Conjunx Endura. escrita por Takkano


Capítulo 1
O pedido.


Notas iniciais do capítulo

Mais uma história de Transformres porque preciso postar todas que escrevi e porque estou no clima. A capa da fic é uma arte lindíssima da Gihwosk (também conhecida como minha filha, hahaha).

Eu costumo confundir um pouco o ritual de Amica Endura com o de Conjunx Endura, porém, confesso que partilhar a centelha, apesar de ser descrito como ato de Amica (amigo e ou parceiro de longa data e muito próximo, comum em Caminus), eu vejo também como algo íntimo demais e que poderia ser um dos quatro atos do ritual de Conjunx, descrito pelo Getaway ao Tailgate, nas comics da IDW.

Caminus é o planeta natal da Windblade e de todas as femmes, que seriam originalmente de lá.



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Finalmente as coisas voltavam a se estabilizar para os autobots. A fortaleza de Megatron havia caído e o grupo Prime estava junto outra vez. Optimus Prime havia voltado dos mortos e lutado bravamente contra Megatron, embora, mais uma vez, Optimus tivesse se recusado a pôr um fim definitivo naquele duelo milenar. O mesmo podia se dizer de Megatron, afinal, não era novidade para ninguém que oportunidades não lhe faltaram para derrotar o líder dos autobots.

Quando Optimus Prime retornou da luta, depois de quase serem extintos pelos Decepticons, Smokescreen podia jurar sentir a centelha do Prime pulsar dentro de sua própria câmara. A coragem, a perseverança e a força, pareciam transbordar do mech vermelho e azul, e jorrar em sua centelha.

Era isso, salvar a vida do Prime os deixou conectados de alguma forma. Era assim que o jovem mech azul e branco se sentia.

Depois que o cansaço pelas duras batalhas travadas, e os diversos outros afazeres, tomou conta da equipe, Smokescreen se sentiu confiante para procurar Optimus, a sós.

Entrou nos aposentos do Prime sem anunciar a sua presença, encontrando Optimus prestes a recarregar em sua plataforma de descanso.

Assim que o viu, Prime sorriu gentilmente, mas continuou a se acomodar, esperando que o jovem mech se aproximasse dele.

Smokescreen tentou não demonstrar todo o nervosismo que sentia naquela hora. Sorriu de volta ao Prime e se aproximou, parando bem ao seu lado.

— Smokescreen, fico feliz que tenha vindo falar comigo. – o jovem mech se assustou um pouco. – Eu sei que me resgatar e me trazer de volta foi muita coisa pra você. Ainda é jovem, e sei que muitas dúvidas permeiam seus sensores agora, principalmente pelo fato de que ficou tão perto de poder se tornar um Prime. Mas não reprima suas emoções, você pode me dizer tudo o que te perturba, que eu terei um imenso prazer em te ouvir, como seu líder e amigo.

— Optimus – Smokescreen ficou um pouco mais apreensivo. Geralmente só se dirigia ao Prime como Prime, ou, como Optimus Prime. Porém, recebeu um olhar e um sorriso de Optimus, o incentivando a continuar – Eu nunca havia passado por algo tão doloroso em toda a minha existência antes. Eu sei, sou jovem, nasci em meio a guerra, assim como Bumblebee, mas ontem eu percebi que tudo o que fiz foi um tanto egoísta, coisa que um soldado de verdade não deve fazer.

— Está enganado, meu amigo, você foi altruísta. Não pensou em si e em se tornar um Prime, mas sim, pensou em todos, como um grupo. Nas estratégias de guerra e é claro, em mim – Smokescreen sentiu sua centelha pulsar – Eu é quem peço perdão por ter sido egoísta e aceitar o poder da forja para continuar a minha existência. Eu sei que você perdeu a chance de se tornar um Prime e de poder voltar com glória a Cybertron.

— Desculpe pelas palavras mas, você quem está enganado, Optimus. – o mech maior continuava calmo e o olhava com atenção. – Naquele momento, quando eu levei você a caverna, a última coisa que me passava pela cabeça era ser o próximo Prime, ou mesmo, reconstruir e voltar a Cybertron – Smokescreen se postou em frente a Optimus e encarrou suas óticas azuis – A única coisa importante para mim ali era você, Optimus. Eu sei, desde que cheguei eu fui muito chato, grudento e bastante infantil, principalmente às suas óticas. Então, eu queria te dizer, Optimus, que eu te salvei porque você não é só vital para os autobots e a Cybertron, você também é vital para mim.

— Eu agradeço com toda a minha faísca, Smokescreen – Optimus colocou a mão em seu ombro – Eu tenho certeza que você seria um ótimo Prime, não, ainda será um, algum dia. E gostaria de te dizer que devo a minha centelha a você.

— Bem, nesse caso, eu aceito.

— Aceita o que, perdão? – Optimus levantou uma sobrancelha, confuso.

— Sua centelha.

Optimus se levantou da mesa de recarga, assustando Smokescreen, que se afastou um pouco, dando espaço para Optimus.

— Não estou entendendo, Smokescreen.

— Naquele momento, eu não queria a Matriz, eu nunca aceitaria sua Matriz, Optimus. Mas, se você tivesse me oferecido a sua centelha, parte, claro, eu teria explodido de alegria. Esperava que você também aceitasse parte da minha. Seria incrível. Muito melhor que me tornar um Prime, e muito melhor que reviver Cybertron.

— Te oferecer parte da minha centelha? – Optimus encarou o jovem a sua frente, ainda meio confuso. Isso certamente parecia algo íntimo demais para se fazer com qualquer um. Não que considerasse Smokescreen um bot qualquer, mas, ainda assim, parecia errado. Levou vários orns para que Optimus finalmente entendesse onde o jovem mech queria chegar – Conjunx Ritus.

De repente, o olhar de Optimus para Smokescreen se tronou melancólico e pesaroso. A mão deixou seu ombro e se fechou em punho. Optimus balançou a cabeça como se tentasse expulsar aquela conclusão como se ela fosse um vírus em seu sistema.

Smokescreen sentiu sua própria centelha resfriando. Optimus agora expressava um misto de pena e nojo por ele.

— Eu sinto muito, achei que você gostaria de me ter como Conjunx Endurae – Smokescreen tentou uma última abordagem direta – Olha, eu prometo que você não vai se arrepender – o jovem mech se aproximou novamente, com confiança – Eu sou jovem, dedicado, aprendo rápido, luto muito bem e … – Smokescreen desviou os olhos – Mando superbem nas interfaces.

— Não se trata disso, Smokescreen. Eu não o conheço muito bem e o mais importante, não tenho sentimentos por você, pelo menos não o suficiente para me tornar seu conjunx. Sou imensamente grato por você ter sacrificado todas as suas ambições de se tornar o próximo Prime para que eu pudesse viver. Porém, isso não te dá direito algum sobre mim.

— Eu fico muito triste por você pensar que eu te cobraria por algo assim, Optimus. Você pode até não acreditar mas, eu te amo de verdade, com toda a minha centelha. Eu te admirei desde que eu era apenas um espumante. Você sempre foi o herói de Cybertron. Todos os espumantes são seus fãs. Mas o tempo foi passando e eu vi muito mais em você. Acabei me tornando um mech adulto e aquela admiração se tornou algo bem maior. Me apaixonei perdidamente por você, Optimus.

— Talvez você só esteja impressionado por eu ser um Prime, Smokescreen. E se eu não fosse um Prime, se eu fosse apenas um autobot, como todos os outros?

— Para mim, você jamais será como os outros, Prime ou não. É como eu disse, quando eu era um espumante, você era o Prime, mas agora, você é muito mais. Você é o autobot que eu quero, Optimus – Smokescreen tentou tocar o rosto de Optimus com os servos, mas Optimus apenas se afastou de uma vez.

Mesmo sentindo-se cansado e precisando urgente de uma recarga, Optimus saiu, deixando o próprio aposento.

Depois de tudo o que passaram, ter aquela conversa com Smokescreen não faria bem a ninguém. Devia ter desconfiado desde o início que aquilo poderia acontecer. Aliás, nem foi a primeira vez que precisou dar aquele tipo de sermão em um de seus aliados. Hot Rod havia feito o mesmo há algum tempo atrás e só Primus sabe o quanto foi difícil tirar aquilo da cabeça do jovem mech. Foram orns de explicações, conversas, discussões, brigas e até mesmo algumas “cedidas”, por parte de Optimus. Mas depois batia o arrependimento e a culpa. Optimus não iria deixar que esse tipo de situação voltasse a se repetir.

Mais tarde, acabou tendo sucesso quando passou pelo mesmo desconforto com Bumblebee, embora, o pequeno autobot, tenho pedido desculpas depois, e dito que apenas confundiu seus sentimentos pelo Prime.

Optimus torcia para que sua situação com Smokescreen terminasse bem como a de Bumblebee, e não estranha, como a de Hot Rod e muito menos trágica, como a de… 

— Optimus!


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