Like, Dislike escrita por teffy-chan


Capítulo 7
Capítulo 7 - Estou Apaixonado por Você




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Eles deram mais sorte nos brinquedos dessa vez. Jogaram tiro ao alvo, pescaria e foram na casa do terror. Como esperado, Miku riu durante todo o passeio, o que deve ter deixado os funcionários bastante ofendidos.

Cansaram de brincar e decidiram fazer uma pausa para comer. Compraram algodão-doce e foram lanchar em um canto mais afastado.

— Se a Meiko descobre que estou comendo besteira ela me mata — Miku comentou com uma pontinha de culpa.

— Digo o mesmo do Gakupo — Kaito respondeu — Mas é só um dia, ninguém precisa saber.

— Eu pensei que você iria querer comer em um lugar mais sofisticado, e não em uma barraquinha do parque — ela comentou.

— Não importa o que ou onde estou comendo. Contanto que você esteja aqui.

— Céus, que cantada brega — Miku desviou o rosto.

— Talvez não seja uma cantada. Talvez todas as pessoas apaixonadas se sintam assim — Kaito argumentou — Por exemplo, quando as pessoas fazem os votos de casamento e prometem ficar juntas na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza… significa que se amam de verdade, não importa a situação em que estejam.

— Por que você está falando de casamento? — Miku recuou alguns passos.

— Desculpa, eu não quis te assustar…

— Você sempre faz isso — Miku interrompeu, recuando ainda mais — Quando finalmente parece estar tomando jeito, começa a apressar as coisas e… ah! — tropeçou em uma pedra e caiu sentada.

— Ei, você está bem? Se machucou? — Kaito perguntou.

— Estou ótima.

— Que bom, porque a sua saia está, sabe…

Miku notou que tinha caído com os joelhos dobrados, de modo que a roupa de baixo ficasse exposta. Dei um gritinho e ajeitou a saia, ficando em silêncio por alguns segundos.

— Você viu?

— Claro que vi, olha o jeito como você caiu — Kaito nem tentou mentir.

— Droga — ela escondeu o rosto entre as mãos, envergonhada — Não conte isso a ninguém, ok? Por favor.

— Não vou contar — Kaito prometeu, principalmente porque era a primeira vez que a ouvia dizer “por favor” — Vamos, levante-se — Kaito estendeu a mão para ela e, para sua surpresa, Miku a aceitou — Não fique assim. Sei que está com vergonha, mas, para todos os efeitos, somos namorados, certo?

— É um namoro fake — Miku lembrou — Nós mal nos abraçamos, nunca nos beijamos… não que eu queira que isso aconteça — acrescentou rapidamente — Você é um garoto, então não entende.

— Tem razão, talvez eu não entenda por ser um garoto — Kaito concordou — Mas você também parece não entender como eu me sinto.

— Como assim?

— Você está sempre repetindo que somos um casal fake. É verdade, mas me machuca — Kaito contou — Eu gosto mesmo de você, Miku. Você me tornou uma pessoa melhor, me ensinou a tratar as pessoas com mais respeito… bem, eu ainda estou trabalhando nisso — ele admitiu — E eu estou cansado de ouvir que nossa relação é apenas fingimento. O que preciso fazer para que você goste de mim? Eu não quero que sejamos um casal fake. Não quero mentir para meus fãs, assim como você disse.

De repente ouviram um “click”. Depois outro e mais outro.

Visitantes do parque encontraram os dois e agora tiravam fotos com os celulares. Alguns estavam filmando há sabe-se lá quanto tempo.

— Isso é sério, Miku? Vocês não são um casal de verdade? — uma garota que não parava de tirar fotos perguntou.

— O que foi isso, uma jogada de marketing? — um rapaz que filmava acrescentou.

— Não acredito que shippei errado de novo! — uma menina lamentou.

— O que? Eu não… como reconheceram a gente? — ela sussurrou para Kaito. Ele passou a mão em seu cabelo em resposta.

Estava comprido novamente. Quando ela perdeu a peruca? Enquanto corria em direção ao parque? Quando tropeçou e caiu? Agora que prestou atenção, Kaito também estava sem peruca já tinha algum tempo e ela não havia notado por estar acostumada com a aparência natural dele. Quando perderam seus disfarces?

Isso não importava mais. Várias pessoas começavam a rodeá-los, parecia que todo parque estava ali. Não sabia o que dizer para aquelas pessoas, nem como escapar daquele lugar.

— Precisamos fugir — Kaito falou, ignorando as perguntas das pessoas.

Segurou a mão de Miku com força e começou a gritar “com licença” repetidas vezes, sem esperar que as pessoas saíssem da frente, atropelando quem estivesse no caminho. A multidão os seguiu até que eles chegaram à roda gigante e adentraram uma cabine (furando a fila, mas isso é só um detalhe).

— Ficaremos seguros aqui por enquanto — Kaito falou, olhando a multidão abaixo de si que chamava seus nomes — Você é boa em teorias de filme de terror, certo? Essa situação é apavorante… como você faria para escapar dessas pessoas?

— Posso pensar em muitas formas, mas em todas elas eu seria presa — Miku respondeu. Kaito não sabia se ria ou se ficava com medo — Obrigada, Kaito. Você pensou rápido em uma forma de nos tirar de lá… e sem machucar ninguém — ela riu e o garoto acompanhou sua risada.

— Isso é apenas temporário. Não podemos ficar aqui para sempre — comentou, sentado de frente para ela.

— Foi minha culpa. Eu não deveria ter tocado nesse assunto… sobre não sermos namorados de verdade.

— Isso não importa mais. A bomba já explodiu, talvez seja o fim de nossas carreiras — Kaito comentou.

— Você não parece tão preocupado — ela observou.

— Claro que estou preocupado — Kaito respondeu — Mas é que… mesmo que fosse de mentira, eu era seu namorado.

— E se… não fosse de mentira?

— O que? — Kaito a encarou surpreso.

— Bem, eu tive uma impressão ruim de você quando começamos a trabalhar juntos. Você ficava implicando comigo sem motivo e invadindo meu camarim — Miku lembrou — Mas, com o tempo… você pareceu começar a tomar jeito. Quando disse que gostava de mim, eu não sabia se deveria acreditar ou não. E que essa sua ideia de me conquistar fosse apenas uma espécie de desafio para você. Mas acho que ninguém aguentaria tanta coisa por causa de um desafio.

— Então finalmente acredita que gosto de você? — Kaito indagou.

— Acredito — ela assentiu — E também… depois de hoje, eu percebi uma coisa.

— O que?

— Você tinha razão no que disse antes — Miku admitiu — Poderia ter se aproveitado da situação enquanto estávamos no cinema, mas não fez isso. Ou quando eu te abracei por você ter pegado aquele panda para mim. Em várias ocasiões, na verdade… mas você aprendeu a ter respeito. Me tirou do meio daquela multidão e se tornou alguém em quem eu posso confiar — ela deu um sorriso tímido — Então, eu… acho que fico nervosa perto de você porque não sei como agir… quando estou junto da pessoa que gosto.

— Sabia que essa foi a melhor coisa que eu ouvi hoje? — Kaito passou para o outro banco, sentando-se ao lado da garota.

— Que eu fico nervosa do seu lado?

— Não. Que você gosta de mim — Kaito sorriu — Tudo bem ficar nervosa, é natural se sentir assim no começo. Logo você vai perceber como esse sentimento é maravilhoso.

— Espero que sim — Miku apoiou a cabeça no ombro dele. Kaito ergueu a mão devagar e passou a afagar seus cabelos.

Talvez tivesse perdido vários contratos, sua carreira devia estar afundando nesse exato momento. Mas sua felicidade crescia infinitamente com aquela conversa. Apreciou a tranquilidade e a presença de Miku o máximo que pode. Quando a roda gigante parasse, teriam que voltar à realidade.

 

 

 

Você não faz mesmo o meu tipo

Mas deve ser por isso

Que estou reagindo desse jeito

Ah sim, de repente eu vi o seu lado gentil

Agora fiquei confusa e chateada

 

Mas, mesmo se eu

Me tornar um homem sensato

Sem dúvida nenhuma!

"Nenhuma?"

Eu gosto mesmo de você

Sem problemas

Apenas confie em mim

 

 

 

Foi um desafio e tanto tirar Miku e Kaito da roda gigante. Os dois deixaram o orgulho de lado e decidiram admitir sua fuga. Ligaram os celulares e informaram apenas o necessário aos seguranças, que foram ao encontro deles mais depressa do que o esperado. Conseguiram tirá-los de lá e coloca-los no carro ao mesmo tempo em que afastavam as pessoas ao redor. Foi um verdadeiro caos.

Embora esse incidente estivesse resolvido, ainda havia muitos problemas com os quais precisavam lidar. Pensaram que levariam sermão de Meiko e Gakupo por terem fugido, mas a situação era pior do que imaginavam.

— Me digam por que — Meiko falou assim que os dois adentraram a gravadora — Por que raios fizeram isso?

— Hm… é sufocante ficar aqui todo dia, eu queria sair um pouco…

— Não estou falando disso — Meiko interrompeu a garota — Por que disseram em voz alta que não estão namorando de verdade?

— Ah, é isso — Kaito murmurou.

— Sim, Kaito, é exatamente isso — Gakupo falou, tão zangado quanto a mulher — Dê uma olhada nisso — mostrou o celular. Várias conversas se espalhavam sobre o namoro fake deles, lotadas de comentários um pior que o outro — Não faz nem uma hora que isso aconteceu e as pessoas que filmaram e fotografaram vocês postaram isso na internet. Por acaso fazem ideia de quantos dislikes vocês já têm nas redes sociais? Milhões!

— Como isso aconteceu tão depressa? — Kaito indagou pasmo.

— Os internautas não perdoam nada. E devem haver muitos haters aqui também — Gakupo guardou o celular.

— Sem falar na possibilidade de algum artista aproveitar esse momento para tentar roubar os holofotes de vocês e se tornar mais famoso — Meiko acrescentou — Como puderam cometer um erro tão estúpido?

— Quer saber? Eu não disse nenhuma mentira — Kaito falou — Tudo isso não passou de uma farsa desde o começo. Eu não quero mais mentir para os meus fãs.

— Que história é essa? Você ficou super empolgado com a ideia quando te fiz essa proposta, Kaito — Gakupo lembrou — E nem sabemos se você ainda tem algum fã.

— Eu concordo — Miku pronunciou-se — Nunca gostei da ideia de mentir para as pessoas. Posso fazer shows em dupla com ele, mas nunca gostei da ideia de fingirmos estar em um relacionamento.

— Gostando ou não, você assinou um contrato se comprometendo a dizer que eram namorados — Meiko lembrou — Até fizemos alterações por causa das suas queixas antes de você assinar.

— Eu lembro bem o que estava nele, um monte de mentiras — a garota respondeu — Mas agora que todos já sabem aquele contrato não serve para mais nada. Vou pagar a multa se for necessário, mas quero acabar de uma vez por todas com essa farsa.

— Sabe que isso pode acabar com a sua carreira, não é? — Meiko observou — Com a carreira de vocês dois.

— Eu vou arriscar — a garota respondeu.

Meiko suspirou cansada. Por que adolescentes davam tanto trabalho?


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