.

— Espera! Você vai mesmo fazer isso que estou pensando?

— Vou. – As duas não entenderam nada.

— Mas você não tinha me dito que isso era um segredo nosso?

— Exatamente. Era, no passado. Mas eu cansei, sabe? Não vou mais esconder isso de ninguém.

— Um minuto, um minuto. Do que estamos falando aqui? – Shizue perguntou, totalmente confusa. Yuuki queria evitar abordar o assunto, mas Akane o interrompeu.

— Estou falando do Yuuki-kun não me tratar direito. – O olhar das duas ameaçou para o lado do menino.

— Como é, Yuuki?! – Indignada perguntou a alaranjada. – O que você disse pra Akane? Vamos! Diga! – Seu olhar fez o moreno a temer.

— É que... É um assunto muito delicado...

— Delicado a ponto de você destratar nossa colega? – Emiko o indagou.

— É um assunto entre eu e a Akane. E como dito antes, é um segredo. Akane, por favor, não faça isso. Isso pode gerar rumores a seu respeito, você sabe disso. Não quero que arruíne sua vida escolar por conta disso. Te imploro, por favor.

— Akane, eu não sei qual é esse tal segredo, mas seja qual for, é melhor você manter isso para si.

Irritada estava Miyagi, que decidiu escutar os conselhos que lhe foram dados, suspirando chateada.

— Você. – Apontou para Yuuki. – No intervalo, quero conversar com você, a sós, ao lado do prédio do colégio. Ai de ti se você vier com a Megumi ou até mesmo não vier. Estamos entendidos? – Solicitou, colocando certa pressão sobre ele, que com temor concordou.

No meio do caminho, se encontraram com Megumi, o qual na minima intenção de interagir com o garoto, fora barrado por Shizue.

— Hoje não, Tsukishima-kun. Hoje, o Yuuki é só dela, então nem chegue perto.

O loiro nada entendeu, e pouco lhe fora dito para que soubesse algo. Decidiu deixa-lo com a morena enquanto caminhavam até o prédio escolar.

A aula prosseguiu como de costume, ela ainda permanecia arredia, e o jovem, temeroso. Algumas horas depois, chegava enfim o final do segundo período de aula. A garota saiu primeiro, e ele então a seguiu, tomando certa distância para não chamar atenção, o que era inútil pois ela sabia que ele estava lhe seguindo. Nem mesmo Tsukishima ousou se aproximar do moreno.

Debaixo de algumas marquises, ela parou, se certificando de que estavam praticamente sozinhos, e o aguardou, de braços cruzados. Enquanto o mesmo vinha, ela o encarava, seu semblante aparentando estar para poucos amigos.

— Você tem juízo, afinal. De qualquer maneira... – Aproximou-se dele a ponto de ambos ficarem bem próximos, cara a cara, o que fez ele levemente corar. – Quero que me diga a verdade. Julgando pelo jeito que me tratou anteriormente, suponho eu que você só me vê de corpo, é isso? – Foi direto ao assunto, o que deixou o garoto calado. – O que houve, o gato comeu sua língua? Vamos, responda. Não é isso? Você não me vê só como um homem? – Quieto ele se manteve. O poder da culpa começou a pesar em sua consciência, e seu olhar começava a demonstrar preocupação. A expressão da garota também se tornava pouco a pouco menos irritada. – Se não pode me responder isso, ao menos pode me dizer o porquê de me tratar tão mal assim? – Nada dizia. – É porque eu tenho um igual a você? É isso? Pode se abrir comigo. Porque eu nunca te fiz mal nenhum para você me tratar dessa maneira. E eu não imaginaria que isso poderia acontecer. Você não me vê do jeito que sou? – Ela o questionava, o vendo ficar calado, até que ele a surpreendeu enfim dizendo algo:

— Não faça isso… – Ela não entendeu. – Por favor… eu imploro. – Pediu, em voz baixa, e leve tom de desapontamento.

— Yuuki-kun… olha, eu juro que não quero muito. Só o que quero é que as pessoas me vejam e me reconheçam como eu realmente sou, uma mulher. Não tive culpa de nascer assim, eu mesma não quis nascer assim, e ainda assim, eu sou o que sou e tenho orgulho de quem sou. Então, de verdade, se eu tiver que me humilhar, a ponto de, por exemplo, ter de mostrar minha coleção de roupa íntima, ou até pior, ter que tirar a que estou vestindo agora mesmo e te mostrar só para provar algo, eu sinceramente preferiria me afastar, não só de você, mas de quem quer que seja que necessite dessa loucura. – Yuuki se sentia levemente sem chão. – E você é a última pessoa a qual eu nem me imagino me afastando. Mas se você continuar a me tratar dessa maneira, a dizer que eu sou um garoto só por causa do meu sexo, sem considerar os meus sentimentos, é isso que vai acontecer. Você quer mesmo que eu suma da sua vida para sempre? – A questão fora imediatamente respondida com um pequeno aceno negativo de Yuuki. – Então é bem simples. O resto é com você. – Falou ela, retornando de volta para dentro do colégio.

— Akane, espera… você não vai…

— Depende de como você agir. – Ela o interrompeu. – Ah é, depois das aulas, quero que me acompanhe. – Acenou enquanto entrava. Ele a seguiu, e tudo que Tsukishima podia fazer no corredor era observá-lo a distância.

A chuva permanecia incessante enquanto Hisashi e Akane retornavam de sua conversa, atraindo a atenção de Shizue e Emiko.

— E então, conversaram com calma? – Ambos concordaram.

— Eu ainda não terminei minha conversa com ele. Vou deixar isso para mais tarde. – Falou Akane, olhando o rapaz a sua frente e sorrindo, o fazendo ruborizar de leve.

— Mas no final, resolveram o que tinham que resolver sobre o tal assunto delicado?

— Quase. – Replicou a morena. – Mas estou esperançosa que tudo termine bem. Não é? – Yuuki acenou, ainda um pouco envergonhado. – Ah, e vocês, quando formos para casa eu posso dizer do que se trata o tal assunto delicado, contanto que mantenham segredo. Pode ser?

— O que você me falar, vai morrer comigo. – Shizue levantou o mindinho em direção a garota, que a cumprimentou com seu mindinho também.

— Promessa é dívida, hein. Se não cumprir, não vou perdoar.

— Pode ficar tranquila.

Ao lado de Hisashi, a garota arroxeada também estava aparentando mostrar um fronte forte, e repetiu o feito da escura, a qual fora respondida por Akane, com os mesmos dizeres. Mal tiveram chance de poder lanchar, já que na metade de seus bentos, o sinal havia tocado.

— Ah, que desperdício. – A jovem reclamou, fechando seu bento e o amarrando de volta na bolsa, assim como Yuuki também o fazia. Arrumaram as carteiras em seus devidos lugares e prosseguiram com os períodos seguintes.

No final da última aula, a representante tomou o comando por um breve momento para que os alunos pudessem agradecer pela aula antes de ir embora. Próximo a porta de saída do prédio, Yuuki ofereceu sua sombrinha para proteger a garota, e ela, apesar de ter gostado de sua atitude, rejeitou educadamente, pois também tinha uma sombrinha. Shizue questionou novamente sobre o tal assunto delicado, na qual Akane lhe pediu a sugestão de um local aonde eles pudessem conversar sobre tal. Por sorte, a menina de cabelos alaranjados conhecia um bom lugar, um restaurante familiar chamado Jimmy’s, no qual dizia que o café de tal lugar era sem igual.

Nakajima então os guiou pelas ruas até o tal restaurante, solicitando uma mesa para quatro ocupantes. Sendo-lhes entregue o cardápio, pediram coisas mais baratas, como um hamburguer simples, acompanhado de uma porção de fritas médias e refrigerantes.

— Então… vamos direto ao assunto, sem rodeios. Do que se trata esse tal assunto tão delicado que vocês andam falando? – Emiko também prestou atenção nos dois ao questionar da alaranjada.

— Bem...


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