Black Bird. escrita por Jee kuran 95, Jee kuran 95


Capítulo 13
Capítulo XIII: Kouga Ninpou Chou




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Título: Black Bird (Pássaro Negro)

Autora: Jee_kuran_95

Disclaimer: Naruto pertence exclusivamente a Masashi Kishimoto.

Classificação do Capítulo: +13 anos.

Música tema: Kouga Ninpou Chou - Basilisk (Onmyouza)

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Black Bird

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Capítulo XIII: 

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A lua minguante brilha obscuramente no céu na noite que está preenchida pelas nuvens reunidas.

Dois jovens pássaros são crucificados juntos, por uma armadilha cruel.

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Ame sorriu psicoticamente, suspirando teatralmente ao ver Koishi recuando alguns bons metros, quase confundindo-se com seus Guerreiros de Madeira. Riu graciosa e passou a mão pelos cabelos soltos.

'Está com medo agora?' perguntou em tom inocente. Quis rir da expressão furiosa que o homem fez, mas manteve-se séria.

'Por que eu teria medo... De uma pirralha como você?' - debochou cruzando os braços vendo a expressão no rosto da menina tornar-se obscura. 'Você pode ser forte, mas ainda assim, não passa de uma criança que quer bancar a adulta.' sorriu de maneira quase gentil.

Ame franziu o cenho, seus cabelos loiros emoldurando seu rosto escondiam um dos olhos cor de ébano. Ela sorriu novamente.

'É isso... O que você acha de mim? Sério?' perguntou e em sua voz ele podia ouvir algo de surpresa, talvez incredulidade. 'Então você é um tolo que subestima seus adversários.' ela completou agachando.' Os outros podem ter perdido, mas eu não. Esta luta já está acabada... E eu ganhei' disse sombriamente.

A loura inclinou-se para frente, em direção a suas pernas e começou a retirar a faixa lentamente frente aos olhos do homem que a olhava com cautela e curiosidade.

Cairam ao chão, formando um círculo a seu redor.

'Pernas-... de madeira' sussurrou ele para si mesmo, vendo as pernas de madeira da mulher a mostra e escritos nelas que, de onde estava não conseguia entender.

'Bom' ela começou ganhando a atenção dele para si. 'Eu vou lhe contar uma história' ela falou sorrindo maliciosamente.

Ele esperou, franzindo as sobrancelhas.

'Há 17 anos atrás, em Sunagakure viviam uma família de shinobis' ela sorriu para si mesma, seus olhos brilhavam, parecia se lembrar de algo bom 'Eles eram a família perfeita: o pai, um shinobi do mais alto escalão, servindo diretamente ao Kazekage de Suna; a mãe, uma emissária dos Conselheiros.'

"Eram o casal perfeito. Vida perfeita, trabalhos perfeitos... Completamente realizados! Haviam se conhecido ainda na Academia e nutriam, desde crianças, um amor incondicional um pelo outro." ela riu fazendo Koishi arquear as sobrancelhas... Onde aquela história iria parar?

O homem tremeu, sentindo uma rajada de vento gélida passar por suas costas, parecendo penetrar em sua espinha: mau presságio.

"Eles se casaram, consumando seu amor rapidamente. Um ano depois, a mulher descobriu estar grávida de seu primeiro filho. A alegria se instalou entre todos, a Vila parecia absorver a felicidade do casal: todos se mostravam muito receptivos com a tão amada criança que estava por vir."

Ela parou, sua expressão divertida, amável transformando-se rapidamente. Koishi podia ver e quase sentir a tristeza nos olhos daquela menina.

Como alguém tão jovem podia mostrar tanta... -infelicidade e rancor com um simples olhar? Ele não sabia a resposta.

"O casal estava em júbilo. Finalmente teriam a família que tanto queriam! Ele, perdera os pais - civís - ainda quando pequeno e teve que se virar sozinho a partir dai; ela, tinha apenas a mãe, uma ex-iryou-nin (médica) de Suna que havia morrido quando ela completara 15 anos, envenenada por uma planta desconhecida."

"E então, o pequeno Hajime (1º filho) veio a nascer ao 8º mes de gestação: era um belo menino de lindos olhos azuis como a mãe e cabelos negros como o pai.A felicidade tomou conta da casa, o pequeo Hajime era a luz que faltava no relacionamento de Touya (flor de pêssego) e de Maya (misericordiosa). Definitivamente a família perfeita."

"Hajime crescia como uma criança normal, era todo sorrisos e a criança mais doce que existia, dois anos após, no 3º aniversário de seu filho, Maya descobriu estar grávida do segundo. E novamente, uma nova onda de felicidade tomou o casal.. O segundo filho... Eles iriam ter... -um segundo filho!"

"Novamente felicidade... Mas, então... Algo começou a mudar. O comportamente de Maya era estranho, estava sempre cansada,com dores no corpo e, seu temperamento começou a mudar... Ela estava se transformando em outra mulher. Uma mulher fria e amarga."

"A criança nasceu prematura, com pouco mais de 6 meses. Tinha alguns fios de cabelo loiro - havia puxado a avó materna - e, seus olhos eram de uma sinistra cor carvão. Opacos. Desprovidos de qualquer vida."

"Logo ao nascer a criança, a mulher voltou ao normal, sendo carinhosa e gentil, uma verdadeira mãe e kunoichi a quem todos amavam."

Ame parou com a narrativa, começando a rir histericamente enquanto Koishi olhava para ela assustado pelo ato repentino.

"Os anos passaram e a família seguia vivendo. O filho mais velho, um prodígio da Vila da Areia, o orgulho de seus pais, o orgulho de sua nação. Com apenas 7 anos terminara a academia e fora designado para fazer missões Rank-S com apenas 10 anos. Ele era o filho perfeito, do casal perfeito."

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Ah! Se ao menos o amor que encobre o presente

Pudesse permanecer vivamente em meu coração!

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"Então numa noite... Uma tempestade de areia se aproximava da Vila. Uma tragédia se sucedia. A filha mais nova de Maya e Touya... havia assassinado seu irmão mais velho a sangue frio, transformando-o... em um de suas marionetes."

A garota parou e um silêncio se instalou entre eles.

Esta história sobre a Vila da Areia ele não conhecia, até por que, quando algo tenebroso acontecia, o país em questão tentava abafar o caso. Olhou para a menina, prevendo aonde aquilo iria chegar.

'Que história... Inspiradora' disse ele com um sorriso debochado. Cruzou os braços sobre o peito e fechou os olhos, ainda sorrindo. 

'É, eu sei. Trágico não é mesmo?' disse franzindo os lábios e colocando a mão sobre o rosto como se estivesse analisando algo. 'Pensando bem esse pequeno conto não tem muito a ver com o que vai acontecer agora, não é mesmo?' olhou-o insinuante.

Ele entendeu o recado.

'A garota em questão era você' afirmou seriamente. 'Você matou seu próprio irmão.' balançou a cabeça negativamente olhando-a enjoado. 'Como pode fazer uma coisa dessas?'

Ela abaixou os olhos para o chão, passando a mão por seus cabelos sem tirá-lo da frente de seu rosto. Ela sorriu, refletindo tristeza.

'Você não entende, ninguém entende meus motivos até hoje talvez...' ela disse olhando para cima, para onde Daisuke deveria estar. Ele havia sumido. 'Todos souberam apenas me julgar, nunca tentaram entender meus motivos.'

'E quais seriam?' perguntou irônico. 'Não há perdão para um crime desses! Vamos, me diga... Qual foi seu motivo?' insistiu.

'E por que eu contaria a você?' perguntou de maneira cansada. 'Isso não vai mudar nada. O passado não pode ser desfeito.' murmurou sombriamente e sorriu para ele, olhando-o por baixo dos olhos cílios. 'Agora é tarde demais para se arrepender e eu já estou cansada de nossa conversa, vamos à ação!' levantou as mãos para o alto.

Koishi viu como da ponta de seus dedos saiam fios de chakra, contralando a marionete que terminava, naquele momento, de sair de seu corpo.

Ela controlava a marionete com maestria, em uma dança de passos mortais.

'Bom, se me der licença, gostaria de acabar com esse teatrinho logo' falou seriamente com uma voz cansina e antiga inusual para uma garota tão jovem.

Abaixou-se novamente e tocou suas próprias pernas, retirando-as bruscamente de seu corpo.

O rapaz assustou-se, olhando chocado para ela. Tsumibukai (a pecadora) enroscou seus braços de madeira nela, sustentando-a enquanto Koishi via como pergaminhos cuidadosamente selados saiam de dentro das pernas ocas da menina.

Pegou um dos pergaminhos, negro com o simbolo Hikari (luz) escrito em seu meio, em tinta branca.

A garota sorriu maldosamente sem olhá-lo, abrindo o pergaminho e mordendo seu dedo, deixando que um pouco de sangue escorresse e ela fizesse logo o sinal de mãos.

Um nuvem de fumaça tomou o local e ele colocou o braço na frente dos olhos, tentando ver o que acontecia. Apurou seus outros sentidos, notando que não seria atacado.

'Uma nuvem de fumaça' revirou os olhos 'é só isso que sabe fa-...' arregalou os olhos conseguindo visualizar pela primeira vez o que estava a sua frente '...-zer.'

Duas marionetes estavam ao lado dela. A da esquerda, um homem de cabelos curtos, ondulados e negros a outra, a direita, uma ruiva de olhos azuis.

'Não é possível...' sussurrou enojado.

'Ah, é possível sim.' murmurou maliciosa colocando as mãos na cintura. 'Conheça Touya e Maya...Meus pais' e riu.

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Gentil como a água, impetuosa como uma flor

Enterre a lâmina trêmula de sua espada nessa cicatriz

Mesmo se o destino trouxer lágrimas

Elas irão me lembrar de você.

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'Você é doente' sussurrou.

'Pode até ser' deu de ombros 'Mas isso não me importa, vamos acabar logo com isso... De uma vez por todas.' e desapareceu.

Um segundo. Koishi olhou a seu redor, preparando-se para o ataque. Não estava mais no solo, encontrava em cima de um dos braços de seus Guerreiros. Não era de cometer o mesmo erro duas vezes.

Um ruido baixo chegou a seus ouvidos e ele virou-se e costas, vendo braços com agulhas venenosas vindo em sua direção, desviou, saltando e cortando rapidamente os braços de madeira que foram ao chão.

'Fácil demais' sussurrou para si mesmo, desconfiado.

Fechou os olhos, concentrando-se em seu Guerreiro Kurushimi (o sofrimento). O chakra de Koishi era visível aos olhos e, rapidamente, deixou seu corpo escorregar pelo braço do guerreiro, caindo sentando com suas armas ao redor.

A madeira então começou a se mover como terra e ele parecia ser absorvido por ela. Os braços já não mais estavam a mostra, a cabeça, rapidamente sendo englobada pela madeira escura e dura.

Koishi e o Guerreiro finalmente haviam se misturado.

Para que os guerreiros de madeira ganhassem vida, ele tinha que fazer parte deles. Eles precisavam de um coração... Então o corpo dele seria este coração.

Se precisa-se usar os outros, bastava apenas dividir sua alma e seu corpo para que este logo se junta-se aos outros.

Agora, veremos onde você está pensou. Os olhos do guerreiro se abriram observando tudo a seu redor. Nada escapava daqueles olhos.

Eles eram como o Sharingan ou, bem dizendo um Byakugan.

Invencíveis.

Nada escapava daqueles olhos. Um movimento a esquerda, logo atrás do Guerreiro da Morte chamou sua atenção e ele sorriu, acumulando chakra em sua warizashi e cortando tudo que estivesse a sua frente.

'Peguei você' e sorriu auto-suficiente.

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oOo♥oOo

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O olhar de Sasuke vacilou, ele havia olhado para a Haruno justo no momento em que ela se espreguiçava, deixando ver bem a forma de seus seios redondos.

Pigarreou, colocando uma das mãos sobre os olhos e apoiando o cotovelo sobre a mesa tentando esconder a leve colocaração avermelhada que havia tomado seu rosto.

Levantou os olhos para a menina, vendo a a mesma olhava estranhamente para Naruto que não prestava atenção em mais nada a não ser seu prato de comida e, logo depois olhou para Kakashi e se surpreendeu ao ver que o sensei olhava diretamente para ele.

O Hatake arqueou uma das sobrancelhas e sugestivamente olhou para Sakura logo após voltando seu olhar para ele. Sasuke franziu o cenho.

Ele havia visto.

Kakashi havia notado que ele ficara olhando para o busto de sua companheira de time de maneira quase... Esfomeada. Desejosa.

Não que ele fosse admitir isso para alguém ou para si mesmo, mas o sorrisinho malicioso que ele sabia que Kakashi tinha no rosto o incomodava profundamente.

E sinceramente ele nem sabia o por que.

Bufou revirando os olhos e ganhando a atenção da garota de cabelos róseos  para si. 

'Algum problema, Sasuke?' perguntou colocando uma das mãos sobre o ombro do moreno, apertando levemente.

Não havia contato entre peles, mas ele sabia que a mão da Haruno estaria quente sobre yukata enquanto a pele dele estaria fria.

'Hun' ele murmurou e, o mais delicadamente possível, pegou sua mão e tirou-a de seu ombro.

Como ele previra: o contato entre suas mãos demonstrava a diferença entre suas temperaturas corporais. A Haruno arregalou os olhos e olhou para suas mãos que se tocavam.

Rapidamente Sasuke repeliu o toque.

'Desculpe' murmurou baixinho.

Mas ela o surpreendeu, pegando suas duas mãos e esfregando-as entre as suas. Ficou confuso, olhando-a intrigado enquanto via abobado o que ela fazia.

Logo, suas mãos ficaram tão quentes quanto as dela.

'Suas mãos... estão mais geladas que a de um morto' resmungou ela, ainda fazendo contato. Ele nada disse. 'Para alguém que usa constantemente o elemento fogo, suas mãos são muito frias, Sasuke.' levou as mãos dele até seu rosto. 'Pronto, estão mais quentes agora.' ela sorriu amável e largou as mãos dele.

E se surpreendeu ao ver que as mãos do Uchiha ainda continuam a tocar seu rosto.

A ponta dos dedos dele parecia formigar em sua pele, e ela sentiu que suas bochechas esquentavam, droga, estava envergonhada e corada!

Ele contornou seu rosto, passando as mãos por sua têmpora e passando as suas maçãs do rosto levemente. Logo, tocou o nariz e os olhos, vendo ela fechar as pálpebras e maneira automática ao toque dele.

E então, quase hesitante, ele viu como ela abriu os lábios rosados, deixando o ar quente de sua respiração sair. Hesitante, ele tocou o lábio inferior dela suavemente...

'Que diabos você está fazendo, TEME?!' gritou Naruto chamando a atenção de todos.

Kakashi a seu lado suspirou resignado, soltando o ar que nem se dera conta de estar prendendo todo esse tempo em que seus pupilos estavam mantendo contato.

Olhou para Naruto, em seu olhos, sempre indecifráveis naquele momento, podia-se ver um ratro de irritação.

Sasuke parou o que fazia e Sakura ficou tensa naquele momento. O que estavam fazendo? O que estava... Acontecendo ali?

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Em um abismo escuro, eu espero pelo fim, como um órfão soluçando

Me apoio nesse meu amor que me pisoteia e o protejo com minhas mãos.

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Sakura se afastou elegantemente alguns bons centímetros e virou-se sorrindo para Naruto, mascarando o milhão de sensações que sentia pelo corpo.

Mas seus olhos não mentiam.

Estavam nublados, mais escuros que o normal e ela sabia o que isso significava. Ela não poderia confundir as coisas. Sasuke não era... Ele.

'Iie (nada), Naruto' deu um risinho e fez como se limpasse algo em seu rosto. 

'O que infernos foi isso, Sasuke?' perguntou de maneira sombria e Sakura sentiu-se estremecer. Onde estava aquele Naruto bondoso e alegre que ela conhecia?

Como ele podia mudar tão rápido de humor e ficar com uma aparência tão... negra a seus olhos?

'Não sei do que está falando, Dobe.' murmurou Sasuke levando aos lábios a xícara de chá.

'Sabe sim cretino!' sibilou e Kakashi e Sakura trocaram um olhar entre si, alarmados. 'Você estava dando em cima dela!'

'Está vendo coisas.' exclamou olhando-o friamente.

Naruto se calou, olhando para o melhor amigo com olhos estreitos.

As palavras inexpressivas do Uchiha não lhe convenceram, a voz que rugia em seu interior não se calou aquelas palavras.

E ela sabia por que estava tão irritado, tão internamente furioso com o companheiro de time que, se pudesse, lhe daria um soco bem dado na boca do estômago sem que o outro nem ao menos visse seus movimentos.

Desde o primeiro momento em que a vira, ele gostara de Sakura.

Ela tinha algo que nenhuma outra garota que ele havia visto possuia. Ela tinha brilho próprio, uma independência que ele não sabia de onde provinha. 

Era astuta, inteligênte, companheira. E, desde que a vira ela não havia o repudiado. E ele sabia, que ela o julgaria não pelo que ele tinha dentro dele e sim, pelo quanto ele conseguia demonstrar ao mundo.

E, de alguma forma, no interior de sua mente, ele sabia que ela já tinha conhecimento que a Kyuubi, a raposa de 9 caldas vivia dentro de si, enclausurada.

Mesmo assim, ela não se afastara dele em nenhum momento até agora e sim,o infrentara e dava medo nele vê-la com aquelas expressões assustadoras que ela fazia quando estava irritada com algo ou com alguém.

Levantou-se, deixando de lado a comida.

'Perdi a fome.' suspirou dando as costas aos três. 'Vou dar uma volta.' e saiu andando, misturando-se a multidão de pessoas que estavam ali para aproveitar sua refeição.

Decidiu sair daquele lugar e realmente ir tomar um pouco de ar fresco para clarear suas ideias. Somente parou quando se deu conta que estava perto de um ponte.

Uma ponte extremamente parecida com que que o time 7 - bem antes de Sakura juntar-se a eles - se encontrava para suas missões.

A única diferença era o ambiente ao redor. O rio era igual ao que passava em Konoha, porém havia um arco de arbustos que impedia que o sol penetrasse e aquecesse aquele local.

Não que ele se importa-se na verdade, era até bom.

Olhou para a água vendo alguns pequenos peixes seguindo o curso do rio e suspirou sentindo-se cansado e um zumbido tomar seus ouvidos.

Sua cabeça latejava, estava confuso com o ataque que tivera lá dentro com relação a Sakura e Sasuke ou no modo íntimo e intenso como ele o olhá-la. E ela de certa forma pareciar corresponder, mesmo que inconscientemente, mas correspondia.

'Wou, veja quem está aqui!' 

Naruto nem se dignou a virar para o rapaz, apenas inclinando parcialmente seu rosto e mostrando a expressão hostil e carregada que levava.

Idate parou em seco, franzindo as sobrancelhas e transformando sua boca em uma linha fina.

O rapaz de cabelos negros arquejou sem dizer palavra e andou até ele, parando a seu lado e recostando suas costas na barra da ponte. Olhou de canto para o Uzumaki, enchendo-se de coragem para começar um diálogo.

Ele destestava - e, nunca admitiria tinha receio e um certo medo do rapaz. - ao vê-lo tão sério e tenso como ele estava naquele momento.

Ele estava incomodado ou algo lhe preocupava isso era óbvio. E Idate, mesmo com pouco tempo de convivência com Naruto, apreendera a ver os sinais de quando ele se mostrava nervoso ou apreensivo.

E naquele caso, infelizmente era os dois.

O que fazia-o se afastar um pouquinho do shinobi, por precaução.

'Quer me dizer o que houve?' perguntou, seus olhos fixos numa figueira, pouco a frente do outro lado da ponte.

'Não tenho nada pra dizer.' retrucou desviando o olhar da água para colocá-lo no horizonte.

Péssima ideia, naquele momento, eu casal de namorados saia aos beijos de uma casa de chá, rindo alegremente enquanto falavam um com o outro.

O homem tocou o rosto da mulher suavemente com os dedos e aquilo lhe deu náuseas, um sentimento de nostalgia o tomando por completo.

'Então vai me dizer que não está assim por causa da ceninha romântica entre o Uchiha e Sakura?' perguntou com um sorriso divertido, os olhos brilhando em astúcia.

Naruto piscou indignado, olhando para ele enquanto tentava articular alguma palavra.

Idate riu gostosamente, sentando-se na ponte de madeira e deixando que seus pés tocassem o rio, aquela água fresca lhe fazia bem era relaxante.

'Como vo ...-cê?' balbuciou o louro.

'Eu vi' deu de ombros distraidamente. 'Acho que pra você não foi uma cena muito agradável né?' perguntou suavemente, compadecido com o amigo.

Naruto sentou-se, imitando-o.

'Você gosta dela' afirmou o moreno, balançando as pernas sobre a água. Naruto ia retrucar a afirmação quando ele continuou. 'É óbvio, está escrito na sua testa, baka (idiota), está com ciúmes dela e do fato de Sasuke sempre parecer querer - e conseguir - algo que você deseja. Mas pelo que Kakashi-sensei me disse não faz muito tempo que ela está no tim-...'

'Ela me lembra alguém' disse abruptamente.

'O-que?' 

'Eu disse, que ela me lembra alguém.' murmurou escondendo seu rosto por entre os fios dourados. 'Alguém que eu conheci há muito tempo. Uma garotinha... Com a mesma cor de cabelo, com os mesmos olhos, mas bem diferente dessa Sakura que está lá' apontou com a cabeça na direção em que viera.

'Você gosta dela por que ela te lembra de uma paixonite de infância?!' resmungou incrédulo.

'Claro que não!' exclamou incrédulo. Que diabos de suposição era aquela?! 'Só que ela me lembra essa menina e eu sinto um estranho desejo de protegê-la e... -cuidar dela e... tocar ela...! Ah, nem eu me entendo.' disse suspirando, cruzando os braços sobre os joelhos e escondendo sua cabeça ali.

Idate parou e continuou olhando para ele pensativo.

Naruto obviamente estava apaixonado por sua colega de time.

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Não consigo continuar lutando, vamos lutar lado a lado neste caminho machado de sangue

Gentil como a água, impetuosa como uma flor

Enterre a lâmina de sua espada nesta cicatriz

Mesmo se o destino trouxer lágrimas para o fundo de meus olhos

Elas irão me lembrar você.

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oOo♥oOo

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'Você deveria ter mais cuidado minha filha' disse a mulher gentilmente, pegando seu dedo de onde escorria um filete grosso de sangue.

'Não tenho culpa de ter caido da árvore, isso acontece com todo mundo okaasan (mamãe)' disse a menina de apenas 7 anos revirando os olhos. 'Você se preocupa demais okaasan (mãe)! Já voltei de várias missões com ferimentos bem piores lembra?' a menina sorriu infantil.

A mulher suspirou, deixando que sua franja ruiva tampasse seus olhos. Seus filhos haviam crescido rápido demais, haviam virado adultos precocemente e eram prodígios do mundo shinobi.

E ela, como a kunoichi que era aprendera a não demonstrar seus sentimentos em batalha.

Mas antes de mais nada era mãe, e nada transpassava seu instinto super protetor. Sorriu para a garota pequena, rindo do modo como ela tentava arrumar - inutilmente - uma mecha de cabelo.

'Eu odeio meu cabelo' resmungou a menina, desamassando o vestido vermelho com que estava.

A mulher riu levemente, falando daquela maneira ela até conseguia se passar por uma criança normal.

'Não pense assim minha filha, seu cabelo é lindo e combina com você' disse acariciando as madeixas louras compridas. 'Quer que eu faça uma trança nele? Assim não fica caindo em seus olhos.' propôs a mulher divertida.

'Claro, porque não!' exclamou, seu humor mudando drásticamente enquanto corria para seu quarto pegar uma escova de cabelo. 

A mulher mudou sua expressão animada para uma séria mas voltou a relaxar o rosto ao ver a menina pulando em seu colo. A muher riu, pegando a pequena no colo e indo para a cozinha.

'Espere aqui, eu tenho que colocar os legumes para cozinhar' bradou a mulher, deixando a criança em uma das cadeiras e indo até uma das panelas perto do fogo.

Depois, limpou suas mãos num pano de prato, deixando-o em cima da pia e sorriu amplamente para a filha, apoiando-se no balcão.

'Então, como quer a trança, Ame?'

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Abriu os olhos, vendo apenas a escuridão.

Estava deitada obviamente e, de alguma maneira havia algo mais macio abaixo dela, mil vezes mais macio que o chão ou qualquer outra coisa. Tateou no escuro, dando-se conta de que estava em uma...

...Cama?

'Que diabos-...?' grasnou. Sua voz parecia estranha e sua garganta permanecia seca. Piscou olhando ao redor. 

Seus olhos estavam se acostumando a escuridão do aposento. Podia agora distinguir as formas do que havia ali pelo menos: um armário, a cama óbvio e um criado mudo a seu lado.

Nada mais.

'Finalmente acordou'

Ame sentou-se na cama, ficando ereta com certa dificuldade.Suas costelas doiam e estava tendo um acesso limitado de movimento - provavelmente havia quebrado 2 ou 3 ossos. - e via como sua barriga estava enfaichada.

Sua cabeça latejava e ela não entendia como havia parado ali.

A voz de Daisuke a seu lado havia feito com que ficasse aliviada mas não o suficiente. Algo estava errado. Se ela não sabia por que estava ali, era por que algo estava definitivamente muito errado.

'Daisuke-senpai' murmurou 'Onde-... estamos?'

'Estão na minha casa.' respondeu outra voz.

'Koushi-...-san?' murmurou levantando-se rapidamente a fim de achar alguma arma sem prestar realmente atenção ao que o homem pronunciara.

Não se manteve muito tempo em pé, sentindo seus joelhos fraquejarem, viu como rapidamente caia sendo amparada pelas mãos... do inimigo.

O homem a colocou novamente na cama.

'O que está acontencendo aqui?' perguntou confusa.

'Sua luta com Koishi era apenas um teste, para ver quanto você havia evoluido e até onde eu poderia forças suas habilidades.' respondeu Daisuke dando de ombros e se sentado na beira da cama.

Ela podia distinguir a silhueta de Koishi andando ao longo do quarto e indo até a extremidade norte: ele estava abrindo a janela, deixando a luz entrar no ambiente.

'Um-... teste? Um MALDITO TESTE?!" berrou furiosa

'Se serve de consolo, você é muito boa. Uma ótima ninja.' disse o rapaz com um sorriso malicioso, Daisuke revirou os olhos, balançando a cabeça negativamente. 'E gostosa também, claro que isso é um elogio' e deu de ombros, ainda sorrindo.

A mulher olhou-o com uma expressão indecifrável.

'Não acredito que perdi pra essa cara' resmungou sentindo seu corpo protestar e irritou-se. 'Afinal o que você fez comigo? Não consigo nem ao menos me mexer! E como viu, nem me manter em pé sem qualquer apoio.' ironizou amarga.

'Você não tem culpa, não se preocupe.' tranquilizou-a, aproximando-se dela e passando a mão levemente por seus cabelos. 'Mas, agora... -você me deve algumas explicações.' ele completou seriamente e a menina engoliu em seco.

'Tudo bem' resignou 'Mas!' ele revirou os olhos, sabia que isso aconteceria. 'Eu também tenho algumas dúvidas.'

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oOo♥oOo

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Fluindo como água, caindo no solo sem sentido

Levando embora minha abatida fantasia

Mesmo se o destino me trouxer uma escuridão azul

Irei vagar por dentro dela, junto a você, neste mundo.

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'Acha que ele está bem, Sensei (professor)? perguntou Sakura, demonstrando leve preocupação pelo sumiço de Naruto.

'Ele só precisa clarear as ideias e esfriar a cabeça, logo estará de volta' disse o Hatake com sua calma característica.

A menina bufou, prendendo seus cabelos róseos em um rabo de cavalo mal feito e indo em direção a Sasuke que afiava sua Kusanagi com uma paciência e devoção característica do shinobi.

Enterrou-a sobre terra, limpando-a e retirando-a rapidamente.

O Uchiha levantou os olhos para a Haruno vendo como ela se aproximava saltitante e perigosamente feliz com um sorriso lascivo em lábios.

'Sasukeee' ele comprimiu os lábios, vendo como o som de seu nome saia com uma nota melosa e doce demais por entre os lábios dela.

'O que você quer?' perguntou cansado, apoiando-se em sua katana e olhando-a inexpressivo.

Ele sabia: Haruno Sakura nunca falaria seu nome de modo tão meloso e tão parecido com suas fangirls se não quisesse algo dele. Aquele tom era o modo dela de tentar fazê-lo ceder ante seus desejos.

E, internamente ele sabia que cederia, embora nunca fosse admitir a ninguém isso. Daria um modo dos outros verem aquilo como se tivesse alguma vantagem para ele.

Era sempre assim, ele sempre seria assim.

Nunca admitiria que ela, de certa forma, mexia com seus sentidos.

'Quero lutar!'

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Continua no próximo capítulo...


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Notas finais do capítulo

Hei, eu voltei.
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Bom, espero que tenham gostado e sim, eu sei, eu enrolo um mooonte nos caps, que nem no Naruto original kk mas espero que vcs continuem acompanhando e mandando seus reviews que - DIGO E REPITO - diminuiram consideravelmente desde as últimas postagens.
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O que é? Desistiram de mim e da fic é isso?
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Gente,eu não falo pra ser chata mas... 89 pessoas acompanham a fic e 5 +/- comentam!
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Bom, até o próximo então :D
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Até+, J.



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