All Of Me escrita por JuGomes


Capítulo 4
Capitulo Três.


Notas iniciais do capítulo

Feliz ano novo ♥



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Capitulo Três.

Você não pode me desautorizar assim! 

Exclamou Charlie Swan batendo com força na mesa de vidro na sala de reuniões. Onde estavam presentes apenas eu, ele e o sócio: Edward Cullen. Meu genitor estava de pé com o corpo arqueado para frente, furioso comigo enquanto me encarava. Edward estava do meu outro lado observando em silêncio.
E eu estava sentada de pernas cruzadas e semblante tranquilo encarando o ataque ridículo de Charlie Swan.  

—Quando se acalmar podemos dialogar, Charlie. Enquanto isso não perderei meu tempo te ouvindo.  

Me levanto tranquilamente e vejo de canto de olho o Cullen me encarar.
Eu sabia que por baixo da postura inabalável ele estava se divertindo com meu afronte a Charlie.  

SENTE-SE! 
Gritou ele.  

Me viro lentamente, agora realmente furiosa e o encaro de cabeça erguida ao ficar em sua frente.  

—Não me trate como uma criança, Charlie. Eu não sou mais uma e o mesmo poder que você e ele tem dentro dessa empresa, eu também tenho e não lhe devo satisfações quanto ao departamento que cuido. Como você mesmo disse que não deveria me intrometer no seu departamento, mesmo eu vendo que está havendo muitas divergências em documentos. Mas teremos tempo de organizar isso. Pois creio que nem mesmo Sr. Cullen está ciente das coisas que está acontecendo dentro dessa empresa.  

Digo tudo isso sem abaixar a cabeça.  

Há mais de cinco semanas desde que assumi meu posto na empresa eu havia tomado algumas decisões que achava pertinente para o crescimento da empresa e notei que Charlie estava fazendo acordos duvidosos, mas sem deixar rastros.
Eu sabia que uma hora eu teria provas para o derrubar e pela primeira vez eu estava deixando claro aquela situação para ambos. Para minha surpresa, Edward Cullen não pareceu surpreso com minha afirmação. Será que ele estaria nisso com Charlie?
Eu sabia que não poderia confiar em ninguém, mas me deixou inquieta a possibilidade de Edward Cullen ser como Charlie, nesse pouco tempo trabalhando ali eu notei que ele era um homem bastante reservado e inabalável durante as reuniões e decisões da empresa, o que fazia muitos o temer. Porém se ele tivesse nessa com meu genitor seria mais um problema para eu resolver.
Suspirei alto e me afastei daquela sala sem olhar para nenhum deles. 

Eu preciso de ar. Aquelas semanas estavam mais cansativas do que imaginei.  

Eu sabia que Charlie não ficou nada feliz quando cancelei a reunião com os Volturi. Porém eu avaliei os documentos de uma possível fidelidade entre nós e eles, algo não estava certo. Havia algo errado e eu não permitiria que Charlie se reunisse com eles até eu ter a certeza de todos os detalhes.
Não permitiria que Charlie sujasse a empresa que meu avô deu o suor para levantar.  

Ele teria que passar por mim para isto. 

Sentei no banco em frente a empresa e relaxei meus músculos tensionados, fechando meus olhos e respirando fundo.
Eu precisava de um banho quente e retirar aqueles saltos com urgência mas sabia que o dia ainda seria longo. 

Resmunguei sozinha.  

Bombons? 

Abro meus olhos ao notar que não estou mais sozinha e vejo Rosalie Hale sentada ao meu lado do banco.
A conheci um dia depois que assumi meu lugar e descobrir que ela era uma das advogadas de nossa empresa, pesquisei sobre ela e descobrir que era uma das melhores e tínhamos sorte de tê-la ali.

— Isso é a única coisa que me ajuda em um dia estressante. Confessou ela. 

—Obrigada. Digo aceitando um dos bombons e ela sorri.  

—Às vezes acredito que tudo que precisamos é de chocolate, as vezes mais que sexo.  

Engasgo com sua espontaneidade e ela ri se desculpando.  

—Tudo bem. Mas também tenho essa dúvida.  

Ela ri ainda mais. 

—Sabia que éramos parecidas no dia que nos conhecemos.  

Eu sorri de canto.

Era a primeira vez que trocávamos mais que duas palavras desde que nos conhecemos. Mas talvez por sua boa reputação e grandes trabalhos eu sentia que poderia lhe dar a dúvida de que poderia me aproximar dela e quem sabe confiar.  

Conversei com Rosalie por um tempo e pude me distrair um pouco.  

Ou talvez o chocolate tivesse sido o causador da minha calmaria, mas concordamos que não poderíamos ficar muito tempo fora de nossas funções e voltamos para a empresa, sabendo que não seria a única vez que nos esbarraríamos. Voltei para minha sala e tomei um leve susto ao ver Edward Cullen em minha sala, no meu sofá branco de canto.
E o ver sentado ali todo sério e olhar firme me causou estranhas reações.  

—O que faz aqui?  

O questiono um pouco arrogante, confesso. Mas culpo meus pensamentos indevidos por tal atitude que me pegou surpresa.  

—Precisamos conversar.  Diz ele sério.

O encaro com a sobrancelha arqueada.  

—Acredito que seu amigo, Charlie pode te dar as respostas do que procura, melhor do que eu.
Digo de forma sarcástica.

Ele arqueia a sobrancelha, se levanta e caminha até a mim ficando em minha frente me fazendo levantar a cabeça e o encarar. 

Engulo em seco, mas não o deixo perceber o quanto me afeta. Algo que eu já tinha percebido há um tempo e desejava negar até o fim.  

—Estou cansado de ficar entre essa guerra de poder entre você e seu pai, Isabella. No início me pareceu bastante divertido, confesso. Mas agora já estou bastante irritado ainda mais que vocês parecem agir pelas minhas costas, tomando decisões sem me consultar e escondendo coisas que eu deveria saber e não posso estar em todos os lugares para saber de tudo. 

—Não me compare com Charlie. Não estou tomando decisões nenhuma que prejudique essa empresa que é tão importante para mim quanto para qualquer outra pessoa, garanto. Mas você tem razão em estar irritado. Não me importo em compartilhar nada referente a empresa com você, se desejar.
Mas também não vou ficar me desculpando em tomar decisões que acredito ser a certa para a empresa e muito menos deixar de ver o que acontece.  

—Nem desejo que faça isso.  

Confirma ele, o que me deixa surpresa. Pois acreditava que ele tentaria me impedir como Charlie.  

Mas estava enganada.  

Ótimo.  
Digo e me afasto dele, sentindo um arrepio por meu corpo com a proximidade.  

Eu pude conhecer um pouco sobre Edward Cullen durante essas semanas, mas nada mais do que como todos os viam ali, o todo poderoso e imbatível homem de negócios, que não era sociável. Era reservado e muito misterioso. Não gostava de perder tempo durante as reuniões e ia direto ao ponto como eu. O executivo Edward Cullen eu conhecia, mas fora da empresa eu não fazia ideia de quem ele era. Ele não deixava isso transparecer.  

Ele não deixava se aproximar. E o entendia.  

Eu também não deixava ninguém me ver além do que era necessário.

Depois de tudo que passei, eu sabia que era um escudo de proteção e não estava pronta e nem queria estar para o retirar.  

—Isabella? 

Me viro quando ele me chama por meu nome e não como Srta. Swan como sempre.  

—O que?  

Ele se aproxima. Engulo em seco mas mantenho minha cabeça elevada. 

—Acredito que queremos a mesma coisa. O crescimento da empresa, da forma correta.  

O encaro desconfiada.  

—Eu não sou Charlie, como você também tenho minhas desconfianças.  

—Então por que não diz?  

O questiono. 

—Pois será uma guerra sem resultados. Eu não ajo desta forma.  

Reviro os olhos.
Sei que se refere as discussões que sempre tenho com Charlie e sei que tem razão, mas toda vez que ele tenta me diminuir eu lembro do que me fez e não me controlo.
Apenas sinto a necessidade de mostrar a Charlie que não sou mais uma garotinha e ele não vai mais tomar decisões por mim. 

Nunca mais!  

—E o que sugere?  

O questiono novamente encarando com firmeza.  

—Que se algo está errado, investigaremos e teremos a prova antes de apontar dedos.  

O encaro e suspiro.  

—E como sei que posso confiar em você? 

Ele me encara.  

—Isso só você poderá tirar suas próprias conclusões.

Diz ele suavemente.
O encaro com um misto de desconfiança e esperança, talvez possa ser bom ter um aliado para acabar com Charlie.
Porém não poderia acreditar fielmente naquele homem que conheci há poucas semanas.
Iria com calma e não confiaria cegamente até ter certeza que Edward Cullen era verdadeiro em suas palavras, mesmo seu olhar parecendo ser verdadeiro eu já conhecia o pior lado dos seres humanos, não daria o luxo de errar novamente em acreditar em alguém.

{...} 

Final de semana por fim chegou e eu aproveitei para tirar o dia de folga de tudo que se relacionava a empresa, eu precisava disso, acordei tarde naquele dia e vesti minha roupa de caminhada.
Corri pela manhã toda e ao voltar para casa fiz algo rápido e pratico para comer.
Estava faminta.  

Tomei um longo banho e vesti um short jeans rasgadinho na barra e coloquei uma camisa branca soltinha. Amarrei meus cabelos em um rabo de cavalo alto e calcei meu all-star branco, um estilo bem casual que me fazia lembrar de quando era mais jovem e sonhadora.
Sai de casa e resolvi dar uma volta pela cidade de carro.
Eu estava me saindo bem na empresa nesse começo, mas ainda não estava satisfeita por não ter conseguido adentrar a sala de Charlie. Ele parecia estar bem mais cuidadoso do que no primeiro dia. Agora com uma porta com senha, me confirmando que escondia algo.

Mas eu não desistiria, nunca até ter respostas.  

Andei pela cidade até chegar ao shopping onde decidi almoçar.  

Sentada na praça de alimentação comendo um lanche eu observava as crianças com seus pais se divertindo e comendo ali.
Não pude deixar de imaginar como seria se meu bebê não tivesse sido tirado de mim.
Ele seria parecido comigo? Eu seria uma boa mãe?
Aquelas perguntas fizeram minha garganta fechar e deixei metade de meu lanche ali e sai do local antes que as lagrimas me tomassem.  

Foi quando esbarrei em algo. Ou melhor, alguém.  

—Aí.  

Disse a pequena mulher de cabelos curtos e vestido rosa.
Me desespero quando ela quase cai com nosso esbarrão, mas fico aliviada quando ouço sua risada suave e a seguro a tempo.
Então vejo seu rosto familiar e não tem como não me lembrar de onde a conhecia. 

Alice Brandon!  

Ela me observa surpresa também e me abraça forte.  

O que me pega de surpresa pois há anos não nos víamos, mas retribuo.  

—Bella Swan! Quanto tempo se passou desde a última vez que nos vimos.  

Ela comenta.  

Realmente! Eu e Alice éramos colegas na época da escola quando ela veio morar aqui após seus pais falecerem em um trágico acidente. Nos falamos pela primeira vez em seu primeiro dia no colégio.
Ainda muito meninas, ela muito receosa por estar entrando em uma nova escola no meio do ano letivo e eu ainda sem saber o futuro que me reservava. Começamos a nos esbarrar nos corredores desde então e sempre a conversa fluía, porém perdemos esse contato quando tudo mudou em minha vida e meus pais me retiraram do colégio quando souberam da minha gestação.  

—E o que a fez voltar para casa? 

Ela perguntou um tempo depois de nosso reencontro.
Engatamos em uma conversa com as lembranças de bons momentos da época de escola.
Porém sua pergunta me fez engolir em seco. As lembranças do motivo de eu estar de volta me acertando em cheio. Não era fácil rever Alice, pois todas as lembranças daquela época, também as ruins me tomavam.  

—Eu sentia que estava na hora de voltar. 

Digo de forma simples, sem deixar claro meus motivos, mas fico grata quando ela não questiona.
Eu não poderia e nem queria deixar claros meus motivos para outros pois era algo que só eu poderia lidar e já era bem complicado. 

Não me sentia pronta.  
 

—Era realmente você que estava faltando.  

Hum? A encaro confusa. E

la dá um enorme sorriso e me mostra o anel em seu dedo.  

—Eu estou noiva, de Jasper!  

Minha boca se abre em choque e divertimento.  

—O cara tímido da biblioteca que você se apaixonou no primeiro dia de aula.  

Ela gargalha em confirmação.  

—Ele mesmo.  

—Isso é emocionantemente apaixonante.  

Comenta boba e a abraço, felicitando. 

—E agora achei a madrinha de casamento que faltava.  

Ela piscou para mim.  

—Eu?  

Digo quando ela me olha com empolgação e percebo a quem se referia.  

—Sim! Eu quero muito que esteja nesse momento ao nosso lado, afinal você foi a pessoa que mais me incentivou a dizer a Jasper o que sentia.
E sentimos muito quando se mudou de forma inesperada.  

Ela comenta e vejo verdade em seus olhos. E mesmo que o convite fosse totalmente inesperado fico feliz por ter feito de alguma forma parte de sua história.  

—Pode contar comigo, serei sua madrinha.  

Ela me abraça com empolgação e eu dou risada ainda surpresa por eu aceitar aquele convite inusitado, me perguntando que loucura me comprometer a ser sua madrinha depois de tanto tempo sem nos ver.

Trocamos telefone e ela me fez prometer que eu não sumiria outra vez.  

Eu não sabia como ela reagiria se um dia soubesse a minha verdade.  

E não a verdade que meus pais fizeram todos acreditar.  

Quando voltei para meu quarto de hotel me joguei em minha cama ainda com as mesmas roupas e respirei profundamente me perguntando por que eu sentia em meu coração que ainda estava muita coisa por vir a partir do dia que voltei para Seattle.  

Mas uma coisa que eu não tinha respostas eram se seria coisas boas ou turbulentas? 
Talvez uma mistura de ambas ...  


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Notas finais do capítulo

Mesmo Bella se negando a ver, muitas pessoas estão a sua volta. Será para algo bom?



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