Coração de Sombra escrita por llRize San


Capítulo 6
O amor está no ar


Notas iniciais do capítulo

Olá meu amor :3

Pro capitulo de hoje, deixo como sugestão de música Yes or Yes do Twice, que é a cara do Hyunjin rsrsrs

Agora, vamos ao capítulo, boa leitura :)



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Faltava uma semana para o Dia dos Namorados, e Jeongin mais uma vez descartou um buquê de rosas no lixo. Era a segunda vez naquela semana que ele se livrava das flores que Hyunjin mandava entregar.

— Nem pense em jogar o chocolate fora — Feliz tomou a caixinha de chocolate da sua mão — É caríssimo isso aqui, eu vou comer. 

— Fique a vontade — Ele deu de ombros.  

— Não sei como Hyunjin não se cansou ainda, você é muito chato. 

— Não sou chato, sou sincero e realista com meus sentimentos. Não vou aceitar os presentes dele enquanto eu não aceitá-lo no meu coração. 

— Chato — Felix fez careta — Mas, quem sou eu pra julgá-lo. 

— Você é o cara que vive fugindo do Channie, não deveria me julgar mesmo. 

— Vamos mudar de assunto. 

Um dia antes do Dia dos Namorados, a delegacia estava tranquila, sem movimento, o que era um sinal positivo de paz. Jeongin chegou naquela manhã com seu copo de café expresso, seguindo sua rotina diária. Bang Chan estava concentrado em um livro, desfrutando de sua xícara de café, enquanto Felix cuidava do peixinho do aquário. Jeongin pendurou seu casaco e olhou ao redor, buscando por Hyunjin.

— Ele disse que vai chegar mais tarde hoje — Disse Felix, percebendo o olhar curioso de Jeongin. 

— E quem disse que estou procurando Hyunjin? 

— E quem disse que eu estava falando de Hyunjin? Eu não citei nomes, poderia estar falando de qualquer um na delegacia que ainda não chegou — Felix deu risada — Enfim, ele ainda não chegou e mandou avisar que irá demorar. 

— Certo…

Jeongin tentou disfarçar seu interesse, mas secretamente esperava encontrar algum presente do Dia dos Namorados em sua mesa. As palavras de Felix ecoaram em sua mente, levando-o a concluir que Hyunjin finalmente havia desistido dele. Afinal, Hyunjin era, segundo Jeongin, o homem mais bonito do mundo, rico, gentil, amável e incrivelmente romântico. Quem em sã consciência não aceitaria namorar alguém assim? Jeongin começou a questionar sua própria sanidade.

Aproveitaram o dia tranquilo para organizar tudo, cientes de que a calmaria podia ser interrompida a qualquer momento por uma enxurrada de casos. Jeongin, por sua vez, não pôde deixar de notar a ausência de Hyunjin na delegacia naquele dia. Um incômodo leve começou a surgir, deixando-o curioso sobre o que Hyunjin estaria fazendo durante o expediente. Ele se perguntava se Hyunjin estava bem de saúde ou se havia algum assunto urgente a tratar fora da delegacia.

Jeongin lutou contra a vontade quase irresistível de pegar o celular e ligar para Hyunjin. Sua ausência o incomodava profundamente, minando sua disposição e desviando seus pensamentos. Era frustrante admitir o efeito que Hyunjin tinha sobre ele, apesar de seus esforços para reprimir esses sentimentos. Com um sacolejar de cabeça, tentou se reenquadrar na realidade. Não podia se permitir distrair-se com um relacionamento romântico naquele momento, pois isso poderia arruinar seus planos e objetivos. Aceitar Hyunjin em sua vida significava arriscar-se a perder o foco e a noção da realidade. Talvez o medo de se entregar totalmente a esse amor ardente fosse o que o mantinha resistente.

Entretanto, naquela tarde, Jeongin foi surpreendido com um presente inesperado. Uma enorme caixa de presente fora deixada no meio da recepção da delegacia por entregadores desconhecidos, despertando a curiosidade de Felix e Chan.

— Abre logo! — Disse Felix impaciente. 

— Calma, jovem — Disse Bang Chan, com sua típica voz serena. 

— Calma nada, eu to curioso pra ver o que é. Deve ser um presente grande, é uma caixa enorme. De quem é? 

— Não sei — Disse Jeongin — Não achei nenhum cartão. 

— Não precisa de um cartão pra saber de quem é — Disse Chan — Uma caixa rosa, cheia de brilho e com um laço enorme… coisa do Hyun. 

— Sim, só ele é capaz dessas cafonices — Disse Felix — Pelo menos ele não alugou um carro com auto-falante pra fazer uma declaração de amor pro Innie como daquela vez. 

— Nem me lembre disso, eu queria matar ele aquele dia, que vergonha. 

— Queria matar ele como? Todo mundo sabe que vocês ficaram aos beijos depois daquilo — Disse Felix. 

— Eu estava emocionalmente vulnerável naquele dia. Não vamos falar sobre isso. 

— O mais importante agora é que precisamos ver o que tem dentro dessa caixa. 

— O presente é meu, ok? — Jeongin encarou Felix.

— Agora é propriedade pública, pois está bem no meio da delegacia, então fazemos parte disso e queremos saber o que tem dentro, não é mesmo Channie? 

— Queremos? — Chan olhou para Felix, que lhe lançou um olhar sério — Ah sim, queremos. 

— Achei um envelope aqui — Disse Jeongin abrindo o envelope com adesivos de coração enfeitado com glitter. 

— Então lê! — Disse Felix com expectativa, apesar de saber de quem era o presente. 

Jeongin abriu o envelope e começou a ler: 

 

“Ei, garoto

Olha, eu vou simplificar as coisas pra você

Você tem duas escolhas: Sim ou sim?

 

Quando me tornei tão egoísta?

Eu já quis algo tão avidamente assim?

Todos estão surpresos com o quão desinibido eu sou

Vamos lá, diga sim

 

Meu cenário se tornou mais desafiador do que eu pensava

Eu diria que este plano é perfeito, bastante satisfatório 

Não me importo, não importa o que digam

É melhor você dizer sim

 

Eu escolhi o sim

Agora é hora de ouvir a sua resposta

Se estiver muito difícil, você tem alternativas

Você não precisa perder tempo pensando

 

Não sei o que você vai escolher, então preparei estas opções

Escolha apenas uma das duas: Sim ou sim?

 

Eu digo não ao seu não, sou eu ou somos nós?

Eu respeito sua escolha, mas rejeito sua rejeição

Há apenas uma resposta, a escolha é sua

Está tudo nas suas mãos

Escolha apenas uma das duas: Sim ou sim?

 

Pra simplificar, o que quer que você escolha, você ficará comigo

Ainda que pareça um pouco absurdo

Ainda que você diga que eu estou insistindo 

Eu não vou fazer você se arrepender

 

Yang Jeongin, quer namorar comigo?

Faça sua escolha, vamos lá, sim ou sim?”

 

Jeongin lutou para conter o sorriso que insistia em se formar em seus lábios. Seus olhos vagaram pela delegacia, buscando ansiosamente por Hyunjin, na esperança de que ele estivesse prestes a chegar.

— Meu deus, ele mandou a letra de uma música, que por sinal é a cara dele. Onde ele tá? — Perguntou Jeongin para Felix. 

— Não faço ideia. Por que? Vai aceitar finalmente? 

— Claro que não. Todos sabem que não vou namorar.

— Pipipi popopó — Felix fez careta — Então abre o presente, estou curioso. 

Jeongin segurou as pontas do laço e puxou-as lentamente. Quando a tampa da caixa se abriu, Hyunjin emergiu de dentro, erguendo os braços com uma animação contagiante. Um misto de surpresa e incredulidade se espalhou pela delegacia enquanto todos observavam a cena. Jeongin ficou estático, olhando para Hyunjin com uma expressão confusa. Enquanto isso, Chan, indiferente, e Felix, entusiasmado, reagiram de maneiras distintas à ousadia de Hyunjin, aplaudindo a surpresa.

— SURPRISE! — Disse Hyunjin animado — Eu sou o seu presente de Dia dos Namorados, Innie. Me use como quiser. 

— Obrigado. Mas eu dispenso. 

— Como assim, Innie? — Perguntou Hyunjin, choroso — Eu te amo mais que tudo. Todos aqui sabem que meu amor só pertence a você, e eu tenho muito amor pra dar, isso eu te garanto. 

— Você sabe que eu não posso. 

Hyunjin se aproximou, mas Jeongin recuou instintivamente, desviando o olhar. Evitava encarar os olhos de Hyunjin quando precisava rejeitá-lo, temendo não conseguir resistir à intensidade daquele olhar.

— Nosso amor não iria atrapalhar em nada os seus planos, muito pelo contrário, eu vou lutar junto com você, lado a lado. Me deixa fazer parte da sua vida, por favor?

A cada dia que passava, Jeongin sentia-se ainda mais dividido em relação a Hyunjin. Não era por falta de coragem ou compaixão; Jeongin não sentia isso por Hyunjin. A verdadeira dificuldade residia no fato de que ele realmente gostava de Hyunjin desde o primeiro momento em que o viu. No entanto, tinha receio de se entregar completamente a essa relação que sabia que seria incrível. Temia perder-se em pensamentos sobre Hyunjin, consumido por um amor avassalador que o deixaria incapaz de focar em qualquer outra coisa. Se já passava horas pensando nele sem estarem juntos, Jeongin podia apenas imaginar o quanto seria ainda mais louco de amor se cedesse a esses sentimentos.

— Aceitar seu pedido de namoro é algo que preciso pensar muito, Hyunjin. Você sabe muito bem que sou sincero com você sobre os meus sentimentos. 

— Não sei se é tão sincero assim — Disse Hyunjin — Sempre que nos beijamos eu consigo sentir que me ama e que me quer, mas suas palavras dizem o contrário. 

— Eu nunca disse que não te amo. 

— Eitaaaa — Felix arregalou os olhos. 

— Lix, vamos ali comigo comprar mais café — Disse Bang Chan, o puxando. 

— Tá louco? Por mais que eu adore café, não quero ir agora, essa novela está ficando boa. É hoje o capítulo em que Innie finalmente vai parar de fazer cú doce e aceitar o Hyun. Não quero perder!

— Felix, vamos — Disse Bang Chan com mais seriedade — Deixe eles dois a sós. 

— Tá, tudo bem — Felix suspirou e seguiu Bang Chan para a saída. 

Hyunjin não conseguia conter o sorriso bobo que se formava em seus lábios. Com passos decididos, ele se aproximou de Jeongin e segurou sua mão com ternura.

— Então você me ama mesmo? 

— Você sabe que sim. 

— Por que não podemos ficar juntos? 

— Porque eu tenho planos, e um relacionamento sério iria atrapalhar. 

— Não vou desistir de você. 

— Não deveria perder seu tempo. Você é o cara mais perfeito que existe nesse mundo, deve ter milhões de pessoas querendo namorar com você. 

— Mas você é o único que eu quero. 

Jeongin suspirou profundamente, mas quando percebeu, já estava de mãos dadas com Hyunjin. Embora tenha cogitado puxar sua mão, não conseguiu resistir; as mãos de Hyunjin eram quentes e macias, transmitindo uma sensação reconfortante que ele não queria deixar de sentir.

— Já que você disse que é meu presente e que posso fazer o que quiser com você… posso te pedir uma coisa? 

— Claro, sou todo seu, peça o que quiser. 

— Fica comigo essa noite? Mas não pense nada pervertido e nem entenda que eu aceitei namorar com você, que fique bem claro. Só quero passar um tempo com você, sinto falta disso. Sinto falta de fazer algo descontraído, sem essa coisa de namoro. 

— Mas é claro que fico com você, pra mim esse é o maior presente. Juro que não vou te pedir em namoro. Pelo menos não nas próximas vinte e quatro horas — Hyunjin deu risada. 

— Você é estranho, teimoso e terrivelmente insistente, mas eu… — Jeongin parou de falar.

— Mas você me ama mesmo assim — Hyunjin completou sua frase. 

— Tá, tá, você entendeu. 

Naquela noite, Hyunjin proporcionou a Jeongin um momento agradável. Pediram pizza, assistiram alguns filmes, jogaram videogame e finalizaram a noite tomando sorvete. Acima de tudo, eram amigos, e Jeongin sentia falta dessa conexão em seu relacionamento com Hyunjin. Quando Hyunjin finalmente adormeceu profundamente, Jeongin o cobriu com uma coberta e ficou alguns minutos admirando sua tranquilidade enquanto dormia. Com delicadeza, afastou uma mecha de cabelo que caía sobre os olhos de Hyunjin e depositou um suave beijo em sua testa.

— Sim, Hyunjin — Sussurrou enquanto o olhava com ternura — Eu o aceito. Na verdade, já aceitei há muito tempo. Mas não posso me dedicar tanto a você agora… 

Naquela noite, Hyunjin teve doces sonhos e acordou ainda mais animado, disposto e romântico. 

No dia dos namorados, quando todos pensavam que Hyunjin já não poderia mais surpreendê-los, ele apareceu na delegacia vestido de cupido, mas não o cupido comum. Estava usando um terno branco e uma gravata extravagante, repleta de corações. Em suas mãos, segurava um arco cor-de-rosa, cujas flechas eram feitas de borracha. Seu objetivo era espalhar o amor, não a dor, embora em certos casos parecesse quase a mesma coisa.

— Sério isso? — Jeongin tentou conter sua risada ao ver o Cupido Hyunjin atirando flecha em qualquer um que aparecesse na sua frente. 

— Claro, hoje é dia dos namorados e vou encher esse povo de amor. 

Nesse instante, Felix adentrou a sala, assobiando animadamente como de costume. Mal havia cruzado a porta quando foi recebido por uma flecha disparada por Hyunjin, que atingiu seu peito.

— O que é isso? — Felix pegou a flecha, que na ponta tinha um formato de coração. 

— Diz ele que é o cupido. 

— Uau! Então fui atingido pela flecha do amor. Quem é minha cara metade? O Innie?

— Você não é nem louco — Hyunjin ficou na frente de Jeongin, pronto para atirar outra flecha. Então, Bang Chan entrou na sala com passos silenciosos, segurando uma xícara de café calmamente. Sem hesitar, Hyunjin lançou uma flecha na direção de Chan assim que o viu entrar.

— Pronto, sua alma gêmea é o Chan. Namorem, casem-se e procriem. 

Bang Chan lançou um olhar divertido para o figurino de Hyunjin, optando por não comentar sobre aquela loucura amorosa. Ele sabia que, no fundo, era apenas mais uma das excentricidades de seu amigo.

Enquanto isso, Jeongin, que ria descontroladamente, foi pego de surpresa ao ser atingido pela flecha de Hyunjin. Pegou a flecha em sua mão e olhou para Hyunjin com seriedade.

— Não funciona em mim. 

— Funciona sim. Meu poder é inigualável, você já me ama. 

— Mas nesse caso teria que ser outro cupido pra atirar em nós dois. 

— Nesse caso… — Hyunjin apontou a flecha pra si mesmo e atirou no próprio peito — Pronto, somos alma gêmea agora. 

— Isso foi poético e ao mesmo tempo triste — Comentou Bang Chan. 

— Eu nunca vi um cupido atirar em si mesmo — Disse Jeongin dando risada — Acho que isso não é muito justo. 

— Justo? — Hyunjin sorriu ao repetir aquela palavra, por um momento pareceu perdido em seus pensamentos — O amor está acima da justiça. Sabe por que? Porque no final o amor sempre vence. 


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Notas finais do capítulo

O que será que o Hyun quis dizer com isso?



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